M. Jackson

Nunca fui graaaaaaaaande fã mas quando era miúdo/adolescente gostava do Michael Jackson, gostava imenso de algumas músicas e vídeos.
Depois, confesso, comecei a fartar-me do estilo. Os anos iam passando e era sempre tudo muito igual. As músicas com os seus típicos guinchos (hi...hi), as expressões habituais (shamon... ou lá o que era) pelo meio, as meias brancas, os sapatinhos e calças pretas, os casacos de chumaços e lantejoulas, o chapéu, aquele cabelo a cair num dos lados da cara, a mesma forma de dançar, sempre os mesmos passos de dança... As grandes mudanças eram físicas, não artisticamente. Aí era sempre muito do mesmo. Nunca o achei nada versátil.
Pelo menos manteve-se fiel a um estilo, dirão muitos. Isso é certo. Um estilo que o tornou num icon. Uma marca que ficará para sempre.
A verdade é que mesmo antes de atingir os 40 anos já o homem estava em baixo. Na sua última tour já caía cansado em palco, chegou a desmaiar, a cancelar concertos, etc... Sempre duvidei que fosse agora aos 50 que conseguisse regressar em força. Acho mesmo que os concertos agendados iam ser embaraçosos para ele, para muitos que compraram os bilhetes. Talvez o fim desastroso da sua carreira. Ficará sempre essa dúvida...
Tivémos a saga Lady Diana, agora a saga Lady MJ. Demais mesmo! Entrevista-se tudo e todos, sobre tudo e todos os que o rodeavam... ou não. A pele estava assim, o nariz assado, o pai era isto, as irmãs aquilo, os filhos são dele, depois não são, ele estava bem, agora estava muito mal, era maluco, era uma criança adulta porque não o foi quando pequeno, era isto e aquilo e mais não sei o quê...
E isso entranha-se. E a comunicação social é perita nisso. Os miúdos que não ligavam nenhuma ao homem, que o viam como uma figura estranha do passado, porque ele era "do tempo dos seus pais" e há anos que mal aparecia, agora esgotam os álbuns nas lojas para ouvirem muitas músicas que nem sequer sabiam existir. Gritam em frente à tv, lado a lado com os que o veneram, como se o MJ tivesse sido a coisa mais importante das suas vidas, como se fosse assim tão estranha a sua morte, como se ninguém esperasse tal coisa, como se ele fosse a Britney que os acompanha desde a escola primária... Onde é que estavam há uns anitos poucos quando o último álbum do MJ saíu? Na altura falava-se do seu regresso e foi um fiasco, ninguém ligou, mal vendeu, ninguém comprou e muitos nem deram por ele. E agora compram tudo o que tenha o seu nome.
Tirando um ou outro escândalo a propósito dos filhos, das suas taras, dos casos em tribunal, nos últimos anos mal se ouvia falar do homem, nem se sabia bem onde pairava, e agora depois de morto...
É triste a sua morte.
É triste o escarafunchar exageradíssimo da comunicação social.
É triste que agora se lembrem dele quando desde há uma década quase ninguém lhe ligava.
É triste que tenha sido preciso morrer para voltar a ter sucesso.
É triste que tenha sido preciso morrer para voltar a nascer.

6 comentários:

Fátima disse...

Concordo completamente com tudo o que aqui escreveste.
É triste e está-se a tornar ridículo.

Rui disse...

Ele, os Queen e a Tina eram os meus idolos nos anos 80 e inícios de 90, só depois descobri a Madonna e percebi que era mais do que uma nova descoberta, uma maluquinha sem cerebro que tinha aparecido.

Tenho imensa pena que o Michael tenha morrido, sobretudo quando me lembro daquilo que ele era há 20 anos. Mas tens razão quando falas do que ele se transformou. Não soube gerir a sua carreira, nem a sua vida, tornou-se numa figura patética, sem conteúdo e que apenas dava que falar por causa dos escândalos pessoais. Musicalmente há muitos anos que passa ao lado, que deixou de ter interesse e por isso acho exagerado tudo o que se está a passar em torno da sua morte como se fosse ainda uma pessoa com um grande importancia na actualidade e a verdade é que não é já há muitos anos. Teve o seu momento, os seus anos de grande glória mas agora já ninguem queria saber dele.
É ridiculo todo este aparato agora.

Ainda assim e pelos tempos aureos, um bem haja Michael!

Individual(mente) disse...

Concordo ipsis verbis com o que dizes.
Parece no entanto que a vaga Lady Di foi bem mais pesada do que a de Michael Jackson
Abraço

paulo disse...

coitado do morto, sugam-no até pouco restar. eu nunca fui fã, mas seja com quem for, este tipo de mediatismo reles cheira mal e sabe a audiência fácil e mesquinha. não gosto.

abraço

CarlaRamalho disse...

É triste e começa a ser uma seca! Se juntármos a isto a saga com o Cristiano Ronaldo ...

João Roque disse...

E agora até o funeral; é demasiado triste e quase sádico todo este circo mediático...
É tão bom ser "anónimo"!
Abraço.