Sou um "pita parvo"!
Voltei a este tema. Não posso deixar de voltar. Não há dia em que não ouça ou não ouça falar destes 4 miúdos. Ligo a tv, faço zapping e lá estão eles num vídeo, numa entrevista, numa reportagem... A suposta banda de maior sucesso da actualidade. Pesquisa-se um tema no You Tube e, incrivelmente, sem querer, lá acabam por aparecer eles. Há vídeos de tudo, montagens de tudo, coisas feitas por fãs, coisas feitas por quem os odeia e se dá ao trabalho de realizar clips elaboradíssimos a gozar com os moços. Tudo e mais alguma coisa. Clips sobre o sorriso do Bill, as unhas do Bill, clips sobre o piercing e os bonés do Tom, uma panóplia de coisas e mais coisas.
Os irmãos gémeos beijaram-se na boca? Porque é que estão todo o tempo agarrados um ao outro? O Bill é gay? Porque é que ele usa aquele cabelo? Não tem um sorriso lindo? São Emos? Porque é que os manos têm looks tão diferentes? Porque é que o Tom tem um estilo hip-hop mas toca numa banda rock? Mil questões, informações, especulações por todo o lado. É quase aflitivo e enjoativo.
Entro na escola e é raro o dia de que dela saio sem ouvir falar dos Tokio Hotel. Até na sala de professores. Uma colega ia sendo crucificada porque disse que o tema "Monsoon" lhe faz lembrar os Nirvana. Pois, heresias à parte, a verdade é que a mim também me faz e muito. Claro que isto é, para os armados em intelectuais, quase sinónimo de lhes provocar um ataque cardíaco ou, pelo menos, uma valente arritmia cardíaca. Comparar um tema dos Tokio Hotel a um tema dos notáveis Nirvana é um crime, pois claro!
Mas é fora da sala de professores que os ditos alemães causam mais estragos. As miúdas deliram completamente. Todas muito apaixonadas ora pelo Bill, ora pelo Tom. Faz-me uma certa confusão, admito. Miúdas apaixonadas por um rapaz esquelético que parece uma miúda, todo cheio de tiques, sorrisos frágeis, todo maquilhado? Mas a verdade é essa mesma. Suspiram, dão gritinhos e ficam, num segundo, com os olhos a brilhar mal ouvem o nome da banda.
Sabem tudo sobre o grupo, especialmente sobre os gémeos. O Bill tem uma manicure francesa, usa cremes da marca "x", o Tom lava o cabelo com produtos "y", um mede 1.83 m, o outro é mais baixo. Pesam 50 kg, etc, etc, etc... Sabem as letras de cor e salteado, inclusivamente em alemão. Querem aprender alemão e já há algumas inscritas, imagine-se!
E assim é por toda a Europa. Em meses milhões de miúdas adolescentes a passaram a idolatrar estes 4 rapazes. Os adolescentes masculinos, claro está, odeiam-nos de morte. O Bill é uma afronta às suas masculinidades. Rasgam posters, cospem nas fotos e, se pudessem, espancavam aquele Bill que faz as suas namoradas e adoradas ficarem com a pita aos saltos. Chamam-lhe "paneleiro", "maricas", "gay" com um ódio e asco assustador. Como é que é possível as suas queridas colegas, tão lindas, preterirem-nos tão másculos, dreads, estilosos, "pausados", virís, em função de uma coisa escanzelada, que se veste de gaja, pinta os lábios, os olhos e as unhas?
Mas elas lá andam eufóricas à espera do minuto em que as bilheteiras abrirão para o tão aguardado concerto em Portugal, no mês de Março.
Já aqui referi, noutro post, e volto a referir que não conheço bem a banda mas admito que, além do look do dito Bill, gosto de dois ou três temas. Gosto muito, mesmo.
Quero lá saber se é uma banda "industrialmente" produzida, se é uma banda que desaparecerá tão rapidamente quanto surgiu, se é uma banda que não passa de moda, se é uma banda para "pitas estúpidas", se é uma banda sem qualquer qualidade musical, se isto ou aquilo. Irritam-me sobremaneira as miúdas aos gritos parvos, irritam-me e muito, mas também me irritam aqueles pseudo-intelectuais que, sem conhecer bem, odeiam logo à partida, apelando a catalogações tão ou mais absurdas quanto os histerismos pré-adolescentes. Catalogam a banda, as músicas, os fãs e já está! Todos timbrados com "ignorantes", "putos parvos", "burros", "básicos", acompanhados com um sorriso de pena. Como os Tokio Hotel estão na berra, também está na berra nutrir por eles um ódio profundo, muitas vezes pouco argumentativo.
Acho piada à banda. Gosto do look do tal Bill. Gosto muito de alguns temas e pronto. Se sou básico, limitado, parvo, se não percebo nada de boa música por isso, paciência!
(Spring Nicht - Tokio Hotel)
Os irmãos gémeos beijaram-se na boca? Porque é que estão todo o tempo agarrados um ao outro? O Bill é gay? Porque é que ele usa aquele cabelo? Não tem um sorriso lindo? São Emos? Porque é que os manos têm looks tão diferentes? Porque é que o Tom tem um estilo hip-hop mas toca numa banda rock? Mil questões, informações, especulações por todo o lado. É quase aflitivo e enjoativo.
Entro na escola e é raro o dia de que dela saio sem ouvir falar dos Tokio Hotel. Até na sala de professores. Uma colega ia sendo crucificada porque disse que o tema "Monsoon" lhe faz lembrar os Nirvana. Pois, heresias à parte, a verdade é que a mim também me faz e muito. Claro que isto é, para os armados em intelectuais, quase sinónimo de lhes provocar um ataque cardíaco ou, pelo menos, uma valente arritmia cardíaca. Comparar um tema dos Tokio Hotel a um tema dos notáveis Nirvana é um crime, pois claro!
Mas é fora da sala de professores que os ditos alemães causam mais estragos. As miúdas deliram completamente. Todas muito apaixonadas ora pelo Bill, ora pelo Tom. Faz-me uma certa confusão, admito. Miúdas apaixonadas por um rapaz esquelético que parece uma miúda, todo cheio de tiques, sorrisos frágeis, todo maquilhado? Mas a verdade é essa mesma. Suspiram, dão gritinhos e ficam, num segundo, com os olhos a brilhar mal ouvem o nome da banda.
Sabem tudo sobre o grupo, especialmente sobre os gémeos. O Bill tem uma manicure francesa, usa cremes da marca "x", o Tom lava o cabelo com produtos "y", um mede 1.83 m, o outro é mais baixo. Pesam 50 kg, etc, etc, etc... Sabem as letras de cor e salteado, inclusivamente em alemão. Querem aprender alemão e já há algumas inscritas, imagine-se!
E assim é por toda a Europa. Em meses milhões de miúdas adolescentes a passaram a idolatrar estes 4 rapazes. Os adolescentes masculinos, claro está, odeiam-nos de morte. O Bill é uma afronta às suas masculinidades. Rasgam posters, cospem nas fotos e, se pudessem, espancavam aquele Bill que faz as suas namoradas e adoradas ficarem com a pita aos saltos. Chamam-lhe "paneleiro", "maricas", "gay" com um ódio e asco assustador. Como é que é possível as suas queridas colegas, tão lindas, preterirem-nos tão másculos, dreads, estilosos, "pausados", virís, em função de uma coisa escanzelada, que se veste de gaja, pinta os lábios, os olhos e as unhas?
Mas elas lá andam eufóricas à espera do minuto em que as bilheteiras abrirão para o tão aguardado concerto em Portugal, no mês de Março.
Já aqui referi, noutro post, e volto a referir que não conheço bem a banda mas admito que, além do look do dito Bill, gosto de dois ou três temas. Gosto muito, mesmo.
Quero lá saber se é uma banda "industrialmente" produzida, se é uma banda que desaparecerá tão rapidamente quanto surgiu, se é uma banda que não passa de moda, se é uma banda para "pitas estúpidas", se é uma banda sem qualquer qualidade musical, se isto ou aquilo. Irritam-me sobremaneira as miúdas aos gritos parvos, irritam-me e muito, mas também me irritam aqueles pseudo-intelectuais que, sem conhecer bem, odeiam logo à partida, apelando a catalogações tão ou mais absurdas quanto os histerismos pré-adolescentes. Catalogam a banda, as músicas, os fãs e já está! Todos timbrados com "ignorantes", "putos parvos", "burros", "básicos", acompanhados com um sorriso de pena. Como os Tokio Hotel estão na berra, também está na berra nutrir por eles um ódio profundo, muitas vezes pouco argumentativo.
Acho piada à banda. Gosto do look do tal Bill. Gosto muito de alguns temas e pronto. Se sou básico, limitado, parvo, se não percebo nada de boa música por isso, paciência!
(Spring Nicht - Tokio Hotel)
E porque é que eu ainda não estive a metros deste piano?
Como esta mulher-génio mexe comigo... Sim, génio. quem já compôs o que ela compôs é, para mim, isso mesmo.
A voz, a postura, a presença, as opiniões sempre críticas, a forma de interpretar temas com letras notáveis, sim anotáveis no mínimo. Ouve-se e descobre-se sempre mais qualquer coisa, mais um pormenor. É a minha poetisa de eleição. Arrepia-me, Consegue traduzir milhares de sentimentos numa, aparente, simples frase.
É-me impossível eleger temas preferidos, excertos de actuações preferidos, momentos preferidos. Outrora já aqui postei alguns, hoje, neste dia chuvoso, apeteceu-me aqui ter mais uns quantos de uma lista infindável.
Esta senhora é fundamental à audição de qualquer ser.
(Crucify)
(Smels Like Teen Spirit - Nirvana Cover)
(Love Song - The Cure Cover)
(Gold Dust) Se há uma música que me deixa sempre arrepiado e com os olhos marejados é esta, sempre. Musicalmente a perfeição existe, sim.
(Winter) Outra que...enfim...
(Raspberry Swirl)
A voz, a postura, a presença, as opiniões sempre críticas, a forma de interpretar temas com letras notáveis, sim anotáveis no mínimo. Ouve-se e descobre-se sempre mais qualquer coisa, mais um pormenor. É a minha poetisa de eleição. Arrepia-me, Consegue traduzir milhares de sentimentos numa, aparente, simples frase.
É-me impossível eleger temas preferidos, excertos de actuações preferidos, momentos preferidos. Outrora já aqui postei alguns, hoje, neste dia chuvoso, apeteceu-me aqui ter mais uns quantos de uma lista infindável.
Esta senhora é fundamental à audição de qualquer ser.
(Crucify)
(Smels Like Teen Spirit - Nirvana Cover)
(Love Song - The Cure Cover)
(Gold Dust) Se há uma música que me deixa sempre arrepiado e com os olhos marejados é esta, sempre. Musicalmente a perfeição existe, sim.
(Winter) Outra que...enfim...
(Raspberry Swirl)
Twins News
Parece que os Brunecos que foram para a big moradia na Marinha Grande se estão a dar às mil maravilhas. Bem comportados durante a noite, asseados, dorminhocos e brincalhões.
Estava preocupado, ansioso, tristonho mas agora estou mais descansado. Ainda meio down, pela falta que sinto deles e do outro mano, mas mais descansado.
Em cerimónia "oficial", com direito a presentinho natalício e tudo, foram-lhes atribuídos nomes pelas pequenas da casa. "Atento" é o maior, o de uma manchinha na cabeça e "Só-neca" o mais pequenito com duas manchinhas.
Pronto, Yorick, Atento e Só-neca. Trigémeos idênticos com 3 nomes tão diferentes e peculiares.
Meninos singulares, tal como os pais, claro!
Estava preocupado, ansioso, tristonho mas agora estou mais descansado. Ainda meio down, pela falta que sinto deles e do outro mano, mas mais descansado.
Em cerimónia "oficial", com direito a presentinho natalício e tudo, foram-lhes atribuídos nomes pelas pequenas da casa. "Atento" é o maior, o de uma manchinha na cabeça e "Só-neca" o mais pequenito com duas manchinhas.
Pronto, Yorick, Atento e Só-neca. Trigémeos idênticos com 3 nomes tão diferentes e peculiares.
Meninos singulares, tal como os pais, claro!
Yorick info
Se alguém tiver curiosidade em saber notícias do Yorick (o primeiro Bruneco a sair cá de casa), ver fotos do pequenote... é só ir ao blog "Comyxtura" dos meninos X e Y, cujo link está mesmo aqui do lado direito.
Gostei tanto de ver.
Gostei tanto de ver.
WC
Professora 1 - Olha que há muito tempo que não estava numa reunião assim.
Professora 2 - Pois imagino. Deve ter sido uma confusão. Com essa situação dos alunos invisuais deve ser só papelada, coisas para preencher, relatórios, apreciações, cá uma confusão... Ainda bem que me livrei dessa. Este ano nem básico tenho. É um descanso.
Professora 1 - Não, não, nada disso. Sabes, achei que esta ia ser a mais complicada de todas por causa desses mesmos alunos e com todo o trabalho a mais em relação às outras turmas. Achei que ia demorar mais do que as 2h e meia e que teria de continuar noutro dia. Achei mesmo. É uma turma complicada, sabes!?
Professora 2 - E conseguiram fazer tudo?
Professora 1 - Pois, foi exactamente o contrário do que eu pensei. O Dt trouxeste tudo muito adiantado e organizou muito bem o desenrolar da reunião. Correu mesmo bem.
Professora 2 - Então isso é bom. Quem é o DT dessa turma?
Professora 1 - É o Zé.
Professora 2 - Aquele rapazinho alto? O L****? Sei, sei.
Professora 1 - Sim. Correu mesmo muito bem. A que eu tive antes dessa foi um caos e nem havia casos complicados. Mas esta que eu temia... olha que há muito tempo que não estava numa assim. Foi dinâmica, tudo correu sobre rodas.
Professora 2 - Pois.
E o Zé L**** estava no wc masculino mesmo ali ao lado do feminino onde as duas falavam.
Faz bem ao ego ouvir estas coisas.
Professora 2 - Pois imagino. Deve ter sido uma confusão. Com essa situação dos alunos invisuais deve ser só papelada, coisas para preencher, relatórios, apreciações, cá uma confusão... Ainda bem que me livrei dessa. Este ano nem básico tenho. É um descanso.
Professora 1 - Não, não, nada disso. Sabes, achei que esta ia ser a mais complicada de todas por causa desses mesmos alunos e com todo o trabalho a mais em relação às outras turmas. Achei que ia demorar mais do que as 2h e meia e que teria de continuar noutro dia. Achei mesmo. É uma turma complicada, sabes!?
Professora 2 - E conseguiram fazer tudo?
Professora 1 - Pois, foi exactamente o contrário do que eu pensei. O Dt trouxeste tudo muito adiantado e organizou muito bem o desenrolar da reunião. Correu mesmo bem.
Professora 2 - Então isso é bom. Quem é o DT dessa turma?
Professora 1 - É o Zé.
Professora 2 - Aquele rapazinho alto? O L****? Sei, sei.
Professora 1 - Sim. Correu mesmo muito bem. A que eu tive antes dessa foi um caos e nem havia casos complicados. Mas esta que eu temia... olha que há muito tempo que não estava numa assim. Foi dinâmica, tudo correu sobre rodas.
Professora 2 - Pois.
E o Zé L**** estava no wc masculino mesmo ali ao lado do feminino onde as duas falavam.
Faz bem ao ego ouvir estas coisas.
As letras que a inundavam
Abriu os olhos que tinha fechados. Fechados mas como se tivessem estado abertos mesmo durante o pouco tempo que dormiu. Ela estava ali a seu lado. Dormia profundamente, tão profundamente como três horas antes quando ele entrou no quarto fazendo o menor barulho possível. Era tão bonita. Tantos anos depois ainda a achava tão bonita. E aquele cheiro, aquele cheiro só dela. Um cheiro que só ele conhecia. Um cheiro que não se descobre no outro com abraços, cumprimentos mesmo de anos. Agora olhava para ela mas desde que tinha chegado, às 5 da manhã, despido a roupa atirada para o chão e tendo-se deitado de olhos fechados, nunca tinha deixado de a olhar mesmo de olhos cerrados e virado para o lado oposto ao que ela ocupava há anos naquela cama. Na sua cabeça estava a vê-la ali e cada vez que ela se mexia para mudar de posição ele via-a mentalmente e adivinhava-lhe a expressão terna.
Sentia uma dor a apertar-lhe o peito. Não chorou. Não queria acordá-la. Mas já não devia faltar muito para ela abrir os olhos, abraçá-lo e dizer-lhe o “bom-dia” de sempre.
Ali estava ela. Ali estava ele. Três horas depois de ali se ter deitado. Horas depois do sucedido.
Os amigos eram os certos, o bar era o certo, a bebida tomada várias vezes era a certa, aquelas raparigas eram as certas e aquela, especificamente aquela alta, loura, de olhos grandes e ousados, era a certa. Tudo certo e certeiro para acontecer o que aconteceu.
Depois dos risos, das piadas, dos copos, de umas trocas de olhares, de umas insinuações verbais e físicas certeiras, deu consigo na cama daquela rapariga jovem que parecia ter surgido naquele bar para ele, só para ele, para o tentar. E ele foi tentado. Ele cedeu. Ele quis. Ele deixou. Ele foi com ela. E ele teve sexo com ela. E foi bom, foi muito bom. E ele gostou, gostou muito.
E agora estava ali, novamente ali. Ali deitado ao lado da mulher com quem escolheu casar, ter filhos, criar uma família. A mulher que dali a minutos iria acordar, abraçá-lo e perguntar como havia sido o jantar e os copos com o pessoal do trabalho.
Iria perdoá-lo? Iriam voltar a ser o que eram? Como olharia ela para ele quando ele lhe dissesse? Como iria olhá-lo a partir dali?
E ele? Iria perdoar-se? Como é que olhava para si mesmo agora? Como é que iria olhar para ela? Para eles?
Nunca tinha acontecido mas ele sentia que ela iria perdoá-lo, conhecia-a demasiadamente bem. Sabia. Pelo menos tinha de acreditar nisso e queria tanto acreditar nisso.
Ela iria entender. A rapariga era nova, oferecida, ele estava bem bebido, os amigos estimularam a que acontecesse, criou-se o ambiente e ele deixou-se ir. Estava bêbado mas consciente para usar preservativo. A própria rapariga quis, mesmo garantindo que estava limpa, que não fazia aquilo habitualmente, ela própria quis. Foram cuidadosos e na altura da penetração ele protegeu-se. Era preciso muito azar.
Pronto, foi uma coisa de uma noite. Ele é homem, tem as suas necessidades, a carne é fraca e há muitos anos que não conhecia corpo que não o dela. Ela iria entender. Ela também tinha as suas necessidades. Ela também saía com as amigas e já havia chegado tarde a casa. Ele sabia lá o que também já podia ter acontecido.
A sua cabeça não parava. Eram perguntas atrás de perguntas, hipóteses atrás de hipóteses... e ela ali a dormir a seu lado. Os seus movimentos, cada vez mais frequentes, deixavam perceber que estava prestes a acordar, prestes a virar-se para si e a abraçá-lo.
Desejou tanto que ela entendesse, que o perdoasse, que não chorasse, que sofresse só um bocadinho, que o beijasse com aquele amor que só ela sabia dar, que tudo aquilo passasse. Desejou até que ela lhe confessasse que também já o havia feito.
Imaginou-se, dali a dias, quando as coisas acalmassem, a fazer amor com ela. Imaginou-se a cobri-la de beijos pelo corpo, ela a fazer o mesmo a si. Imaginou-se excitado com os lábios dela a tocar o seu pénis erecto. Imaginou-se a penetrá-la e o prazer que isso lhes dava.
Caiu-lhe uma lágrima, seguida de outra e mais outra. De repente quase deixou de conseguir respirar tal era o “nó” que lhe sufocava a garganta. Teve de conter um soluço e não deixar passá-lo por aquele “nó”. A sua cabeça criou um cenário aterrador. De repente viu o seu pénis a libertar um líquido branco cheio de três letras. Vários “h”, vários “i” e vários “v” enquanto ela ali tinha os seus lábios. De repente viu-se a libertar o seu fluido dentro da mulher que amava, um fluido cheio dessas mesmas três letras que dele saíam e que a inundavam. Um fluido que por ela se ia espalhando e contaminando todo o seu interior. De repente viu-se a fazer amor com ela e a matá-la. De repente olhou para o seu rosto e viu-a morta. Aquela noite tinha morto o seu amor. Ele tinha morto alguém e esse alguém era a pessoa que amava.
Sentiu um braço por cima do seu peito e ouviu da forma sussurrada que tão bem conhecia: “Bom dia! Então como foi a noite com o pessoal? Divertira-se? A que horas chegaste? Nem dei por nada.”
Ela estava ali, estava viva. Tinha sido um pesadelo de segundos. Ela estava viva e ali a seu lado como ele sempre quis que fosse e para sempre. E agora mais do que nunca o queria.
Ela estava ali abraçada a ele, como sempre o fazia quando não tinham de sair à pressa para o emprego. Ela estava ali abraçada a ele mas não sabia que estava abraçada a um criminoso. E era assim que ele se sentia. Não um marido que traiu a mulher, porque a outra rapariga pouco ou nada significou para ele. Não um marido que traiu a mulher que ama, porque nunca a deixou de amar no pouco tempo que o seu corpo esteve com o da a rapariga loura. Não um traidor, mas um criminoso.
“Então...estás a dormir? Não dizes nada? Como foi a noite? Não me digas que vieste a conduzir bêbado?”
Beijo-a na cabeça a cheirar aquele shampô que ele tão bem conhecia e apertou-a contra si com toda a força que, naquele momento, ainda conseguiu ter.
Sentia uma dor a apertar-lhe o peito. Não chorou. Não queria acordá-la. Mas já não devia faltar muito para ela abrir os olhos, abraçá-lo e dizer-lhe o “bom-dia” de sempre.
Ali estava ela. Ali estava ele. Três horas depois de ali se ter deitado. Horas depois do sucedido.
Os amigos eram os certos, o bar era o certo, a bebida tomada várias vezes era a certa, aquelas raparigas eram as certas e aquela, especificamente aquela alta, loura, de olhos grandes e ousados, era a certa. Tudo certo e certeiro para acontecer o que aconteceu.
Depois dos risos, das piadas, dos copos, de umas trocas de olhares, de umas insinuações verbais e físicas certeiras, deu consigo na cama daquela rapariga jovem que parecia ter surgido naquele bar para ele, só para ele, para o tentar. E ele foi tentado. Ele cedeu. Ele quis. Ele deixou. Ele foi com ela. E ele teve sexo com ela. E foi bom, foi muito bom. E ele gostou, gostou muito.
E agora estava ali, novamente ali. Ali deitado ao lado da mulher com quem escolheu casar, ter filhos, criar uma família. A mulher que dali a minutos iria acordar, abraçá-lo e perguntar como havia sido o jantar e os copos com o pessoal do trabalho.
Iria perdoá-lo? Iriam voltar a ser o que eram? Como olharia ela para ele quando ele lhe dissesse? Como iria olhá-lo a partir dali?
E ele? Iria perdoar-se? Como é que olhava para si mesmo agora? Como é que iria olhar para ela? Para eles?
Nunca tinha acontecido mas ele sentia que ela iria perdoá-lo, conhecia-a demasiadamente bem. Sabia. Pelo menos tinha de acreditar nisso e queria tanto acreditar nisso.
Ela iria entender. A rapariga era nova, oferecida, ele estava bem bebido, os amigos estimularam a que acontecesse, criou-se o ambiente e ele deixou-se ir. Estava bêbado mas consciente para usar preservativo. A própria rapariga quis, mesmo garantindo que estava limpa, que não fazia aquilo habitualmente, ela própria quis. Foram cuidadosos e na altura da penetração ele protegeu-se. Era preciso muito azar.
Pronto, foi uma coisa de uma noite. Ele é homem, tem as suas necessidades, a carne é fraca e há muitos anos que não conhecia corpo que não o dela. Ela iria entender. Ela também tinha as suas necessidades. Ela também saía com as amigas e já havia chegado tarde a casa. Ele sabia lá o que também já podia ter acontecido.
A sua cabeça não parava. Eram perguntas atrás de perguntas, hipóteses atrás de hipóteses... e ela ali a dormir a seu lado. Os seus movimentos, cada vez mais frequentes, deixavam perceber que estava prestes a acordar, prestes a virar-se para si e a abraçá-lo.
Desejou tanto que ela entendesse, que o perdoasse, que não chorasse, que sofresse só um bocadinho, que o beijasse com aquele amor que só ela sabia dar, que tudo aquilo passasse. Desejou até que ela lhe confessasse que também já o havia feito.
Imaginou-se, dali a dias, quando as coisas acalmassem, a fazer amor com ela. Imaginou-se a cobri-la de beijos pelo corpo, ela a fazer o mesmo a si. Imaginou-se excitado com os lábios dela a tocar o seu pénis erecto. Imaginou-se a penetrá-la e o prazer que isso lhes dava.
Caiu-lhe uma lágrima, seguida de outra e mais outra. De repente quase deixou de conseguir respirar tal era o “nó” que lhe sufocava a garganta. Teve de conter um soluço e não deixar passá-lo por aquele “nó”. A sua cabeça criou um cenário aterrador. De repente viu o seu pénis a libertar um líquido branco cheio de três letras. Vários “h”, vários “i” e vários “v” enquanto ela ali tinha os seus lábios. De repente viu-se a libertar o seu fluido dentro da mulher que amava, um fluido cheio dessas mesmas três letras que dele saíam e que a inundavam. Um fluido que por ela se ia espalhando e contaminando todo o seu interior. De repente viu-se a fazer amor com ela e a matá-la. De repente olhou para o seu rosto e viu-a morta. Aquela noite tinha morto o seu amor. Ele tinha morto alguém e esse alguém era a pessoa que amava.
Sentiu um braço por cima do seu peito e ouviu da forma sussurrada que tão bem conhecia: “Bom dia! Então como foi a noite com o pessoal? Divertira-se? A que horas chegaste? Nem dei por nada.”
Ela estava ali, estava viva. Tinha sido um pesadelo de segundos. Ela estava viva e ali a seu lado como ele sempre quis que fosse e para sempre. E agora mais do que nunca o queria.
Ela estava ali abraçada a ele, como sempre o fazia quando não tinham de sair à pressa para o emprego. Ela estava ali abraçada a ele mas não sabia que estava abraçada a um criminoso. E era assim que ele se sentia. Não um marido que traiu a mulher, porque a outra rapariga pouco ou nada significou para ele. Não um marido que traiu a mulher que ama, porque nunca a deixou de amar no pouco tempo que o seu corpo esteve com o da a rapariga loura. Não um traidor, mas um criminoso.
“Então...estás a dormir? Não dizes nada? Como foi a noite? Não me digas que vieste a conduzir bêbado?”
Beijo-a na cabeça a cheirar aquele shampô que ele tão bem conhecia e apertou-a contra si com toda a força que, naquele momento, ainda conseguiu ter.
16/Dez/2007
E partiram, rumo à Marinha Grande, os outros dois Brunecos.
Farão parte de uma família de um casal com duas filhas pequenas e viverão numa moradia muito grande onde, espero, sejam muito felizes.
Impossível esquecer estes momentos de despedida. Uma despedida apressada que se traduz numa dorzinha, não tão pequena quanto isso. Vai passar. Estão em boas mãos também.
Foi bonito ver o olhar brilhante daquela menina que pulava de alegria desde que saiu do carro enorme e os viu ali, amedrontados, dentro da transportadora. "Obrigado, obrigado, são tão lindos, tão fofinhos... Posso levá-los ao colo?"
Sorri mas voltei para casa a chorar mal virei a esquina e deixei de ver o carro que partia. Certamente nunca mais irei vê-los.
Bruno e Camila andam pela casa... ele cheira tudo, ela não pára de miar.
"Os vossos meninos serão felizes".
Farão parte de uma família de um casal com duas filhas pequenas e viverão numa moradia muito grande onde, espero, sejam muito felizes.
Impossível esquecer estes momentos de despedida. Uma despedida apressada que se traduz numa dorzinha, não tão pequena quanto isso. Vai passar. Estão em boas mãos também.
Foi bonito ver o olhar brilhante daquela menina que pulava de alegria desde que saiu do carro enorme e os viu ali, amedrontados, dentro da transportadora. "Obrigado, obrigado, são tão lindos, tão fofinhos... Posso levá-los ao colo?"
Sorri mas voltei para casa a chorar mal virei a esquina e deixei de ver o carro que partia. Certamente nunca mais irei vê-los.
Bruno e Camila andam pela casa... ele cheira tudo, ela não pára de miar.
"Os vossos meninos serão felizes".
14/Dez/2007
Chegou a altura
Chegou a altura dos Brunecos irem para junto dos seus novos donos.
Tentei um certo distanciamento, não ligar-me muito a eles, para não me custar esta fase... mas custa, custa.
Sei que estarão bem entregues, que terão óptimos donos... mas fica uma dorzinha na despedida.
Que sejam muito felizes, coisinhas lindas.
Tentei um certo distanciamento, não ligar-me muito a eles, para não me custar esta fase... mas custa, custa.
Sei que estarão bem entregues, que terão óptimos donos... mas fica uma dorzinha na despedida.
Que sejam muito felizes, coisinhas lindas.
In Repeat
O novo tema dos The Gift.
Composto para o álbum "Lisboa" de homenagem à cidade. Um álbum para o qual foram convidadas várias bandas portuguesas. Dos The Gift saiu isto.
Can you wait there for so long
Can you be there if I fall
Can you fall and stay strong
Can you dry your eyes and laugh
Can you show me your heart once more
Can you breath a new life now
Can I freeze this moment with you
Can my hand fix your heart and you
Did you ever touch the ground
Can we sing "out of time" in repeat,
and look both of us underneathor forget and reset
Cause the beat will change your life,
and the sweat will turn you on,
and your veins will shine outside.
Composto para o álbum "Lisboa" de homenagem à cidade. Um álbum para o qual foram convidadas várias bandas portuguesas. Dos The Gift saiu isto.
Can you wait there for so long
Can you be there if I fall
Can you fall and stay strong
Can you dry your eyes and laugh
Can you show me your heart once more
Can you breath a new life now
Can I freeze this moment with you
Can my hand fix your heart and you
Did you ever touch the ground
Can we sing "out of time" in repeat,
and look both of us underneathor forget and reset
Cause the beat will change your life,
and the sweat will turn you on,
and your veins will shine outside.
Indios
Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer
Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês -
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura para o meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura para o meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.
(The Gift/Legião Urbana)
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer
Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês -
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura para o meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta prá mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura para o meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.
(The Gift/Legião Urbana)
Quase de partida...
(Os abanões do video devem-se à madre Camila que não parava quieta a roçar-se em mim, sempre com os seus miados)
Maravilhas dos transportes públicos
Hoje, ia vomitanto com as náuseas sentidas perante o que vi. No comboio de regresso a casa, hoje mais cedo que o habitual, à minha frente sentou-se um homem pequenito e magro com um aspecto absolutamente asqueroso. Mas, acima de tudo, um homem com ar de quem já trabalhou muito no duro. Um homem triste, magoado com a vida. Um homem até com um olhar terno.
Pele velha e enrugada, roupa suja e mal cheirosa (hora de respirar pela boca), cabelo seboso com caspa, dentes podres (os poucos que lhe "minavam" a boca cicatrizada) e, pior, com a mão a sangrar. Olho e vejo uma mão de pele grossa e dura, escurecida do sol, com um bom bocado de pele arrancada, certamente, minutos antes. Eu nem estava a crer naquilo. E que fez o senhor para estancar o sangue? Tapou a carne viva com a pele pendurada e, qual penso perfeito e higiénico, apertou aquilo com um saco de plástico do Jumbo. Passou os cerca de 50 minutos da viagem a espreitar para o que se passava debaixo do saco já com sangue.
Uma ferida daquelas embrulhada num saco de plástico! Por muito que me tentasse abstrair não consegui. Tive de dizer qualquer coisa. "Desculpe... peço desculpa por estar a meter-me mas não devia ir ao hospital? Isso não está com muito bom aspecto e pode infectar. Não quer descer em Vila Franca? Eu vou consigo ao hospital. Fica a caminho da minha casa. Não me importo." E a resposta inesperado foi: "Isto tá bom, caralho. Na é nada e tu na tens nada a ver com isso, ouvistes? Olha-me este gajo. Foda-se!" Nem consegui responder. Puxei do ipod e escolhi "Loser" da Dolores o'Riordan. Achei apropriado.
E não é que o homem nunca mais saía do comboio? As estações iam passado e ele...nada de se levantar.
Ansiei chegar à minha saída e "livrar-me" do sujeitinho de quem tinha tido pena. Podia ter mudado de lugar, é certo, mas não quis, não fosse ele começar a "grunhir" qualquer coisa. Queria era livrar-me do homem e daquelas pessoas que olhavam de soslaio sem nada dizer. Livrar-me daquelas pessoas que ouviram aquilo e nada disseram. Continuaram a sua viagem como se nada fosse, como se ali nada se passasse.
Finalmente, Vila Franca, ia sair. Levanto-me e nisto, o homem levanta-se ao mesmo tempo. Por pouco aquela amalgama de carne, pele, sangue e plástico não me bateu na roupa. Seria o culminar do evento. Mas não, foi quase.
Dirijo-me para a porta com ele sempre à frente, muito lento a "arranjar o "penso" já em estado lastimável e indescritível.
As portas abrem-se, eu saio e a criatura o que faz? Vira-se para mim e sai-se com esta maravilha: "Oh pá, na me arranjas aí um cigarro, caralho?"
Aí passei-me. Apeteceu-me esquartejar-lhe a outra mão e partir-lhe as amostras de dentes negros daquela boca nojenta. Levantei a sobrancelha, olhei para ele com o ar, certamente, de maior repúdio que consegui e, como que em câmara lenta, abanei a cabeça em sinal negativo. "Não tens, caralho? Arranja aí!". "Tenho, está aqui". Saquei do maço que trazia no bolso e mostrei-lhe. "Tenho mas não dou!" Afastei-me daquela figura e não olhei para trás. Era o que faltava! Ele há gente!
Ai estas maravilhas dos transportes públicos...
Pele velha e enrugada, roupa suja e mal cheirosa (hora de respirar pela boca), cabelo seboso com caspa, dentes podres (os poucos que lhe "minavam" a boca cicatrizada) e, pior, com a mão a sangrar. Olho e vejo uma mão de pele grossa e dura, escurecida do sol, com um bom bocado de pele arrancada, certamente, minutos antes. Eu nem estava a crer naquilo. E que fez o senhor para estancar o sangue? Tapou a carne viva com a pele pendurada e, qual penso perfeito e higiénico, apertou aquilo com um saco de plástico do Jumbo. Passou os cerca de 50 minutos da viagem a espreitar para o que se passava debaixo do saco já com sangue.
Uma ferida daquelas embrulhada num saco de plástico! Por muito que me tentasse abstrair não consegui. Tive de dizer qualquer coisa. "Desculpe... peço desculpa por estar a meter-me mas não devia ir ao hospital? Isso não está com muito bom aspecto e pode infectar. Não quer descer em Vila Franca? Eu vou consigo ao hospital. Fica a caminho da minha casa. Não me importo." E a resposta inesperado foi: "Isto tá bom, caralho. Na é nada e tu na tens nada a ver com isso, ouvistes? Olha-me este gajo. Foda-se!" Nem consegui responder. Puxei do ipod e escolhi "Loser" da Dolores o'Riordan. Achei apropriado.
E não é que o homem nunca mais saía do comboio? As estações iam passado e ele...nada de se levantar.
Ansiei chegar à minha saída e "livrar-me" do sujeitinho de quem tinha tido pena. Podia ter mudado de lugar, é certo, mas não quis, não fosse ele começar a "grunhir" qualquer coisa. Queria era livrar-me do homem e daquelas pessoas que olhavam de soslaio sem nada dizer. Livrar-me daquelas pessoas que ouviram aquilo e nada disseram. Continuaram a sua viagem como se nada fosse, como se ali nada se passasse.
Finalmente, Vila Franca, ia sair. Levanto-me e nisto, o homem levanta-se ao mesmo tempo. Por pouco aquela amalgama de carne, pele, sangue e plástico não me bateu na roupa. Seria o culminar do evento. Mas não, foi quase.
Dirijo-me para a porta com ele sempre à frente, muito lento a "arranjar o "penso" já em estado lastimável e indescritível.
As portas abrem-se, eu saio e a criatura o que faz? Vira-se para mim e sai-se com esta maravilha: "Oh pá, na me arranjas aí um cigarro, caralho?"
Aí passei-me. Apeteceu-me esquartejar-lhe a outra mão e partir-lhe as amostras de dentes negros daquela boca nojenta. Levantei a sobrancelha, olhei para ele com o ar, certamente, de maior repúdio que consegui e, como que em câmara lenta, abanei a cabeça em sinal negativo. "Não tens, caralho? Arranja aí!". "Tenho, está aqui". Saquei do maço que trazia no bolso e mostrei-lhe. "Tenho mas não dou!" Afastei-me daquela figura e não olhei para trás. Era o que faltava! Ele há gente!
Ai estas maravilhas dos transportes públicos...
Sentimentos intermodais
Andar em transportes públicos tem sido uma animação! Acordar antes das 6 da matina, fazer mais de um km até à estação de comboio (estou tramado se chover e nunca mais compro um chapéu de chuva), comprar o bilhete, picar o bilhete, apanhar o dito "comprido" ainda de noite, chegar a outra estação, descer as escadas a correr (coisa quase impossível perante a "manada" de utentes carrancudos), comprar e picar outro bilhete tudo à pressa, ir a correr, escadaria acima, para apanhar outro comboio, entrar nele aliviado, chegar à estação da outra margem e, pela janela, ver o autocarro das 8.02 a partir quase vazio (sim, porque o conceito de transporte intermodal em Portugal não passa de pura teoria. Estúpida e irritantemente, uns partem antes de outros chegarem, numa conjugação/interligação, absolutamente, inexistente), descer as escadas (por esta altura já subi e desci não sei quantas), sair da estação em direcção à paragem vazia do autocarro, ficar ali quase 20 minutos a "arripar" frio (todo eu uma amalgama de cachecol, luvas e gorro). Entrar no "bus", comprar mais um bilhete e olhar para o relógio com receio de ser desta que vou chegar atrasado. "Se o autocarro partisse às 8.05 era desnecessária esta ansiedade diária. Saio do barulhento meio de transporte e lá vou a pé para a escola. Novamente de passo apressado, tipo marcha olímpica, porque já tocou para a entrada e não quero levar falta. Um destes dias está-se mesmo a ver o que vai acontecer...
2 horas nisto, fora a hora do acordar.
Depois, ao fim do dia, novamente o mesmo, diria, ainda pior. Porque no regresso junta-se mais meia-hora. No regresso "apanho" uma mão cheia de alunos chatos na paragem de autocarro. No regresso faço o final percurso para casa a subir, a subir, a subir... Enfim, é mesmo bom passar 4h 30 min. diários em transportes públicos.
Sim, é muito cansativo, stressante, irritante, enervante... sim, sou alto e vou ali todo apertado com as pernas dormentes para não dar safanões em quem à minha frente se senta... sim, no regresso venho quase 1h em pé... sim, não consigo aproveitar para corrigir testes, trabalhos, preparar aulas (isto de ser grande faz com que esteja para ali apertado, quase sem me mexer, portanto, impossível tirar dossier, abri-lo e montar ali o estaminé para trabalhar. Vou começar a aproveitar para ler, se bem que de manhã o sono é tal que não me parece.
Mas nem tudo é mau, admito. Sempre gostei de andar de transportes públicos. Tirando os maus cheiros, os "chungosos", os burgessos, as conversas, assustadoramente, pobres de conteúdo, as mudanças bruscas de temparatura (já estou aqui a adivinhar uma gripezita), tirando tudo o que foi descrito, gosto de observar as pessoas, a diversidade, imaginar as suas vidas, ver quem entra onde e quando, os que dormem, os que conversam, os que criaram amizades dentro de uma "caixa andante", os que lêem e o quê, os que passam o tempo agarrados ao telemóvel, os que limpam as ramelas, os que ainda cheiram a gel acabadinho de besuntar o cabelo, os bonitos, os feios (e se há gente pavorosa, minha nossa), o que vestem, as expressões faciais (quase sempre tristes, sorumbáticas, acomodadas à vidinha), os risos, os sorrisos, os gestos... gosto.
Gosto de andar pela rua a ouvir música, de escolher o que ouvir, de me sentir num filme com banda sonora ao olhar o rio e os subúrbios "podres" da capital, de ver o trânsito parado na estrada e eu fora dele, das luzes, do nascer do sol no quentinho do comboio.
Um cruzar de sentimentos, de sensações, de cheiros, sons, cores, movimentos, pessoas, que me agrada.
Não sei se este sentir se manterá por muito mais tempo, certamente não, mas, por agora, no computo geral, tenho gostado, tenho.
2 horas nisto, fora a hora do acordar.
Depois, ao fim do dia, novamente o mesmo, diria, ainda pior. Porque no regresso junta-se mais meia-hora. No regresso "apanho" uma mão cheia de alunos chatos na paragem de autocarro. No regresso faço o final percurso para casa a subir, a subir, a subir... Enfim, é mesmo bom passar 4h 30 min. diários em transportes públicos.
Sim, é muito cansativo, stressante, irritante, enervante... sim, sou alto e vou ali todo apertado com as pernas dormentes para não dar safanões em quem à minha frente se senta... sim, no regresso venho quase 1h em pé... sim, não consigo aproveitar para corrigir testes, trabalhos, preparar aulas (isto de ser grande faz com que esteja para ali apertado, quase sem me mexer, portanto, impossível tirar dossier, abri-lo e montar ali o estaminé para trabalhar. Vou começar a aproveitar para ler, se bem que de manhã o sono é tal que não me parece.
Mas nem tudo é mau, admito. Sempre gostei de andar de transportes públicos. Tirando os maus cheiros, os "chungosos", os burgessos, as conversas, assustadoramente, pobres de conteúdo, as mudanças bruscas de temparatura (já estou aqui a adivinhar uma gripezita), tirando tudo o que foi descrito, gosto de observar as pessoas, a diversidade, imaginar as suas vidas, ver quem entra onde e quando, os que dormem, os que conversam, os que criaram amizades dentro de uma "caixa andante", os que lêem e o quê, os que passam o tempo agarrados ao telemóvel, os que limpam as ramelas, os que ainda cheiram a gel acabadinho de besuntar o cabelo, os bonitos, os feios (e se há gente pavorosa, minha nossa), o que vestem, as expressões faciais (quase sempre tristes, sorumbáticas, acomodadas à vidinha), os risos, os sorrisos, os gestos... gosto.
Gosto de andar pela rua a ouvir música, de escolher o que ouvir, de me sentir num filme com banda sonora ao olhar o rio e os subúrbios "podres" da capital, de ver o trânsito parado na estrada e eu fora dele, das luzes, do nascer do sol no quentinho do comboio.
Um cruzar de sentimentos, de sensações, de cheiros, sons, cores, movimentos, pessoas, que me agrada.
Não sei se este sentir se manterá por muito mais tempo, certamente não, mas, por agora, no computo geral, tenho gostado, tenho.
My mental video is better.
O vídeo está giro, está! Uma imagética muito interessante. Gosto!
Mas eu ando há meses com uma sequência mental de um vídeo para esta música. Cada vez que a ouço no carro vislumbro na minha cabeça uma série de imagens de início ao fim, desde o primeiro ao último som da música. Criei um vídeo e era assim que queria que fosse. Passa-se hospício. Ele, as enfermeiras, as senhoras da cozinha e mais um conjunto de pessoas de várias idades, aspectos, raças... e tudo tão bem pensado, tão bem organizado, tão bem estruturado. Sei cada "frame" de cor e salteado. E afinal, previsivelmente, não tem nada a ver com isso. Mais uma vez fui "defraudado". E para cúmulo, o vídeo oficial é acompanhado de uma versão alterada e reduzida da música. Falta-lhe uma parte dos coros finais, fortes, sonoros, decididos, com garra, que dão tanta força ao tema. Está mais pobre!
Fico-me com o "meu vídeo" desta música. É meu! Muito diferente deste mas, para mim, melhor, bem melhor. Mais concordante com a letra e a forma como é cantada.
De quando em vez faço isso. Antes de conhecer um vídeo musical, mentalmente, começo a criar uma história, a criar cenários, cores, olhares, gestos, todo um conjunto de imagens sequenciais que se traduzem no dito. E penso: "Ai se fosse eu a fazer o vídeo! Seria assim, com isto e aquilo, assim e assado, depois ele olhava assim, elas cantavam vestidas de tal forma, havia uma rapariga de cabelo tal, um homem muito grande negro vestido assim, um casal de velhotes, um velhinho magro com uma foto na mão, um jovem à janela, etc, etc... e perco-me nisso.
E depois, quando crio um vídeo na minha cabeça, quando vejo o verdadeiro, por muito bom que seja, quase sempre me desiludo. Mas não me entristeço porque o meu, o "meu vídeo" é só meu, é esse que associo à música, e é esse "meu" que é muito melhor.
Gosto deste mas é o meu que irei ver e sentir quando, no carro, voltar a ouvir este "Happy Ending" (este não, a versão do álbum).
(Mika - Happy Ending)
Mas eu ando há meses com uma sequência mental de um vídeo para esta música. Cada vez que a ouço no carro vislumbro na minha cabeça uma série de imagens de início ao fim, desde o primeiro ao último som da música. Criei um vídeo e era assim que queria que fosse. Passa-se hospício. Ele, as enfermeiras, as senhoras da cozinha e mais um conjunto de pessoas de várias idades, aspectos, raças... e tudo tão bem pensado, tão bem organizado, tão bem estruturado. Sei cada "frame" de cor e salteado. E afinal, previsivelmente, não tem nada a ver com isso. Mais uma vez fui "defraudado". E para cúmulo, o vídeo oficial é acompanhado de uma versão alterada e reduzida da música. Falta-lhe uma parte dos coros finais, fortes, sonoros, decididos, com garra, que dão tanta força ao tema. Está mais pobre!
Fico-me com o "meu vídeo" desta música. É meu! Muito diferente deste mas, para mim, melhor, bem melhor. Mais concordante com a letra e a forma como é cantada.
De quando em vez faço isso. Antes de conhecer um vídeo musical, mentalmente, começo a criar uma história, a criar cenários, cores, olhares, gestos, todo um conjunto de imagens sequenciais que se traduzem no dito. E penso: "Ai se fosse eu a fazer o vídeo! Seria assim, com isto e aquilo, assim e assado, depois ele olhava assim, elas cantavam vestidas de tal forma, havia uma rapariga de cabelo tal, um homem muito grande negro vestido assim, um casal de velhotes, um velhinho magro com uma foto na mão, um jovem à janela, etc, etc... e perco-me nisso.
E depois, quando crio um vídeo na minha cabeça, quando vejo o verdadeiro, por muito bom que seja, quase sempre me desiludo. Mas não me entristeço porque o meu, o "meu vídeo" é só meu, é esse que associo à música, e é esse "meu" que é muito melhor.
Gosto deste mas é o meu que irei ver e sentir quando, no carro, voltar a ouvir este "Happy Ending" (este não, a versão do álbum).
(Mika - Happy Ending)
Being Boring
Nunca dei grande importância a esta música nem a este vídeo (pronto, os segundos iniciais sempre foram dignos de se "pregar" o olho ao ecrã) mas, há uns meses, num jantar em casa de alguém, tanto a música como as imagens despertaram-me os sentidos. As imagens eram-me "familiares", a sonoridade também, mas uma familiaridade que me disse o que antes nunca havia dito. De repente parecia-me estar a ouvir algo pela primeira vez, algo de que estava a gostar e muito.
(Pet Shop Boys - Being Boring)
(Pet Shop Boys - Being Boring)
Cultura(s)
Muito se fala (pelo menos os professores, sim) da querida Ministra da Educação, mas a verdade é que temos outros ministros que deixam muito a desejar. Vêm à comunicação social com os seus ares pomposos e altamente respeitáveis, com aqueles ares de quem é extremamente inteligente e preocupado com o país, com aqueles ares de quem descobriu a pólvora e vai dizer algo de extraordinariamente certo, correcto e digno de um líder num partido dito desenvolvido, abrem a boca ministerial, e só sai... pois.
Pois a senhora Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima alertou-me para algo que, desatento em relação a estas coisas, desconhecia. O facto de que neste país se paga um valor de IVA de 5% sobre o valor dos livros e 21% sobre o valor dos CD's.
Mas o que é isto? Acho muitíssimo bem que o valor percentual relativo aos livros seja baixo, muito baixo, mas porque raio o da música há-de ser mais de quatro vezes superior?
Pois a fofíssima Ministra, com o seu ar altamente composto de alguém que está a informar o povinho de algo tão lógico quanto o mar ter água, explica.
Um livro é um bem mais necessário do que um álbum, um single, uma música. Ah pois!
Para mim, que amo música, que algumas músicas me fazem sentir tanto de tantos sentimentos, isto complica-me com o sistema nervoso!
Mas a senhora vai mais longe. Sim, porque neste Governo desgovernado, vai-se sempre mais além nos disparates ditos à boca cheia, nos disparates levados, efectivamente, a cabo.
A senhorinha, muito condescendente, para acalmar as hostes que se poderiam revoltar, afinal, tão querida, diz que até se pode vir a ponderar reduzir o valor do IVA para os 5% nos CD's de música erudita e clássica.
Sim, pois claro que sim, livros são cultura, música clássica, bem, bem, logo se vê se chega a tal nível de cultura. Agora o resto...
Alguém explica a esta alma parva, suposta cabeça de cartaz da cultura em Portugal, que o rock, o pop, o hip-hop e todos os outros géneros, quer se goste ou não, também podem ser arte? Também fazem parte da cultura?
Alguém explica a esta inculta que se há livros excelentes e há outros que são lixo, o mesmo acontece com a música? Mas que raio é isto, minha senhora?
Para esta patega, muito senhora de si, música que não seja erudita ou clássica não deve passar de barulho organizado vindo de "gentalha" dada a "drogagem", copos, gangas rasgadas, cabelos esquisitos e tatuagens com corações e caveiras. Oh minha senhora!
E diz ela isto com a maior das calmas, muito certa de si e ninguém diz nada, ninguém faz nada...
Pois todos os músicos, ditos artistas (que para esta senhora são mesmo "ditos"), tenham juizo! O que é que vocês andam a fazer? Ouçam a senhora Ministra. Ela é que sabe, ora! Deixem-se lá desses ruídos e batuques, peguem em folhinhas e comecem mas é a escrever uns livrinhos porque isso sim é que é!
E agora vou-me daqui para consumir umas musiquinhas da Tori Amos, essa divulgadora de uma forma de cultura menor. Ou nem será cultura?
Pois a senhora Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima alertou-me para algo que, desatento em relação a estas coisas, desconhecia. O facto de que neste país se paga um valor de IVA de 5% sobre o valor dos livros e 21% sobre o valor dos CD's.
Mas o que é isto? Acho muitíssimo bem que o valor percentual relativo aos livros seja baixo, muito baixo, mas porque raio o da música há-de ser mais de quatro vezes superior?
Pois a fofíssima Ministra, com o seu ar altamente composto de alguém que está a informar o povinho de algo tão lógico quanto o mar ter água, explica.
Um livro é um bem mais necessário do que um álbum, um single, uma música. Ah pois!
Para mim, que amo música, que algumas músicas me fazem sentir tanto de tantos sentimentos, isto complica-me com o sistema nervoso!
Mas a senhora vai mais longe. Sim, porque neste Governo desgovernado, vai-se sempre mais além nos disparates ditos à boca cheia, nos disparates levados, efectivamente, a cabo.
A senhorinha, muito condescendente, para acalmar as hostes que se poderiam revoltar, afinal, tão querida, diz que até se pode vir a ponderar reduzir o valor do IVA para os 5% nos CD's de música erudita e clássica.
Sim, pois claro que sim, livros são cultura, música clássica, bem, bem, logo se vê se chega a tal nível de cultura. Agora o resto...
Alguém explica a esta alma parva, suposta cabeça de cartaz da cultura em Portugal, que o rock, o pop, o hip-hop e todos os outros géneros, quer se goste ou não, também podem ser arte? Também fazem parte da cultura?
Alguém explica a esta inculta que se há livros excelentes e há outros que são lixo, o mesmo acontece com a música? Mas que raio é isto, minha senhora?
Para esta patega, muito senhora de si, música que não seja erudita ou clássica não deve passar de barulho organizado vindo de "gentalha" dada a "drogagem", copos, gangas rasgadas, cabelos esquisitos e tatuagens com corações e caveiras. Oh minha senhora!
E diz ela isto com a maior das calmas, muito certa de si e ninguém diz nada, ninguém faz nada...
Pois todos os músicos, ditos artistas (que para esta senhora são mesmo "ditos"), tenham juizo! O que é que vocês andam a fazer? Ouçam a senhora Ministra. Ela é que sabe, ora! Deixem-se lá desses ruídos e batuques, peguem em folhinhas e comecem mas é a escrever uns livrinhos porque isso sim é que é!
E agora vou-me daqui para consumir umas musiquinhas da Tori Amos, essa divulgadora de uma forma de cultura menor. Ou nem será cultura?
What happened to you, girl!?
A moça sempre me fez uma certa impressão, diria. E, ao mesmo tempo, sempre exerceu em mim um certo fascínio. Vi-a, pela primeira vez no filme "Cabo do Medo", ao lado de grande "monstros" do cinema mundial, como Robert deNiro, Nick Nolte e Jessica Lange. Era ainda miúdita e saiu-se de tal forma bem que logo foi nomeada para melhor actriz secundária no Oscars (se é que isso significa assim tanto), bem como para outros importantes prémios de representação. A sua personagem de jovem perturbada e fascinada por um homem mentalmente descompensado, maquiavélico, vingativo e cruel, contribuiu, em muito, para toda a intensidade do filme. Juliette Lewies era o seu nome e a crítica era unânime em considerá-la uma grande, grande promessa.
Já mais crescidinha, voltei a vê-la e a admirá-la num dos mais polémicos filmes de sempre: "Assassinos Natos". A cena em que, presa, desata a correr em direcção a uma porta onde bate, violentamente, com a cabeça, deixando o sangue a correr no vidro é extraordinaria. Um filme sobre um casal que, por vários motivos, mata quase todos os que lhe aparece à frente. Frio, cru, rude, kitsh, arrojado, doentio...
A novinha, magrinha, estranha, diferente Lewies tinha vindo para ficar e muito dela se falava. "Aquela miúda estranha que é muito boa actriz", dizia-se.
Mas não ficou. Talvez por não ter a beleza clássica promovida em Hollywood, talvez por ser uma "outsider", talvez por ter enveredado por caminhos menos "industrialmente" aceites, talvez por não querer aceitar o destino que o mundo cinematográfico lhe traçava, talvez por ser conotada como (meio) louca, Juliette desapareceu.
Desapareceu das salas de cinema mas criou uma banda: Juliette and The Licks. Banda com uma sonoridade pop/rock agressiva, alternativa, meio eloquente, meio delinquente. Uma sonoridade que se enquadra perfeitamente nos filmes onde Lewies deu cartas, nas personagens que interpretou. A música que faz poderia muito bem ser a banda sonora das cenas em que o "grande ecrã" a mostrou.
"Got love to kill" é uma amostra de um álbum muito ao género "80's garage band". O tema faz-se acompanhar de um vídeo que, segundo consta, foi gravado quase sem meios por falta de dinheiro da banda.
Vários críticos consideram o álbum excelente, outros um autêntico lixo. O vídeo, esse, já foi considerado o pior vídeo de sempre. Eu, confesso, acho-lhe muita, muita piada. Trashy, depressive, crasy, stupid, ironic, funny, kitsh, blasé...
(Got love to kill - Juliette and The Licks)
Já mais crescidinha, voltei a vê-la e a admirá-la num dos mais polémicos filmes de sempre: "Assassinos Natos". A cena em que, presa, desata a correr em direcção a uma porta onde bate, violentamente, com a cabeça, deixando o sangue a correr no vidro é extraordinaria. Um filme sobre um casal que, por vários motivos, mata quase todos os que lhe aparece à frente. Frio, cru, rude, kitsh, arrojado, doentio...
A novinha, magrinha, estranha, diferente Lewies tinha vindo para ficar e muito dela se falava. "Aquela miúda estranha que é muito boa actriz", dizia-se.
Mas não ficou. Talvez por não ter a beleza clássica promovida em Hollywood, talvez por ser uma "outsider", talvez por ter enveredado por caminhos menos "industrialmente" aceites, talvez por não querer aceitar o destino que o mundo cinematográfico lhe traçava, talvez por ser conotada como (meio) louca, Juliette desapareceu.
Desapareceu das salas de cinema mas criou uma banda: Juliette and The Licks. Banda com uma sonoridade pop/rock agressiva, alternativa, meio eloquente, meio delinquente. Uma sonoridade que se enquadra perfeitamente nos filmes onde Lewies deu cartas, nas personagens que interpretou. A música que faz poderia muito bem ser a banda sonora das cenas em que o "grande ecrã" a mostrou.
"Got love to kill" é uma amostra de um álbum muito ao género "80's garage band". O tema faz-se acompanhar de um vídeo que, segundo consta, foi gravado quase sem meios por falta de dinheiro da banda.
Vários críticos consideram o álbum excelente, outros um autêntico lixo. O vídeo, esse, já foi considerado o pior vídeo de sempre. Eu, confesso, acho-lhe muita, muita piada. Trashy, depressive, crasy, stupid, ironic, funny, kitsh, blasé...
(Got love to kill - Juliette and The Licks)
Emos, androginos, punks, spotlights e coisas "deuch" que tais.
Em Agosto de 2006, de férias por terras do sul alemão, deparei-me com muita, mesmo muita, frequência com jornais e revistas, em todas as bancas, a mostrar nas suas front pages uma rapariga muito novinha com um look diferente. Meio punk, meio gótica, meio emo. Olhos pintados de preto, unhas a condizer e um cabelo ora azul, ora vermenho, ora com madeixas coloridas misturadas com preto. Em cada capa um cabelo de diferente coloração mas sempre o mesmo visual.
Para onde me virava, lá estava a dita girl. Seria uma adolescente apresentadora de algum programa teenager? Seria uma cantora recente? Entraria em alguma série para miúdos? Sim, porque, de quando em vez, a sua presença nas capas fazia-se acompanhar de mais uns 3 ou 4 teens que pareciam ser sempre os mesmos.
Quem seria aquela miúdita magra curiosa, com um ar dark mas, ao mesmo tempo, simpático e divertido? Bem, uma alemã qualquer, pelos vistos, muito em voga por aquelas bandas. Cá nem eu, nem ninguém sabia quem seria. Certamente, nunca viriamos a saber. Particularidades de cada país. Uma daquelas celebridades que só cada país, quanto muito, um ou outro vizinho, conhece e coloca num pedestal por uns tempos.
Em Agosto deste ano voltei à Alemanha. Desta vez mais para norte em visita à capital, Berlim. E, novamente, a tal moça em todo o lugar, em todas as bancas. Ela e os outros "amiguinhos".
Continuava a não fazer a menor ideia de quem seria tal mocita, aqueles jovens. Sabia, contudo, que eram uma banda. Uns tais Tokio Hotel. Alemães, obviamente.
"Pronto, mais uma banda que, com ou sem qualidade, reina no seu país mas que outras latitudes e langitudes desconhecem" pensei cá para mim.
Fiquei com alguma curiosidade. Afinal, gosto daquele tipo de look, gosto de androginia.
Meses depois, fazendo zapping, lá estava ela, ela com eles. Um vídeo escuro, o tal visual da rapariga, uma música da qual goste. "Monsoon". Inicialmente nem associei o que vi aquela moça que via constantemente nas páginas alemãs. Fui buscar a música à internet, ouvi melhor, gostei e fiquei-me por aí.
"Bem podem aparecer na MTV que poucos vos darão importância. São alemães, não ingleses ou americanos. Cantam em inglês mas isso não basta".
Como achei graça à música "saquei" dois álbuns que, confesso, ainda não ouvi bem. Um, todo ele, em inglês e outro, todo ele, em alemão.
Semanas depois começo a vê-los mais e mais em vários canais. Vídeos, entrevistas, destaques e uma reportagem onde ficou claro que, desde há muito, nenhuma banda alemã havia tido tanto sucesso no seu país. Uma banda que se estava rapidamente a expandir por toda a Europa. Claro também ficou que aqueles miúdos, são miúdos e não contavam mesmo com tal "boom" na sua carreira que, pelos vistos, começou quando ainda não passavam da pré-adolescência.
Um grupinho de teenagers, umas músicas agressivas, a cantarem em alemão? Porquê este sucesso todo tão repentino? E sim, tem sido tão grande que, rapidamente, não contidos às fronteiras do seu país, pegaram nas suas músicas e criaram um álbum cantado em inglês, língua que, segundo consta, não falavam e tem estado a aprender.
A verdade é que aquela miúda que eu via nos spotlights alemães há um ano atrás, depressa, se espalhou pelos spotlights europeus.
Há quem os adore, desde miúdos a muito graúdos, há quem os odeie. Consequências de sucessos repentinos. Quando alguém, de repente, se torna muito falado, é assim, já se sabe.
"Scream" é o álbum da banda gravado em inglês com o melhor dos seus dois discos até agora editados na Alemanha, “Schrei”, o álbum de estreia da banda em 2005, e de “Zimmer 483” de 2007. Ambos estiveram no 1º lugar do top de vendas alemão durante dezenas de semanas consecutivas e venderam, só na sua terra natal, mais de três milhões de discos.
Em pouco tempo ganharam vários prémios e foram a escolha dos europeus nos MTV European Music Awars para melhor banda do ano.
Depois da sua actuação na cerimónia, cujo final, diria, muito precipitado, aquoso, húmido, trovejante, fiquei curioso em ouvir melhor os álbuns destes mocitos.
E hoje descobri que aquela rapariguita de look interessante, que me aparecia à frente em todas as bancas alemãs, é, afinal um rapaz.
(Tokio Hotel - Monsoon, at MTV European Music Awards)
Para onde me virava, lá estava a dita girl. Seria uma adolescente apresentadora de algum programa teenager? Seria uma cantora recente? Entraria em alguma série para miúdos? Sim, porque, de quando em vez, a sua presença nas capas fazia-se acompanhar de mais uns 3 ou 4 teens que pareciam ser sempre os mesmos.
Quem seria aquela miúdita magra curiosa, com um ar dark mas, ao mesmo tempo, simpático e divertido? Bem, uma alemã qualquer, pelos vistos, muito em voga por aquelas bandas. Cá nem eu, nem ninguém sabia quem seria. Certamente, nunca viriamos a saber. Particularidades de cada país. Uma daquelas celebridades que só cada país, quanto muito, um ou outro vizinho, conhece e coloca num pedestal por uns tempos.
Em Agosto deste ano voltei à Alemanha. Desta vez mais para norte em visita à capital, Berlim. E, novamente, a tal moça em todo o lugar, em todas as bancas. Ela e os outros "amiguinhos".
Continuava a não fazer a menor ideia de quem seria tal mocita, aqueles jovens. Sabia, contudo, que eram uma banda. Uns tais Tokio Hotel. Alemães, obviamente.
"Pronto, mais uma banda que, com ou sem qualidade, reina no seu país mas que outras latitudes e langitudes desconhecem" pensei cá para mim.
Fiquei com alguma curiosidade. Afinal, gosto daquele tipo de look, gosto de androginia.
Meses depois, fazendo zapping, lá estava ela, ela com eles. Um vídeo escuro, o tal visual da rapariga, uma música da qual goste. "Monsoon". Inicialmente nem associei o que vi aquela moça que via constantemente nas páginas alemãs. Fui buscar a música à internet, ouvi melhor, gostei e fiquei-me por aí.
"Bem podem aparecer na MTV que poucos vos darão importância. São alemães, não ingleses ou americanos. Cantam em inglês mas isso não basta".
Como achei graça à música "saquei" dois álbuns que, confesso, ainda não ouvi bem. Um, todo ele, em inglês e outro, todo ele, em alemão.
Semanas depois começo a vê-los mais e mais em vários canais. Vídeos, entrevistas, destaques e uma reportagem onde ficou claro que, desde há muito, nenhuma banda alemã havia tido tanto sucesso no seu país. Uma banda que se estava rapidamente a expandir por toda a Europa. Claro também ficou que aqueles miúdos, são miúdos e não contavam mesmo com tal "boom" na sua carreira que, pelos vistos, começou quando ainda não passavam da pré-adolescência.
Um grupinho de teenagers, umas músicas agressivas, a cantarem em alemão? Porquê este sucesso todo tão repentino? E sim, tem sido tão grande que, rapidamente, não contidos às fronteiras do seu país, pegaram nas suas músicas e criaram um álbum cantado em inglês, língua que, segundo consta, não falavam e tem estado a aprender.
A verdade é que aquela miúda que eu via nos spotlights alemães há um ano atrás, depressa, se espalhou pelos spotlights europeus.
Há quem os adore, desde miúdos a muito graúdos, há quem os odeie. Consequências de sucessos repentinos. Quando alguém, de repente, se torna muito falado, é assim, já se sabe.
"Scream" é o álbum da banda gravado em inglês com o melhor dos seus dois discos até agora editados na Alemanha, “Schrei”, o álbum de estreia da banda em 2005, e de “Zimmer 483” de 2007. Ambos estiveram no 1º lugar do top de vendas alemão durante dezenas de semanas consecutivas e venderam, só na sua terra natal, mais de três milhões de discos.
Em pouco tempo ganharam vários prémios e foram a escolha dos europeus nos MTV European Music Awars para melhor banda do ano.
Depois da sua actuação na cerimónia, cujo final, diria, muito precipitado, aquoso, húmido, trovejante, fiquei curioso em ouvir melhor os álbuns destes mocitos.
E hoje descobri que aquela rapariguita de look interessante, que me aparecia à frente em todas as bancas alemãs, é, afinal um rapaz.
(Tokio Hotel - Monsoon, at MTV European Music Awards)
Almost a month later
(Os 3 Brunecos e papás)
(1, 2, 3 pintas)
24 de Novembro de 2007
(Novas fotografias em "Imitation of Life")
Fosga-se!
Fosga-se!
Estou farto de corrigir testas de avaliação. Cerca de 250, duas turmas ainda a faltar e já para a semana vou para a segunda leva. Acabo de corrigir uns e começo logo a "engolir" mais 250 que tenho de corrigir numa semana. Toma e embrulha!
Já percebi que vou estar até ao final do período nisto. E depois faltam mais 2.
Estou farto de grelhas individuais de auto e hetero-avaliação de competências pessoais e sociais. Mais 250 para ler, corrigir e classificar e mais 250 que os meninos preencherão antes do final do período. Ora toma lá mais isto!
Estou farto de planificações, critérios de avaliação, planos curriculares simplificados a entregar para os 8 Projectos Curriculares de Turma de 8 turmas! (e o da minha direcção de turma ainda pendente para fazer)
Estou farto de grelhas de articulações curriculares interdisciplinares!
Estou farto de planos de actividades a inventar!
Estou farto de grelhas para Área de Projecto e Formação Cívica (individuais e de turma)!
Estou farto de reuniões que não servem para quase nada!
Estou farto de intervalos a correr!
Estou farto de papelada e mais papelada!
Estou farto de burocracias!
Estou farto de ver as turmas 1 vez por semana!
Estou farto de trocar os nomes das quase 3 centenas de alunos!
Estou farto de aulas de substituição!
Estou farto de apoios e mais apoios aos alunos invisuais!
Estou farto de, no final, com tudo isto ou sem, acabarem por transitar todos!
Estou farto de ser tudo menos professor!
Fosga-se, eu quero ensinar! E, estupidamente, é com isso que a minha cabeça profissional menos se preocupa, a que menos se dedica!
Fosga-se!
Estou farto de corrigir testas de avaliação. Cerca de 250, duas turmas ainda a faltar e já para a semana vou para a segunda leva. Acabo de corrigir uns e começo logo a "engolir" mais 250 que tenho de corrigir numa semana. Toma e embrulha!
Já percebi que vou estar até ao final do período nisto. E depois faltam mais 2.
Estou farto de grelhas individuais de auto e hetero-avaliação de competências pessoais e sociais. Mais 250 para ler, corrigir e classificar e mais 250 que os meninos preencherão antes do final do período. Ora toma lá mais isto!
Estou farto de planificações, critérios de avaliação, planos curriculares simplificados a entregar para os 8 Projectos Curriculares de Turma de 8 turmas! (e o da minha direcção de turma ainda pendente para fazer)
Estou farto de grelhas de articulações curriculares interdisciplinares!
Estou farto de planos de actividades a inventar!
Estou farto de grelhas para Área de Projecto e Formação Cívica (individuais e de turma)!
Estou farto de reuniões que não servem para quase nada!
Estou farto de intervalos a correr!
Estou farto de papelada e mais papelada!
Estou farto de burocracias!
Estou farto de ver as turmas 1 vez por semana!
Estou farto de trocar os nomes das quase 3 centenas de alunos!
Estou farto de aulas de substituição!
Estou farto de apoios e mais apoios aos alunos invisuais!
Estou farto de, no final, com tudo isto ou sem, acabarem por transitar todos!
Estou farto de ser tudo menos professor!
Fosga-se, eu quero ensinar! E, estupidamente, é com isso que a minha cabeça profissional menos se preocupa, a que menos se dedica!
Fosga-se!
Avo
O dia a pensar no momento de chegar a casa e aqui colocar esta música. Desde o acordar que não me saiu da mente.
Foi aquela rua, aquela chuva, aquele céu cinzento, aquele olhar meio perdido, dorido, revoltado e triste de quem viu partir sem o devido respeito de quem mais o devia mostrar e sentir, sem a despedida mais desejada, de quem viu partir sem estar mas estando...
(Eric Clapton - Tears In Heaven)
Foi aquela rua, aquela chuva, aquele céu cinzento, aquele olhar meio perdido, dorido, revoltado e triste de quem viu partir sem o devido respeito de quem mais o devia mostrar e sentir, sem a despedida mais desejada, de quem viu partir sem estar mas estando...
(Eric Clapton - Tears In Heaven)
E Isso Ai
Não sendo adepto da generalidade da música que vem do Brasil, gosto desta moça e desta versão de um tema lindíssimo.
Primeiro estranha-se e até se rejeita, depois entranha-se.
(Ana Carolina e Seu Jorge - É Isso Aí)
Primeiro estranha-se e até se rejeita, depois entranha-se.
(Ana Carolina e Seu Jorge - É Isso Aí)
Like a "Uirgin"
Já lá vão 14 anos. E já, na altura, uma completa re-invenção deste tema.
(Madonna - Girlie Show Tour)
(Madonna - Girlie Show Tour)
Keep It Together
E já lá vão 17 anos.
(Madonna - Blond Ambition World Tour)
Keep, keep it together
Keep people together forever and ever
I got brothers, I got some sisters too
Stuck in the middle tell you what I'm gonna do
Gonna get out of here, I'm gonna leave this place
So I can forget every single hungry face
I'm tired of sharing all the hand me downs
To get attention I must always be the clown
I wanna be different, I wanna be on my own
But Daddy said listen, you will always have a home
Keep it together in the family
They're a reminder of your history
Brothers and sisters they hold the key
To your heart and your soul
Don't forget that your family is gold
I hit the big time but I still get the blues
Everyone's a stranger, city life can get to you
People can be so cold, never want to turn your back
Just givin' to get something
Always wanting something back
When I get lonely and I need to be
Loved for who I am, not what they want to see
Brothers and sisters, they've always been there for me
We have a connection, home is where the heart should be
When I look back on all the misery
And all the heartache that they brought to me
I wouldn't change it for another chance
'Cause blood is thicker than any other circumstance
When I get lonely and I need to be
Loved for who I am, not what they want to see
Brothers and sisters, they've always been there for me
We have a connection, home is where the heart should be
Keep, keep it together
Keep people together forever and ever.
(Madonna - Blond Ambition World Tour)
Keep, keep it together
Keep people together forever and ever
I got brothers, I got some sisters too
Stuck in the middle tell you what I'm gonna do
Gonna get out of here, I'm gonna leave this place
So I can forget every single hungry face
I'm tired of sharing all the hand me downs
To get attention I must always be the clown
I wanna be different, I wanna be on my own
But Daddy said listen, you will always have a home
Keep it together in the family
They're a reminder of your history
Brothers and sisters they hold the key
To your heart and your soul
Don't forget that your family is gold
I hit the big time but I still get the blues
Everyone's a stranger, city life can get to you
People can be so cold, never want to turn your back
Just givin' to get something
Always wanting something back
When I get lonely and I need to be
Loved for who I am, not what they want to see
Brothers and sisters, they've always been there for me
We have a connection, home is where the heart should be
When I look back on all the misery
And all the heartache that they brought to me
I wouldn't change it for another chance
'Cause blood is thicker than any other circumstance
When I get lonely and I need to be
Loved for who I am, not what they want to see
Brothers and sisters, they've always been there for me
We have a connection, home is where the heart should be
Keep, keep it together
Keep people together forever and ever.
Infra-Red
Someone call the ambulance
there’s gonna be an accident
I’m coming up on infra-red,
there is no running that can hide you
cause I can see in the dark
I’m coming up on infra-red,
forget your running, I will find you
(Placebo)
More Fool Questions
Quando se está numa pausa na correcção de testas de alunos, não, não se vai ver o Nip/Tuck (isso, certamente, iria resultar no visionamento de episódio atrás de episódio e o amontoado de folhas iria ficar ali para o canto), preenche-se mais um maravilhoso, filosófico e instrutivo questionário que tanto diz do ser que dentro de nós trazemos, claro.
Pronto, já me redimi.
1. Alguém que te fez rir ontem à noite? Ver um stressado por causa do tabaco.
2. O que estavas a fazer às 08 da manhã? A comer um croissant com fiambre e a beber um galão, no café ao pé da escola.
3. O que estavas a fazer hà 30 minutos atrás? A corrigir testes de avaliação.
4. O que te aconteceu em 2006? Nada. Passou e nem dei por isso. (Isto lá é pergunta?)
5. O que foi a última coisa que disseste? Foda-se!
6. Quantas bebidas bebeste hoje? 3 cafés, 1 galão, copos de água e 1 sumo de pêssego.
7. Qual é a cor do teu pente? Preto. Mas como agora tenho o cabelo curto, não uso tal objecto.
8. Qual foi a última coisa que pagaste? Um café na máquina da escola.
9. Onde estavas ontem à noite? Numa sala a ouvir o X-Men, a comer um gelado de tiramisú com uma nata divinal e a corrigir testes.
10. Qual é a cor da porta de entrada da tua casa? Castanha do lado de fora e castanha, amarela, preta e lilás do lado de dentro.
11. Onde guardas os teus trocos? Na carteira e, nesta altura do mês, na conta bancária.
12. Como está o tempo hoje? Time goes by...
13. Melhor sabor de gelado? Chocolate, côco, cheesecake e outros que não frutos silvestres (adoro mas não em gelado).
14. O que te anima na vida? Estes inquéritos dão-me um ânimo indescritível.
15. Queres cortar o teu cabelo? Sim. E até já sei quem me vai cortar.
16. Tens mais de 25 anos? Sim.
17. Falas muito? - Depende. Mas, regra geral, sim.
18. Vês o O.C.? Isso não é aquela série absolutamente parva?
19. Conheces alguém chamado Steven? Pois, cá está o meu ânimo! 20. Inventas as tuas próprias palavras? Sim.
21. És uma pessoa invejosa? Claro. E não tenho paciência para quem diz que não é.
22. Diz o nome de um(a) amigo/a cujo nome comece por “A”: Andrea
23. Diz o nome de um(a) amigo/a cujo nome comece por “K”: São tantos que não quero dar prioridades.
24. A primeira pessoa que está na tua lista de chamadas recebidas de hoje? Não recebi chamadas.
25. O que é que o teu último sms diz? “Vens cá amanhã e pronto. Eu faço essa acta e deixas a tua secretária incompetente assinar, não me importo. Vens e vens. Queremos-te cá! A que horas chegas é só o que tens a dizer. Beijinhos”
26. Mastigas a palhinha das bebidas? Muitas vezes.
27. Tens cabelo encaracolado? Tenho mas agora não se nota.
28. Para onde vais a seguir? Depois de preencher este questionário acho que o suicídio é uma opção válida.
29. Quem é a pessoa mais mal-educada na tua vida? Não me rodeio desse tipo de gente.
30. O que foi a última coisa que comeste? Estou a comer os dedos ao mesmo tempo que respondo a isto.
31. Vais-te casar no futuro? Sim. Hei-de casar num palco de teatro com duas escadarias imensas, uma de cada lado.
32. Qual foi o melhor filme que viste nestas últimas duas semanas? Não vi nenhum filme.
33. Existe alguém de quem gostes neste momento? Esta então parece mesmo daquelas que fazem parte dos caderninhos de questionários dos meus alunos do 7ºano.
34. Quando é que foi a última vez que lavaste a loiça? Ontem. Lavar, lavar, não lavei. Passei a dita por água e coloquei o pratinho e talheres na machine.
35. Estás deprimido neste momento? Perante tais perguntas... parece-me óbvio.
36. Choraste hoje? Nope. Agora, neste preciso momento, conta?
37. Porque respondeste a este questionário? Porque sou um perfeito atrasadinho, só pode.
38. Etiqueta 5 pessoas para responder a este questionário: Etiqueto? Isso é quê? Bem, etiquetarei então qualquer um desocupado ou totally nuts, como eu, que queira dar-se a este trabalho.
E agora, para não me chicotear, vou ali ver se a vizinha foi passear o cão, despejou o lixo ou a arder.
Pronto, já me redimi.
1. Alguém que te fez rir ontem à noite? Ver um stressado por causa do tabaco.
2. O que estavas a fazer às 08 da manhã? A comer um croissant com fiambre e a beber um galão, no café ao pé da escola.
3. O que estavas a fazer hà 30 minutos atrás? A corrigir testes de avaliação.
4. O que te aconteceu em 2006? Nada. Passou e nem dei por isso. (Isto lá é pergunta?)
5. O que foi a última coisa que disseste? Foda-se!
6. Quantas bebidas bebeste hoje? 3 cafés, 1 galão, copos de água e 1 sumo de pêssego.
7. Qual é a cor do teu pente? Preto. Mas como agora tenho o cabelo curto, não uso tal objecto.
8. Qual foi a última coisa que pagaste? Um café na máquina da escola.
9. Onde estavas ontem à noite? Numa sala a ouvir o X-Men, a comer um gelado de tiramisú com uma nata divinal e a corrigir testes.
10. Qual é a cor da porta de entrada da tua casa? Castanha do lado de fora e castanha, amarela, preta e lilás do lado de dentro.
11. Onde guardas os teus trocos? Na carteira e, nesta altura do mês, na conta bancária.
12. Como está o tempo hoje? Time goes by...
13. Melhor sabor de gelado? Chocolate, côco, cheesecake e outros que não frutos silvestres (adoro mas não em gelado).
14. O que te anima na vida? Estes inquéritos dão-me um ânimo indescritível.
15. Queres cortar o teu cabelo? Sim. E até já sei quem me vai cortar.
16. Tens mais de 25 anos? Sim.
17. Falas muito? - Depende. Mas, regra geral, sim.
18. Vês o O.C.? Isso não é aquela série absolutamente parva?
19. Conheces alguém chamado Steven? Pois, cá está o meu ânimo! 20. Inventas as tuas próprias palavras? Sim.
21. És uma pessoa invejosa? Claro. E não tenho paciência para quem diz que não é.
22. Diz o nome de um(a) amigo/a cujo nome comece por “A”: Andrea
23. Diz o nome de um(a) amigo/a cujo nome comece por “K”: São tantos que não quero dar prioridades.
24. A primeira pessoa que está na tua lista de chamadas recebidas de hoje? Não recebi chamadas.
25. O que é que o teu último sms diz? “Vens cá amanhã e pronto. Eu faço essa acta e deixas a tua secretária incompetente assinar, não me importo. Vens e vens. Queremos-te cá! A que horas chegas é só o que tens a dizer. Beijinhos”
26. Mastigas a palhinha das bebidas? Muitas vezes.
27. Tens cabelo encaracolado? Tenho mas agora não se nota.
28. Para onde vais a seguir? Depois de preencher este questionário acho que o suicídio é uma opção válida.
29. Quem é a pessoa mais mal-educada na tua vida? Não me rodeio desse tipo de gente.
30. O que foi a última coisa que comeste? Estou a comer os dedos ao mesmo tempo que respondo a isto.
31. Vais-te casar no futuro? Sim. Hei-de casar num palco de teatro com duas escadarias imensas, uma de cada lado.
32. Qual foi o melhor filme que viste nestas últimas duas semanas? Não vi nenhum filme.
33. Existe alguém de quem gostes neste momento? Esta então parece mesmo daquelas que fazem parte dos caderninhos de questionários dos meus alunos do 7ºano.
34. Quando é que foi a última vez que lavaste a loiça? Ontem. Lavar, lavar, não lavei. Passei a dita por água e coloquei o pratinho e talheres na machine.
35. Estás deprimido neste momento? Perante tais perguntas... parece-me óbvio.
36. Choraste hoje? Nope. Agora, neste preciso momento, conta?
37. Porque respondeste a este questionário? Porque sou um perfeito atrasadinho, só pode.
38. Etiqueta 5 pessoas para responder a este questionário: Etiqueto? Isso é quê? Bem, etiquetarei então qualquer um desocupado ou totally nuts, como eu, que queira dar-se a este trabalho.
E agora, para não me chicotear, vou ali ver se a vizinha foi passear o cão, despejou o lixo ou a arder.
Fool Questions
Para não dizerem que sou um “cortes”, que não entro nas brincadeiras, que nunca aceito um desafio “bloguista”, que isto e aquilo, aqui vão as minhas interessantes respostas a tão interessantíssimas perguntas:
Olhos: Tenho. Castanhos. Normalíssimos. Um amigo, um dia, disse-me que tenho o olhar mais intenso, profundo e incomodativo que alguma vez viu (enfim...). Outro, o maior de todos, disse-me que tenho o olhar parecido ao da Hilary Swank (e encheu-me o telemóvel de sms com exagerados elogios).
Cabelos: Tenho e espero nunca perdê-lo. Detesto a cor (castanho alourado) e detesto ainda mais os caracóis. A sorte é que agora uso-o curtinho e não se notam. Quando o tenho mais comprido encho-o de gel extra hard e estico-o para não parecer um anjinho barroco, tais são os canudos, ou um daqueles gajos que aparecem nos anúncios da Benetton.
Altura: 1,92 m
Ascendência: Astrológica? Caranguejo. Familiar? Metade Ribatejano/Alfacinha, metade Alentejano.
Signo: Leão
Sapatos que estou a usar: Ténis cinza com listas encarnadas.
Fraquezas: Muitas...e ainda bem.
Medos: De fazer sofrer; de ver sofrer; de sentir o que não quero; de morrer; de ser obrigado a comer queijo; da morte das pessoas, de coisas, de animais, de sentimentos que amo, de doenças graves; medo do medo.
Objectivo que gostaria de alcançar: Ser rico material, intelectual e mentalmente.
Frase que mais uso no MSN : Whatever.
Melhor parte do corpo: As mãos.
Coca Cola ou Pepsi: A primeira adoro, a segunda detesto (sabe-me a xarope).
MacDonald's ou Bob's : Barbecue da Telepizza. O Bob’s faz-me lembrar uma anedota estúpida.
Café ou Capuccino : Os dois e sem açucar.
Fumas: Sim. Ainda não estou para me deixar disso.
Palavrões: Digo pois, oh se digo.
Perfume: A-Men e o clássico D&G. Gosto deles meio adocicados e enjoativos.
Canta: Quem não o faz? Adoro.
Toma banho todos os dias: Duh!
Gostava da escola: Até ao 9ºano não. Depois passei a ser um excelente aluno.
Tem fixação pela saúde: Not really. Deveria ter bem mais.
Dá-se bem com os seus pais: Agora melhor que nunca. Sair de casa deles teve as suas vantagens.
Gosta de tempestades: Se for a conduzir odeio. De resto, esteja em casa ou na rua, adoro. Já dancei, cantei, ri e chorei debaixo de uma tempestade. A chuva não me incomoda e se vier acompanhada por luzes e sons...
No último mês...
Bebeu alcoól: Sim
Comeu um pacote inteiro de bolachas: De enfiada? Bem, comi um pacote com 4 bolachas. Isso conta?
Fumou: Claro.
Fez compras: Óbvio. Se não fizesse o ordenado sobrava.
Sushi: Um dos meus maiores vícios. Às vezes o desejo é tal que me julgo grávido.
Chorou: Sim.
Fez biscoitos caseiros: Oh, please!
Pintou o cabelo: Por acaso não. Noutros meses sim. Já disse que não gosto da cor da minha trunfa.
Roubou: Sim, claro. Como não?
Nº de filhos: 2 de 4 patas. Camila e Bruno.
Como quer morrer: Num sofrimento indescritível e vítima de notáveis requintes de malvadez, pois então.
Tatuagens: Tenho uma feita há muitos anos. Já não gosto dela mas não a tiro, nem tapo com outra. Marcou uma época da minha vida. Quero fazer mais seis mas... haja money!
Quantas vezes o meu nome apareceu no jornal: Tirando a secção do sexo e dos psicopatas altamente procurados, uma vez, há uns anos, quando fui monitor de crianças desfavorecidas.
Cicatrizes: Visíveis? A da BCG, umas pequenas deixadas por borbulhas (tenho a pele muito sensível e deixam logo marca) e uma na linha que separa o couro cabeludo da testa (resultado de uma valente batida no portão da garagem. Caí estatelado no chão e lá fui para o hospital na passagem de ano. 11 belos pontos).
Do que se arrepende de ter feito: De algumas coisas.
Cor favorita: Tirando rosa e vários azuis, todas. Destaco o preto. “I can never wear to much black”
Disciplina favorita na escola: Todas à excepção de Francês (sempre fui bom aluno mas odeio a língua), Matemática e História (quase sempre tive péssimos professores).
Um lugar onde nunca esteve e gostaria de estar: Nova Zelândia, Austrália, Japão, Nova Iorque, Países Escandinavos, umas ilhazitas por aí e etc e tal.
Matutino ou Nocturno: Acordar às 6h da manhã diz alguma coisa? Gostava de ser o primeiro mas sou muito mais o segundo.
O que tenho nos bolsos: Nem no bolso, nem na manga.
Em 10 anos imagino-me: Sim, imagino-me imenso.
Olhos: Tenho. Castanhos. Normalíssimos. Um amigo, um dia, disse-me que tenho o olhar mais intenso, profundo e incomodativo que alguma vez viu (enfim...). Outro, o maior de todos, disse-me que tenho o olhar parecido ao da Hilary Swank (e encheu-me o telemóvel de sms com exagerados elogios).
Cabelos: Tenho e espero nunca perdê-lo. Detesto a cor (castanho alourado) e detesto ainda mais os caracóis. A sorte é que agora uso-o curtinho e não se notam. Quando o tenho mais comprido encho-o de gel extra hard e estico-o para não parecer um anjinho barroco, tais são os canudos, ou um daqueles gajos que aparecem nos anúncios da Benetton.
Altura: 1,92 m
Ascendência: Astrológica? Caranguejo. Familiar? Metade Ribatejano/Alfacinha, metade Alentejano.
Signo: Leão
Sapatos que estou a usar: Ténis cinza com listas encarnadas.
Fraquezas: Muitas...e ainda bem.
Medos: De fazer sofrer; de ver sofrer; de sentir o que não quero; de morrer; de ser obrigado a comer queijo; da morte das pessoas, de coisas, de animais, de sentimentos que amo, de doenças graves; medo do medo.
Objectivo que gostaria de alcançar: Ser rico material, intelectual e mentalmente.
Frase que mais uso no MSN : Whatever.
Melhor parte do corpo: As mãos.
Coca Cola ou Pepsi: A primeira adoro, a segunda detesto (sabe-me a xarope).
MacDonald's ou Bob's : Barbecue da Telepizza. O Bob’s faz-me lembrar uma anedota estúpida.
Café ou Capuccino : Os dois e sem açucar.
Fumas: Sim. Ainda não estou para me deixar disso.
Palavrões: Digo pois, oh se digo.
Perfume: A-Men e o clássico D&G. Gosto deles meio adocicados e enjoativos.
Canta: Quem não o faz? Adoro.
Toma banho todos os dias: Duh!
Gostava da escola: Até ao 9ºano não. Depois passei a ser um excelente aluno.
Tem fixação pela saúde: Not really. Deveria ter bem mais.
Dá-se bem com os seus pais: Agora melhor que nunca. Sair de casa deles teve as suas vantagens.
Gosta de tempestades: Se for a conduzir odeio. De resto, esteja em casa ou na rua, adoro. Já dancei, cantei, ri e chorei debaixo de uma tempestade. A chuva não me incomoda e se vier acompanhada por luzes e sons...
No último mês...
Bebeu alcoól: Sim
Comeu um pacote inteiro de bolachas: De enfiada? Bem, comi um pacote com 4 bolachas. Isso conta?
Fumou: Claro.
Fez compras: Óbvio. Se não fizesse o ordenado sobrava.
Sushi: Um dos meus maiores vícios. Às vezes o desejo é tal que me julgo grávido.
Chorou: Sim.
Fez biscoitos caseiros: Oh, please!
Pintou o cabelo: Por acaso não. Noutros meses sim. Já disse que não gosto da cor da minha trunfa.
Roubou: Sim, claro. Como não?
Nº de filhos: 2 de 4 patas. Camila e Bruno.
Como quer morrer: Num sofrimento indescritível e vítima de notáveis requintes de malvadez, pois então.
Tatuagens: Tenho uma feita há muitos anos. Já não gosto dela mas não a tiro, nem tapo com outra. Marcou uma época da minha vida. Quero fazer mais seis mas... haja money!
Quantas vezes o meu nome apareceu no jornal: Tirando a secção do sexo e dos psicopatas altamente procurados, uma vez, há uns anos, quando fui monitor de crianças desfavorecidas.
Cicatrizes: Visíveis? A da BCG, umas pequenas deixadas por borbulhas (tenho a pele muito sensível e deixam logo marca) e uma na linha que separa o couro cabeludo da testa (resultado de uma valente batida no portão da garagem. Caí estatelado no chão e lá fui para o hospital na passagem de ano. 11 belos pontos).
Do que se arrepende de ter feito: De algumas coisas.
Cor favorita: Tirando rosa e vários azuis, todas. Destaco o preto. “I can never wear to much black”
Disciplina favorita na escola: Todas à excepção de Francês (sempre fui bom aluno mas odeio a língua), Matemática e História (quase sempre tive péssimos professores).
Um lugar onde nunca esteve e gostaria de estar: Nova Zelândia, Austrália, Japão, Nova Iorque, Países Escandinavos, umas ilhazitas por aí e etc e tal.
Matutino ou Nocturno: Acordar às 6h da manhã diz alguma coisa? Gostava de ser o primeiro mas sou muito mais o segundo.
O que tenho nos bolsos: Nem no bolso, nem na manga.
Em 10 anos imagino-me: Sim, imagino-me imenso.
(1st act) Jesus...
Recebi um convite para ir ao teatro e não pude aceitar. Queria tanto ir, mas pronto. Aguardava-me trabalho na escola à tarde e à noite. Não, não era trabalho na escola onde estou colocado, era trabalho na escola anterior, na escola onde estive 10 anos e deixei de estar por culpa estúpida deste Ministério da Educação que, ao que parece, anda muito ocupado e não tem tempo para assinar a porcaria de um papel que me ajudaria tanto. Enfim...
Saí da escola e lá fui... para a escola, a outra. Felizmente a reunião de Departamento tinha sido adiada, senão iria trabalhar numa escola onde não estou ao serviço, faltando ao serviço à escola à qual pertenço agora. E quem me iria justificar a falta? Ninguém, claro! Mas isto não interessa à Ministra. Ela sabe lá! Uma pessoa trabalha para o Ministério e leva falta por isso. Irónico, ridículo, absurdo! E ainda por cima uma falta derivada da culpa de quem? Do Ministério, pois então! E porquê? Porque, no ano lectivo anterior, deixei pendente, para este início de ano, a finalização dos processos dos meus alunos do Curso de Educação e Formação. Não haveria problema uma vez que em Setembro voltaria e trataria do assunto. Mas, mas e mais um mas, o destacamento garantido via telefone, não chegou em Agosto, nem em Setembro, nem em Outubro e já nem deve chegar. Sinceramente, neste momento, até é preferível que não chegue. Acordo cedo, apanho um stress desgraçado na estrada, ando a contar os tostões todos os meses mas i will survive! Não faz agora é muito sentido voltar à escola anterior, começar tudo de novo, recuperar trabalho atrasado de mais de dois meses e deixar tudo o que já fiz na escola actual. Gosto da escola onde estou mas, por outro lado, sinto a falta da escola que era como que uma segunda casa para mim. Isto é tudo anedótico e, acima de tudo, muito desgastante.
Bem, comecei a trabalhar numa escola, com trabalho pendente na outra. E, questionava eu, linhas atrás, porque é que a culpa é do “Ministério dos Malucos” se afinal, fui eu que deixei pendente o trabalho? Porque aquela gentinha incompetente garantiu que o destacamento devido à Unidade de Apoio a Alunos Surdos, era dado por motivos óbvios; porque assim em Setembro estaria a trabalhar na escola onde estava; e porque só há 3 semanas é que os certificados dos formandos chegaram à escola para eu preencher. Portanto, nada podia eu fazer.
Ou seja, os miúdos há meses a precisar dos certificados para poderem concorrer a empregos e os certificados pendentes. E vem aquela aventesma da ministra falar do sucesso destes cursos. Sucesso? Já nem referindo outros aspectos surreais, o termo “sucesso” conjuga nestes cursos de forma perfeita se considerarmos que só pode mesmo ser humor do mais britânico que se pode conceber.
E porque é que não fui há 3 semanas, mal os certificados chegaram, preencher os certificadozinhos maravilha? Ora pois, porque tenho estado na escola a ter reuniões intercalares até depois das 21 horas. E, pasme-se, eu tenho outros interesses, outras vontades, outras coisas para fazer além de passar os dias na escola. E, pasme-se ainda mais, eu preciso dormir... é que, só por acaso, convém. Nem que seja para dar depois aulas acordado e não me enganar a corrigir as 8 turmas de testes.
Mas ontem lá fui a caminho da escola de onde saí há 3 meses, pensando a ela voltar um 1 mês depois. Afinal, um dos formandos precisa mesmo muito do dito documento para poder inscrever-se na Marinha. Era mesmo urgente ir, a ex-chefe bombardeou-me com telefonemas e mensagens a fazê-lo denotar. E lá iria mesmo que tivesse de faltar à reunião de Departamento.
Durante todo o percurso senti um aperto no peito a aumentar e, ao mesmo tempo, uma alegria a crescer. Ia ver pessoas que são importantes para mim, pessoas que há anos e anos me acompanham naquela escola, algumas mesmo há 1 década. Pessoas que já partilharam tanto comigo. Pessoas para junto das quais, muito provavelmente, já não iria voltar. Pessoas, colegas e amigos.
Saí da escola e lá fui... para a escola, a outra. Felizmente a reunião de Departamento tinha sido adiada, senão iria trabalhar numa escola onde não estou ao serviço, faltando ao serviço à escola à qual pertenço agora. E quem me iria justificar a falta? Ninguém, claro! Mas isto não interessa à Ministra. Ela sabe lá! Uma pessoa trabalha para o Ministério e leva falta por isso. Irónico, ridículo, absurdo! E ainda por cima uma falta derivada da culpa de quem? Do Ministério, pois então! E porquê? Porque, no ano lectivo anterior, deixei pendente, para este início de ano, a finalização dos processos dos meus alunos do Curso de Educação e Formação. Não haveria problema uma vez que em Setembro voltaria e trataria do assunto. Mas, mas e mais um mas, o destacamento garantido via telefone, não chegou em Agosto, nem em Setembro, nem em Outubro e já nem deve chegar. Sinceramente, neste momento, até é preferível que não chegue. Acordo cedo, apanho um stress desgraçado na estrada, ando a contar os tostões todos os meses mas i will survive! Não faz agora é muito sentido voltar à escola anterior, começar tudo de novo, recuperar trabalho atrasado de mais de dois meses e deixar tudo o que já fiz na escola actual. Gosto da escola onde estou mas, por outro lado, sinto a falta da escola que era como que uma segunda casa para mim. Isto é tudo anedótico e, acima de tudo, muito desgastante.
Bem, comecei a trabalhar numa escola, com trabalho pendente na outra. E, questionava eu, linhas atrás, porque é que a culpa é do “Ministério dos Malucos” se afinal, fui eu que deixei pendente o trabalho? Porque aquela gentinha incompetente garantiu que o destacamento devido à Unidade de Apoio a Alunos Surdos, era dado por motivos óbvios; porque assim em Setembro estaria a trabalhar na escola onde estava; e porque só há 3 semanas é que os certificados dos formandos chegaram à escola para eu preencher. Portanto, nada podia eu fazer.
Ou seja, os miúdos há meses a precisar dos certificados para poderem concorrer a empregos e os certificados pendentes. E vem aquela aventesma da ministra falar do sucesso destes cursos. Sucesso? Já nem referindo outros aspectos surreais, o termo “sucesso” conjuga nestes cursos de forma perfeita se considerarmos que só pode mesmo ser humor do mais britânico que se pode conceber.
E porque é que não fui há 3 semanas, mal os certificados chegaram, preencher os certificadozinhos maravilha? Ora pois, porque tenho estado na escola a ter reuniões intercalares até depois das 21 horas. E, pasme-se, eu tenho outros interesses, outras vontades, outras coisas para fazer além de passar os dias na escola. E, pasme-se ainda mais, eu preciso dormir... é que, só por acaso, convém. Nem que seja para dar depois aulas acordado e não me enganar a corrigir as 8 turmas de testes.
Mas ontem lá fui a caminho da escola de onde saí há 3 meses, pensando a ela voltar um 1 mês depois. Afinal, um dos formandos precisa mesmo muito do dito documento para poder inscrever-se na Marinha. Era mesmo urgente ir, a ex-chefe bombardeou-me com telefonemas e mensagens a fazê-lo denotar. E lá iria mesmo que tivesse de faltar à reunião de Departamento.
Durante todo o percurso senti um aperto no peito a aumentar e, ao mesmo tempo, uma alegria a crescer. Ia ver pessoas que são importantes para mim, pessoas que há anos e anos me acompanham naquela escola, algumas mesmo há 1 década. Pessoas que já partilharam tanto comigo. Pessoas para junto das quais, muito provavelmente, já não iria voltar. Pessoas, colegas e amigos.
(2nd act) ...Christ...
Os primeiros momentos foram ainda mais surreais do que esperava. Miúdos, ex-alunos, supostos actuais alunos a correr na minha direcção, mal viram o carro chegar. Uns a agarrarem-me, outros, mais ao longe, a chamar por mim, outros a esticarem as mãos, a querer dar beijinhos. “Então stôr, voltou? Nunca mais vinha, fogo! Yeeeeeaaaahhh! Amanhã já temos aula? Olhe, a Joana já não faz parte da turma mas ela está cá. Eu vou lá chama-la e ao Tiago também.”
Falavam deles, faziam perguntas, chamavam amigos...
“Por que raio tinha eu chegado precisamente no momento do intervalo maior?”
O que sucedeu na sala de professores não sei descrever porque recordo apenas uns flashes. Vozes a falar alto, o meu nome dito não sei quantas vezes, sorrisos rasgados, abraços, beijos, apertos de mão... Em segundos fui rodeado e nem me conseguia quase mexer. Meu Deus, senti-me corado qual tomate maduro, enervado, envergonhado, stressado, mas feliz, tão feliz. Lá veio o meu esforço para não deixar humedecer os olhos. Mas chorar era o que me apetecia. Aquelas pessoas adoravam-me mesmo, pronto. Algumas reacções vindas de algumas pessoas até foram, de certo modo, surpresa. Pessoas com quem nem me dava bem nem mal. Pessoas com quem nem tinha grande proximidade ali estavam com sorrisos genuínos. Aquilo ainda me comoveu mais. Senti-me, eu mesmo, qual Jesus Christ Superstar. “Afinal o teatro é ali”, pensei. E em vez de sentado numa cadeira, estava no palco iluminado ao ponto de não conseguir ver quem me rodeava. Estava ali tanta gente. A confusão era tal que nem sei quem beijei, abracei, quem me agarrou e tocou. Sei que, por pouco, ia beijando um colega de Educação Física, tal era o emaranhado em torno de mim. “Eh lá, sentimos saudades tuas mas não é preciso beijares-me, então. Eh pá, volta mas é para cá!”
Eram professores, funcionários, alunos a espreitar à porta da sala... Senti-me importante, mesmo muito importante, com um sorriso na cara que não conseguia tirar. Parecia que me tinham colado a boca às orelhas ao ponto de já me doerem os maxilares. Um misto de alegria e tristeza. Eu senti-o em mim. E senti-o nos olhos dos outros. Já não estava a trabalhar naquela escola, mas fazia parte dela. Os sorrisos mostravam isso e a tristeza de já não ali estar diariamente, também.
Os colegas novos na escola olhavam para tal cenário como que questionando quem seria aquela ave rara que parecia ter chegado da guerra. Um ou outro sorriam, outros segredavam, outros fingiam que não reparavam muito, outros olhavam mesmo espantados.
E à minha volta continuava o turbilhão. Uns perguntavam umas coisas, outros outras, todos queriam ouvir cada sílaba por mim pronunciada. “Parece que Cristo desceu à Terra” ouvi alguém dizer bem alto e a rir. Ri-me com aquilo. Engraçado, eu que era para, dali a horas, ir vê-lo, ao Cristo, mas ao teatro.
Que saudades tinha eu daquelas pessoas. Uma década não são 10 dias, 10 semanas, nem 10 meses.
Mas faltavam-me ali 3 figuras, 3 figuras fundamentais, 3 peças preciosas naquele edifício, naquela escola, naquela sala. Claro, estariam, certamente, na salinha ao lado. A “nossa” sala. A sala dos fumadores. A sala que estimávamos, que enfeitávamos, que era nossa para trabalhar, para conversar, para discutir, para rir, para brincar mais do que os alunos.
Com os ânimos mais calmos lá fui.
Falavam deles, faziam perguntas, chamavam amigos...
“Por que raio tinha eu chegado precisamente no momento do intervalo maior?”
O que sucedeu na sala de professores não sei descrever porque recordo apenas uns flashes. Vozes a falar alto, o meu nome dito não sei quantas vezes, sorrisos rasgados, abraços, beijos, apertos de mão... Em segundos fui rodeado e nem me conseguia quase mexer. Meu Deus, senti-me corado qual tomate maduro, enervado, envergonhado, stressado, mas feliz, tão feliz. Lá veio o meu esforço para não deixar humedecer os olhos. Mas chorar era o que me apetecia. Aquelas pessoas adoravam-me mesmo, pronto. Algumas reacções vindas de algumas pessoas até foram, de certo modo, surpresa. Pessoas com quem nem me dava bem nem mal. Pessoas com quem nem tinha grande proximidade ali estavam com sorrisos genuínos. Aquilo ainda me comoveu mais. Senti-me, eu mesmo, qual Jesus Christ Superstar. “Afinal o teatro é ali”, pensei. E em vez de sentado numa cadeira, estava no palco iluminado ao ponto de não conseguir ver quem me rodeava. Estava ali tanta gente. A confusão era tal que nem sei quem beijei, abracei, quem me agarrou e tocou. Sei que, por pouco, ia beijando um colega de Educação Física, tal era o emaranhado em torno de mim. “Eh lá, sentimos saudades tuas mas não é preciso beijares-me, então. Eh pá, volta mas é para cá!”
Eram professores, funcionários, alunos a espreitar à porta da sala... Senti-me importante, mesmo muito importante, com um sorriso na cara que não conseguia tirar. Parecia que me tinham colado a boca às orelhas ao ponto de já me doerem os maxilares. Um misto de alegria e tristeza. Eu senti-o em mim. E senti-o nos olhos dos outros. Já não estava a trabalhar naquela escola, mas fazia parte dela. Os sorrisos mostravam isso e a tristeza de já não ali estar diariamente, também.
Os colegas novos na escola olhavam para tal cenário como que questionando quem seria aquela ave rara que parecia ter chegado da guerra. Um ou outro sorriam, outros segredavam, outros fingiam que não reparavam muito, outros olhavam mesmo espantados.
E à minha volta continuava o turbilhão. Uns perguntavam umas coisas, outros outras, todos queriam ouvir cada sílaba por mim pronunciada. “Parece que Cristo desceu à Terra” ouvi alguém dizer bem alto e a rir. Ri-me com aquilo. Engraçado, eu que era para, dali a horas, ir vê-lo, ao Cristo, mas ao teatro.
Que saudades tinha eu daquelas pessoas. Uma década não são 10 dias, 10 semanas, nem 10 meses.
Mas faltavam-me ali 3 figuras, 3 figuras fundamentais, 3 peças preciosas naquele edifício, naquela escola, naquela sala. Claro, estariam, certamente, na salinha ao lado. A “nossa” sala. A sala dos fumadores. A sala que estimávamos, que enfeitávamos, que era nossa para trabalhar, para conversar, para discutir, para rir, para brincar mais do que os alunos.
Com os ânimos mais calmos lá fui.
(3rd act) ...Superstar.
Abri a porta e lá estavam. Lilinha e Fatinha. Faltava a Regi. Beijei as duas, fui beijado, abracei e fui abraçado. Lilinha, mal entrei, deu um berro estridente, saltou da cadeira e atraca-se a mim, exagerada como sempre. “Ai estás tão lindo. Tu estás lindo! Já não me lembrava como és bonito. Ai que parva que sou, como se não me lembrasse. Mas olha que o ar da margem sul está-te a fazer bem. Ou anda por aí amor no ar? É que sou uma senhora de provecta idade e digo estes disparates. Bem, dá cá mais dois beijos. Ai que saudades. Já estás cá? E tu larga-o porque ele agora é meu e eu estou há horas à espera dele. Tu és uma miudinha e tens trabalho, vá, vá que é para isso que te pagam”. E Fátinha sorriu, riu e baixou os olhos. Vi que estava emocionada. Também eu e muito. Sempre nutri um especial carinho por aquela rapariga tão querida, atenciosa, observadora, educada, que estava na escola de manhã à noite e com quem ficava horas a conversar, a ajudarmo-nos mutuamente.
Ali ficámos a conversar antes de me dedicar ao trabalho. Regi iria voltar à escola para me ver. E voltou. Cerca de 1 hora depois a porta abriu-se e não era mais um colega que tinha sabido da minha presença na escola, era a “tia” Regi, toda ela repleta de Tommy Hilfiger, com o seu telemóvel Prada na mão e o cabelo cheio de madeixas ainda mais louríssimas. “Eu não acredito nisto! Em vez de ires buscar os meus filhos ao colégio estás aqui na conversa com estas duas sujeitinhas desocupadas e uma, ainda por cima, coitada, subalterna. Por favor! Eu agora tu és meu subalterno. Foste embora e eu fiquei como delegada de grupo. E veio para aí agora uma rapariguita do norte substituir-te um mês, coitadinha com aquele nome. Ricos pais que pensaram dar-lhe um nome péssimo daqueles.”
“Regi, deixaste-lhe a marca de baton na cara!”
“E então? É Yves Saint Laurent, não é dessas coisas lá dos chineses que tu e as pindéricas da escola onde ele está usam. Bem, é caro mas limpe lá isso da cara porque esse cabelo sem gel e essa barba imensa não estão com nada. Não quero cá colegas de Geografia com um aspecto assim. Não pode ser, não pode ser. Volte para aqui rapidamente mas faça-me essa barba, bem! Não me apareça mais assim à frente. O deserto da margem sul está a fazer-lhe mal. O menino não sabe que mais do que fazer cá falta, precisa dos meus conselhos?” Sempre a mesma. Adoro-a. Adoro-as às 3. Aquele trio é imparável! E ali estavam e estiveram as 3 até que eu terminasse o que tinha a fazer, sempre prontas a ajudar. Até depois das 21 horas. Regi foi embora mais cedo. “Tia” que é “tia” tem sempre imensos “piquenos” em casa à espera.
“Bem, vou-me embora mas para a semana quero-o cá, ouviu? Faça a barba, venha cá e diga a que horas porque a minha vida não é isto aqui fechada com esta gente. Pronto, o cabelito escapa!”
As 3 tão diferentes, com vidas tão diferentes, mas tão amigas, tão especiais enquanto singulares, enquanto trio.
E não sabia eu da missa a metade acerca da maluquice daquelas tipas.
Às tantas, ainda antes da Regi sair, no meio da conversa, da risota e da minha tentativa de concentração para trabalhar alguma coisa, a Fátinha liga o computador e a Lilinha diz-me para olhar.
Eu não estava a acreditar. Só podiam mesmo estar doidas de vez. Lilinha sorriu e, ao mesmo tempo, ficou de olhos molhados. Fátinha, corou, baixou a cabeça com ar maroto e entristecido e olhou-me pelo canto do olho. Regi inclinou-se tanto na cadeira com as gargalhadas dadas por si mesma que não só quase deixou cair o cigarro como ia caindo da mesma.
Era uma fotografia minha. Uma fotografia tirada há meses aquando de uma visita de final de ano lectivo para professores e funcionários da escola. Eu estava no pano de fundo do computador da sala! Não sei como fiquei exteriormente mas cá dentro foi como se tivesse levado um murro, mas um murro bom, se é que os há.
“Vocês não malucas, a sério! Porque é que meteram aquilo ali? Oh pá...”
“E pensas que está ali desde quando? Pois fica sabendo que está ali desde Setembro. Assim é como se estivesses aqui connosco todos os dias. E ficas ali no computador todos os dias até voltares para o pé de nós!”
“Gostou? Pois claro que adorou. Ideia minha, obviamente. Nós de Geografia somos de uma inteligência e chiques, chiques, claro. São só ideias giras, giras. Pois ficas ali. No outro dia um contratadeco qualquer de Ciências, com um cabelito todo rafeiro, atreveu-se a querer mudar o pano de fundo e coitadinho...”
Ainda disseram mais coisas mas eu não conseguia ouvir nada. Aquilo significava muito para mim. Eu ali no wallpaper daquela sala. Agora sim, agora sentia-me num imenso palco, um palco de emoções. Não tinha ido ver a peça à qual tanto queria ter ido mas, naquele instante, senti-me um verdadeiro Jesus Christ Superstar.
“Vá, vá... toca a trabalhar, não foi para isso que aqui vieste? Queres lá saber de nós. Não nos ligas nenhuma. Nunca cá vens, seu parvo. Olha que falamos em ti todos os dias. Vá, trabalhinho. Já te esqueceste do trabalho que tinhas aqui? Tinhas e vais ter porque tu vais voltar. Deixa lá de olhar para o ecrã, seu vaidoso. Não é para ficares convencido.”
E, de repente, o pano de fundo desaparece e surge o screensaver. Um fundo preto e, ao centro, umas letras laranja a completar a frase: “Waiting for you”.
(Fotografia do wallpaper)
Ali ficámos a conversar antes de me dedicar ao trabalho. Regi iria voltar à escola para me ver. E voltou. Cerca de 1 hora depois a porta abriu-se e não era mais um colega que tinha sabido da minha presença na escola, era a “tia” Regi, toda ela repleta de Tommy Hilfiger, com o seu telemóvel Prada na mão e o cabelo cheio de madeixas ainda mais louríssimas. “Eu não acredito nisto! Em vez de ires buscar os meus filhos ao colégio estás aqui na conversa com estas duas sujeitinhas desocupadas e uma, ainda por cima, coitada, subalterna. Por favor! Eu agora tu és meu subalterno. Foste embora e eu fiquei como delegada de grupo. E veio para aí agora uma rapariguita do norte substituir-te um mês, coitadinha com aquele nome. Ricos pais que pensaram dar-lhe um nome péssimo daqueles.”
“Regi, deixaste-lhe a marca de baton na cara!”
“E então? É Yves Saint Laurent, não é dessas coisas lá dos chineses que tu e as pindéricas da escola onde ele está usam. Bem, é caro mas limpe lá isso da cara porque esse cabelo sem gel e essa barba imensa não estão com nada. Não quero cá colegas de Geografia com um aspecto assim. Não pode ser, não pode ser. Volte para aqui rapidamente mas faça-me essa barba, bem! Não me apareça mais assim à frente. O deserto da margem sul está a fazer-lhe mal. O menino não sabe que mais do que fazer cá falta, precisa dos meus conselhos?” Sempre a mesma. Adoro-a. Adoro-as às 3. Aquele trio é imparável! E ali estavam e estiveram as 3 até que eu terminasse o que tinha a fazer, sempre prontas a ajudar. Até depois das 21 horas. Regi foi embora mais cedo. “Tia” que é “tia” tem sempre imensos “piquenos” em casa à espera.
“Bem, vou-me embora mas para a semana quero-o cá, ouviu? Faça a barba, venha cá e diga a que horas porque a minha vida não é isto aqui fechada com esta gente. Pronto, o cabelito escapa!”
As 3 tão diferentes, com vidas tão diferentes, mas tão amigas, tão especiais enquanto singulares, enquanto trio.
E não sabia eu da missa a metade acerca da maluquice daquelas tipas.
Às tantas, ainda antes da Regi sair, no meio da conversa, da risota e da minha tentativa de concentração para trabalhar alguma coisa, a Fátinha liga o computador e a Lilinha diz-me para olhar.
Eu não estava a acreditar. Só podiam mesmo estar doidas de vez. Lilinha sorriu e, ao mesmo tempo, ficou de olhos molhados. Fátinha, corou, baixou a cabeça com ar maroto e entristecido e olhou-me pelo canto do olho. Regi inclinou-se tanto na cadeira com as gargalhadas dadas por si mesma que não só quase deixou cair o cigarro como ia caindo da mesma.
Era uma fotografia minha. Uma fotografia tirada há meses aquando de uma visita de final de ano lectivo para professores e funcionários da escola. Eu estava no pano de fundo do computador da sala! Não sei como fiquei exteriormente mas cá dentro foi como se tivesse levado um murro, mas um murro bom, se é que os há.
“Vocês não malucas, a sério! Porque é que meteram aquilo ali? Oh pá...”
“E pensas que está ali desde quando? Pois fica sabendo que está ali desde Setembro. Assim é como se estivesses aqui connosco todos os dias. E ficas ali no computador todos os dias até voltares para o pé de nós!”
“Gostou? Pois claro que adorou. Ideia minha, obviamente. Nós de Geografia somos de uma inteligência e chiques, chiques, claro. São só ideias giras, giras. Pois ficas ali. No outro dia um contratadeco qualquer de Ciências, com um cabelito todo rafeiro, atreveu-se a querer mudar o pano de fundo e coitadinho...”
Ainda disseram mais coisas mas eu não conseguia ouvir nada. Aquilo significava muito para mim. Eu ali no wallpaper daquela sala. Agora sim, agora sentia-me num imenso palco, um palco de emoções. Não tinha ido ver a peça à qual tanto queria ter ido mas, naquele instante, senti-me um verdadeiro Jesus Christ Superstar.
“Vá, vá... toca a trabalhar, não foi para isso que aqui vieste? Queres lá saber de nós. Não nos ligas nenhuma. Nunca cá vens, seu parvo. Olha que falamos em ti todos os dias. Vá, trabalhinho. Já te esqueceste do trabalho que tinhas aqui? Tinhas e vais ter porque tu vais voltar. Deixa lá de olhar para o ecrã, seu vaidoso. Não é para ficares convencido.”
E, de repente, o pano de fundo desaparece e surge o screensaver. Um fundo preto e, ao centro, umas letras laranja a completar a frase: “Waiting for you”.
(Fotografia do wallpaper)
Michael & Brian
Para que não se façam filmes associados, explicito aqui que a música não tem a ver com a minha actual fase de vida.
Mas não posso deixar aqui de colocar o resultado da união de um dos meus vocalistas preferidos e membro de uma banda de eleição, Michael Stipe, dos REM, com uma das minhas bandas preferidas, Placebo.
A parelha traduziu-se neste tema poderoso, forte, violento, dorido, agressivo.
(Broken Promise)
Mas não posso deixar aqui de colocar o resultado da união de um dos meus vocalistas preferidos e membro de uma banda de eleição, Michael Stipe, dos REM, com uma das minhas bandas preferidas, Placebo.
A parelha traduziu-se neste tema poderoso, forte, violento, dorido, agressivo.
(Broken Promise)
Nip/Tuck
Tomorrow i will buy "Season 4" of one of the most fabulous series ever!
Ai que saudades deste genérico e das horas a fio a ver episódio atrás de episódio.
O que esperará o Christian, o Sean e a família nesta 4ª temporada!?
Originalidade, surpresa, drama (muito drama), alegria, tristeza, futilidades, estética, dor, sorrisos, lágrimas, amor, amizade, humor, sexo, fraternidade, loucura, medos...
Ai que saudades deste genérico e das horas a fio a ver episódio atrás de episódio.
O que esperará o Christian, o Sean e a família nesta 4ª temporada!?
Originalidade, surpresa, drama (muito drama), alegria, tristeza, futilidades, estética, dor, sorrisos, lágrimas, amor, amizade, humor, sexo, fraternidade, loucura, medos...
I just can't take my ears from this song
If I could tear you from the ceiling
I know the best have tried
I'd fill your every breath with meaning
And find the place we both could hide
Don’t go and leave me
And please don’t drive me blind
Don’t go and leave me
And please don't drive me blind
You don’t believe me
But you do this every time
Please don’t drive me blind
Please don’t drive me blind
I know you’re broken
I know you’re broken
I know you’re broken
If I could tear you from the ceiling
I’d freeze us both in time
And find a brand new way of seeing
Your eyes forever glued to mine.
(Blind)
Papeis
Um dia inteiro em casa, mas tinha de ser. Testes para corrigir, mas postos de lado. Feriado. Dia de Todos os Santos. Dia de PCT - Projecto Curricular de Turma. Inquéritos para apurar, dados a tratar, tabelas a fazer, gráficos para completar, estratégias a implementar. Papéis e mais papéis. Necessidades desnecessárias. Mas se é para fazer, faz-se e pronto. A reunião é já amanhã à noite e não gosto de levar coisas por fazer.
Hoje, perante tal dia deveras interessante, apeteceu-me comer pizza. De vez em quando dá-me umas vontades de tricar uma "Barbecue" da Telepizza. Foi o caso. Muita gente se deve ter lembrado do mesmo. 1 hora? Teria de esperar 1 hora? Pronto, se a rapariga dizia, eu acreditava e esperava. 1 hora que fosse. Lá esperei, já agarrado ao "mac", rodeado de papéis por todo o lado.
Toca a campainha de baixo, depois a de cima. Abro a porta e lá estava um rapaz. Era sempre um diferente. Devem pagar bem a estes moços, devem, pensei cá para mim.
Entregou-me as ditas pizzas. Sim, duas. Pedindo uma tinha oferta de uma segunda.
O rapaz pôs-se a remexer a bolsa que todos trazem com os trocos.
Olhava para mim, olhava para o interior da bolsita. Voltava a olhar para mim e para as moedas.
- Não sei se tenho trocos. Isto hoje está difícil. Deve ser do feriado.
- Se calhar lembraram-se todos de comer pizza no dia dos santinhos e ficaram-lhe com as moedas todas.
Riu-se e, em décimos de segundo, a cara ficou qual tomate. O troco nunca mais.
- Desculpe, é que trabalho nisto há pouco tempo, é só para ganhar uns trocos e sempre faço qualquer coisa. Não quero nada melhor porque em Janeiro já tenho o meu negócio e... bem, deixe cá ver. Que chatice, tem a família à espera e eu aqui com isto.
- Não se preocupe. A familia sou só eu.
- Desculpe, importa-se que eu vá lá abaixo à mota ver se há moedas?
- Eu espero, não há problema.
Mas que raio! Ele tinha quilos de moedas na bolsa, via-se perfeitamente. É óbvio que tinha lá 1 euros e 15 cêntimos. Espertalhão. Queria era fazer tempo, que eu deixasse passar e ficar ele com gorjeta. Nem pensar, sou pobre e preciso do dinheiro. "Deixe lá, não faz mal. Fica assim" era o que ele queria ouvir. Mas que raio de atrapalhação toda era aquela. Punha moedas na mão, voltava a colocá-las na bolsa, remexia aquilo tudo e nada!?
Fechei a porta. Ai dele que não aparecesse. Ligava logo para lá e haviam de me ouvir.
Mas apareceu. Não tocou à campainha. Bateu muito ligeiramente na porta. Estranho.
- Desculpe, peço muita desculpa. Tem aqui o seu troco.
- Ok, não há problema. Muito obrigado.
- Boa noite, então...
- Boa noite e bom feriado. Com licença.
Ainda nem tinha colocado as caixas das pizzas no balcão da cozinha e já ouvia novos ligeiros toques à porta.
- Sim, diga.
- Desculpe novamente... é para lhe entregar o folheto da Telepizza.
- Ah, obrigado mas eu tenho.
- É que este é novo. Esqueci-me e lhe entregar há pouco.
- Ok, muito obrigado. Com licença e um bom dia de trabalho. eu bem preciso.
- Sim, também vai trabalhar, é!? Desculpe. Pode fechar.
Estava visto porque é que as entregas estavam a demorar 1 hora. Que rapaz atrapalhado e esquecido.
Ainda não tinha trancado a porta e cai um papelito branco no chão. Um papelito que estava dentro do tal novo folheto.
Apanhei-o e nem estava a acreditar naquilo. Um nome e um número de telemóvel.
Hoje, perante tal dia deveras interessante, apeteceu-me comer pizza. De vez em quando dá-me umas vontades de tricar uma "Barbecue" da Telepizza. Foi o caso. Muita gente se deve ter lembrado do mesmo. 1 hora? Teria de esperar 1 hora? Pronto, se a rapariga dizia, eu acreditava e esperava. 1 hora que fosse. Lá esperei, já agarrado ao "mac", rodeado de papéis por todo o lado.
Toca a campainha de baixo, depois a de cima. Abro a porta e lá estava um rapaz. Era sempre um diferente. Devem pagar bem a estes moços, devem, pensei cá para mim.
Entregou-me as ditas pizzas. Sim, duas. Pedindo uma tinha oferta de uma segunda.
O rapaz pôs-se a remexer a bolsa que todos trazem com os trocos.
Olhava para mim, olhava para o interior da bolsita. Voltava a olhar para mim e para as moedas.
- Não sei se tenho trocos. Isto hoje está difícil. Deve ser do feriado.
- Se calhar lembraram-se todos de comer pizza no dia dos santinhos e ficaram-lhe com as moedas todas.
Riu-se e, em décimos de segundo, a cara ficou qual tomate. O troco nunca mais.
- Desculpe, é que trabalho nisto há pouco tempo, é só para ganhar uns trocos e sempre faço qualquer coisa. Não quero nada melhor porque em Janeiro já tenho o meu negócio e... bem, deixe cá ver. Que chatice, tem a família à espera e eu aqui com isto.
- Não se preocupe. A familia sou só eu.
- Desculpe, importa-se que eu vá lá abaixo à mota ver se há moedas?
- Eu espero, não há problema.
Mas que raio! Ele tinha quilos de moedas na bolsa, via-se perfeitamente. É óbvio que tinha lá 1 euros e 15 cêntimos. Espertalhão. Queria era fazer tempo, que eu deixasse passar e ficar ele com gorjeta. Nem pensar, sou pobre e preciso do dinheiro. "Deixe lá, não faz mal. Fica assim" era o que ele queria ouvir. Mas que raio de atrapalhação toda era aquela. Punha moedas na mão, voltava a colocá-las na bolsa, remexia aquilo tudo e nada!?
Fechei a porta. Ai dele que não aparecesse. Ligava logo para lá e haviam de me ouvir.
Mas apareceu. Não tocou à campainha. Bateu muito ligeiramente na porta. Estranho.
- Desculpe, peço muita desculpa. Tem aqui o seu troco.
- Ok, não há problema. Muito obrigado.
- Boa noite, então...
- Boa noite e bom feriado. Com licença.
Ainda nem tinha colocado as caixas das pizzas no balcão da cozinha e já ouvia novos ligeiros toques à porta.
- Sim, diga.
- Desculpe novamente... é para lhe entregar o folheto da Telepizza.
- Ah, obrigado mas eu tenho.
- É que este é novo. Esqueci-me e lhe entregar há pouco.
- Ok, muito obrigado. Com licença e um bom dia de trabalho. eu bem preciso.
- Sim, também vai trabalhar, é!? Desculpe. Pode fechar.
Estava visto porque é que as entregas estavam a demorar 1 hora. Que rapaz atrapalhado e esquecido.
Ainda não tinha trancado a porta e cai um papelito branco no chão. Um papelito que estava dentro do tal novo folheto.
Apanhei-o e nem estava a acreditar naquilo. Um nome e um número de telemóvel.
When you're gone. You still stand here!
É canadiana e novíssima. O ar de miúda mostra-o nitidamente. E como ninguém se mede aos palmos, do seu 1.58 m de estatura a rapariga chegou qual bomba vinda do norte americano e cativou milhões de fãs. Os pseudo-góticos, os Love Metals, os Emos, os Teenagers, e por aí fora. Vestia diferente, um look muito dela, saltava, gritava, caía, partia e cantava. Um primeiro álbum que agradou a muitos, um segundo que agradou a muitos, muitos mais. A menina (armada em) rebelde tinha chegado para ficar. Depois, como todos os que, quase à velocidade de um torpedo, ganham fama, também se fazem logo acompanhar por ódios de estimação. Depressa começou a ser odiada. Até sites anti-Avril Lavigne existem e com inúmeros membros, muitos deles que escondem lá num cantinho de uma gaveta, os álbuns que haviam comprado. Passou a ser ridículo, patético, burro, infantil, gostar-se de tal criatura.
Quando esteve em Portugal no Festival Super Bock/Super Rock, dizem os críticos que deu o melhor concerto de todos aqueles dias, que arrasou grandes nomes presentes.
Nunca me chamou muito a atenção. Por um lado achava-a engraçada pelo visual, por uma ou outra mísica, por ser uma espécie de lufada de ar fresco a dar um certa graça a um panorâma de música comercial repetitivo e aborrecido. Por outro, parecia-me uma miúda parva, armada em radical e mázinha cujas músicas oscilavam entre o "parvo", o "lamechas" e o "alguma qualidade".
Pouco antes de sair o terceiro álbum é que me começou a interessar...o segundo. A capa conhecia-a de ginjeira, há uns tempos estava por todo o lado, algumas músicas também me eram algo familiares. Resolvi ouvir com alguma atenção, uma atenção que aumentou num crescendo quase galopante. O segundo álbum é muito, muito bom, de ponta a ponta. Há 4 ou 5 temas excelentes e os restantes são muito bons. "Nobody's Home" é, sem dúvida, já aqui o dei a entender, o meu preferido. Adoro.
O terceiro álbum apresentou-se-me decepcionante. Muito rosa, muito sparkling, muito emo-floreado, demasiado teen. Ela muito loira. Para quê? É casa para dizer: "Não havia necessidade, girl."
O primeiro single é divertido, alegre, bem disposto mas básico, não passa disso. O segundo começou logo por me irritar. Uma balada sem grande interesse e, acima de tudo, que voz era aquela? Parecia uma Nellyta Furtada misturada com uma criança de 5 anos. Depois, de tanto ouvir por todo o lado, começou-me a entrar, a entrar e entrou de que maneira. Agora, confesso, acho lindo. "When you're gone", assim se chama, para quem anda distraído. A voz que se ouve no single continuo a não gostar, parece que retrocedeu em idade. Mas nem tudo ronda o perfeito e a verdade é que, apesar disso, apesar da grande importância que dou à voz de um cantor, adoro. Há outros exemplos assim. Bandas, cantores que adoro mas cujas vozes me desagradam um pouco.
A verdade é que por muitas vozes que se levantem contra, esta moça pequenita não veio para ficar. Mais para o moreno, loiríssima, maria-rapaz, barbie, negra, rosa, o que for, ela já cá está e não vai arredar pé tão cedo. E eu, acho-lhe graça.
(When you're gone)
Quando esteve em Portugal no Festival Super Bock/Super Rock, dizem os críticos que deu o melhor concerto de todos aqueles dias, que arrasou grandes nomes presentes.
Nunca me chamou muito a atenção. Por um lado achava-a engraçada pelo visual, por uma ou outra mísica, por ser uma espécie de lufada de ar fresco a dar um certa graça a um panorâma de música comercial repetitivo e aborrecido. Por outro, parecia-me uma miúda parva, armada em radical e mázinha cujas músicas oscilavam entre o "parvo", o "lamechas" e o "alguma qualidade".
Pouco antes de sair o terceiro álbum é que me começou a interessar...o segundo. A capa conhecia-a de ginjeira, há uns tempos estava por todo o lado, algumas músicas também me eram algo familiares. Resolvi ouvir com alguma atenção, uma atenção que aumentou num crescendo quase galopante. O segundo álbum é muito, muito bom, de ponta a ponta. Há 4 ou 5 temas excelentes e os restantes são muito bons. "Nobody's Home" é, sem dúvida, já aqui o dei a entender, o meu preferido. Adoro.
O terceiro álbum apresentou-se-me decepcionante. Muito rosa, muito sparkling, muito emo-floreado, demasiado teen. Ela muito loira. Para quê? É casa para dizer: "Não havia necessidade, girl."
O primeiro single é divertido, alegre, bem disposto mas básico, não passa disso. O segundo começou logo por me irritar. Uma balada sem grande interesse e, acima de tudo, que voz era aquela? Parecia uma Nellyta Furtada misturada com uma criança de 5 anos. Depois, de tanto ouvir por todo o lado, começou-me a entrar, a entrar e entrou de que maneira. Agora, confesso, acho lindo. "When you're gone", assim se chama, para quem anda distraído. A voz que se ouve no single continuo a não gostar, parece que retrocedeu em idade. Mas nem tudo ronda o perfeito e a verdade é que, apesar disso, apesar da grande importância que dou à voz de um cantor, adoro. Há outros exemplos assim. Bandas, cantores que adoro mas cujas vozes me desagradam um pouco.
A verdade é que por muitas vozes que se levantem contra, esta moça pequenita não veio para ficar. Mais para o moreno, loiríssima, maria-rapaz, barbie, negra, rosa, o que for, ela já cá está e não vai arredar pé tão cedo. E eu, acho-lhe graça.
(When you're gone)
Subscrever:
Mensagens (Atom)