Depois de ter sido muito bem recebido em Cannes, exibido em duas sessões esgotadas, "The Host" estreou na Coreia do Sul com um número record de cópias e a arrasar nas bilheteiras. À data é o filme sul-coreano mais bem sucedido de sempre.
Enganam-se os que não foram ver o filme ao cinema por acharem tratar-se de mais um filme sobre um monstro a atacar pessoas. Não, é muito mais do que isso. É um filme sobre a familia, a amizade, o amor entre as pessoas, num mundo capitalista recheado de interesses políticos à mistura. É, acima de tudo, um filme muito, muito humano.
O modo como se mostra a criatura diverge da generalidade das obras de género, que optariam por obscurecê-la durante boa parte do filme, focando mais os resultados (cadáveres, autópsias, sangue, etc.) do que o agente responsável pelas mortes. A súbita investida do monstro, em plena luz do dia, traz consigo uma intensidade difícil de replicar nos casos em que o terror é doseado, obedecendo a “regras” de escrita dos habituais guiões.
Outra peculiaridade é um avanço da narrativa que não procura finais grandiosos, difíceis de contornar em obras de grande orçamento.
Há humor que raia a paródia. O realizador lida, com notável eficiência, com a mistura dos vários registos: acção, terror, drama e comédia.
É verdade que não é raro que mesmo filmes americanos culpem o governo ou os militares pela criação de mutações ou de zombies, mas a crítica ao “colonialismo” dos EUA não deixa de se registar neste filme. Acresce que a cena de abertura foi inspirada num caso real em que um funcionário da morgue de uma base militar americana ordenou o despejo de químicos no Rio Han.
Pode ser já um cliché dizer que "The Host" é mais o drama de uma família do que um “filme de monstros”, mas tal não deixa de ser verdade e é um dos seus êxitos. É a luta de uma família para se manter unida depois do ataque inesperado de uma criatura mutante e não um blockbuster com um monstro de apetite insaciável perseguindo personagens reduzidas a acompanhamentos.
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3 comentários:
Hoje deu-te para os filmes desta "linhagem" ... mais um que gostava de ver.
Não vi mas ouvi falar muito na altura. Quero ver. Estou mesmo curiosa pq toda a gente me diz mto bem do filme.
Portugal é Lisboa e o resto é campo, está visto.
Aqui este filme não passou, pois. Mas lembro-me de ler criticas muito boas.
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