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Christmas
Cansado do Natal. Desejoso que estes dias passem.
Mas que o Natal, pelo menos, daqueles de quem gosto, dos que amo, seja bonito.
Que por aqueles que os vão rodear na noite da consoada sintam, efectivamente, o que estes dois rapazes cantam. Assim faz sentido.
(JDH & Gemini - Right Here (Departed))
Mas que o Natal, pelo menos, daqueles de quem gosto, dos que amo, seja bonito.
Que por aqueles que os vão rodear na noite da consoada sintam, efectivamente, o que estes dois rapazes cantam. Assim faz sentido.
(JDH & Gemini - Right Here (Departed))
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Nunca liguei a esta moça, a não ser ao seu aspecto de Pocahontas e rosto de beleza estranha.
Quando surgiu, há uns anos nos EUA, foi um sucesso fenomenal, nunca percebi bem porquê. Andou muito desaparecida após a morte do seu companheiro e da sua mãe. Agora voltou com um novo álbum e, por acaso, ouvi o single de lançamento.
O video é lamechas, a letra é daquelas todas "bonitinhas" e natalícias cheias de esperança e amor, a música é pop, r&b comum... mas não consigo parar de ouvir esta canção.
When you feel your heart's guarded
And you see the break started
When the clouds above have all departed
You'll be right here with me
When your tears have dried from cryin'
And the world has turned to silent
When the clouds above have all departed
You'll be right here with me
(Brandy - Right Here (Departed))
Quando surgiu, há uns anos nos EUA, foi um sucesso fenomenal, nunca percebi bem porquê. Andou muito desaparecida após a morte do seu companheiro e da sua mãe. Agora voltou com um novo álbum e, por acaso, ouvi o single de lançamento.
O video é lamechas, a letra é daquelas todas "bonitinhas" e natalícias cheias de esperança e amor, a música é pop, r&b comum... mas não consigo parar de ouvir esta canção.
When you feel your heart's guarded
And you see the break started
When the clouds above have all departed
You'll be right here with me
When your tears have dried from cryin'
And the world has turned to silent
When the clouds above have all departed
You'll be right here with me
(Brandy - Right Here (Departed))
13 - 21
Echoes knocking on locked doors
All the laughter from before
I'd rather live out on the street
Than in this haunted memory
This used to be a funhouse
But now it's full of evil clowns
It's time to start the countdown
I'm gonna burn it down down down
I'm gonna burn it down
(Pink - Funhouse)
Which character are you?
Apenas uma brincadeira.
Eu a pensar que me iria sair a Izzie.
Saiu-me o Derek e a Bailey.
Eu a pensar que me iria sair a Izzie.
Saiu-me o Derek e a Bailey.
Maybe talk and not just speak.
Saw the world turning in my sheets and once again I cannot sleep.
Walk out the door and up the street; look at the stars beneath my feet.
Remember rights that I did wrong, so here I go.
Hello, hello. There is no place I cannot go.
My mind is muddy but my heart is heavy. Does it show?
I lose the track that loses me, so here I go.
And so I sent some men to fight, and one came back at dead of night.
Said he'd seen my enemy. Said he looked just like me,
So I set out to cut myself and here I go.
I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake again.
And maybe someday we will meet, and maybe talk and not just speak.
Don't buy the promises 'cause, there are no promises I keep.
And my reflection troubles me, so here I go.
I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake,
I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake again.
Saw the world turning in my sheets and once again I cannot sleep.
Walk out the door and up the street; look at the stars.
Look at the stars fall down.
And wonder where did I go wrong.
(James Blunt - Same Mistake)
Walk out the door and up the street; look at the stars beneath my feet.
Remember rights that I did wrong, so here I go.
Hello, hello. There is no place I cannot go.
My mind is muddy but my heart is heavy. Does it show?
I lose the track that loses me, so here I go.
And so I sent some men to fight, and one came back at dead of night.
Said he'd seen my enemy. Said he looked just like me,
So I set out to cut myself and here I go.
I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake again.
And maybe someday we will meet, and maybe talk and not just speak.
Don't buy the promises 'cause, there are no promises I keep.
And my reflection troubles me, so here I go.
I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake,
I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice.
Give me reason but don't give me choice.
'Cause I'll just make the same mistake again.
Saw the world turning in my sheets and once again I cannot sleep.
Walk out the door and up the street; look at the stars.
Look at the stars fall down.
And wonder where did I go wrong.
(James Blunt - Same Mistake)
Quando?
- Quando?
- Quando? Quando o quê? Fiz-te uma pergunta simples. És feliz?
- Isso é uma pergunta simples?
- É.
- Ok, talvez seja. A resposta pode ser simples ou não. Depende de como se olha para ela.
- És?
- Quando?
- Ai a merda. Quando o quê? És ou não és!
- Não sei responder a isso. Tu perguntas se sou feliz e eu pergunto quando.
- Ai!Mas quando o quê?
- Quando me sinto feliz, sou feliz. Quando me sinto infeliz, sou infeliz. Mas porque perguntas isso?
- Ontem, quando cheguei a casa, percebi que estavas a chorar. Disfarçaste mas estavas... ou... tinhas estado.
- Pronto, ok. Ontem não era feliz, apeteceu-me chorar.
- E hoje? Hoje és feliz?
- Sim, hoje sou. Estou bem. Só porque ontem chorei já significa que sou infeliz?
- Então...
- Então nada. Vês-me muitas vezes a chorar na almofada da cama?
- Não, até andas quase sempre bem, a rir, a falar pelos cotovelos, a cantar até eu já não aguentar mais tanta cantoria. (risos)
- Pronto, e aí porque é que não perguntas se sou feliz?
- Oh pá, porque aí vejo que estás bem.
- Tal como estou agora e quase sempre. Mas às vezes não estou, pronto. As pessoas só pensam nessas coisas, na felicidade, quando vêem alguém triste. E quando estão bem? Perguntam? Não.
- Oh! É que, às vezes... e ontem quando percebi que choravas... pronto, pensei que, se calhar, não és feliz comigo, que tinha acontecido alguma coisa, não sei. Já te arrependeste de ter vindo viver comigo?
- Não.
- É que já vivemos aqui há mais de um ano... podias estar farta, não sei. Sei que muitas vezes não é fácil, nada fácil aturar-me, não é fácil a vida a dois... e somos tão diferentes... e as discussões... sei lá, podias estar infeliz.
- Não.
- E choravas porquê?
- Coisas minhas. Parvoíces.
- Coisas tuas? Então e não me dizes? Estamos as duas nisto ou não? Estás sempre a dizer que somos um casal, como que casadas, espalhas a toda a gente... E não me dizes?
- Não. Somos um casal mas temos os nossos momentos individuais, certo? Cada qual com os seus fantasmas. Mas não temos de ser infelizes por isso, cada vez que eles nos assolam. Somos infelizes numa altura, depois passa, só isso, ora! Olha, afinal é mesmo uma pergunta simples. (risos)
- És sempre a mesma, dás sempre a volta. Mas adoro-te, pronto.
- Adoras-me não, amas-me.
- Amo.
- Muito bem, minha menina.
- Pronto, ok, ok. Vou fazer o jantar.
- Estás a ver? Agora sou feliz, livrei-me dessa. Não me apetecia nada e estou esfaimada. (risos)
- Ri-te, ri-te. Depois lavas a loiça e vais levar a Ameixa à rua.
- Oh pá, está tanta chuva. Leva hoje tu a cadela.
- Nem penses. I'm your slave but just in bed. (risos)
- (risos) Estás a ver? Agora sou feliz por isso mas infeliz porque não quero nada levar a cadela à rua.
- Assim, as duas coisas quase ao mesmo tempo?
- Porque não? Esta coisa dos sentimentos não é à semana, ao dia, à hora... pode ser de um momento para o outro. Ora infeliz, ora feliz. Happinneeeeess....... sadnnnneeeeeesssss.... lá, lá, lá...
- Pronto, pronto. Lá vem a cantoria. Vá, massa ou arroz?
- Levas a cadela? Há mais de um ano que quase sempre eu.
- Mentirosa.
- Mas a Ameixinha sabe e gosta mais de mim do que de ti, toma! Ela é mais feeeelllliiiizzzz comigo. (risos)
- Nem penses. Uns momentos mais feliz contigo, outros comigo, tá? E além disso eu nem a queria, certo? (risos) Vá, vá, a moça não está esfaimada? Massa ou arroz?
- Batatas.
- Parva.
- Doida.
- Amo-te.
- Quando? (risos)
- Ai!
- Quando? Quando o quê? Fiz-te uma pergunta simples. És feliz?
- Isso é uma pergunta simples?
- É.
- Ok, talvez seja. A resposta pode ser simples ou não. Depende de como se olha para ela.
- És?
- Quando?
- Ai a merda. Quando o quê? És ou não és!
- Não sei responder a isso. Tu perguntas se sou feliz e eu pergunto quando.
- Ai!Mas quando o quê?
- Quando me sinto feliz, sou feliz. Quando me sinto infeliz, sou infeliz. Mas porque perguntas isso?
- Ontem, quando cheguei a casa, percebi que estavas a chorar. Disfarçaste mas estavas... ou... tinhas estado.
- Pronto, ok. Ontem não era feliz, apeteceu-me chorar.
- E hoje? Hoje és feliz?
- Sim, hoje sou. Estou bem. Só porque ontem chorei já significa que sou infeliz?
- Então...
- Então nada. Vês-me muitas vezes a chorar na almofada da cama?
- Não, até andas quase sempre bem, a rir, a falar pelos cotovelos, a cantar até eu já não aguentar mais tanta cantoria. (risos)
- Pronto, e aí porque é que não perguntas se sou feliz?
- Oh pá, porque aí vejo que estás bem.
- Tal como estou agora e quase sempre. Mas às vezes não estou, pronto. As pessoas só pensam nessas coisas, na felicidade, quando vêem alguém triste. E quando estão bem? Perguntam? Não.
- Oh! É que, às vezes... e ontem quando percebi que choravas... pronto, pensei que, se calhar, não és feliz comigo, que tinha acontecido alguma coisa, não sei. Já te arrependeste de ter vindo viver comigo?
- Não.
- É que já vivemos aqui há mais de um ano... podias estar farta, não sei. Sei que muitas vezes não é fácil, nada fácil aturar-me, não é fácil a vida a dois... e somos tão diferentes... e as discussões... sei lá, podias estar infeliz.
- Não.
- E choravas porquê?
- Coisas minhas. Parvoíces.
- Coisas tuas? Então e não me dizes? Estamos as duas nisto ou não? Estás sempre a dizer que somos um casal, como que casadas, espalhas a toda a gente... E não me dizes?
- Não. Somos um casal mas temos os nossos momentos individuais, certo? Cada qual com os seus fantasmas. Mas não temos de ser infelizes por isso, cada vez que eles nos assolam. Somos infelizes numa altura, depois passa, só isso, ora! Olha, afinal é mesmo uma pergunta simples. (risos)
- És sempre a mesma, dás sempre a volta. Mas adoro-te, pronto.
- Adoras-me não, amas-me.
- Amo.
- Muito bem, minha menina.
- Pronto, ok, ok. Vou fazer o jantar.
- Estás a ver? Agora sou feliz, livrei-me dessa. Não me apetecia nada e estou esfaimada. (risos)
- Ri-te, ri-te. Depois lavas a loiça e vais levar a Ameixa à rua.
- Oh pá, está tanta chuva. Leva hoje tu a cadela.
- Nem penses. I'm your slave but just in bed. (risos)
- (risos) Estás a ver? Agora sou feliz por isso mas infeliz porque não quero nada levar a cadela à rua.
- Assim, as duas coisas quase ao mesmo tempo?
- Porque não? Esta coisa dos sentimentos não é à semana, ao dia, à hora... pode ser de um momento para o outro. Ora infeliz, ora feliz. Happinneeeeess....... sadnnnneeeeeesssss.... lá, lá, lá...
- Pronto, pronto. Lá vem a cantoria. Vá, massa ou arroz?
- Levas a cadela? Há mais de um ano que quase sempre eu.
- Mentirosa.
- Mas a Ameixinha sabe e gosta mais de mim do que de ti, toma! Ela é mais feeeelllliiiizzzz comigo. (risos)
- Nem penses. Uns momentos mais feliz contigo, outros comigo, tá? E além disso eu nem a queria, certo? (risos) Vá, vá, a moça não está esfaimada? Massa ou arroz?
- Batatas.
- Parva.
- Doida.
- Amo-te.
- Quando? (risos)
- Ai!
Impressões digitais
Não tentes perceber-me
Não queiras
Não vale a pena
Nem eu sei se me entendo
Talvez seja mesmo mais um louco destas ruas
Sei que, por vezes, me embrenho
Me embrenho no cofre que está guardado
Guardado porque se quer, porque não se quer
Guardado como uma impressão digital
Guardado para lá
Num cofre fechado
Fechado por chaves que não são para abrir
Guardado para tentar sorrir quando recordar
Guardado lá num cantinho que se quer longe
Para não doer
Um cantinho que, em momentos, toma conta de tudo
Do coração, do peito, da alma, da pele, da carne
E dói
Dói sempre
Não tentes perceber-me
Nem todas as impressões digitais são para perceber.
Não queiras
Não vale a pena
Nem eu sei se me entendo
Talvez seja mesmo mais um louco destas ruas
Sei que, por vezes, me embrenho
Me embrenho no cofre que está guardado
Guardado porque se quer, porque não se quer
Guardado como uma impressão digital
Guardado para lá
Num cofre fechado
Fechado por chaves que não são para abrir
Guardado para tentar sorrir quando recordar
Guardado lá num cantinho que se quer longe
Para não doer
Um cantinho que, em momentos, toma conta de tudo
Do coração, do peito, da alma, da pele, da carne
E dói
Dói sempre
Não tentes perceber-me
Nem todas as impressões digitais são para perceber.
Sábado de madrugada
Era sábado de madrugada. Sentia-se estranho. Sabia que algo se passava mas não queria pensar muito. Não queria descobrir o que era.
Levantou-se, dirigiu-se à cozinha para beber água. Não tinha sede mas beber água era a desculpa para sair da cama e decidir o que fazer a seguir. Ocupar-se, não pensar. Não tinha sono mas os olhos estavam como que enebriados por uma espécie de névoa que mais parecia miopia que ia e vinha, que saltava de olho para olho.
Levantou os estores e foi à varanda. O frio não o impediu de fumar um cigarro. O frio, que era tanto, não lhe toldou os pensamentos. Isso queria ele, mas não. Era apenas frio, um frio que serviu para que fumasse aquele cigarro o mais rapidamente possível.
Entrou pela porta da sala, sentou-se em frente ao computador e quis escrever. Ainda estava gelado. Dois minutos na varanda tinham chegado para lhe gelar a pele, a carne, os nervos, o sangue, os ossos, mas não o pensamento. Tinha tanto frio. Era da roupa, só podia. Afinal estava apenas de boxers, meias finas e t-shirt. Queria que nada gelasse, nada a não ser os pensamentos que o mantinham acordado. Esses sim poderiam congelar, mas esses, nele, nunca congelavam. Estavam, quase sempre, em ebulição.
Olhou para o ecrã do computador. O que iria fazer? E iria fazer alguma coisa? Talvez voltar para a cama. Queria escrever, precisava escrever, deixar sair palavras, palavras atrás de palavras, mesmo que sem nexo algum.
Estava com frio, ainda com muito frio, mas descalçou as meias. Colocou os pés descalços no chão gelado. Queria que o frio dos mosaicos lhe subisse pelas pernas ao ponto de se convencer de que era melhor ir-se deitar no quetinho e deixar-se adormecer. O imenso frio da varanda não chegou, o frio do chão também não. Despiu os boxers. Ficou apenas com a t-shirt.
Precisava escrever mas não sabia o quê. Tinha tantas, tantas coisas para escrever mas não conseguia escrever nada. E não era por causa da falta de sono, não era pelo frio da rua, não era pelo chão gelado nos pés, não era pelo corpo despido da cintura para baixo. Era por causa daquela t-shirt, convenceu-se disso. Tirou-a depressa. Fechou o computador e, de passo apressado, dirigiu-se para o quarto. Abriu o roupeiro e pegou noutra t-shirt. Agarrou-a entre as mãos, aproximou-a de si, do seu rosto, do seu nariz e cheirou-a. Mesmo antes de chegar ao roupeiro já sabia ao que ela cheirava. Conhecia tão bem aquele odor, tão bem. Mas quis senti-lo o mais possível e, por isso, ali ficou com aquele suposto mero pano junto ao nariz.
Vestiu-a e deitou-se. Naquela noite era a t-shirt que precisava para dormir. Abraçando-se a si mesmo, abraçou aquele pedaço de tecido com mangas. Inspirou profundamente e sentiu-se a aquecer lentamente.
Sábado de madrugada. Gente nos bares, nas discotecas, pelas ruas. Risos, cantos, danças, sexo. Ele ali abraçado a uma t-shirt que não via há meses e meses, que nem sabia já como ali tinha chegado.
Era ridículo. Mas ele não se sentia ridículo. Não conseguia escrever nada mas, pelo menos, naquela noite sentir-se-ia mais quente.
E na sua mente começaram a passar palavras escritas. "Está apaixonado, está fascinado, quer-te, pode até dar-te um prazer imenso, ser o que sempre quiseste, o artista dos sonhos que sempre sonhaste... mas ele nunca conhecerá os teus meandros como eu conheço, ele nunca verá os sorrisos que eu via, ele não notará cada marca particular dos tacos da casa, cada falha do rodapé, o cheiro de cada divisão, as marcas de ferrugem da máquina de lavar, o peso da porta de entrada, os bocadinhos de cola de cada interruptor, cada degrau escuro das escadas, cada lugar da rua."
Não sorriu, não chorou, apenas se abraçou mais um pouco, apertou o tecido da t-shirt e, sem frio, vislumbrou uma última frase que arriscou sussurrar. Sabia já não ser muito importante, sabia que ele não viria, sabia que ele não estava sozinho, que tinha alguém a aquecê-lo, sabia que ele agora era mais feliz, sabia que aquilo era apenas uma t-shirt, mas para si esse restício, um mero pano, era muito, pelo menos alguma coisa. "É sábado de madrugada. Sai daí. Vem ter comigo. Bate à porta."
Levantou-se, dirigiu-se à cozinha para beber água. Não tinha sede mas beber água era a desculpa para sair da cama e decidir o que fazer a seguir. Ocupar-se, não pensar. Não tinha sono mas os olhos estavam como que enebriados por uma espécie de névoa que mais parecia miopia que ia e vinha, que saltava de olho para olho.
Levantou os estores e foi à varanda. O frio não o impediu de fumar um cigarro. O frio, que era tanto, não lhe toldou os pensamentos. Isso queria ele, mas não. Era apenas frio, um frio que serviu para que fumasse aquele cigarro o mais rapidamente possível.
Entrou pela porta da sala, sentou-se em frente ao computador e quis escrever. Ainda estava gelado. Dois minutos na varanda tinham chegado para lhe gelar a pele, a carne, os nervos, o sangue, os ossos, mas não o pensamento. Tinha tanto frio. Era da roupa, só podia. Afinal estava apenas de boxers, meias finas e t-shirt. Queria que nada gelasse, nada a não ser os pensamentos que o mantinham acordado. Esses sim poderiam congelar, mas esses, nele, nunca congelavam. Estavam, quase sempre, em ebulição.
Olhou para o ecrã do computador. O que iria fazer? E iria fazer alguma coisa? Talvez voltar para a cama. Queria escrever, precisava escrever, deixar sair palavras, palavras atrás de palavras, mesmo que sem nexo algum.
Estava com frio, ainda com muito frio, mas descalçou as meias. Colocou os pés descalços no chão gelado. Queria que o frio dos mosaicos lhe subisse pelas pernas ao ponto de se convencer de que era melhor ir-se deitar no quetinho e deixar-se adormecer. O imenso frio da varanda não chegou, o frio do chão também não. Despiu os boxers. Ficou apenas com a t-shirt.
Precisava escrever mas não sabia o quê. Tinha tantas, tantas coisas para escrever mas não conseguia escrever nada. E não era por causa da falta de sono, não era pelo frio da rua, não era pelo chão gelado nos pés, não era pelo corpo despido da cintura para baixo. Era por causa daquela t-shirt, convenceu-se disso. Tirou-a depressa. Fechou o computador e, de passo apressado, dirigiu-se para o quarto. Abriu o roupeiro e pegou noutra t-shirt. Agarrou-a entre as mãos, aproximou-a de si, do seu rosto, do seu nariz e cheirou-a. Mesmo antes de chegar ao roupeiro já sabia ao que ela cheirava. Conhecia tão bem aquele odor, tão bem. Mas quis senti-lo o mais possível e, por isso, ali ficou com aquele suposto mero pano junto ao nariz.
Vestiu-a e deitou-se. Naquela noite era a t-shirt que precisava para dormir. Abraçando-se a si mesmo, abraçou aquele pedaço de tecido com mangas. Inspirou profundamente e sentiu-se a aquecer lentamente.
Sábado de madrugada. Gente nos bares, nas discotecas, pelas ruas. Risos, cantos, danças, sexo. Ele ali abraçado a uma t-shirt que não via há meses e meses, que nem sabia já como ali tinha chegado.
Era ridículo. Mas ele não se sentia ridículo. Não conseguia escrever nada mas, pelo menos, naquela noite sentir-se-ia mais quente.
E na sua mente começaram a passar palavras escritas. "Está apaixonado, está fascinado, quer-te, pode até dar-te um prazer imenso, ser o que sempre quiseste, o artista dos sonhos que sempre sonhaste... mas ele nunca conhecerá os teus meandros como eu conheço, ele nunca verá os sorrisos que eu via, ele não notará cada marca particular dos tacos da casa, cada falha do rodapé, o cheiro de cada divisão, as marcas de ferrugem da máquina de lavar, o peso da porta de entrada, os bocadinhos de cola de cada interruptor, cada degrau escuro das escadas, cada lugar da rua."
Não sorriu, não chorou, apenas se abraçou mais um pouco, apertou o tecido da t-shirt e, sem frio, vislumbrou uma última frase que arriscou sussurrar. Sabia já não ser muito importante, sabia que ele não viria, sabia que ele não estava sozinho, que tinha alguém a aquecê-lo, sabia que ele agora era mais feliz, sabia que aquilo era apenas uma t-shirt, mas para si esse restício, um mero pano, era muito, pelo menos alguma coisa. "É sábado de madrugada. Sai daí. Vem ter comigo. Bate à porta."
Black Symphony (with The Metropole Orchestra) just one more time.
(Somewhere - feat. Anneke Van Giersbergen)
(Swan Song)
(What Have You Done - feat. Keith Caputo)
(All I Need)
(Frozen)
(Our Solemn Hour)
Medo, muito medo.
Um E-mail que os professores começaram a receber:
"Exmo(a) Sr(a). Professor.
Com o objectivo de apoiar as escolas na implementação do processo de Avaliação do Desempenho dos docentes, a Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação disponibiliza a presente aplicação informática a qual irá sendo preenchida à medida que os agrupamentos e escolas não agrupadas vão estruturando o processo.
Nesta fase está já disponível a possibilidade de cada docente apresentar os seus objectivos. Uma vez submetidos e tendo em conta o calendário definido em cada Agrupamento/escola, o avaliador do órgão de administração e gestão acede aos mesmos para efeito de validação.
A aplicação está disponível no seguinte endereço: https://concurso.dgrhe.min.edu.pt/DefinicaoObjectivos2008.
Qualquer dúvida de funcionamento deverá ser colocada ao órgão de gestão, o qual terá apoio através do seguinte endereço:
https://concurso.dgrhe.min-edu.pt/PerguntaResposta2
DGRHE"
É inacreditável! Inacreditável tal forma "singela" e subtil de coacção. De um modo aparentemente agradável, simples e camuflada de apoio aos professores, assim se pretende assustar as mentes.
"Vá, para ajudar as escolas e os professores, cá está uma página para preencherem, uma coisinha simples e eficaz, uma coisinha fácil mas muito séria. Acho bem que preencham porque senão vão dar-se mal. Uns vão preencher, esses levam outros ao mesmo e a ver vamos quem não preenche. Tenham medo, muito medo. Não queiram ser as ovelhas negras... estão tramadinhos se não preencherem. Vá, aqui no ministério estamos a ajudar, seus refilões. Eh...eh...eh..."
"Exmo(a) Sr(a). Professor.
Com o objectivo de apoiar as escolas na implementação do processo de Avaliação do Desempenho dos docentes, a Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação disponibiliza a presente aplicação informática a qual irá sendo preenchida à medida que os agrupamentos e escolas não agrupadas vão estruturando o processo.
Nesta fase está já disponível a possibilidade de cada docente apresentar os seus objectivos. Uma vez submetidos e tendo em conta o calendário definido em cada Agrupamento/escola, o avaliador do órgão de administração e gestão acede aos mesmos para efeito de validação.
A aplicação está disponível no seguinte endereço: https://concurso.dgrhe.min.edu.pt/DefinicaoObjectivos2008.
Qualquer dúvida de funcionamento deverá ser colocada ao órgão de gestão, o qual terá apoio através do seguinte endereço:
https://concurso.dgrhe.min-edu.pt/PerguntaResposta2
DGRHE"
É inacreditável! Inacreditável tal forma "singela" e subtil de coacção. De um modo aparentemente agradável, simples e camuflada de apoio aos professores, assim se pretende assustar as mentes.
"Vá, para ajudar as escolas e os professores, cá está uma página para preencherem, uma coisinha simples e eficaz, uma coisinha fácil mas muito séria. Acho bem que preencham porque senão vão dar-se mal. Uns vão preencher, esses levam outros ao mesmo e a ver vamos quem não preenche. Tenham medo, muito medo. Não queiram ser as ovelhas negras... estão tramadinhos se não preencherem. Vá, aqui no ministério estamos a ajudar, seus refilões. Eh...eh...eh..."
A senhorinha não verga! Incrível!
O Conselho de Escolas, órgão criado pelo actual Ministério da Educação, votou hoje a favor da suspensão do Modelo de Avaliação de Desempenho dos Professores.
120 000 professores manifestaram-se contra, o Conselho de Escolas, que a própria ministra criou, vota contra... e a senhorita que faz? Pois que acabou de dar uma conferência de imprensa dizendo que as escolas estão a trabalhar bem havendo, apenas em algumas, um excesso de burocracia. Como uns não querem este modelo, criam mau estar entre colegas. Pois claro, tal e qual! Os 120 000 causam mau estar aos que adoram este modelo. Professores, escolas, Conselho de Escolas... todos errados, ela é que sabe.
Portanto, sem vergar, a senhorinha informa que o modelo é para continuar e este ano os professores serão avaliados por este modelo. Falou e disse. Ou a mulher se faz de cega e surda ou então é mesmo absurdamente parva, inconsciente e inconsequente.
Parabéns senhorinha, leva a sua teimosia e arrogância aos limites.
120 000 professores manifestaram-se contra, o Conselho de Escolas, que a própria ministra criou, vota contra... e a senhorita que faz? Pois que acabou de dar uma conferência de imprensa dizendo que as escolas estão a trabalhar bem havendo, apenas em algumas, um excesso de burocracia. Como uns não querem este modelo, criam mau estar entre colegas. Pois claro, tal e qual! Os 120 000 causam mau estar aos que adoram este modelo. Professores, escolas, Conselho de Escolas... todos errados, ela é que sabe.
Portanto, sem vergar, a senhorinha informa que o modelo é para continuar e este ano os professores serão avaliados por este modelo. Falou e disse. Ou a mulher se faz de cega e surda ou então é mesmo absurdamente parva, inconsciente e inconsequente.
Parabéns senhorinha, leva a sua teimosia e arrogância aos limites.
Proposta 8
No passado dia 4, a Proposta 8 foi aprovada em referendo e assim se proibiu o casamento homossexual no estado da Califórnia. Só mesmo os americanos para voltarem atrás numa coisa destas. Sim uma coisa porque não me ocorre palavra melhor, coisa. Coisa é o que esta enormidade é. Enquanto cá se debate o casamento, lá volta-se atrás. Não será isto ainda mais triste? É, claramente.
Este senhor é o presidente da Câmara de San Diego. Um assumido republicano conservador do estado da Califórnia. Opositor ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, referindo que os gays se podiam ficar por uniões civis ou parcerias domésticas, enfim. Mudou de opinião e tornou-a pública.
Este senhor é um jornalista desportivo e comentador político americano.
Curioso é ter-me cruzado ultimamente com alguns gays que acham que o casamento não é importante única e exclusivamente porque ELES não querem casar, porque um papel assinado não interessa, porque as relações gays não duram muito, etc. Se ELES não querem, se a maioria dos gays que conhecem não querem então para quê o casamento? Já não é coisa importante. Para ELES mais vale deixarem as coisas como estão. E dizem-nos com orgulho, de forma armada em sapiente e, supostamente, pensada.
Na América ou aqui: How sad is that?
Este senhor é o presidente da Câmara de San Diego. Um assumido republicano conservador do estado da Califórnia. Opositor ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, referindo que os gays se podiam ficar por uniões civis ou parcerias domésticas, enfim. Mudou de opinião e tornou-a pública.
Este senhor é um jornalista desportivo e comentador político americano.
Curioso é ter-me cruzado ultimamente com alguns gays que acham que o casamento não é importante única e exclusivamente porque ELES não querem casar, porque um papel assinado não interessa, porque as relações gays não duram muito, etc. Se ELES não querem, se a maioria dos gays que conhecem não querem então para quê o casamento? Já não é coisa importante. Para ELES mais vale deixarem as coisas como estão. E dizem-nos com orgulho, de forma armada em sapiente e, supostamente, pensada.
Na América ou aqui: How sad is that?
To be free
Emiliana Torrini vem da Islândia, canta o tema do Gollum do "Senhor dos Anéis" mas canta muito mais. Tem-me feito companhia.
Emiliana Torrini - To Be Free
Emiliana Torrini - To Be Free
Ensaios
Ten, nine, eight, seven........three, two, one, Fun!
Há uns dias estive para escrever um post referindo-me à decepção que é o último álbum da Pink, decepção essa muito acentuada devido à comparação com o anterior excelente trabalho.
Mas resolvi ouvir melhor o álbum, não uma, nem duas vezes no meio do trânsito. E concluo que ainda bem que não escrevi o post porque o álbum é muito, muito bom mesmo. As músicas não tiveram o impacte inicial que as do anterior álbum tiveram em mim, não tiveram, mas como nisto da música, grande parte das vezes, não me chegam as primeiras audições para tirar logo grandes conclusões, a verdade é que gosto muito do que tenho ouvido e estou em crer que vou gostar cada vez mais. Tal como aconteceu com o anterior, parece-me que vou ouvir incontáveis vezes.
Curiosamente, pelo título, pela capa (não tanto pelo primeiro single que por aí anda a correr na tv e rádios, porque já no álbum anterior o single de lançamento não fazia jus ao género predominante no cd), pensei que o álbum estivesse cheio daqueles temas que, infelizmente, são os de maior sucesso da Pink, aqueles temas "para ouvir e deitar fora", aqueles temas que quem não conhece o trabalho da Pink acha que ela não é mais do que aquilo, apenas mais uma cantora pop, armada em rebelde, a dar umas "lambidelas" no rock. Não mesmo.
É uma “Funhouse” com alguns temas alegres, divertidos, mexidos, roqueiros, mas uma “Funhouse”, acima de tudo, muito calminha, cheia de baladas bonitas, mensagens e letras fortes acompanhadas de sons simples e bem conseguidos.
Sim senhora, menina Pink, continua no bom caminho, não descambe, não se deixe ir na maré das outras, continue com o bom trabalho porque futuro já sabemos há muito que a menina tem.
Mas resolvi ouvir melhor o álbum, não uma, nem duas vezes no meio do trânsito. E concluo que ainda bem que não escrevi o post porque o álbum é muito, muito bom mesmo. As músicas não tiveram o impacte inicial que as do anterior álbum tiveram em mim, não tiveram, mas como nisto da música, grande parte das vezes, não me chegam as primeiras audições para tirar logo grandes conclusões, a verdade é que gosto muito do que tenho ouvido e estou em crer que vou gostar cada vez mais. Tal como aconteceu com o anterior, parece-me que vou ouvir incontáveis vezes.
Curiosamente, pelo título, pela capa (não tanto pelo primeiro single que por aí anda a correr na tv e rádios, porque já no álbum anterior o single de lançamento não fazia jus ao género predominante no cd), pensei que o álbum estivesse cheio daqueles temas que, infelizmente, são os de maior sucesso da Pink, aqueles temas "para ouvir e deitar fora", aqueles temas que quem não conhece o trabalho da Pink acha que ela não é mais do que aquilo, apenas mais uma cantora pop, armada em rebelde, a dar umas "lambidelas" no rock. Não mesmo.
É uma “Funhouse” com alguns temas alegres, divertidos, mexidos, roqueiros, mas uma “Funhouse”, acima de tudo, muito calminha, cheia de baladas bonitas, mensagens e letras fortes acompanhadas de sons simples e bem conseguidos.
Sim senhora, menina Pink, continua no bom caminho, não descambe, não se deixe ir na maré das outras, continue com o bom trabalho porque futuro já sabemos há muito que a menina tem.
Cristiano Ronaldo, o salvador.
Parece que o adorado menino de ouro do futebol português (se bem que cá não joga há muito) está prestes a tornar-se no jogador de futebol mais bem pago da actualidade.
O clube onde joga, Manchester United, propõe-se a pagar-lhe 750 000 euros por mês. Sim, isso mesmo. Ora isto dá 25 000 euros por dia, sim, por dia.
Ora pois que este rapaz em dois dias, num simples fim-de-semanazito, poderia pagar-me, por completo, a casa que vou estar a pagar nas próximas décadas. Mais um dia, pagava-me o carro e ainda podia comprar-me um segundo se me apetecesse. E num dia mais, vá... dois dias para que a coisa seja de luxo, podia pagar-me uma viagem à Nova Zelândia, Islândia e a travessia dos EUA.
Esta criatura, que não tem culpa da fortuna que lhe querem dar, poderia fazer muita gente feliz, oh se podia. O moço, se quiser, pode até ser a salvação para a crise económica do país, pelo menos, ajudar muitas instituições de auxilio a crianças, idosos, animais, etc... Dividia e doava um mero ano de ordenado e muitos problemas graves, muito graves, se resolveriam.
750 000 euros por mês. Perante isto o que é que se pode mais dizer? Nada.
Suspenso!
Pronto, suspenso!
Quase, quase todos assinaram o documento que suspende o novo modelo de avaliação de professores na escola.
Mas claro, há os cobardolas que não assinaram, os medrosos que discordam do modelo mas que se acobardam e, na hora H, não assinaram e nem vão assinar certamente.
É um direito que lhes assiste, claro que sim. Mas uma coisa é concordar com este estúpido modelo e, por isso, não assinar. Ok, ok! Outra coisa é não concordar, passar os dias a dizer mal do que se está a viver nas escolas, e depois não assinarem nada.
"Ai e os concursos, ai e depois como é, ai e se não vou progredir, ai e se isto, ai e se aquilo, ai, ai e ai mas é o medo, a falta de coragem, a cobardia camuflada." Haja paciência!
Até prefiro nem saber quem não assinou porque se souber então que nem se atrevam a voltar a dizer mal deste modelo à minha frente. Aí passo-me completamente!
Têm o direito ilógico de não assinar, perderam o direito lógico de dizer mal.
Quase, quase todos assinaram o documento que suspende o novo modelo de avaliação de professores na escola.
Mas claro, há os cobardolas que não assinaram, os medrosos que discordam do modelo mas que se acobardam e, na hora H, não assinaram e nem vão assinar certamente.
É um direito que lhes assiste, claro que sim. Mas uma coisa é concordar com este estúpido modelo e, por isso, não assinar. Ok, ok! Outra coisa é não concordar, passar os dias a dizer mal do que se está a viver nas escolas, e depois não assinarem nada.
"Ai e os concursos, ai e depois como é, ai e se não vou progredir, ai e se isto, ai e se aquilo, ai, ai e ai mas é o medo, a falta de coragem, a cobardia camuflada." Haja paciência!
Até prefiro nem saber quem não assinou porque se souber então que nem se atrevam a voltar a dizer mal deste modelo à minha frente. Aí passo-me completamente!
Têm o direito ilógico de não assinar, perderam o direito lógico de dizer mal.
The little prince is comin'
Era-me indiferente o sexo da criança mas... YEEEEEEEEEAAAAAAAHHHHH vou ser tio/padrinho de um menino.
O nome do pequenote, apesar de não ser ainda 100% certo é, sem grande alegria minha, quase certo. Sem qualquer preconceito, a mim faz-me logo lembrar de nome dos que os ciganos gostam de dar aos filhos (lembro-me logo de um aluno intragável que tive) ou nome de imigrante russo, ucrâniano, moldavo ou vindo de outro qualquer país de Leste. Independentemente do que me faz lembrar, está longe, muito longe de ser um nome que faz parte da lista de meus favoritos. Mas já lá se vai o tempo em que os padrinhos escolhiam o nome para os afilhados.
Enfim... vindo do meu irmão e cunhada só podia.
Com tal nome só me apetece oferecer-lhe roupas com caveirinhas, capas pequeninas pretas de vampiro, bonequinhos do tipo morceguitos, ratitos, aranhitas pretas e coisas negras que tais. Devia ter comprado uma colecção que vi em Amesterdão!
Igor... The Drrracule!!!
Bem, visto assim, e tendo em conta o meu fascínio por looks góticos, negro e por aí fora, até acho uma certa graça. The little goth prince is comin'! Mas não, não é nome que escolhesse, jamais.
O nome do pequenote, apesar de não ser ainda 100% certo é, sem grande alegria minha, quase certo. Sem qualquer preconceito, a mim faz-me logo lembrar de nome dos que os ciganos gostam de dar aos filhos (lembro-me logo de um aluno intragável que tive) ou nome de imigrante russo, ucrâniano, moldavo ou vindo de outro qualquer país de Leste. Independentemente do que me faz lembrar, está longe, muito longe de ser um nome que faz parte da lista de meus favoritos. Mas já lá se vai o tempo em que os padrinhos escolhiam o nome para os afilhados.
Enfim... vindo do meu irmão e cunhada só podia.
Com tal nome só me apetece oferecer-lhe roupas com caveirinhas, capas pequeninas pretas de vampiro, bonequinhos do tipo morceguitos, ratitos, aranhitas pretas e coisas negras que tais. Devia ter comprado uma colecção que vi em Amesterdão!
Igor... The Drrracule!!!
Bem, visto assim, e tendo em conta o meu fascínio por looks góticos, negro e por aí fora, até acho uma certa graça. The little goth prince is comin'! Mas não, não é nome que escolhesse, jamais.
Boca de mente suja
Antes de começar a preparação do dia de trabalho de amanhã, ligo a tv e imediatamente deparo-me com isto:
Teresa Gulherme - Fazia respiração boca a boca a um homossexual?
Fulaninho - Não.
Voz - Esta resposta é "Verdade".
Como se isto já não fosse absolutamente indescritível, a Teresinha continuou:
- Então quer-me dizer que se uma pessoa estivesse às portas da morte e você soubesse que essa pessoa é homossexual não lhe fazia respiração boca a boca?
Fulaninho - Não, não fazia.
Teresinha - Mas tem noção do que está a dizer... Era a vida de uma pessoa ali nas suas mãos e você não fazia nada? Deixava-a morrer?
Fulaninho - Então, depois responderia perante a lei.
Teresinha - Ah, ok... bem... é daqueles que faz parte daquele clube que foi criado, aquele clube dos que odeiam os homossexuais?
Fulaninho - Não, não faço. Mas não fazia respiração boca a boca a um.
E já nem quis ver o resto, imaginando o que por aí vinha. Zaaaaaaaappppppppiiiingggg.
Antes tivesse ligado a tv e visto a carantonha de ex-miss, o sorriso artificial e as frases parvas da Sarah Palin.
Teresa Gulherme - Fazia respiração boca a boca a um homossexual?
Fulaninho - Não.
Voz - Esta resposta é "Verdade".
Como se isto já não fosse absolutamente indescritível, a Teresinha continuou:
- Então quer-me dizer que se uma pessoa estivesse às portas da morte e você soubesse que essa pessoa é homossexual não lhe fazia respiração boca a boca?
Fulaninho - Não, não fazia.
Teresinha - Mas tem noção do que está a dizer... Era a vida de uma pessoa ali nas suas mãos e você não fazia nada? Deixava-a morrer?
Fulaninho - Então, depois responderia perante a lei.
Teresinha - Ah, ok... bem... é daqueles que faz parte daquele clube que foi criado, aquele clube dos que odeiam os homossexuais?
Fulaninho - Não, não faço. Mas não fazia respiração boca a boca a um.
E já nem quis ver o resto, imaginando o que por aí vinha. Zaaaaaaaappppppppiiiingggg.
Antes tivesse ligado a tv e visto a carantonha de ex-miss, o sorriso artificial e as frases parvas da Sarah Palin.
Dia 6!!!
É no dia 6, pelas 12 horas, que todos os professores da minha escola se irão reunir para tomar uma posição relativamente ao Modelo de Avaliação.
Ainda a escola não começou a sério com o dito, ainda ninguém estabeleceu objectivos individuais, ainda ninguém preencheu grelhas que avaliam coisas estúpidas, tabelas e merdas mal feitas como as que por aí andam noutras escolas, ainda ninguém assistiu ou teve aulas assistidas e já a confusão está absolutamente instalada na escola. Parecemos malucos e é com malucos que agora os alunos têm de ligar. Em vez de nos preocuparmos, acima de tudo, com os alunos, andamos todos loucos com papéis manchados de letras que, conjugadas, nos assustam de tão ridículas, absurdas, anedóticas, infelizes (e tudo o mais que se queira acrescentar). A palhaçada tem de parar e é já! Nem a tanto deveria chegar. Estamos a falar de educação, de ensino, de milhares de professores, alunos e de pais que têm os filhos nas escolas. Estamos a falar de cidadãos, de futuros adultos de um país que estão a ser postos muito à parte por causa de burocracias que, vistas por alto e ao pormenor, são assustadoras, graves, muito graves.
Haja avaliação sim, mas isto não é nada!
Dia 6, na minha escola, assinaremos todos um documento que cancelará esta parvoíce!
Basta! Esta merda ainda mal começou e já foi longe, muito longe.
Gentes do ministério, vocês estão loucos a rondar o autismo, mas não nos ponham loucos a nós. Queremos ensinar, queremos ajudar na formação de pessoas. É para isso que trabalhamos!
Ainda a escola não começou a sério com o dito, ainda ninguém estabeleceu objectivos individuais, ainda ninguém preencheu grelhas que avaliam coisas estúpidas, tabelas e merdas mal feitas como as que por aí andam noutras escolas, ainda ninguém assistiu ou teve aulas assistidas e já a confusão está absolutamente instalada na escola. Parecemos malucos e é com malucos que agora os alunos têm de ligar. Em vez de nos preocuparmos, acima de tudo, com os alunos, andamos todos loucos com papéis manchados de letras que, conjugadas, nos assustam de tão ridículas, absurdas, anedóticas, infelizes (e tudo o mais que se queira acrescentar). A palhaçada tem de parar e é já! Nem a tanto deveria chegar. Estamos a falar de educação, de ensino, de milhares de professores, alunos e de pais que têm os filhos nas escolas. Estamos a falar de cidadãos, de futuros adultos de um país que estão a ser postos muito à parte por causa de burocracias que, vistas por alto e ao pormenor, são assustadoras, graves, muito graves.
Haja avaliação sim, mas isto não é nada!
Dia 6, na minha escola, assinaremos todos um documento que cancelará esta parvoíce!
Basta! Esta merda ainda mal começou e já foi longe, muito longe.
Gentes do ministério, vocês estão loucos a rondar o autismo, mas não nos ponham loucos a nós. Queremos ensinar, queremos ajudar na formação de pessoas. É para isso que trabalhamos!
True Blood
Com o fim do notável "Sete Palmos de Terra", o criador da série, Alan Ball, decidiu entrar numa onda de vampiros e criou para a HBO a série " True Blood".
A série é baseada na moderna "Southern Vampire" de Charlaine Harris e, entre outras coisas, mostra-nos Sookie Stackhouse, uma empregada de bar telepática e a sua relação com Bill, um vampiro misterioso que chegou a uma pequena cidade do interior norte americano. Ela e seu irmão Jason foram criados pela avó, logo após perderem os seus pais. Graças à criação japonesa de um sangue sintético, o True Blood, vampiros “sairam do caixão”, deixam de precisar de matar e buscam por direitos iguais, misturando-se com os humanos que por eles nutrem medo e fascínio. Os vampiros tentam não caçar mas são caçados, por possuírem um sangue “afrodisíaco” e muito valioso.
É uma série cheia de clichés, cheia de situações, diálogos e momentos surreais que rondam o genial e, ao mesmo tempo, as piores séries "Z". Por isso é má, muito má, para uns e boa, muito boa para outros. Eu não consigo parar de ver o que se vai passando com as gentes daquela cidadezinha.
A série é baseada na moderna "Southern Vampire" de Charlaine Harris e, entre outras coisas, mostra-nos Sookie Stackhouse, uma empregada de bar telepática e a sua relação com Bill, um vampiro misterioso que chegou a uma pequena cidade do interior norte americano. Ela e seu irmão Jason foram criados pela avó, logo após perderem os seus pais. Graças à criação japonesa de um sangue sintético, o True Blood, vampiros “sairam do caixão”, deixam de precisar de matar e buscam por direitos iguais, misturando-se com os humanos que por eles nutrem medo e fascínio. Os vampiros tentam não caçar mas são caçados, por possuírem um sangue “afrodisíaco” e muito valioso.
É uma série cheia de clichés, cheia de situações, diálogos e momentos surreais que rondam o genial e, ao mesmo tempo, as piores séries "Z". Por isso é má, muito má, para uns e boa, muito boa para outros. Eu não consigo parar de ver o que se vai passando com as gentes daquela cidadezinha.
4 folhas
Prendinha pá Sis
Tal pai, tal filho.
Com um aninho de idade... oh pró Yorick. Tão lindo e tão, tão parecido com o papá Bruno antes deste ser castrado. Sim, agora Bruninho está um gorduxo gatão lindão.
Quase um ano depois adorei ver o filhote dos meus meninos. Foi tão bom.
(as fotos, tiradas pelo telemóvel, não são de qualidade alguma mas que o moço ao vivo, tirando a cauda mais farfalhuda, é praticamente igual ao pai, isso é).
Árvores de Natal
Já há montras com árvores de Natal!!!
Vou criar barreiras, oh se vou. Não estou para que, este ano, a minha irritação e a minha melancolia comecem mais cedo.
Já faltou mais para que me comecem a oferecer prendas de Natal nos anos... em Agosto. Bem, pode ser que aí receba mais.
Vou criar barreiras, oh se vou. Não estou para que, este ano, a minha irritação e a minha melancolia comecem mais cedo.
Já faltou mais para que me comecem a oferecer prendas de Natal nos anos... em Agosto. Bem, pode ser que aí receba mais.
Mamma Mia
Gosto muito de teatro musical. Se pudesse ia a Londres ou Nova Iorque ver e ver e ver, mais, mais e mais. Tenho uns quantos em lista de espera.
Quando se tratam de adaptações ao cinema fico sempre muito, muito curioso Tenho apanhado grandes surpresas no cinema musical, como a excelente adaptação de "Chicago" e de "Rent" ou como o originalíssimo "Moulin Rouge", até mesmo "Evita" o qual me cansou deveras quando o vi no cinema mas que comecei a gostar bastante com o tempo.
Mas a verdade é que tenho apanhado grandes decepções. "Mamma Mia" é uma delas.
Toda a gente fala no filme. Toda a gente adora o filme. Toda a gente viu ou vai ver. É o filme mais visto do ano em Portugal e há quem o tenha ido ver mais de uma vez. Segundo sei, no Colombo até já há a versão "Karaoke" para pôr toda a gente a cantar.
Falassem-me bem ou mal, é musical eu tinha de ir ver, claro.
Ok, não vi no cinema. Ok, a imagem não era a melhor, mas deu para ver, praticamente do início, que não ia gostar. Ainda esperei que fosse melhorando mas não. Não gostei mesmo nada.
Pois as paisagens são lindíssimas. Pois os actores não são maus. Pois tem a Meryl Streep (de quem nem gostei particularmente no registo). Pois tem o ultra charmoso Pierce Brosnan (que canta tão mal). Pois as músicas são giras, a maioria amplamente conhecidas, e mesmo quem não gosta de ABBA acaba por cantarolar. Mas isso não me chega, não mesmo. Nem para filme de domingo à tarde.
O filme é ligeiro, porque é suposto sê-lo. É divertido porque assim é suposto. Isso não tem mal algum. Mas a mim pareceu-me um longo videoclip (e mauzinho) dos anos 70 mais ridículo do que divertido. Nas cenas finais ri-me, ri-me muito mas porque afinal pôde ser ainda pior do que estava a ser.
A maioria dos que estava comigo estava a adorar, a delirar, eu não. Não consegui mesmo.
Não me batam mas acho que há coisas que preferia que ficassem no fascínio dos palcos.
Split
Quando ouvi pensei que fosse mais um boato, mais uma notícia da treta, uma invenção daquelas. Mas desta vez é mesmo verdade. É oficial.
Ela e seu Guy separam-se. Podia ser-me indiferente mas tenho pena, entristece-me.
Por outro lado... hum... deixa lá ver... esta é a minha oportunidade. Ah pois é! A questão que se levanta é: Escolho-a a Ela ou escolho-o a ele?
(Doidices de quem não tem qualquer vontade de ir fazer 2 actas e que só lhe apetece bater em alguém)
Ela e seu Guy separam-se. Podia ser-me indiferente mas tenho pena, entristece-me.
Por outro lado... hum... deixa lá ver... esta é a minha oportunidade. Ah pois é! A questão que se levanta é: Escolho-a a Ela ou escolho-o a ele?
(Doidices de quem não tem qualquer vontade de ir fazer 2 actas e que só lhe apetece bater em alguém)
A loucura educativa continua...
Literalmente já não sei se ria, se chore, se me deixe ir com o rebanho, se vá contra tudo e todos, se mande tudo isto para a merda, faça as malas e me vá embora daqui. Já faltou mais, bem mais.
Esta brincadeira está a atingir proporções catastróficas!
Todos os dias saio indignado da escola. Todos! A cada dia as novidades sucedem-se de forma alucinante, acima de tudo, alucinada, impensada, desnorteada, absolutamente absurda. Hoje mais uma novidade deliciosa!
Há uns dias sei das fantásticas notícias sobre o próximo concurso de professores. Então parece que agora, de repente, vá-se lá saber com que argumento, os professores de Quadro de Zona Pedagógica vão ter de concorrer a 4 zonas pedagógicas. Lindo!
Já alguém pensou nas consequências trágicas disso? Já alguém naquele ministério sorridente e armado em muito sério, preocupado e eficiente, sequer perdeu um segundo a pensar no quão grave e ridículo isso é? É que basta ter um simples e raquítico neurónio para lá chegar.
Uns do Algarve, com anos e anos de trabalho no lombo, anos a saltitar de escola em escola percorrendo o país, que lá conseguiram ficar efectivos, estabilizar um pouco mais as suas vidas, vão efectivar em Setúbal. Outros do Porto, com mais de 10 anos de serviço, efectivos em QZP, com casa para pagar, carro e filhos para sustentar, lá vão assentar malas em Santarém. E por aí fora.
Eu ainda vou dar comigo na fronteira com Espanha ou para lá da Nazaré.
Se assim for e tendo em conta o ministério irredutor que temos, parece que assim vai ser, os que estão à frente nas listas vão-se dar mal, muito mal. Largam casa, companheiros, filhos e família e lá vão eles pelo menos 4 anos para longe. Os que estão mais para trás na lista, como não terão vaga para efectivar nem perto, nem longe, ainda vão continuar em Quadro de Zona perto de casa.
É esta a estabilidade que o ministério tanto defende? O envolvimento de professores em projectos nas escolas, a continuidade pedagógica, etc?
Porque é que me dei ao trabalho de terminar o curso com boa nota? Por este andar mais valia ter terminado com um mísero 10. Assim, agora não teria lugar para efectivar numa escola/agrupamento (para onde vou ser obrigado a concorrer) e ficava no QZP onde estou.
Pois, é verdade que para o dia 15 de Novembro está marcada mais uma manifestação de professores, mais uma que não dará em nada, mas hoje os meus ouvidos recebem nova sonora bombinha querida.
Hoje, numa absurda reunião sindical, venho a saber que agora os sindicatos resolveram marcar uma manifestação de professores para dia 8, portanto, uma semana antes.
Que parvoíce é esta? Hã?
Isso é que a ministra vai ficar contente. Uns para um lado, outros para o outro... professores e sindicatos separados.
Esta brincadeira está a atingir proporções catastróficas!
Todos os dias saio indignado da escola. Todos! A cada dia as novidades sucedem-se de forma alucinante, acima de tudo, alucinada, impensada, desnorteada, absolutamente absurda. Hoje mais uma novidade deliciosa!
Há uns dias sei das fantásticas notícias sobre o próximo concurso de professores. Então parece que agora, de repente, vá-se lá saber com que argumento, os professores de Quadro de Zona Pedagógica vão ter de concorrer a 4 zonas pedagógicas. Lindo!
Já alguém pensou nas consequências trágicas disso? Já alguém naquele ministério sorridente e armado em muito sério, preocupado e eficiente, sequer perdeu um segundo a pensar no quão grave e ridículo isso é? É que basta ter um simples e raquítico neurónio para lá chegar.
Uns do Algarve, com anos e anos de trabalho no lombo, anos a saltitar de escola em escola percorrendo o país, que lá conseguiram ficar efectivos, estabilizar um pouco mais as suas vidas, vão efectivar em Setúbal. Outros do Porto, com mais de 10 anos de serviço, efectivos em QZP, com casa para pagar, carro e filhos para sustentar, lá vão assentar malas em Santarém. E por aí fora.
Eu ainda vou dar comigo na fronteira com Espanha ou para lá da Nazaré.
Se assim for e tendo em conta o ministério irredutor que temos, parece que assim vai ser, os que estão à frente nas listas vão-se dar mal, muito mal. Largam casa, companheiros, filhos e família e lá vão eles pelo menos 4 anos para longe. Os que estão mais para trás na lista, como não terão vaga para efectivar nem perto, nem longe, ainda vão continuar em Quadro de Zona perto de casa.
É esta a estabilidade que o ministério tanto defende? O envolvimento de professores em projectos nas escolas, a continuidade pedagógica, etc?
Porque é que me dei ao trabalho de terminar o curso com boa nota? Por este andar mais valia ter terminado com um mísero 10. Assim, agora não teria lugar para efectivar numa escola/agrupamento (para onde vou ser obrigado a concorrer) e ficava no QZP onde estou.
Pois, é verdade que para o dia 15 de Novembro está marcada mais uma manifestação de professores, mais uma que não dará em nada, mas hoje os meus ouvidos recebem nova sonora bombinha querida.
Hoje, numa absurda reunião sindical, venho a saber que agora os sindicatos resolveram marcar uma manifestação de professores para dia 8, portanto, uma semana antes.
Que parvoíce é esta? Hã?
Isso é que a ministra vai ficar contente. Uns para um lado, outros para o outro... professores e sindicatos separados.
Cabaret
Encontram-se sempre coisas novas.
Adoro isto. Hilariante.
(Lady Is A Tramp - Madonna e Anthony Kiedis dos Red Hot Chili Peppers)
(Fever - Madonna)
Adoro isto. Hilariante.
(Lady Is A Tramp - Madonna e Anthony Kiedis dos Red Hot Chili Peppers)
(Fever - Madonna)
Interventiva, sempre.
Desde há muito, muito tempo que cada tour tem sempre um rasto de polémica. Não é novidade para ninguém. Madonna é quase sinónimo disso mesmo.
Já lá se vai o tempo das polémicas sexuais que, aos olhos da Igreja a transformaram em herege, uma espécie de pecadora enviada dos confins dos infernos, tendo quase sido presa em Roma. Na tour de há 2 anos, não por questões sexuais, a mesma Igreja achou que Ela "desta vez foi demasiado longe".
Ultimamente, as abordagens são outras. As preocupações e tabus sexuais estão bem mais ultrapassados e o ambiente, as sociedades, a pobreza, a miséria, as doenças, as guerras, a paz, a política, encabeçam as mensagens que Madonna transmite em concertos, entrevistas, participações em eventos, criação de ONG's de ajuda ao Malawi, etc....
Foi assim há 4 anos quando, em grandes ecrãs, ao som de "American Life" com barulho ensurdecedor de tiros, bombas, helicópteros, crianças e mulheres aos gritos, por entre imagens terríficas, se viu o Saddam a passar uma granada ao Bush, granada que este, sorridente, usou para acender um charuto.
Foi assim há 2 anos com uma Madonna "crucificada" a mostrar que passados 2000 anos o mundo não mudou assim tanto no que de horrível o homem é capaz.
E agora, esta tour, não é excepção. Em Roma "meteu-se" com o Papa e dedicou-lhe o "Like a Virgin". O video e letra do tema "Get Stupid" da tour são perfeitamente explicitos no que se refere às preocupações e opiniões políticas sobre as eleições Norte-americanas. Se pela Europa isso já fez correr tinta, era mais do que certo que por "terras do tio Sam" muita mais tinta iria correr.
Estava-se mesmo a ver que Ela quando chegasse com a tour aos States iria demonstrar (ainda mais claramente) apoiar o Obama (Let's go!) e arrasar o McCain (Get stupid!).
Há 2 dias fez isto:
"You know who's not invited to my party? Sarah "Fucking" Palin! She's not invited to the show. Sarah Palin has to go. She's not invited to any show! So get the bitch out of here! Nothing personal."
E no dia anterior:
"You know who should get off my street? Sarah Palin! Sarah Palin, get off my street!"
E ainda agora lá chegou.
Já lá se vai o tempo das polémicas sexuais que, aos olhos da Igreja a transformaram em herege, uma espécie de pecadora enviada dos confins dos infernos, tendo quase sido presa em Roma. Na tour de há 2 anos, não por questões sexuais, a mesma Igreja achou que Ela "desta vez foi demasiado longe".
Ultimamente, as abordagens são outras. As preocupações e tabus sexuais estão bem mais ultrapassados e o ambiente, as sociedades, a pobreza, a miséria, as doenças, as guerras, a paz, a política, encabeçam as mensagens que Madonna transmite em concertos, entrevistas, participações em eventos, criação de ONG's de ajuda ao Malawi, etc....
Foi assim há 4 anos quando, em grandes ecrãs, ao som de "American Life" com barulho ensurdecedor de tiros, bombas, helicópteros, crianças e mulheres aos gritos, por entre imagens terríficas, se viu o Saddam a passar uma granada ao Bush, granada que este, sorridente, usou para acender um charuto.
Foi assim há 2 anos com uma Madonna "crucificada" a mostrar que passados 2000 anos o mundo não mudou assim tanto no que de horrível o homem é capaz.
E agora, esta tour, não é excepção. Em Roma "meteu-se" com o Papa e dedicou-lhe o "Like a Virgin". O video e letra do tema "Get Stupid" da tour são perfeitamente explicitos no que se refere às preocupações e opiniões políticas sobre as eleições Norte-americanas. Se pela Europa isso já fez correr tinta, era mais do que certo que por "terras do tio Sam" muita mais tinta iria correr.
Estava-se mesmo a ver que Ela quando chegasse com a tour aos States iria demonstrar (ainda mais claramente) apoiar o Obama (Let's go!) e arrasar o McCain (Get stupid!).
Há 2 dias fez isto:
"You know who's not invited to my party? Sarah "Fucking" Palin! She's not invited to the show. Sarah Palin has to go. She's not invited to any show! So get the bitch out of here! Nothing personal."
E no dia anterior:
"You know who should get off my street? Sarah Palin! Sarah Palin, get off my street!"
E ainda agora lá chegou.
Olha agora os mariconços... a paneleiragem quer casório! Olha, olha onde isto já vai! Ai não vai não! Era o que faltava!
Em tempos quis-me casar. Sonhei como seria o dia, todos os momentos, cada imagem, cada cor, cada textura do cenário montado. E seria lindo, lindo. Emocionava-me só de pensar nisso. E não me entristecia não poder vir a acontecer, fazia-me sentir feliz. Acreditava que um dia o sonho se tornaria realidade. Tinha essa certeza.
Perdi a certeza, perdi o sonho e hoje não me quero casar. Mas gostava de saber que poderia fazê-lo, que tenho esse direito. Não posso e não me parece que o venha a ter tão cedo.
Os anos passam e pouco muda, essa é a verdade. Os gays mostram-se mais, mas muito pouco. Namoram mas fingem que não. Vivem com companheiros mas que são supostos amigos. Assumem quem são mas apenas a alguns. O simples dar de mãos na rua é como que dar um passo para a fogueira. Têm medos, receios, falta de coragem… Entre eles e o resto da sociedade continua a haver uma barreira. Vivem uma espécie de esconde esconde, de submundo, de universo paralelo. Uns vivem bem, outros sobrevivem, uns deixam de viver. A sociedade sabe mas finge que não. Desconfia mas prefere não pensar nisso. As massas arranjam estratagemas para manter as coisas como elas estão, como “são” e como assim “devem continuar a ser”. “Somos desenvolvidos, pertencemos à UE, somos modernos mas não se mostrem muito.” E os homossexuais assim, infelizmente, aprenderam a estar.
Agora quase não se fala de outra coisa que é o casamento homossexual. Fala-se, escreve-se, discute-se, argumenta-se… uma animação. “A paneleiragem quer casar, esta agora, que coisa mais estapafúrdia. Já não basta a vergonha do que são e ainda querem dar o arzinho da sua graça a alterarem uma sociedade que eles envergonham? Era o que faltava! São gente contra-natura e ainda querem casar? O casamento é uma coisa de respeito, algo milenar, a base da sociedade. Maricas a casarem? Andam para aí uns com os outros a enganarem as mulheres, coitadas, a desgraçarem familias, a conspurcarem a moral e bons costumes e agora querem meter-se em algo tão sagrado? Desgraçam casamentos e agora querem eles casar? Paneleiragem de merda!”
É uma animação, uma muito triste animação. Tão triste que me enoja. Sim, enoja-me ao ponto se sentir repugnância e asco por muita coisa que leio, pelo simples facto de mudar de canal e deparar-me com a cara de alguns políticos e comentadores da nossa pracinha tão tacanha.
Uns dizem isto, outros dizem aquilo… Está-se a fazer um problema imenso em torno de algo que nem problema deveria ser.
As pessoas, independentemente de credo, religião, cor de pele, de olhos, altura, sexo, residência, orientação sexual, peso, número de dedos e de dentes, profissão, estilo de vida, situação financeira, comprimento das unhas, personalidade, número de vezes que vão ao wc, o que for, devem ter o direito de casar, usufruir dele se assim o entenderem e ponto final. Usufruir desse direito não é minimizar nem tirar o mesmo direito a ninguém, a quem sempre o teve. Os homossesuais têm muitos medos, mas parece claro que os heterossexuais também os têm.
Um homossexual não é um cidadão de segunda mas, neste país, parece continuar a ser. Leio textos, frases soltas, ouço argumentos e opiniões que na minha mente, nas entrelinhas, se resumem a muita coisa e muita coisa triste.
“Deixem-nos lá estar nos seus cantinhos escondidos, deixem-nos lá por enquanto, um dia logo se vê. Qual é a pressa? É assim tão importante casarem? Escolheram andar com pessoas do mesmo sexo, portanto não queiram agora os mesmos direitos. Querem ser diferentes então não podem ser tratados como iguais!”
Muito por aí se diz, com poses eruditas e politiquices baratas de quem descobriu a pólvora e se preocupa efectivamente com o país, que a sociedade portuguesa está cheia de problemas graves por resolver e que esta questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo não é prioritária.
“Há cada vez mais desemprego, a saúde está como está, o ensino enfim, os idosos que tão mal vivem, a delinquência, os assaltos, os juros, o aumento dos preços, etc… e andamos preocupados com o casamento?”
Meus caríssimos senhores altamente doutos e iluminados e tão preocupados com este rectângulo peninsular, pois é claro que há neste país problemas mais graves, bem mais graves, pura e simplesmente porque ESTE NEM UM PROBLEMA DEVERIA SER SEQUER!
A questão é mesmo essa! Quase tudo neste país está uma lástima e a piorar a olhos vistos, contudo está-se tudo a preocupar com o casamento entre 2 pessoas que, por acaso, são do mesmo sexo? Já nos finais do século XX isso não deveria ser um problema! Que pequenez é esta?
Ser-se gay, gostar-se de alguém do mesmo sexo, alguém que entre as pernas tem o que nós temos, querer-se casar com quem se ama não deveria ser, desde há muito, problema algum, nem prioritário, nem secundário.
Problema é, nos dias que correm, haver homossexuais que, escondendo o que são, casam com heterossexuais. Isso sim é contra natura. Isso sim é abrir portas para o sofrimento de ambas as partes. Mas assim a sociedade, o nosso país, todos ficam mais contentes. As fachadas continuam, os mundos não se misturam, as bases não tremem, os pilares não vacilam, o mar mantém-se calmo.
Perdi a certeza, perdi o sonho e hoje não me quero casar. Mas gostava de saber que poderia fazê-lo, que tenho esse direito. Não posso e não me parece que o venha a ter tão cedo.
Os anos passam e pouco muda, essa é a verdade. Os gays mostram-se mais, mas muito pouco. Namoram mas fingem que não. Vivem com companheiros mas que são supostos amigos. Assumem quem são mas apenas a alguns. O simples dar de mãos na rua é como que dar um passo para a fogueira. Têm medos, receios, falta de coragem… Entre eles e o resto da sociedade continua a haver uma barreira. Vivem uma espécie de esconde esconde, de submundo, de universo paralelo. Uns vivem bem, outros sobrevivem, uns deixam de viver. A sociedade sabe mas finge que não. Desconfia mas prefere não pensar nisso. As massas arranjam estratagemas para manter as coisas como elas estão, como “são” e como assim “devem continuar a ser”. “Somos desenvolvidos, pertencemos à UE, somos modernos mas não se mostrem muito.” E os homossexuais assim, infelizmente, aprenderam a estar.
Agora quase não se fala de outra coisa que é o casamento homossexual. Fala-se, escreve-se, discute-se, argumenta-se… uma animação. “A paneleiragem quer casar, esta agora, que coisa mais estapafúrdia. Já não basta a vergonha do que são e ainda querem dar o arzinho da sua graça a alterarem uma sociedade que eles envergonham? Era o que faltava! São gente contra-natura e ainda querem casar? O casamento é uma coisa de respeito, algo milenar, a base da sociedade. Maricas a casarem? Andam para aí uns com os outros a enganarem as mulheres, coitadas, a desgraçarem familias, a conspurcarem a moral e bons costumes e agora querem meter-se em algo tão sagrado? Desgraçam casamentos e agora querem eles casar? Paneleiragem de merda!”
É uma animação, uma muito triste animação. Tão triste que me enoja. Sim, enoja-me ao ponto se sentir repugnância e asco por muita coisa que leio, pelo simples facto de mudar de canal e deparar-me com a cara de alguns políticos e comentadores da nossa pracinha tão tacanha.
Uns dizem isto, outros dizem aquilo… Está-se a fazer um problema imenso em torno de algo que nem problema deveria ser.
As pessoas, independentemente de credo, religião, cor de pele, de olhos, altura, sexo, residência, orientação sexual, peso, número de dedos e de dentes, profissão, estilo de vida, situação financeira, comprimento das unhas, personalidade, número de vezes que vão ao wc, o que for, devem ter o direito de casar, usufruir dele se assim o entenderem e ponto final. Usufruir desse direito não é minimizar nem tirar o mesmo direito a ninguém, a quem sempre o teve. Os homossesuais têm muitos medos, mas parece claro que os heterossexuais também os têm.
Um homossexual não é um cidadão de segunda mas, neste país, parece continuar a ser. Leio textos, frases soltas, ouço argumentos e opiniões que na minha mente, nas entrelinhas, se resumem a muita coisa e muita coisa triste.
“Deixem-nos lá estar nos seus cantinhos escondidos, deixem-nos lá por enquanto, um dia logo se vê. Qual é a pressa? É assim tão importante casarem? Escolheram andar com pessoas do mesmo sexo, portanto não queiram agora os mesmos direitos. Querem ser diferentes então não podem ser tratados como iguais!”
Muito por aí se diz, com poses eruditas e politiquices baratas de quem descobriu a pólvora e se preocupa efectivamente com o país, que a sociedade portuguesa está cheia de problemas graves por resolver e que esta questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo não é prioritária.
“Há cada vez mais desemprego, a saúde está como está, o ensino enfim, os idosos que tão mal vivem, a delinquência, os assaltos, os juros, o aumento dos preços, etc… e andamos preocupados com o casamento?”
Meus caríssimos senhores altamente doutos e iluminados e tão preocupados com este rectângulo peninsular, pois é claro que há neste país problemas mais graves, bem mais graves, pura e simplesmente porque ESTE NEM UM PROBLEMA DEVERIA SER SEQUER!
A questão é mesmo essa! Quase tudo neste país está uma lástima e a piorar a olhos vistos, contudo está-se tudo a preocupar com o casamento entre 2 pessoas que, por acaso, são do mesmo sexo? Já nos finais do século XX isso não deveria ser um problema! Que pequenez é esta?
Ser-se gay, gostar-se de alguém do mesmo sexo, alguém que entre as pernas tem o que nós temos, querer-se casar com quem se ama não deveria ser, desde há muito, problema algum, nem prioritário, nem secundário.
Problema é, nos dias que correm, haver homossexuais que, escondendo o que são, casam com heterossexuais. Isso sim é contra natura. Isso sim é abrir portas para o sofrimento de ambas as partes. Mas assim a sociedade, o nosso país, todos ficam mais contentes. As fachadas continuam, os mundos não se misturam, as bases não tremem, os pilares não vacilam, o mar mantém-se calmo.
On and on
Deixando "miles away" o velho continente, rumo às Américas para dar continuidade à tour, é lançado para as rádios o novo single que, infelizmente, não terá videoclip. Não há tempo... the show must go on.
A capa é desta originalidade. Carimbos de passaporte com todos os locais europeus e datas por onde passou.
(clicar para ampliar)
... and on and on the beat goes.
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