Um dia um namorado meu disse-me esta frase citando a Madonna pq sabe q eu a adoro. Pensava ele que eu ia entender uma traição dele. É burro! Não percebe que esta frase tem muito por trás.
E o prazer de estar comigo, de respeitar o nosso namoro? Pobre foi ele.
Pobre é o homem que engana o outro e nao vê o prazer da verdade, o prazer do respeito.
E o prazer do amor a dois? E o prazer do respeito mútuo? E o prazer da mente? E o prazer da veracidade? E o prazer de não trair? E o prazer de sorrir para o outro? E o prazer de uma consciência limpa?
Pois João parece-me que essa é uma frase que o teu namorado usou para se fazer de vítima como sendo tu a causa dele não poder ter prazeres físicos com outra pessoa. Tipico e triste.
O pobrezinho não podia ter nada físico com ninguém porque tu, malvado, não permitias. Ele que arranje quem permita, é o que não falta por aí.
Para mim, traições, sexo de casais com outros, resume-se tudo a uma forma de escapar à monotonia da relação a dois. em vez de se lutar para que ela deixe de existir. Assim juntam-se terceiros à relação com ou sem o consentimento mútuo com a desculpa de que é apenas sexo, uma brincadeira, nada de especial. É uma forma de camuflar o que está mal numa relação.
As pessoas querem tudo e usam-se deste tipo de estratégias para colmatar falhas. Se se sentem felizes, parabéns. Talvez um dia percebam que perderam algo de muito especial com alguém, algo só de dois, sem meter outros ao barulho. Talvez um dia percebam que esse era o maior prazer da vida, o prazer da união com outro. O prazer de algo muito especial entre duas pessoas, só duas. Verdadeiras soulmates.
O teu namorado merece toda a minha pena. Errou, é certo, mas ao menos admitia culpas, nunca tentar culpar-te a ti se sabia que o vosso namoro não contemplava tais actos.
Preferiu o prazer da carne ao prazer do que voces tinham. São valores, não os teus, não os meus certamente.
Percorrendo letras de várias músicas da Madonna descobrem-se pérolas destas e muitas outras. Venham 10 Shakiras, Beyoncés, Kyles, Nellys, Riannas que nunca lá chegarão. São cantoras pop, só isso, nada mais. Servem apenas esse propósito e não lhes tiro o mérito. Mas Madonna é muito mais que isso, só não vê quem não conhece. A essas "divas" da pop falta-lhes a garra, o estilo, a força, a filosofia, o pensamento, o sentido do que se passa no mundo e a arte da Madonna.
Aqueles que dependem da permissão de outro para sentir prazer é porque não estão bem com a situação ou consigo próprios. Pois o prazer deve ser sentido sem questionamento de permissões. Ele deve existir naturalmente. Quando se avaliam permissões alguma coisa está errada.
A frase da Madonna tem um contexto específico que, pelo teu nick, saberás qual é, certamente.
Mas pode ser uma frase analisada fora desse contexto e, em relação a isso, permite-me que refira que concorde contigo quando dizes que aqueles que dependem da permissão de outro para sentir prazer é porque não estão bem com a situação ou consigo próprios. E porque é que isso tem de ser mau ou errado? Assim, os filhos castigados e pelos pais seriam tantas vezes pobres e infelizes, os amigos criticados pelos amigos seriam tantas vezes pobres e infelizes, os amantes que discordassem seriam tantas vezes pobres e infelizes. E isso fará deles infelizes e pobres? Não creio. Os pais devem educar os filhos, os amigos devem ser sinceros e os amantes devem respeitar-se. Quem não aceitar isto, esse sim é pobre de alma porque não percebe que isso é maior felicidade do mundo, ajuda à nossa construção enquanto seres humanos e, certamente, é preferível a não ter pais, familia, amigos verdadeiros e amante.
Se quem só consegue e quer ter prazer sem questionamento de permissões então é melhor não ter pais, familia, amigos e uma pessoa ao lado.
Não vivemos numa utopia anárquica. As pessoas não podem fazer o que querem, ter todos os prazeres do mundo e esquecer os outros. Qual é o prazer disso? O errado não é avaliar permissões, essas devem ser avaliadas e entender nelas o seu porquê. O errado é achar que quando se avaliam permissões alguma coisa está errada.
Na sociedade as pessoas, todos os dias, lançam cartas, jogam entre si e para que seja um jogo que dê verdadeiro prazer, tem que ser um jogo honesto, com regras e permissões.
Contudo, entendo o teu ponto de vista e por isso muitas vezes isolo-me e jogo as cartas sozinho. Assim posso jogá-las e tirá-las da mesa sempre que quero e sem afectar ninguém. Invento jogos se me apetecer, mudo regras a meio do jogo. Sou eu. Esta minha postura, talvez muito errada, também tem os seus prazeres e muitos, mas o maior de todos é ser honesto para comigo e para com os outros.
Bem haja para os meus pais que me deram umas palmadas e castigaram dias seguidos, bem haja os meus amigos que me deram chapadas na alma, bem haja as discussões e dores que tive enquanto namorado de alguém. Fizeram de mim aquilo que sou hoje, ensinaram-me o prazer de viver e de respeitar os que comigo vão vivendo.
Atrevo-me mesmo a dizer que pobre é aquele que faz o que quer com a permissão dos demais. Esse não sabe amar e não sabe o prazer de ser amado.
Talvez o Pedro não tenha entendido o que quis dizer. Por vezes não sou muito explicita nas poucas palavras que escrevo. Quando penso no "jogo" do amor, no "jogo" das relações, penso na necessidade de não ser necessário pedirem-se permissões. Naturalmente deveremos desenvolver em nós esse estado de permissão, o prazer que eu quero dar e receber e em que é que todas essas coisas se baseiam. Será sempre correcto um pai ensinar um filho, um amigo alertar outro amigo e um amante discordar de seu amor. Acredito não ser isso que está em causa. E, aliás, a música é sobre o amor de amantes e não de pai e filho ou amigos. O que está em causa é o não ter medo da outra pessoa, o poder voar com a outra pessoa sem recear o que esta possa fazer para nos magoar – pois nem sequer teriamos de pensar nisso. Quando amamos achamos sempre que a outra pessoa não vai fazer nada para nos magoar e o que menos queremos é magoar essa pessoa. Sendo assim, quando começamos a pensar nisso é porque alguma coisa não está certo.
9 comentários:
Concordo.
Desde que para usufruirmos dos prazeres não passemos por cima dos outros, não os usemos, não os pisemos.
Isso dos prazeres tem muito que se diga. Para mim o prazer emocional vale 1000 vezes mais do que o prazer físico.
Abraço
Um dia um namorado meu disse-me esta frase citando a Madonna pq sabe q eu a adoro. Pensava ele que eu ia entender uma traição dele. É burro! Não percebe que esta frase tem muito por trás.
E o prazer de estar comigo, de respeitar o nosso namoro? Pobre foi ele.
Pobre é o homem que engana o outro e nao vê o prazer da verdade, o prazer do respeito.
Foi de carrinho o nojento.
Abraço meu lindo.
E o prazer do amor a dois?
E o prazer do respeito mútuo?
E o prazer da mente?
E o prazer da veracidade?
E o prazer de não trair?
E o prazer de sorrir para o outro?
E o prazer de uma consciência limpa?
Pois João parece-me que essa é uma frase que o teu namorado usou para se fazer de vítima como sendo tu a causa dele não poder ter prazeres físicos com outra pessoa. Tipico e triste.
O pobrezinho não podia ter nada físico com ninguém porque tu, malvado, não permitias. Ele que arranje quem permita, é o que não falta por aí.
Para mim, traições, sexo de casais com outros, resume-se tudo a uma forma de escapar à monotonia da relação a dois. em vez de se lutar para que ela deixe de existir. Assim juntam-se terceiros à relação com ou sem o consentimento mútuo com a desculpa de que é apenas sexo, uma brincadeira, nada de especial. É uma forma de camuflar o que está mal numa relação.
As pessoas querem tudo e usam-se deste tipo de estratégias para colmatar falhas. Se se sentem felizes, parabéns. Talvez um dia percebam que perderam algo de muito especial com alguém, algo só de dois, sem meter outros ao barulho. Talvez um dia percebam que esse era o maior prazer da vida, o prazer da união com outro. O prazer de algo muito especial entre duas pessoas, só duas. Verdadeiras soulmates.
O teu namorado merece toda a minha pena. Errou, é certo, mas ao menos admitia culpas, nunca tentar culpar-te a ti se sabia que o vosso namoro não contemplava tais actos.
Preferiu o prazer da carne ao prazer do que voces tinham. São valores, não os teus, não os meus certamente.
Abraço João e ,claro, abraço Zézito.
Percorrendo letras de várias músicas da Madonna descobrem-se pérolas destas e muitas outras. Venham 10 Shakiras, Beyoncés, Kyles, Nellys, Riannas que nunca lá chegarão. São cantoras pop, só isso, nada mais. Servem apenas esse propósito e não lhes tiro o mérito. Mas Madonna é muito mais que isso, só não vê quem não conhece.
A essas "divas" da pop falta-lhes a garra, o estilo, a força, a filosofia, o pensamento, o sentido do que se passa no mundo e a arte da Madonna.
Aqueles que dependem da permissão de outro para sentir prazer é porque não estão bem com a situação ou consigo próprios. Pois o prazer deve ser sentido sem questionamento de permissões. Ele deve existir naturalmente. Quando se avaliam permissões alguma coisa está errada.
Para a dita:
A frase da Madonna tem um contexto específico que, pelo teu nick, saberás qual é, certamente.
Mas pode ser uma frase analisada fora desse contexto e, em relação a isso, permite-me que refira que concorde contigo quando dizes que aqueles que dependem da permissão de outro para sentir prazer é porque não estão bem com a situação ou consigo próprios. E porque é que isso tem de ser mau ou errado? Assim, os filhos castigados e pelos pais seriam tantas vezes pobres e infelizes, os amigos criticados pelos amigos seriam tantas vezes pobres e infelizes, os amantes que discordassem seriam tantas vezes pobres e infelizes. E isso fará deles infelizes e pobres? Não creio. Os pais devem educar os filhos, os amigos devem ser sinceros e os amantes devem respeitar-se. Quem não aceitar isto, esse sim é pobre de alma porque não percebe que isso é maior felicidade do mundo, ajuda à nossa construção enquanto seres humanos e, certamente, é preferível a não ter pais, familia, amigos verdadeiros e amante.
Se quem só consegue e quer ter prazer sem questionamento de permissões então é melhor não ter pais, familia, amigos e uma pessoa ao lado.
Não vivemos numa utopia anárquica. As pessoas não podem fazer o que querem, ter todos os prazeres do mundo e esquecer os outros. Qual é o prazer disso? O errado não é avaliar permissões, essas devem ser avaliadas e entender nelas o seu porquê. O errado é achar que quando se avaliam permissões alguma coisa está errada.
Na sociedade as pessoas, todos os dias, lançam cartas, jogam entre si e para que seja um jogo que dê verdadeiro prazer, tem que ser um jogo honesto, com regras e permissões.
Contudo, entendo o teu ponto de vista e por isso muitas vezes isolo-me e jogo as cartas sozinho. Assim posso jogá-las e tirá-las da mesa sempre que quero e sem afectar ninguém. Invento jogos se me apetecer, mudo regras a meio do jogo. Sou eu. Esta minha postura, talvez muito errada, também tem os seus prazeres e muitos, mas o maior de todos é ser honesto para comigo e para com os outros.
Bem haja para os meus pais que me deram umas palmadas e castigaram dias seguidos, bem haja os meus amigos que me deram chapadas na alma, bem haja as discussões e dores que tive enquanto namorado de alguém. Fizeram de mim aquilo que sou hoje, ensinaram-me o prazer de viver e de respeitar os que comigo vão vivendo.
Atrevo-me mesmo a dizer que pobre é aquele que faz o que quer com a permissão dos demais. Esse não sabe amar e não sabe o prazer de ser amado.
para pedro:
Talvez o Pedro não tenha entendido o que quis dizer. Por vezes não sou muito explicita nas poucas palavras que escrevo. Quando penso no "jogo" do amor, no "jogo" das relações, penso na necessidade de não ser necessário pedirem-se permissões. Naturalmente deveremos desenvolver em nós esse estado de permissão, o prazer que eu quero dar e receber e em que é que todas essas coisas se baseiam. Será sempre correcto um pai ensinar um filho, um amigo alertar outro amigo e um amante discordar de seu amor. Acredito não ser isso que está em causa. E, aliás, a música é sobre o amor de amantes e não de pai e filho ou amigos. O que está em causa é o não ter medo da outra pessoa, o poder voar com a outra pessoa sem recear o que esta possa fazer para nos magoar – pois nem sequer teriamos de pensar nisso. Quando amamos achamos sempre que a outra pessoa não vai fazer nada para nos magoar e o que menos queremos é magoar essa pessoa. Sendo assim, quando começamos a pensar nisso é porque alguma coisa não está certo.
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