Que bom...

Que bom foi passar as férias fechado em casa...
Que bom foi passar dias e dias a "chocar" uma gripe daquelas...
Que bom foi passar os dias doente...
Que bom foi passar horas atrás de horas, estendido no sofá, a "sorver" episódios seguidos de episódios do "Sobrenatural" (que, contra a opinião de alguns, não é uma série nada, nada má, mesmo)...
Que bom foi chorar e chorar com a terceira temporada da sempre excelente "Anatomia de Grey" (as personagens, os diálogos, as histórias, os silêncios, a banda sonora repleta de Damien Rice, Regina Spektor, Amy Winehouse...)...
Que bom foi ver os dias a passar lá fora sem quase me conseguir mover...
Que bom foi caminhar, cheio de dores, uns míseros metros até à cozinha (à casa-de-banho nem falo) como se estivesse a percorrer dezenas de metros...
Que bom foi ver a aproximação do regresso à escola...
Que bom foi estar com febre, dores de cabeça e garganta...
Que bom foi não ter tido ninguém a quem dar a mão, que me aconchegasse as roupas da cama, que me passasse a mão pelo cabelo agora tão curto e negro...
Que bom foi sentir-me tão sozinho...
Que bom foi o vazio destas férias...
Que bom foi o regresso à escola...
Que bom foi deitar isto cá para fora.
Que bom... mais um episódio da "Anatomia de Grey". Venha ele!

Ela está longe

- Estás aí?
- Estou.
- Pronto, lá está ele sentado à janela a ver a chuva. Que lindo, que poético. Tão chichê.
- Deixa-me.
- Porque é que estás para aí?
- ...
- Fala comigo.
- Não quero, agora não.
- Pronto, fantástico... preferes ficar aí a olhar para a chuva.
- Sim, prefiro.
- Porquê? Não achas que é estúpido?
- Não, falo melhor com a chuva do que contigo.
- Ohhhh, que coisa linda!
- É, é lindo. Seja! A chuva entende-me melhor, está mais perto de mim do que tu.
- Mas tu estás parvo? Que pachorra!
- ...
- Nem sequer está já a chover. O céu está limpo.
- Sim...
- A chuva já está longe, parvo.
- Sim... ela está longe, imagina então onde estás tu.

30/03/2008


Parabéns ao Principezinho Branco. Já tem 3 aninhos.

Road




THE ROAD TO HELL IS PAYED WITH GOOD INTENTIONS.

Casa de Campo (parte 1)

Estava cansado. Estava farto. Farto do trabalho, da cidade, da familia... farto das pessoas.
Até a sua casa na cidade o incomodava. Era apenas um espaço para onde fugia sempre que saía do emprego. Onde se isolava de tudo e de todos. Desligava o telemóvel durante dias a fio e o telefone fixo já há muito que não tinha ligação à tomada.
Ansiava pelos fins-de-semana. Quinta-feira à noite preparava a mala velha, de um ginásio ao qual não ia há muito, para que na sexta-feira, mal saísse daquele escritório, pegasse no Fiat Punto e partisse para a casa do campo.
Ele e o Manel, o Golden Retriever. Tinha-o comprado para colmatar a falha, a falta, o buraco, o vazio que lhe ocupava o peito. Não tinha resultado. 2 anos depois não resultava ainda. A dor estava lá, o amor por ela também. Mas ela tinha-o deixado e ele nada podia fazer. Tinha perdido uma parte de si e, sentindo-se perto da morte, sem querer esse destino, procurou forças na companhia do Manel.
Ainda chorava, ainda acordava a meio da noite sentindo o braço dela a tocar o seu. Ela estava feliz com o filho de um outro companheiro. Ele tinha o Manel e já nem dos amigos queria conforto. Esses já dele tinham desistido. Têm as suas vidas, têm mais do que fazer. Ele não se importava. Estava farto das pessoas.
Era ele e o Manel, todos os fins-de-semana a caminho daquela casa, a casa que ele comprou e se mantém velha por não ter ele dinheiro para as obras pensadas.
Tal como o Manel, tinha-a comprado para colmatar a falha, para ter objectivos, para se sentir ocupado, para se sentir vivo. A ela regressava todas as sextas-feiras à noite e dela se despedia na segunda-feira de manhã, antes da chegada ao trabalho, depois de deixar o Manel na casa da cidade, ambas, casa e cidade, tão detestadas.
Era a cidade onde tinha vivido anos de relação. Era a cidade que tinha acompanhado as suas alegrias, agora tristezas. Era a cidade onde ela vivia com outro. A cidade onde ela passeava com o filho que não era o dele. A cidade onde o medo de a encontrar a qualquer esquina o corroía por dentro.
Chegou à casa do campo. Tal como nos filmes, era uma casa longe de qualquer outra. Velha, pequena, rodeada de árvores e com um alpendre de telhado estragado.
Saíu do carro, abriu a porta ao Manel, que saltava e ladrava de alegria, e entrou em casa.
O computador ficava na outra casa, o telemóvel também. Além de roupa e alimentos só trazia cd's, sempre.
Dirigiu-se à aparelhagem e colocou a banda sonora do filme "The Mission". Obviamente, deu luz a todas a velas, abriu uma garrafa de vinho e dirigiu-se à casa-de-banho.
Era o cenário de um filme e isso agradava-lhe.

Casa de Campo (parte 2)

Apagou o cigarro na água da banheira onde estava estendido e saíu da mesma. Vestiu um fato de treino e foi-se deitar.
Sentia-se mais só na sua cama da casa da cidade do que naquela cama onde ela nunca havia estado. Ali, isolado de tudo e todos, a dor era menor. Era ele e o Manel.
Abriu os olhos. "Ting...ting...ting..." Que barulhinho estranho era aquele? Chuva? Naquela altura do ano? Certamente tinha deixado uma torneira a pingar. Ou então era aquele tecto velho que deixava passar água. Devia ter a sala já molhada mas estava demasiado cansado para se levantar.
Fechou os olhos. "Ting...ting...ting...ting..." Seria um ladrão? Teria entrado alguém em casa? Era assim nos filmes de terror. Não, não podia ser, claro. O Manel dava por tudo, dava sempre sinal quando ouvia algum som estranho. O que ele tinha ladrado no sábado passado por causa de um ratito que se esgueirou para trás de um dos armários da cozinha.
Esticou o braço para sentir o Manel ali deitado no chão ao lado da cama e logo recebeu umas lambidelas na mão.
"Ting...ting...", novamente aquele barulhinho. E vinha da sala, disso já tinha a certeza. Eram gotas, umas atrás de outras, a cairem do tecto, só podia.
Naquele momento, ali no escuro mais profundo, chegou a desejar que fosse alguém, algum espírito que ali estivesse para o levar consigo, para o fazer sair da vida que nem sentia como tal. Mas que levasse também o Manel. Os dois, só os dois, mas noutra realidade, noutra dimensão.
Mas não era um ladrão, um psicopata, uma alma penada, um espírito, nada disso. Até um espírito não enganava o Manel. Ali, naquela casa de campo, não entrava nada além de uma mera brisa. O Manel não deixava.
Sorriu com aquela ideia e voltou a esticar o braço. Novamente o seu Golden Retriver deu sinal de vida e lambeu-lhe a mão umas quantas vezes seguidas.
"Ting...ting..." Que irritação. Tinha de ir ver o que era aquilo. Tinha perdido o sono e o barulhinho, na sua cabeça, já era uma barulheira irritante.
Levantou-se e dirigiu-se para a sala.
No chão estava uma mancha imensa de líquido escuro. Não era água. Apesar da pouca luz das velas, não era água de certeza. Era um líquido vermelho. Era sangue. "Ting...ting..." Olhou para cima e viu o Manel, o seu companheiro, morto e pendurado no candeeiro de tecto velho.
Num milésimo de segundo lançou as mãos à boca, fechou os olhos e virou-se de costas para aquele cenário. Perdeu as forças por completo e caiu de joelhos no chão. Não conseguia respirar. Sentia-se a sufocar. Abriu os olhos e na parede velha, cheia de humidade, viu escrito com sangue: "People can lick too".

Lonely Urban Doll






Ken Lee

Não tenho o hábito de "postar" coisas deste género mas, desta vez, não resisti. Isto está demais, meeeeeesmo!

Esta senhora hoje fez-me rir.

O que é isto???

Já foi apresentada a capa do novo álbum de Ela, "Hard Candy".
Detesto!
Ok, gosto do look de boxeur, acho piada à frase do cinto "Give it to me", muita usada no meio dos lutadores, acho piada ao anel que diz "M-Dolla", um provável nickname, alter ego (à semelhança do que Ela fez nos tempos do "Erotica", com o alter ego "Dita"), mas, de resto, que merdice de conjunto é esta?
Parece um poster de 5ª categoria, um cartaz qualquer, pendurado por uma mola de plástico ferrujenta, à venda numa lojeca de rua na Tunisia, uma porcaria feita por um mediocre aluno de design do ensino secundário.
Ok, entendo a ideia. Sei que não foi feito nada ao acaso. Em cada álbum Ela cria uma imagem, um visual, um mundo característico. O look de boxeur chique e sexy, ao mesmo tempo vulgar de "gaja" má, relativo ao "Hard", a contrapor ao "so sweet" das cores (rosa e azul bebé) e letras infantis das tradicionais embalagens de "Candy".
Ok, o conceito em si tem lógica e graça mas não passa disso. O resultado desagrada-me e muito.
Esta coisa do "concept", agora, mais do que nunca, muito em voga por parte dos pseudo-intelectuais, irrita-me. "É concept... é bom! Ah é muito à frente, é muito acima, é muito transcendental, é muito bom, tem toda uma filosofia adjacente". Bull shit!
Deste "concept" de série Z não gosto nada.
Madge, what the hell are you doing, woman?

Go here and see what time is it.

http://www.tick-tock.tv/

Push your head towards the air


(Editors - Push your head towards the air)

Almost Lover


(A Fine Frenzy - Almost Lover)

The truth is that...

A no Uk II

Mais um excelente álbum, pois claro. Esta beldade, "Marés Vivas looking girl", agora mais anafadinha, mais uma vez, mostra o enorme potencial vocal que tem. Vai dos graves aos agudos (há um tema todo cantado em agudos, o que para uma voz grave como a dela é, certamente, nada fácil), grita, sussurra, embala, tudo com muita mestria e naturalidade. Há gente que, ao cantar, transmite uma força imensa. Há gente que canta como se fosse a coisa mais fácil. Há gente que pulula, com sabedoria, entre várias formas de cantar. Há gente que nasceu para isto. Directamente da Holanda, Anouk é uma dessas pessoas.


(If you were mine)


(I don't wanna hurt no more)


(If i go)

a NO u K

O novo álbum, "Who's your momma", já saiu. Já está a sacar, pois claro.
Saiu um dvd com concerto ao vivo, "Anouk is Alive". Pelo que vi no YouTube... está excelente! Já está a sacar.


(Recording the new one)




(Love - The show is about to begin)


(Lost)


(Everything)


(No time to waste)

Catadupa

Vêm em catadupa de Inglaterra. Vários já me acompanham há anos. De há meses para cá têm-me sido apresentados uns novos e tenho andado de olho e ouvido neles.
Patrick Wolf, Duffy, Mika, Amy Winehouse, Kate Nash e agora esta mocita londrina de 19 anos com uma voz de pêra interessante, Adele.


(Adele - Hometown Glory)


(Adele - Chasing Pavements)

Tristeza abraçada à felicidade.

Passados 6 meses do início deste ano lectivo lá fui, mais uma vez (não tantas quanto gostaria), à minha antiga escola, ao espaço, ao ambiente que ainda trago comigo, que ainda sinto ser o meu. Afinal, foram 10 anos e uma década marca-nos por muito tempo, senão para sempre.
Nervoso, ansioso, de pernas bamboleantes, entrei naquela escola e, depois de ser recebido por ex-alunos que gritavam, que me abraçavam, que pulavam à minha volta (quem me manda a mim chegar mesmo num dos intervalos), entrei na sala de professores e os olhos fugiram-me, automaticamente, para o cacifo da minha turma do CEF. Fazia-o todos os dias e, meses depois, voltei a fazê-lo, como se tivesse estado ali no dia anterior, como se aquele cacifo ainda fosse meu, como se ainda fosse coordenador pedagógico, como se a turma ainda existisse. Os alunos do curso tinham já partido para outras paragens mas eu continuava ali, aquele era o meu espaço de trabalho, aquelas eram as pessoas com quem gostava de trabalhar. Em mente assim é, ainda é. Tenho tanta dificuldade em desligar-me do passado, do que fez parte de mim, de quem amo. Sinto sempre tudo tão presente.
Mais abraços, mais sorrisos, mais beijos, mais "vivas" e qual não é o meu espanto quando olho para uma parede enorme quase toda forrada com isto:

Nem sei como me senti. Sei que não consegui evitar as lágrimas. E estas causaram olhos marejados a algumas pessoas que me olhavam com tristeza por já não estar ali diariamente e com sorrisos comovidos porque também, como dizem, "tu és nosso, és daqui, esta é a tua escola e nunca iremos tirar a tua fotografia do ecrã do computador. Estás sempre ali presente. Até os colegas novos parece que já te conhecem de tanto falarmos de ti. És o nosso Zézinho e estás cá ".
Tinha tantas saudades daquelas pessoas, daquele ambiente, de tudo aquilo. Assolou-me uma tristeza imensa abraçada a uma felicidade do mesmo tamanho.
Foi tão bom, tão bom.
Voltarei mais vezes... sempre.

Gostar de ti

Porque gosto muito da voz.
Porque gosto muito da forma de cantar.
Porque gosto muito da Rita.
Porque é lamexas.
Porque há momentos assim.

25 years tributes


Rock and Roll Hall of Fame

Ontem Ela recebeu um prémio (mais um), um dos mais conceituados (senão mesmo o mais importante) no mundo da música. Um prémio entregue, por norma, a quem já há muitos anos terminou a sua marcante carreira musical.
Desta vez foi excepção.
E foi assim:


(Part 1 - 25 anos...)


(Part 2 - Este moço poderia falar toda a noite... e seria pouco para falar da carreira e importância desta mulher. O quê? Quando ele estava doente Ela pegou numa seringa e deu-lhe uma injecção no rabo?)


(Part 3 - E foi assim que Ela agradeceu...)


(Part 4 - ...)

1

2

3

Be Aware...


Be aware... I'm coming through.

José e Maria: Transitados!

Contra a esperança de muitos, sempre me pareceu que a manifestação de ontem não ia dar em grande coisa. Pois claro! Estamos em Portugal, o que mais se poderia esperar?
Não me apeteceu gritar, uivar frases de guerra, cantar lemas contra a ministra e seu superior. Ontem foi uma tarde de união, força, grandeza mas uma tarde triste, de luto.
Esta gente do poder é tacanha, tapada, viciada e só se ouve a ela mesma. Do seu pedestal olham para baixo com certezas que são só as deles. Argumentam sem conhecimento de causa, sem saber o que, realmente, se está a passar no ensino, nas escolas... Estamos a alimentar um monstro, essa é a verdade. E isso é tão assustador. Trata-se do futuro de um país, será que é assim tão difícil aqueles mentecaptos entenderem?
Minutos atrás o Sr. Sócrates (para o qual não consigo já olhar ou ouvir), com aquele seu sorriso nojento artificial, escapando-se sempre às questões directas dos jornalistas, falando para o país (no fundo para ele mesmo e para os seus), a modos como que numa redoma de vidro cheia de frases feitas e repetitivas, disse que vai, obviamente, manter a Sra. Ministra da Educação no cargo porque não importa a força da quantidade (100000 professores na rua a manifestarem-se) mas sim a força da razão. A questão é:
Qual razão?
Senhor Ministro, tenha vergonha! Tenho juízo! Não sorria para as câmaras. Isto não tem mesmo graça nenhuma. É de uma gravidade imensa. Já que tem o discurso decorado e cego, já que os, pelo menos, 100000 professores são burrinhos e não entenderam ainda o seu ponto de vista iluminado e fabuloso, ao menos informe-se de coisas simples, ao menos isso. Sabe, não é "conselho directivo", não é "escola primária", não é "ensino acompanhado".
O Senhor é causa e reflexo deste ensino. Mesmo não sabendo o básico, mesmo andando em torno do que não interessa, do que não faz qualquer sentido, lá vai passado, transitando, andando e sorrindo.
Ontem, um imenso conselho de turma, tentou chumbá-lo e si e à sua coleguinha de turma mas, claro, não conseguiu.

Depois da Manif... a Cura.



Depois da marcante, imponente e indescritível manifestação de professores durante a tarde (da qual não me apetece falar), uma tarde em que revi alguns colegas, perdi-me de outros, em que os telemóveis não tinham rede... lá fui, num metropolitano, a fazer lembrar o de Tóquio, a caminho da Gare do Oriente para assistir ao concerto dos enigmáticos The Cure.
Um concerto que fica para a história, pelo menos para a minha e para a grande maioria dos que lá estavam.
Ontem à noite, o cenário falava por si. Um Atlântico a rebentar pelas costuras, com muita gente na casa dos 30 anos mas também alguns góticos e punks trajados a rigor, muito rigor, a maioria provenientes de Espanha.
Havia muita curiosidade no ar. Como estariam eles após 32 anos de carreira? Como seria o concerto? A voz do Robert Smith estaria à altura? Estava ali uma panóplia de gentes, culturas, estilos e gostos à espera e com fé, muita fé na banda de culto. E uma fé que, aos primeiros minutos foi justificada.
Em vésperas de lançar um novo álbum, o 13º do seu historial, os The Cure são uma banda plena de confiança e, tão ou mais importante, uma banda que se diverte em palco. Robert Smith, com o seu jeito atabalhoado, de gestos desengonçados, qual palhaço decadente, a lembrar um boneco de trapos, uma personagem do Tim Burton, nunca terá sido propriamente um «animal de palco» e isso ainda o torna mais fascinate. Ontem, em todas as músicas em que se viu «livre» da guitarra, passeou-se frente às primeiras filas e, no seu estilo meio acabrunhado, perdido, fez questão de olhar nos olhos os fãs, tantas vezes sem pestanejar. É, de facto, uma figura notável!
Depois de quase 40 músicas e de 4 encores, o público, ao fim de três horas e pico de música, queria mais. Estava pronto para ficar ali até de madrugada. Havia um clima de enorme respeito e admiração por esta banda que resvala, e ainda bem, entre o punk, o gótico e o pop.
A devoção começou, como previsto, pouco depois das 21h00. De forma quase cerimoniosa, a multidão aguardava a entrada dos The Cure em palco, por esta altura iluminado apenas por pequenas estrelas azuis. Os quatro músicos chegaram, em pezinhos de lã, e atiraram-se, sem mais delongas, a um som grandioso que encheu o pavilhão.
Um careca de blusa justa e saia, a lembrar o Neo do "Matrix", outro de roupa justa, de cima a baixo, e um terceiro de braços altamente musculados e tatuados em riste. Todos de preto, claro. E o Robert. Com umas roupas negras largas, os lábios borrados de vermelho, os olhos imensamente negros e a sombra da sua característica «trunfa» reflectida nas paredes do Atlântico, o autor dos The Cure deixou-me boquiaberto. Um boneco, ora querido, ora terno, ora assustador, com um vozeirão extraordinário!
Nunca fui um grande fã, mas sempre gostei muito deles. Ontem rendi-me à qualidade, aos acordes, ao estilo, ao som, a tudo, E à voz, única, mas que nunca me fez parar a respiração. Ontem fez e fez muitas vezes. Grande, grande, grande voz, sim senhor. Impressionante a capacidade vocal deste quase cinquentão. Uma voz notável, no mínimo!
Ali se mostrou que como uma música pode ser, simultaneamente, íntima e partilhável por um número absurdo de desconhecidos reunidos na mesma sala. O público, respeitoso, acusou a beleza de vários momentos, irrompendo em aplausos emocionados.
Eu estava longe, no primeiro balcão mas imagino as sensações de quem estava mesmo junto ao palco. Esses, os fãs acérrimos cantavam tudo de ponta a ponta, iam às nuvens e voltavam. Mas a voz de Mr. Smith é tal que quase nem esses devotos muitos cânticos se ouviam do público.
Por ali se andou em registos negros, soturnos, tristes, decadentes mas também de alegria, entusiasmo, animação e descontracção pop que quase transformou o Atlântico numa pista de dança. Os The Cure são assim, ora negros até mais não, ora floridos e a percorrer todo o espectro electromagnético.
Eu estava aflito para ir à casa de banho mas não arredava pé, não conseguia. Era impossível. Ninguém dali saía. Mais ruga menos ruga, mais peso, menos peso, todos acreditámos nas palavras do homem que se despediu de uma sala a seus pés com um singelo «Thank you, see you again».


(Why can't i be you)


(Lullaby)


(Love song)


(Friday, i'm in love)

What have you done?


(Within Temptation - What have you done - acoustic)

Would you mind if I hurt you?
Understand that I need to
Wish that I had other choices
Than to hurt the one I love

What have you done now?

I know I'd better stop trying
You know that there's no denying
I won't show mercy on you now

I know I should stop believing
I know that there's no retrieving
It's over now
What have you done?

What have you done now?

I, I've been waiting for someone like you
But now you are slipping away
What have you done now?
Why? Why does Fate make us suffer?
There's a curse between us
Between me and you

What have you done now?

Would you mind if I killed you?
Would you mind if I tried to?

Cause you have turned into my worst enemy
You carry hate that I don't feel
It's over now
What have you done?

What have you done now?

I will not fall
Won't let it go
We will be free
When it ends

What have you done?

Sorry

Nunca tinha prestado a devida atenção a esta letra.

Above the clouds


(Cindy Lauper - Above the clouds)

Count to 10

Must hold my breath and count to 10... fall apart and try to start again.

Já cá canta!

Tinha de ser. É mais forte e não se aguenta esperar mais. Os francesitos meteram o pé na poça mas... ainda bem!

Ela organizou uma festa de angariação de fundos para ajudar as crianças do Malawi; anda a dar entrevistas sobre o seu primeiro filme como realizadora, já estreado em Cannes; e a ultimar o documentário sobre a pobreza no Malawi. Pelo meio, lá vai dizendo uma coisinha aqui ou ali sobre o esperado novo álbum.
Há meses que se fala de um título, dos temas, das parcerias, do novo look, de datas, etc... boatos atrás de boatos. Agora já se sabe. O álbum sai em finais de Abril, com lançamento em Israel um dia antes do que no resto do mundo. Chama-se "Hard Candy" e o primeiro single, uma parceria entre Ela, Justin Timberlake e Timbaland, chama-se "Four Minutes".
Pois ontem, de forma não oficial, uma rádio francesa anunciou, durante todo o dia, como se o mundo fosse acabar, que ia passar o tema e... passou mesmo. Provavelmente, a dita estação, levará com um valente processo em cima mas a verdade é que passou. E como os fanáticos, a quem não escapa nada, estão sempre com todos os sentidos em alerta, a música já está na net para "sacar" e ouvir.
Quando ouvi não desgostei mas não delirei. À terceira vez, pronto... ADORO! Vai ser mais um hit daqueles. Mais do que certo! É forte, enérgico, dá uma vontade de dançar, uma pica descomunal!

Está aqui o endereço para a página onde se pode, em segundos, "sacar" o tema:

http://www.madonnaonline.com.br/noticias/index.asp?#4428

Depois é ouvir, deixar que nos invada as entranhas sensoriais e abanar as peidas que Deus, ou quem quer que seja, nos deu 'cause "we only got four minutes to save the world... tic, tac, tic, tac, tic, tac..."