Esferográfica



13.40h. Estrada do recinto escolar. Ela, sempre muito corada, meio a correr, interceptou o professor que se dirigia para o interior do estabelecimento.
M - Stôooor... Stô-ôr...
P - Oh rapariga, agora não posso, está quase a tocar. Não tem aula a seguir?
M - Stôr, espere. Tenho, tenho mas ainda não tocou.
P - Mas está quase. Vá, falamos depois, pode ser?
M - Stôr, desculpe, eu sei... é que... bem, queria dar-lhe uma coisa...
P - O quê? Justificação de alguma falta? Ontem faltou ao primeiro tempo.
M - Sim, eu sei. Não, não é isso... Tenho uma prenda para si.
P - Uma prenda? A propósito de quê?
M - Fiz-lhe esta caneta no fim-de-semana... por causa do que me tem ajudado...
P - Eu?
M - Sim, na sexta... foi muito bom falar outra vez consigo... e quis-lhe agradecer. Obrigado por tudo, stôr.
P - Sim, mas aquilo foi uma noite sem exemplo, você não pode chegar a casa tão tarde, não tem idade para isso e os seus pais podem não gostar.
M - Oh stôr, eu disse-lhe que podia falar com a minha mãe ao telefone, ela sabe que eu fiquei a falar consigo e não se importa.
P - Sim, eu sei mas não é suposto a menina sair da escola às 9 e 30, já era de noite.
M - Pois, e o stôr mora longe, eu sei... desculpe.
P - Não tem nada que pedir desculpas mas depois não quero os seus pais a reclamar.
M - Oh... eles? Eles querem lá saber de mim. Mas gosta da caneta? A corda com cores... fui eu que escolhi, fui comprar e fiz. e esta parte aqui dá para porta-chaves, vê? Gosta?
P - Sim, gosto, muito obrigado M. Está muito gira. (Ele não gostava nada, mas há alturas em que não se pode deixar de mentir).
Ela sorriu, corou e baixou os olhos.
M - Ainda bem.
P - Mas não era preciso, rapariga. Sou vosso director de turma, já sabem que podem falar comigo. Também é para isso que servimos.
M - Mas é diferente, o stôr ouve-nos, ouve os nossos problemas, as cenas... e eu ando muito...
P - Sim, eu sei, M. E as coisas estão melhores?
M - Mais ou menos. Eu agora ignoro-os.
P- Boa. Força com essa auto-estima!
M - O stôr devia era ser meu pai.
P- Sou assim tão velho, rapariga? (riu-se)
M - É um bocadinho cota, é. (riu-se) Senão até me casava consigo daqui a uns anos. Mas sou feia e gorda... e tenho este cabelo com este problema... e eles não entendem e estão sempre...
P - Pronto, pronto... já sabemos isso. E o champoo tem resultado?
M - Sim, já estou melhor. Mas ainda tenho aqui um bocado de alergia, não se vê?
P - Quase nada, rapariga.
M - O stôr salvou-me.
P - Oh, pronto, o exagero típico da vossa idade. Que coisa! Não salvei nada, deixe-se lá de dramas e exageros. A vida continua, bola para a frente. O champoo foi barato. Foi só ir à farmácia, não me custou nada. Está melhor é o que interessa.
M - Não é isso... O stôr salvou-me.
Timidamente, mas com uma força incrível, abraçou-se a ele, ali no recinto escolar, despertando a curiosidade de muitos que ali estavam.
P - Pronto, então M, vá lá.
M - Desculpe... O stôr salvou-me. Naquele dia, a seguir às aulas... eu... eu ia matar-me (sussurrou).
P - O quê? Por causa do cabelo, rapariga? Que exagero!
M - E porque sou feia e gorda e tenho sempre a cara vermelha deste problema meu e visto roupas que eles gozam e não tenho amigos... estou muito sozinha... e os meus pais...
P - Sim, eu sei. Mas já falámos no que se pode fazer, nas formas de mudar isso, não falámos? Está mais animada é o que interessa.
M - Sim... Não diga a ninguém, por favor, a ninguém. A minha mãe e o meu pai não podem saber. E a turma também não, senão ainda me gozam mais.
P - Mas está a falar a sério?
M - Sim, já não aguentava mais, eu disse-lhe.
P - Sim, mas...
M - Ia matar-me mesmo. Ia mandar uma mensagem à minha mãe de depois ia pós comboios.
P - Oh rapariga...
M - Mas já tou bem, o stôr salvou-me.
P - Pronto, um exagero mas então ainda bem.
M - Oh stôr... pronto, o stõr nunca vai perceber mas salvou-me mesmo e, por isso, fiz-lhe esta caneta. Gostou mesmo?
P - Sim M, muito.
M - E vai usá-la?
P - Não. Depois começa a estragar-se. Vou colocá-la numa gaveta.
M - Ah, ainda bem, fixe.
P - Pronto, gosto de vê-la mais animada. Assim é que é. Vá, já tocou. Vamos lá para a aula. E obrigado, M.
M - De nada, eu queria dar-lhe uma cena mais cara e melhor mas não tinha dinheiro, já sabe... a caneta é daquelas de plástico, eu é que enfeitei...
P - Sim, eu sei. O que conta é a intenção. Gostei muito.
M - Desculpe ser tão chata e ter abraçado o stôr, desculpe stôr.
Ela sorriu tímida, envergonhada e afastou-se.
P- E já sabe, quando precisar de conversar... mas nos intervalos... isso de ficar horas e horas não tem jeito nenhum, ok?
M - Ok, stôr, ok.
P- Ah... e não é uma caneta, é uma esferográfica, M.
Ela correu, atabalhoada, para a porta de entrada dos alunos, puxando a blusa para disfarçar o corpo de que tem tanta vergonha. Ele ficou ali parado, com a caneta, pendurada não mão, sem saber o que pensar.
D - Olá L, tás bom? Pensativo, hã? Tá tudo bem?
P - Sim, tudo.
D - Já te arreliaste com algum miúdo, não? Eles andam impossíveis e nós é que temos de aturá-los.
P - ...
D - Já ficaste com a caneta de um, não? Os pais gastam dinheiro com eles, oferecem tudo aos meninos e eles não gostam de nada e deitam tudo para o chão. Estes miúdos já não dão valor a nada.
P - É uma esferográfica.

Porquê partilhar com o mundo, senhor?

Inevitável! Não consegui deixar de colocar isto aqui. Isto, o que é isto?
É certo e sabido que o bixedo adora, adora, adora protagonismo. É certo e sabido que o bixedo adora fazer as coreografias das suas divas. Nada de mal nisso, pois então. É certo que ultimamente têm a mania de fazê-lo, gravá-lo e, através da net, espalhar ao mundo os seus bixedos mais ou menos assumidos, pronto, ok. Mas há casos e casos, não?
Ou o senhor estava quase em coma alcoólico quando resolveu partilhar isto com o mundo... ou algum amiguinho querido pegou na gravação e, simpaticamente, partilhou por ele... ou tem um fetiche escabroso de ser gozado... ou levou uma grandessíssima cachaporrada na cabeça... ou foi ameaçado de morte para gravar isto... ou um qualquer garanhão lhe prometeu sexo... ou é absolutamente retardado... ou acha que fez aqui um trabalho muito bom e não tem mesmo qualquer pinga de noção do ridículo.
Independentemente da amplitude física do senhor (se fosse magrito, não faria melhor figura), não sei se tenho mais vontade de rir ou de lhe espetar uma chapada na cara rosada, dizendo "Porquê? Porquê, homem de deus?"
A total falta de ritmo, a roupinha justa absurda, os passos, os gestos, as expressões faciais... tudo, tudo tão mau.
Senhor, faça isso em casa, no quarto, apenas com as paredes como testemunhas, coitadas... Porquê partilhar isto com o mundo?

The Raging Light

Não é pelas imagens... é pela música que adoro.


(David Fonseca - The Raging Light)

Benfiiica... Spooorting...!!!

"Fomos roubados... vocês não jogaram nada... foi injusto... aquilo foi o quê?... Aquele gajo merecia levar mas era um tiro na cabeça... o não sei quê não fez nada... o homem não presta para nada... Benficaaaaaaaa... vocês nem sabem tocar numa bola... cada frango... uma vergonha vocês... pó caralho, seu filho da puta... Já te esqueceste do último? Vocês foram enrabados à força toda... Spoooooorting..... O Leão é o rei da selva, nós somos os maiores, a águia é o quê?... A água voa cada vez mais alto e vocês já estão a mijar-se todos, o leão pia mansinho agora, né?... Paneleiros dos lampiões!... Vocês lagartos deviam ter vergonha, vão-se matar mas é... lampiões de merda... Vocês tiveram foi sorte, mas vão ver... Toma!..."
Riem, choram, irritam-se, gritam, sorriem ironicamente, ofendem-se, chamam os piores nomes, os olhos brilham de gozo, faíscam de puro ódio e raiva...
Disse a uns colegas que me estou completamente a cagar para o jogo de sábado e para o futebol. Avisei 2 turmas que a próxima alma que pronunciasse mais uma palavra relacionada com o jogo ia imediatamente para a rua.
Uma coisa é gostar-se, idolatrar-se até. Uma coisa é ficar-se muito feliz ou muito triste e revoltado. Mas isto? As pessoas ficam cegas, agridem-se, gozam e ficam horas e horas a dizer mal do outro, dos outros, a mandar bocas, porque lhes dá prazer, por maldade, por gostar de irritar, de humilhar, de maltratar, porque é suposto, porque sim. Porque o Benfica é o maior, porque o Sporting é que é. Sabem que o outro não vai mudar de clube, sabem que o outro continua a defender o seu com garras e dentes, sabem que não leva a lado nenhum, que tudo continuará na mesma, mas continuam. Agora bato eu, agora bates tu e dali a dias outro jogo chama ao mesmo. Dali a dias continuam no mesmo. Dali a dias vem a vingança e é outro a rir mais, a gozar mais, a gritar mais alto. "Ah, mas não esperam pela demora... depois nós é que vamos ver!" Há mínimos!
A próxima pessoa que, à minha frente, abrir a boca para sequer sussurrar o que for sobre o tal jogo de futebol passado, sobre o desgraçado do árbitro, arrisca-se a levar uma valente murraça nos cornos.

News from the Brits

Os já senhores de "culto", Patrick Wolf e Brian Molko com os seus Placebo, estão quase, quase de volta com novos álbuns. O do Wolf está na calha, o dos Placebo daqui a alguns meses.
Eis as primeiras amostras do que aí nos trazem. Do tema dos Placebo, uma decepção para muitos, gostei logo, logo. Do tema do Patrick não sei ainda o que dizer.


(Placebo - Battle For The Sun)


(Patrick Wolf - Vulture)

O QUE É ISTO???

O Papa Bento XVI, em visita a África, o continente com maior percentagem de pessoas doentes com Sida, diz que a divulgação de preservativos não é solução para este problema. A solução é a elevação do espírito a um estádio superior, a amizade, a fé e a abstinência sexual da população.
O QUE É ISTO??? Isto é a palavra de Deus? Isto é preocupação com a sociedade, com as pessoas? Isto é a real percepção do que se passa? Isto reflecte um mínimo entendimento do que são aquelas pessoas, onde vivem, como vivem, a cultura e informação a que têm acesso? Isto é ajuda, solidariedade, tentar fazer alguma coisa, minimamente lógica, por milhões de pessoas?
O QUE É ISTO??? Isto é crime. As palavras deste senhor são criminosas. Estamos a falar de pessoas que vivem na mais profunda das misérias humanas a todos os níveis. Vamos dizer-lhes que elevem o espírito? Que sejam amigos? Que tenham fé? Que não tenham sexo?
O QUE É ISTO???
Mais uma prova de que a Igreja Católica,com representação máxima neste senhor, ou é de uma teimosia a toda a prova, ou continua mesmo num mundo muito, muito distante, um mundo que não é, certamente, este.
Senhor, se tivesse um mínimo de bom senso, um mínimo de conhecimento do que se passa, teria vergonha de colocar o primeiro pé em África. É preferível que fique sossegado no seu pedestal em vez de tentar, desta forma, espalhar bondade pelo mundo. Isto não é bondade em lado nenhum e em África não é certamente.
A imagem do Papa sorridente rodeado daquelas gentes felizes por tê-lo ali, por verem jornalistas, câmaras de filmar, não merece qualquer comentário.

Lars and the real girl



Uma leve e, ao mesmo tempo, dolorosa e inspiradora história sobre a dor da solidão e a dor de a romper. É a sinceridade subjacente a “Lars and the Real Girl” que, mais do que o acreditar numa surreal situação, nos faz, de certo modo, torcer por ela.
Lars é um homem muito tímido de uma pequena cidade americana, que vive na garagem do seu irmão e cunhada e que, apesar dos esforços de ambos, foge a qualquer interacção social. É quando Bianca chega a sua casa que a vida de Lars muda. Bianca é uma boneca "insuflável" que Lars encomendou pela Internet. Mas, longe de um interesse sexual, Lars procura o amor. Sob aconselhamento da médica local, irmão e cunhada não contradizem Lars, aceitando Bianca como a sua namorada. O mesmo acontece com toda a comunidade. Bianca começa a assistir à missa, a participar em actividades sociais e até arranja emprego. Aparentemente isto parece uma anedota, um argumento de muito mau gosto. Mas não é. Este surrealismo é tratado com muita capacidade.
O argumento de Nancy Oliver (uma das argumentistas da fabulosa série "Six Feet Under") está longe de olhar para a sua personagem principal com a condescendência com que se olha para um doente. Percebemos que Lars se retirou para dentro de si mesmo (e daquela garagem) em virtude da morte da mãe e pela vida silenciosa que teve com o seu pai viúvo. É com uma suavidade quase tão desconcertante como a naturalidade com que Bianca entra na vida de todos, que Lars vai enfrentando os seus medos, soltando-se da dor física que sente quando é tocado e abraçado por outras pessoas.
Há, em todo o filme e, sobretudo, em Lars, um difícil equilíbrio entre estranheza e normalidade, entre transparência e opacidade, entre o normal e anormal.
Entre o humor negro e os sentimentos mais tocantes, a irrealidade de “Lars and the Real Girl” serve o propósito de mostrar a que ponto uma família, amigos e habitantes podem chegar, onde a preocupação com o indivíduo é mais relevante do que a preocupação com o que sociedade pensa acerca desse mesmo indivíduo.
Um chegar até ao outro e deixá-lo chegar até nós. Na realidade, talvez sejamos tão irreais uns para os outros como esta boneca de silicone.

Planeta Terror


Ou se adora, ou se odeia. "Planeta Terror" é a parte realizada por Robert Rodriguez do projecto "Grindhouse", co-assinado por Quentin Tarantino que realizou a outra parte "À Prova de Morte", o qual não gostei.
Este "Planeta Terror" é uma homenagem aos filmes de série Z e às salas de cinema que os exibiam e em que na versão original trailers de filmes imaginários uniam os dois filmes. E, tal como no filme de Tarantino, voltam os riscos na cópia, as falhas de som, o queimar da fita, as cores, as desfocagens, as supostas más representações e tudo o que um filme série Z tem direito.
Misturando actores muito conhecidos com outros meros desconhecidos, zombies, sangue, muito sangue, cenas hilariantes, cómicas, deprimentes, ridículas, horríveis, anedóticas, duas gémeas parvas, um mulher de mãos tortas, uma outra voluptuosa com uma arma em vez de uma das pernas, um herói meio puto patético-machão, o filme tem de tudo um pouco aquilo que dele se pode esperar... ou não. Um filme (considerado de culto logo à partida) absolutamente exagerado e estúpido. Por isso, genial para uns, muito mau para outros. Eu adorei!

Rain on your parade

A voz desta moça tem um timbre diferente, sem que, por isso, me agrade particularmente. Não consigo ouvir mais do que um ou dois temas seguidos cantados por esta vencedora de muitos dos prémios musicais do ano. Há ali qualquer coisa, um vibrato que me irrita mesmo.
Mas além do já muito cansativo e já inaudível "Mercy", gosto muito deste tema novo que podia, perfeitamente, ser tema principal da banda sonora do 007.


(Duffy - Rain in your parade)

Give it 2 me one more time!?

Diz que sim, diz, diz. Andam por aí boatos de que Ela pode voltar a Portugal. Será?
Ainda estão a ser calendarizadas datas para a "Sticky & Sweet Tour - Part II" e soam por aí um sururus de que há a possibilidade de se encaixar novamente uma passagem por Portugal, desta vez no Pavilhão Atlântico. Será?
Uma coisa é certa, a tour que, só na primeira e suposta única parte, já bateu todos os records de rentabilidade ainda não terminou. Por este andar a segunda parte vai ter tantos ou mais concertos do que a primeira. Eram para ser apenas 3 ou 4 pela Europa e depois lá para os lados do Japão e Austrália e Já estão 27 concertos confirmados. E, claro, mal os bilhetes são postos à venda... zás, esgotam num ápice. Quase não há canto europeu onde a mulher não vá. Volta a dar uns em Londres, mais um em Paris e por outras tantas cidades onde ainda não havia ido. Nos países do leste europeu onde Ela nunca foi há filas de espera de dias e dias e dias e mais dias.
Ou a mulher é doida, ou quer-se matar de cansaço, ou quer dinheiro e mais dinheiro, ou está a esgotar os últimos cartuchos, está numa de se despedir dos palcos, ou adora mesmo, em demasia, fazer o que faz. Desta vez chega mesmo ao exagero de marcar datas seguidinhas em países diferentes. É dar um concerto, dormir um pouco e voar para outro país para dar outro concerto horas depois. E no dia seguinte o mesmo.
Diz que a segunda parte será exactamente igual, diz que terá roupas diferentes, diz que mudarão os cenários, diz que serão mudadas algumas músicas, diz que isto, diz que aquilo.
É esperar para ver... como sempre.


(Eddie Amador House Lovers Remix)
Há, sem exagero, milhares de remixes de temas da Madonna, feitos por profissionais, dj's, amadores, fãs... Uns são fracotes, outros excelentes. Uns muito idênticos ao original, outros completamente diferentes, com sonoridades de um canto ao outro do mundo.
Tirando alguns que considero excelentes, não sou grande fã de remixes e este é mais um. Mas gosto do video, demasiado eléctrico e psicadélico.

ESC - Alma portuguesa!?


(Portugal - Flor de Lis - Todas as ruas do amor)

Se as votações do Eurovision Song Contest fossem verdadeiramente justas, se se votasse nas canções preferidas, nas melhores canções e não nos países vizinhos, nas roupas mais cómicas ou fantásticas, nos mais mascarados, nos cantores ou cantoras mais sexys, nas maiores palhaçadas, este ano Portugal tinha possibilidades de ficar bem classificado, até mesmo nos 10 primeiros lugares. Sim, acho isso mesmo.
Não que considere o tema por aí além, nada disso. Nada que se compare a temas de outros tempos, a uma "Lusitana Paixão", a uma "Senhora do Mar", por exemplo. Acho-o porque, tendo ouvido, já várias vezes, a grande maioria das músicas concorrentes, parece-me que este ano o Eurofestival está mais pobrezinho, no geral. Sempre houve temas maus e temas bons, muito bons até, mas este ano os bons e muito bons contam-se pelos dedos das duas mãos. Já não é mau, dirão alguns... eu acho que é. Se são escolhidas cerca de 40 canções entre umas quantas dezenas mais, se são escolhidas as supostas melhores de cada país, então a grande maioria deveria estar acima do razoável ou satisfatório.
Perante o que tenho andado a ouvir, acho que o tema português é até dos melhorzinhos. Há temas diversos, diversificados, baladas, rock, sons tradicionais, canções a solo, a pares, em grupos, por bandas, etc... mas poucos são excelentes, poucos. E não me venham com histórias de que por ser festival as músicas não têm de ser excelentes, têm é de ficar no ouvido. Ficar no ouvido, ser facilmente cantarolada, não faz uma música ser boa e, muito menos, merecer vencer.
Claro que as prestações em palco vão contar, as luzes, os cenários, as cores, as roupas, o aspecto dos protagonistas, etc... mas, acima de tudo, é um concurso de temas musicais, não de aspectos, e aí o tema de Portugal, este ano, não sendo o seu melhor ano, merece passar à final e ficar bem colocado.
Pode ser que sim, nunca se sabe. Poucos davam alguma coisa pelo tema da Lúcia Moniz e este ficou na melhor colocação de sempre até hoje. 6º lugar. O tema de 2009, honestamente, acho-o muito na mesma onda. A mocita, as roupinhas, os instrumentos, a sonoridade, a fórmula idêntica. A ver vamos!
Mas gosto do tema português? Sim e não. Gosto e irrita-me.
- Começa logo com o nome da banda, ou da rapariga, nem sei (claro que isto nada tem a ver com a qualidade da música, é apenas uma apreciação). Mal ouvi o nome, sem ter ouvido a música, vi logo que só podia ser algo do género do que é. Tudo muito campestre, muito leve, muito esvoaçante, sem grande sabor. Imaginei logo uma música tipo "Amor de água fresca" da Dina, ranchos folclóricos ou o tema da Lúcia Moniz. Pois, só podia.
- O visual em palco: se for como foi a apresentação em Portugal, não gosto. Tudo com um ar muito pobrezinho. Parece que pai, mãe, tio, vizinhos, rafeiro e ovelha foram de excursão em autocarro da aldeia, com as cestas e lancheiras, o garrafãozito de vinho, e os meteram ali caídos no palco para tocar umas modas lá da terra. Simplicidade não é sinónimo de aspecto pobre simplório. A rapariga muito cândido-rural com florinhas, fitinhas e coizinhas no cabelo, os acompanhantes a dar um monocórdico pezinho para a esquerda e para a direita, de camisinhas e calças banais. Parecemos os desgraçadinhos do canto da Europa, os pobretanas da União Europeia. Sei que o visual tem a ver com a música, que um tema destes não pede plumas e lantejoulas, nem gente vestida para receber um óscar. O tema requer simplicidade nas vestimentas, mas aquilo parece quase um ensaio para a festarola da aldeia.
- A letra da música irrita-me. Parece que andamos há anos (excepções à parte) a levar a mesma letra. Flores, campos verdes, cereais, frutas, céu azul, mar, saudade, velas, lua, marés, chuva, estrelas de encantar, sol... Eu sou tua, tu és meu, tu és isto, eu sou aquilo, tu és assim e eu assado... Credo! Um chorrilho de metáforas em catadupa. Só falta vir a Dina com a cesta e dissertar sobre todas as frutas! Não digo que o poema seja mau, mas caramba, é sempre tudo à volta do mesmo fado.
Já várias vezes li que este tema representa a alma portuguesa. Desde quando? Parece que Portugal ainda se caracteriza por ser um país de gente que vive nas aldeias, que vai à fonte, que namora à janela, que escreve cartas de amor, que olha o mar com saudade, que passa as noites a admirar as estrelas... Ainda anda tudo na esturreira do sol de burro e charrete, não? Já há muito que não é assim. Já há muito que formam os Descobrimentos. As caravelas já afundaram. As mulheres já não choram os maridos à beira mar! Não admira que os europeus nos vejam ainda como vêem. Sim, somos todos muito ingénuos, muito puros, muito simples, singelos, muito gente do campo sorridente e melancólica, tudo boas almas aqui ao canto plantadas, blá, blá, blá... Para ser uma boa música não tem de retratar os hábitos e costumes de um país, até porque o nosso país já pouco tem a ver com este tipo de letras e melodias. Não retrata o país, mas também não tem de retratar. Quando os turcos lá vão, vão de turbante ou vestes árabes? Os espanhóis vão de castanholas em punho? Até gosto quando os países levam sonoridades que os caracterizam, mas esta música caracteriza o nosso país? Acho que não, mesmo.
Apesar disso, apesar de não considerar ser uma música actual, de ser uma música que caracteriza um povo de outrora, gosto do tema. Irrita-me, pelo que escrevi, mas gosto da flauta, do acordeão, dos batuques ali pelo meio. Soa-me agradável e, de forma justa, em comparação aos outros temas, deveria ficar bem colocado na final.

Epilepsy is dancing


(Antony & The Johnsons)

Eurovision 2009

Andei a ouvir a maioria das músicas que, este ano, vão concorrer no Eurovision Song Contest. Inicialmente, como é costume, quase não gosto de nenhuma e acho-as banalíssimas, depois começo a ouvir mais e a gostar mais e mais. Vamos lá ver este ano como vai ser. Por agora, aqui ficam aquelas em que reparei mais, independentemente de ter gostado ou nem por isso.


(Noruega - Fairytale)
Esta é, para muitos, a favorita. É das melhores, sem dúvida. Se não vencer ficará, certamente, muito bem classificada.


(Bulgária - Illusion)
A voz do mocito tem parecenças com a do Jimmy Summerville. Não desgosto da música, bem elaborada a vários níveis, mas ao vivo acho-a um bocado desastrosa.


(Grécia - This is our night)
Pronto, cá está este Sakis Rouvas outra vez. O homem é um sucesso na Grécia e agora na Turquia onde passou a viver. Já participou há uns anos no festival com um tema hiper pobrezinho mas, por ser mexido (ao jeito do Ricky Martin, na altura muito em voga), por ter muito bom aspecto (foi, recentemente, considerado o mais bonito homem do mundo, enfim...) e mostrar o corpinho na coreografia, ficou nos primeiros lugares. As miúdas e graúdas, os gays e demais, tudo com a pita aos saltos, a correr dar pontos ao moço. Desta vez acho que não será diferente.


(Dinamarca - Believe again)
Gosto da voz deste rapaz, muito à Ronan Keating.


(Eslovénia - Love Symphony)
Parece que a senhora se esqueceu de cantar. Violinos, violinos e mais violinos e lá começa ela. Gosto mais quando ela está calada, mas para ser canção, ela teria de dizer umas coisinhas. Vale pelos violinos.


(Alemanha - Miss Kiss Kiss, Bang, Bang)
Gosto desta. Meio cabaret, meio blues. A lembrar outra anterior também da Alemanha. Mas é Alemanha, fica para o fim na classificação.


(Reino Unido - My time)
A juntar à Alemanha, lá vão o Reino Unido e a França para os últimos lugares, outra vez. Esta parece uma canção da Disney e, dentro desse género, não está nada, nada mal. A rapariga canta muito bem e tem uma muito bonita voz. É um género que chateia a muitos, mas é bonita.


(Moldavia - Hora din Moldova)
E pois que o Eurofestival continua numa de sonoridades orientais, as quais não aprecio particularmente mas que costumam ficar muito bem classificadas. Esta é gira, tem piada, é divertida, em jeito de Kusturica.


(Israel - There must be another way)
A fórmula, supostamente, foi juntar uma israelita e uma árabe e, através de uma canção, mostrar o sofrimento que se vive naquelas paragens, onde esta junção já causa polémicas, claro. Uma das senhoras é a Noa, cantora com algum sucesso mundial.


(Turquia - Dum tek tek)
Típica música para vencer. A Turquia e a Grécia adoram este género. Mistura-se a música árabe ou ritmos latinos com batidas pop, uma cantora a mostrar o pernil ou um cantor a mostrar a barriga tonificada e já está. A mim não me aquece nem arrefece. Acho-a desinteressante, previsível, mais do mesmo. Este ano a Espanha resolveu fazer do mesmo e, claro, tal como esta e a grega, também é uma das favoritas.


(Arménia - Jan Jan)
Não gosto do refrão mas não me desagrada o resto. Uma das senhoras parece que quer bater em alguém.


(Rússia - Mamo)
O país anfitrião que nos habituou a boas músicas, sempre das melhores de cada ano, que há anos fica nos primeiros lugares, este ano presenteia-nos com isto. Não sei o que dizer da música, da senhora... O fim então...


(Roménia - The Balkan Girls)
Um país que tem, desde há vários anos, das minhas músicas preferidas. A Roménia tem estado sempre no meu top 3. Este ano leva estas mocitas sweet-pussycat-barbie-dolls. A música tem alguma gracita mas nada de nada comparada com as de anteriores anos, nada.


(Suíça - The highest hights)
É uma óptima música pop/rock. Muito bem conseguida. Gosto mesmo. Infelizmente, não creio que fique bem classificada. Não é um registo habitual no Eurovision. Não é um rock pesado ao género escandinavo, nem um pop ligeiro. Se chegar à final deve ser uma sorte.

A normal morning

Este vídeo foi gravado em Liverpool Street, estação de metro e comboio em Londres.
Numa segunda-feira de manhã, sem qualquer anúncio prévio, 70 bailarinos misturaram-se com passageiros e alguns destes acabaram mesmo por entrar na onda da coreografia do grupo. Then... life goes on.

Seita... mais uma.

Ao ponto a que já se chegou. Das duas... uma. Ou isto só pode ser a gozar ou então algumas seitas continuam a querer mesmo provar, aos que ainda duvidam, que ensandeceram de vez e que estão completamente desenquadradas da realidade.
Fazer publicidade a si mesmas assim?
Então não é que a música da artista mais herege afinal agora já serve para divulgar a fé?!
Pega-se no "Sorry" da excomungada e usa-se para espalhar a palavra deste senhor Inri Cristo, suposta reencarnação de Cristo.
Mas quem é que vai nesta cantiga? É mesmo caso para dizer: por amor de Deus!
Amen!



Isto devia ser usado numa próxima tournée, assim nuns ecrãs bem grandes de fundo, sem dúvida! Estas senhoras muito cândidas e etéreas, ora angelicais, ora numa tentativa mix de ternura com Madonna certinha em flirt com a câmara.

Evolução da espécie





As 3 mentiras

Pois que o X, o Pinguim e o Brama acertaram nas 3 mentiras. Talvez esteja enganado mas admito que lendo as 9 opções posteriormente, não era lá muito difícil acertar. Deveria ter-me empenhado mais.
Se o Brama não acertasse ia ver o que lhe acontecia num próximo encontro físico ou telefónico. :) Tem a obrigação de me conhecer mui bien. De qualquer modo as justificações/afirmações que refere não são bem essas, não, não.

Bem, as características erradas são, efectivamente, a 3, a 6 e a 9.

1 - As minhas frutas preferidas são amoras, lichias e diospiros. Verdade. Oh yeah, essas mesmas. Gosto, adoro outras, como figos, mangas, ananás, melancia, cerejas, pêssegos, etc... mas estas são mesmo o top 3. Deleito-me completamente.
2 - Já me tentei suicidar. Verdade. Sim. Hoje jamais o faria, não me vejo mesmo a fazê-lo, mas na altura a dor de viver era-me demasiado insuportável. Sentia-me morto, vazio, apenas preenchido por dor. Queria terminar com a dor. Felizmente caí para o lado certo.
3 - No passado tive apenas 2 relações, sendo que uma terminou porque eu o traí e outra porque eu quis uma relação aberta e ele não. Mentira. Tive 2 relações, ambas de anos, vivendo como que casados. Terminaram, não de comum acordo e por motivos diferentes. Numa ele quis partir, noutra tive de partir. Efectivamente, nunca traí e a ideia de se trair um companheiro, quem se diz amar perturba-me profundamente. Nunca quis relações abertas. Não tenho nada contra as mesmas, cada um relaciona-se como entender, como quiser desenvolver o seu relacionamento e até acredito que assim as relações tenham uma muito maior duração. Sei que a grande maioria das relações gay mais sérias implicam, mais cedo ou mais tarde, uma ou ambas estas variantes, traições ou relações abertas, mas até então nunca me vi nesses filmes. Mas isto não faz de mim um santo. Talvez eu esteja errado, talvez eu não veja bem as coisas, talvez leve a relação com o outro demasiado a sério, de uma forma descabida na sociedade actual, digo-o muitas vezes.
4 - Os meu maior sonho é ter um filho. Verdade. Sim, é. Sei que não é fácil. Sei que os anos vão passado e é um sonho por concretizar. Mas também sei que já sofri muito por isso e que agora aprendi a viver sem grandes sofrimentos pela falta de concretização deste desejo. Já me convenci que o mais certo é nunca chegar lá. A luz está bem, bem longe.
5 - Sou viciado em comida japonesa. Verdade. Como, como e digo que tão cedo não quero repetir. Mas no dia seguinte, até no mesmo dia, lá me vem a saliva à boca. Só não como mais vezes, muitas mais vezes, porque o dinheiro não dá para isso.
6 - Gosto muito de andar de carro quando não sou eu a conduzir. Mentira. Quando não estou a conduzir vou desconfortável, não vou descansado, assusto-me frequentemente e assusto quem conduz. Noutras situações da vida, muitas vezes, prefiro ser conduzido.
7 - Aprendi a ler e a escrever aos 4 anos de idade. Verdade. Pronto, aconteceu. Não parava quieto, a cabeça não sossegava e queria porque queria, queria porque os amigos 2 anos mais velhos iam para a escola. Queria saber o que os livros contavam. Queria saber utilizar os números. E por isso achei uma chatice a primeira classe. Gostava de ir para a escola, dos recreios, de conversar nas aulas, dos colegas e amiguinhos, mas estar ali a ouvir o que já sabia, a fazer contas que já dominava... nada estimulante.
8 - Quando era pequeno fui avaliado como tendo as características daquilo a que hoje se chama de criança indigo. Verdade. Nem sei bem o que isto é, a maioria não sabe. Parece que não está sequer provado que existam tais crianças, uma minoria supostamente nascida nos anos 70, hoje adultos. Do muito que se escreve podem ser várias coisas, ter várias características, várias vertentes, dimensões. Quando era pequeno, perante muitas coisas que me caracterizavam, que me aconteciam, uma prima psicóloga e um amigo dela especialista qualquer numa área qualquer que na altura me era indiferente, apontaram-me as características "estranhas" daquilo a que hoje se chamam as crianças indigo. Eles estavam intrigados, preocupados, fascinados e queriam que eu fosse fazer testes aqui, exames ali. Os meus pais não foram nisso, rematando o assunto. Eu, miúdo, queria lá saber. Mais tarde, um amigo médico, propôs-me o mesmo, mas eu queria lá saber. Hoje e desde há muito que prefiro nem pensar muito nisso. Pronto, tenho coisas estranhas, mas quem não as tem!? End of subject.
9 - Sou esquerdino mas escrevo bastante bem com a mão direita. Mentira. Sou esquerdino e um completo nabo a escrever com a mão direita. Nem sei bem segurar na caneta ou lápis e a letra sai-me como se estivesse a aprender a escrever. Curiosamente, a grande maioria dos esquerdinos escreve com a mão torta, técnica que adquiriram em crianças para não borrar com a mão o que iam escrevendo. Eu não. Nos primeiros tempos da primária borrava tudo, os cadernos eram uma desgraça cinzenta, mas aprendi a não borrar. E por não entortar a mão, muita gente nem se percebe que sou esquerdino.
Há 4 coisas que faço com a mão direita. Uma não vou dizer e as outras são:
Cortar com tesoura, porque quando comecei a cortar não havia tesouras para canhotos e com a mão esquerda dava cabo das folhas que ficavam amachucadas, rasgadas, numa lástima, tudo menos cortadas. Tenho mais jeito a chutar uma bola com o pé direito. Como com os talheres como os destros comem, porque quando precisava de uma faca colocava-a na mão que estava desocupada.

Liam o mesmo livro

Na mesma divisão, em divisões diferentes. Um na rua, outro em casa. Deitados na mesma cama, em sofás diferentes. Corriam as letras de madrugada, palavras ao fim de uma tarde. Ambos liam o mesmo livro. A capa era a mesma, o título o mesmo, o preço, a edição, o dia e o local em que os compraram eram os mesmos. Liam o mesmo livro.
-133. E tu? - Ainda? - Sim, e tu em que página vais?
Liam o mesmo livro. Comprometeram-se, quiseram e liam o mesmo livro. O livro que ambos assinaram. Um assinou o livro do outro. Começaram a lê-lo exactamente no mesmo dia, na mesma, hora, no mesmo minuto.
- Estás atrasado. Vou bem mais à frente. - Eu? Tu é que vais muito adiantado. Porque é que lês tão depressa? - Depressa? Tu é que lês muito devagar. - Então, tu tens mais tempo para ler e eu gosto de ler com calma. Despacha-te. - Não consigo, não dá. É assim que eu leio. Lê tu mais lentamente ou volta atrás. Não deves ter lido bem aqui umas partes. - Claro que li. Não consigo, não dá, não vou voltar atrás. - Então lê mais devagar. Vais em que página?
Um lia mais depressa, outro mais devagar. Um conseguia adiantar-se, outro estava mais atrás. Ambos liam a ritmos diferentes. Tinham formas diferentes de ler, tempos diferentes, momentos diferentes, ritmos diferentes para correr as frases do mesmo livro.
- 221.
Começaram ao mesmo tempo. Estavam no mesmo livro. Mas não estavam na mesma página.

O desafio das 3 mentiras.

Não sou grande fã dos desafios feitos entre blogs. Acho-lhes graça, gosto de ler o que os bloguistas escrevem mas quando chega a minha vez... ou vou adiando, ou não sei bem o que escrever, ou não me apetece de todo.
Contudo, para não ser sempre um "cortes" e porque achei uma certa piada a este, aqui vai.
O X do blog "Comyxtura" desafiou-me a enumerar nove características minhas, das quais seis são verdadeiras e três falsas. Depois é suposto passar a corrente para outras pessoas que me devem comunicar quais as minhas três mentiras.
Ok, aqui deixo as seis verdades e três mentiras, mas não vou passar o desafio a ninguém até porque não tenho muita gente a ler este blog.



1 - As minhas frutas preferidas são amoras, lichias e diospiros.
2 - Já me tentei suicidar.
3 - No passado tive apenas 2 relações, sendo que uma terminou porque eu o traí e outra porque eu quis uma relação aberta e ele não.
4 - Os meu maior sonho é ter um filho.
5 - Sou viciado em comida japonesa.
6 - Gosto muito de andar de carro quando não sou eu a conduzir.
7 - Aprendi a ler e a escrever aos 4 anos de idade.
8 - Quando era pequeno fui avaliado como tendo as características daquilo a que hoje se chama de criança indigo.
9 - Sou esquerdino mas escrevo bastante bem com a mão direita.

Irracionalidades

Este anúncio foi censurado, claro!

Até se entende porquê, afinal é forte, muito forte. Mas, às vezes, só com anúncios-choque como este, se consegue ir mudando as mentes.
Alguns dos argumentos estão cá, mas ainda haverá quem diga que sem as touradas o touro estava extinto. É um dos argumentos preferidos dos defensores desta barbaridade. Sorridentes e em jeito de defensores, adoradores e respeitadores do touro lá dizem: "Os touros, até irem para a arena, tem uma vida de luxo. São bem tratados e vivem felizes em pastos verdes". Pois... e então? Isso justifica alguma coisa? Leva-me a perguntar a essas pessoas: gostariam de ter uma vida de luxo durante uns quantos anos que terminasse num arrastamento para uma arena para serem torturados ao vivo? Gostaria que todos os seus amigos e familiares sofressem o mesmo? Estavam nas vossas boas vidas e, de vez em quando, lá vinham buscar um ou dois para a arena para serem aplaudidos, não pela vida luxuosa, mas pelo espeta aqui, espeta ali, escorre sangue daqui, agora dali. Que tal?
Claro, claro que nós humanos temos esse discernimento, somos racionais, enquanto que os touros, irracionais, não têm essa noção e sabem lá eles para onde os vão levar quando os tiram dos campos solarengos. Nós sofreríamos se soubessemos ser esse o nosso caminho, o caminho dos nossos entes queridos, os bichos não. Pois, e os litros de sangue a brotar de feridas profundas, também não o sentem? Não têm essa noção? Não sentem? Aí onde entra a irracionalidade animal?
Dizer-se que enquanto se foi vivo se foi feliz não é argumento nenhum que justifique tal atrocidade. Vamos lá então criar gatinhos, cãezinhos, cavalinhos, ovelhinhas e outros animaizinhos com todo o amor, conforto e carinho e depois, passados uns anos, zás... esquartejamento público com gritos, risos e palmas à mistura. E interiorizamos "ah, qual é o problema? eles foram felizes enquanto viveram". Claro que acharão a comparação estúpida. Mas será? Só não é, pura e simplesmente, porque não é tradição, porque são animais, supostamente, mais queridinhos.

Igor

Após algumas horas de extremas dores físicas maternas, dores sentimentais paternas, dos avós e outros familiares. Após gritos lacinantes de uma mãe cansada, transpirada, cortada. Após estado puro de nervos fervilhantes daqueles que salas ao lado ainda assim conseguiam ouvir os gritos daquela rapariga a dar à luz, às 22.02 horas, do dia 28 de Fevereiro de 2009, através de parto natural, com 3,350 kg e 50,5 cm de comprimento, chega ao mundo o Igor.
Sou um tio babado, claro. O bebé é tão, tão, mas tão fofinho. Muito branquinho, com uma farta cabeleira escura e uma carinha a não deixar enganar o sexo masculino. Apetece beijar, agarrar, apertar, juntar ao peito horas e horas, aquele ser tão pequenino, sensível e ternurento.
Nunca liguei a essa coisa do "é parecido com a mãe, tem a boquinha do pai, a testa assim ou assado é do avô, daqui para cima é mesmo igual à avó...", sempre achei esse hábito uma patetice, mesmo porque as crianças mudam muito com o passar dos anos, até dos meses e comparar uma carinha pequenina a um adulto sempre me estranhou, mas uma coisa é certa, aquela coisinha linda não engana, aquele narizinho batatudo, aquelas orelhinhas em bico em jeito de Mr. Spock, não enganam. Parece que retrocedi 30 anos e vi o meu irmão quando nasceu. É mesmo tão parecido.
Escusado será dizer que estou nas nuvens e o olhar do meu irmão, da minha mãe e do meu pai são qualquer coisa que nenhuma palavra ou texto conseguem descrever.