Ora toma!

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, em Estrasburgo, condenou ontem a França por ter impedido uma mulher homossexual, que vivia com a companheira, de adoptar um bebé.
O Tribunal determinou que não se pode discriminar ninguém pela orientação sexual quando se trata de autorizar uma adopção (acho que em caso algum se deveria discriminar alguém pela sua orientação sexual, mas enfim, menos mal) e concluiu que a homossexualidade da candidata influenciou a decisão francesa, o que viola o direito de respeito pela vida privada e familiar.
A instituição revelou que a sentença terá efeitos de jurisprudência na Europa, mas que isso não implica que se esteja a validar a adopção de crianças por casais homossexuais em França (pois, infelizmente).
Em Portugal, o Ministério da Justiça, contactado pelo jornal Destak, escusou-se a comentar o caso (i wonder why!!!).
A decisão foi considerada histórica, pois é a primeira vez que Estrasburgo condena um dos 47 Estados do Conselho por uma discriminação homossexual numa adopção (a primeira vez só agora em pleno século XXI. Notável!).
A França terá de pagar à mulher 10 mil euros por danos morais, além de cobrir as despesas judiciais (toma e embrulha e ainda foi pouco).
Em Portugal, também é proibido um casal gay adoptar uma criança, no entanto, em singular podem fazê-lo, que é o que acontece, diz ao Destak um membro da ILGA (Sim, e, de facto, toda a gente sabe que um gay tem imeeeeensas hipóteses, claro. E mesmo que as tivesse, porque raio é que eu posso adoptar mas, atenção, desde que não tenha companheiro? Qual é a lógica disto?).

Estas coisas borbulham-me todas as entranhas físicas e mentais!
Só os heterossexuais é que sabem e tem a capacidade de amar uma criança?
Só em casa de um casal com 2 sexos diferentes é que uma criança pode ser feliz?
Será que é assim tão difícil entender que só porque não gosto de senaitas não significa que não viesse a ser um bom pai?
Em tantas coisas somos ainda tão pouco ou nada racionais.
E eu vejo a concretização de um dos meus maiores sonhos cada vez mais longe.

8 comentários:

Anónimo disse...

Tenho pena que os anos passem e que tu não sejas pai. Mas tenta não pensar muito nisso, quem sabe um dia, ainda és novo.
Eu nunca tive grande vontade de ser mãe mas acredito que querermos realizar um grande sonho e haver um Estado que não deixa deve ser terrível.
E tu serias certamente um excelente pai. Os alunos não te esquecem, adoram-te, és como que um idolo para eles, tens um jeito especial para as crianças e merecias muito concretizar este sonho.
E pensar que há por aí tantos pais que não o sabem ser, tantas crianças abandonadas...
Não desistas meu querido.

Anónimo disse...

O que mais dizer sobre este assunto que ainda não tenhamos falado anteriormente????
Já está tudo dito e a razão está do lado das pessoas mentalmente saudáveis (NÓS!!!).

Estou cansado de maldizer um país de gente cega e preconceituosa, estou cansado deste país que se "escusa" a comentar o que pode ferir susceptibilidades.FODAM-SE as susceptibilidades, ou será que as susceptibilidades são só as da parte de alguns.

E OS OUTROS??? Os outros não são também susceptíveis a não terem de levar com um eterno plano secundário? ... sempre a porra da discriminação ... passamos a vida inteira nisto.
Não há pachorra sinceramente.

Gostei da decisão do Tribunal de Estrasburgo. E mais casos se deveriam suceder ... que vergonha. Gostei que o Governo francês tenha de acartar com as despesas agora ...GOSTEI!

Faça-se jus ao que está consignado na lei, estou farto de ver boas intenções no papel e depois na prática que é a parte boa, "chapéu".

Gostei, tenho dito!

CarlaRamalho disse...

É revoltante! Pode ser que um dia mude...

paulo disse...

Esta notícia é uma excelente novidade, se bem que estou como tu: só agora, séc. XXI, é que um estado foi condenado por discriminação...
Quanto às tuas perguntas, estou obviamente de acordo, embora estranho o teu desabafo final (ou não, que este país regride mais do que avança).
Quanto a adoptar sozinho: realmente, de que me serviria adoptar uma criança se ela não pudesse também ter a filiação do Zé? Totalmente ridículo.
Um abraço e há que sorrir que tristezas não pagam dívidas

Frankenstakion disse...

QUando é que a humanidade desde realmente das árvores? Não há direito... Para pagar impostos não somos vistos como diferentes. Só nos nossos direitos somos lezados...
Grrrrrrrrrrrrr!

Anónimo disse...

Ora toma mm!!!
Um dia talvez consigas...

Anónimo disse...

É lamentável em pleno século XXI que isto seja notícia. Devia ser já algo perfeitamente normal a adopção por bons pais, independentemente da orientação sexual.
Tenho a certeza de que serias e ainda vais ser um excelente pai.

Anónimo disse...

Bom, nestas coisas como em tudo há o legal, o ilegal e o paralegal...

Eu conheço um casal gay masculino que tem uma criança adoptada (rapaz com 7/8 anos agora), em Portugal, na cidade do Porto. O miudo chama pais aos dois. Ambos, juntos ou alternadamente, vão às reuniões de pais na escola e são muito bem aceites pelos professores e pelos pais dos outros alunos. Os avós adoram-no, pais de um e pais do outro, que também se dão muito bem entre eles e fazem férias todos juntos (o que também não é vulgar, note-se). Os vizinhos sabem, os amigos apoiam e tudo corre bem.

Como é legalmente? Só um pediu a adopção e foi-lhe concedida sem qualquer problema.

Em resumo, se o homem quer a obra faz-se! Animo! Não temos de esperar sempre que os Estado faça tudo por nós. Embora, seja muito bom, ir melhorando a legislação e ganhando causas!