Emos, androginos, punks, spotlights e coisas "deuch" que tais.

Em Agosto de 2006, de férias por terras do sul alemão, deparei-me com muita, mesmo muita, frequência com jornais e revistas, em todas as bancas, a mostrar nas suas front pages uma rapariga muito novinha com um look diferente. Meio punk, meio gótica, meio emo. Olhos pintados de preto, unhas a condizer e um cabelo ora azul, ora vermenho, ora com madeixas coloridas misturadas com preto. Em cada capa um cabelo de diferente coloração mas sempre o mesmo visual.
Para onde me virava, lá estava a dita girl. Seria uma adolescente apresentadora de algum programa teenager? Seria uma cantora recente? Entraria em alguma série para miúdos? Sim, porque, de quando em vez, a sua presença nas capas fazia-se acompanhar de mais uns 3 ou 4 teens que pareciam ser sempre os mesmos.
Quem seria aquela miúdita magra curiosa, com um ar dark mas, ao mesmo tempo, simpático e divertido? Bem, uma alemã qualquer, pelos vistos, muito em voga por aquelas bandas. Cá nem eu, nem ninguém sabia quem seria. Certamente, nunca viriamos a saber. Particularidades de cada país. Uma daquelas celebridades que só cada país, quanto muito, um ou outro vizinho, conhece e coloca num pedestal por uns tempos.
Em Agosto deste ano voltei à Alemanha. Desta vez mais para norte em visita à capital, Berlim. E, novamente, a tal moça em todo o lugar, em todas as bancas. Ela e os outros "amiguinhos".
Continuava a não fazer a menor ideia de quem seria tal mocita, aqueles jovens. Sabia, contudo, que eram uma banda. Uns tais Tokio Hotel. Alemães, obviamente.
"Pronto, mais uma banda que, com ou sem qualidade, reina no seu país mas que outras latitudes e langitudes desconhecem" pensei cá para mim.
Fiquei com alguma curiosidade. Afinal, gosto daquele tipo de look, gosto de androginia.
Meses depois, fazendo zapping, lá estava ela, ela com eles. Um vídeo escuro, o tal visual da rapariga, uma música da qual goste. "Monsoon". Inicialmente nem associei o que vi aquela moça que via constantemente nas páginas alemãs. Fui buscar a música à internet, ouvi melhor, gostei e fiquei-me por aí.
"Bem podem aparecer na MTV que poucos vos darão importância. São alemães, não ingleses ou americanos. Cantam em inglês mas isso não basta".
Como achei graça à música "saquei" dois álbuns que, confesso, ainda não ouvi bem. Um, todo ele, em inglês e outro, todo ele, em alemão.
Semanas depois começo a vê-los mais e mais em vários canais. Vídeos, entrevistas, destaques e uma reportagem onde ficou claro que, desde há muito, nenhuma banda alemã havia tido tanto sucesso no seu país. Uma banda que se estava rapidamente a expandir por toda a Europa. Claro também ficou que aqueles miúdos, são miúdos e não contavam mesmo com tal "boom" na sua carreira que, pelos vistos, começou quando ainda não passavam da pré-adolescência.
Um grupinho de teenagers, umas músicas agressivas, a cantarem em alemão? Porquê este sucesso todo tão repentino? E sim, tem sido tão grande que, rapidamente, não contidos às fronteiras do seu país, pegaram nas suas músicas e criaram um álbum cantado em inglês, língua que, segundo consta, não falavam e tem estado a aprender.
A verdade é que aquela miúda que eu via nos spotlights alemães há um ano atrás, depressa, se espalhou pelos spotlights europeus.
Há quem os adore, desde miúdos a muito graúdos, há quem os odeie. Consequências de sucessos repentinos. Quando alguém, de repente, se torna muito falado, é assim, já se sabe.
"Scream" é o álbum da banda gravado em inglês com o melhor dos seus dois discos até agora editados na Alemanha, “Schrei”, o álbum de estreia da banda em 2005, e de “Zimmer 483” de 2007. Ambos estiveram no 1º lugar do top de vendas alemão durante dezenas de semanas consecutivas e venderam, só na sua terra natal, mais de três milhões de discos.
Em pouco tempo ganharam vários prémios e foram a escolha dos europeus nos MTV European Music Awars para melhor banda do ano.
Depois da sua actuação na cerimónia, cujo final, diria, muito precipitado, aquoso, húmido, trovejante, fiquei curioso em ouvir melhor os álbuns destes mocitos.
E hoje descobri que aquela rapariguita de look interessante, que me aparecia à frente em todas as bancas alemãs, é, afinal um rapaz.


(Tokio Hotel - Monsoon, at MTV European Music Awards)

5 comentários:

Anónimo disse...

É um rapaz? Eu sempre pensei que fosse uma gaja, juro. A sério que é um rapaz?
Eu vi uma entrevista deles e achei-os muito simpáticos, muito simples, timidos e ainda muito espantados com este sucesso repentino fora da Alemanhã e até mesmo dentro dela.
Começaram como uma banda de bairro e agora a Europa conhece-os e compra-os.
Eu não conheço as músicas mas sei quem são e acho piada ao visual e agora que sei que ela é um ele é que fiquei mesmo parva.

TheTalesMaker disse...

Lol, com isto está mais que provado que se tem que ter muito cuidado quando se leva alguém para a cama. Não se vá ter surpresas.
Mas gostei dos piquenos, não os conhecia.

Anónimo disse...

O final com a chuva é espectacular. Nunca tiha visto uma coisa assim em palco. Grande produçao mesmo.

Eu sabia que era um rapaz mas é muito andrógino, aliás parece-me mais uma rapariga. Mas gosto da voz dele, meio rouca e ao mesmo tempo um pouco suave.

Anónimo disse...

é um rapaz afeminado ou uma rapariga masculina? lol fica a dúvida.
A mim parece-me a 2º hipotese, uma rapariga...mas é um rapaz.
Gosto das musicas q já ouvi desta banda e sempre achei estranho/a o/a vocalista relativa/ à sua sexualidade.
Esta prestação em palco eu vi na tv e achei o final espectacular!

Anónimo disse...

Já ouvi músicas destes Tokio Hotel, que gostei. Sim, parece que será mesmo a banda alemã com maior projecção até agora vista.
Corrija já dois erros que detectei no seu texto,de "moçita" para "mocita" e de "espandiram" para "expandiram" ...