É-nos natural, social, mental. Faz parte de nós. Passamos a vida a atirar a realidade para cima dos olhos dos outros. "Olha que não é assim. Olha que estás enganado, a realidade é esta". Realidade, cada um toma a que quer, pois não tem outra senão aquela que os seus sentidos e juízo percebem. E basta ouvir dois amigos zangados, um casal em ruptura, para nos darmos conta de como os mesmos factos podem representar realidades tão, mas tão diferentes. O mais provável é que ambos estejam enganados.
O engano desfaz-se quando ponderamos os argumentos dos outros, ou mesmo quando sujeitamos o nosso pensamento a um contraditório que tem o nome de raciocínio lógico. E isso é difícil, muito difícil de conseguir. Procuramos sempre argumentos para dar razão a nós mesmos, argumentos aos nossos argumentos.
E há os loucos. Esses não têm quem os contradiga ou não conseguem aceitar o contraditório. Vivem num seu mundo. E há a ânsia do poder. Quando ninguém tem a coragem de o confrontar. Por loucura ou poder, perde-se a noção do real.
Então o ideal será o consenso. Mas será que o consenso garante o encontro com a realidade? Nem isso, porque a História está cheia de enganos de grupos, de colectivos, e aquilo que antes era pacífico, mesmo cientificamente aceite, hoje não o é hoje.
Talvez isto queira dizer que a realidade está apenas no horizonte. Caminhamos para ela, mas não não a atingimos na totalidade.
Então não será que a realidade não é aquilo que alcançamos, mas sim o que nos opõe resistência? Se assim for, quando batemos com a cabeça na parece, não nos devemos irritar. Pelo menos descobrimos onde está a realidade... ou então...não.
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9 comentários:
A realidade nunca á só uma. Existem tantas realidades quantas o sujeitos que as analisam. Para mim o que é o Natal por exemplo, não é o que é para ti ou para qualquer outra pessoa, o que não significa que eu esteja certo e o mundo errado. Por isso, a razão e a culpa raramente são só de uma pessoa.
Imagino que te possas ter inspirado no polémico (porque assim se decidiu que fosse) post da nossa suspeita. Eu trocaria o termo que utilizaste, "realidade" por outro que, penso adaptar-se melhor ao que julgo pretenderes ilustrar, "Verdade".
Muitas vezes, as nossas "realidades" individuais e a incapacidade de aceitar as dos outros por oposição às nossas, também se sustentam numa tremenda dificuldade em descer do nosso pedestal de arrogância pessoal, orgulho e absoluta falta de humildade. Acabamos fazendo uso de argumentos incoerentes, despropositados para, por mera cabeça dura, continuarmos a sustentar ideias em que já nem acreditamos, não reflectimos devidamente ou por acomodamento, optámos por não abdicar e optamos por empobrecer ao invés de crescer com a diversidade. Mas também, como em tudo, há limites.Há pressupostos que devem contudo nortear a nossa conduta.
Aí está um assunto com pano para mangas. Não tenho já dedos das mãos para mostrar a quantidade de vezes que esse tema já me passou pela cabeça.
Continuo com duvidas!
De facto, tal como tudo na vida, devemo-nos reger por uma certa assertividade. Mas por vezes é de facto complicado e chega-se à conclusão que erramos e fomos injustos, para com algo ou alguém. Mas é facto que a maioria das pessoas tenta arranjar desculpas para o que faz, para a sua realidade e muitas vezes essas razões de cada um não são mais do que justificações para que a consciência pese menos.
É difícil de facto gerir a realidade.
Olha que me puseste a pensar nisto agora....
Eu sempre tive a realidade, como algo a cada um pertencente...a tua é diferente da minha e vice versa...mesmo em relação à mesma coisa...
Pq é a nossa formação, que nos molda como pessoa, que nos faz ver cada coisa pelo filtro da nossa realidade....
E pronto, tanto falei e nada disse!:)
:)
Excelente texto!
O teu blog é como a tua cabeça, de uma diversidade muito grande.
Ai que saudades tenho tuas, meu lindo.
Fiquei a pensar nisto. Já tinha pensado mas não a este nível.
Tu deixas-me...
Raalidades, no fundo é isso.
Adorei este post e a foto que escolheste.
Brama:
Não migo, não tem a ver com o post polémico da Suspeita. Aquela gentinha preconceituosa não merece quaisquer comentários, nem sei porque se dão vocês ao trabalho de escrever testamentos a cabeças cheias de lixo como aquelas. Não vale a pena, sabes bem. A não ser por descargo de consciência.
Pensei neste assunto antes de ler o post da Suspeita e comentários absurdos associados.
E não, não "falo" de Verdade, é mesmo Realidade o que quero dizer.
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