O que seria? Pensava, pensava e não chegava lá. Tu fazias um certo suspense e eu cada vez mais curioso. O que seria?
Porque é que não compraste com antecedência? Porque é que só podias comprar no dia em que nos encontrassemos? Porque é que tinhas de saber o dia exacto em que nos iriamos encontrar? O dia e a hora? Porquê? Porque é que terias de ir a Lisboa para depois voltar? Ou entregar-me em Lisboa? Porquê?
Porque se estraga?
Um bolo? Questionei eu. Não, respondeste tu.
Flores? Pensei. Mas flores não se estragam assim e não é necessário ir a Lisboa de propósito.
O que seria ao ponto até de levantares a série hipótese em apanhares transportes de propósito para ires a Lisboa e voltares?
O que seria? Pensava, pensava e não chegava lá.
Hoje fomos ao magnífico Museu da Electricidade ver a World Press Photo. Um jantar com as moças, o filme do Tarantino quase, quase a começar e tu nada de aparecer.
Ligo-te e dizes que precisas que eu vá andando para a sala de cinema com duas delas e que uma fique à tua espera.
O que seria?
Descemos as escadas e lá estavas tu, encostada a um pilar, nitidamente a esconder algo.
O que seria? Porque precisavas tu de uma delas?
Lá fui, nervoso, com as outras a caminho do filme que estava prestes a iniciar.
À porta das salas de cinema, enquanto esperava pela corrida das duas à casa-de-banho, lá apareceste tu. Tu e o sorriso maroto da pseudo-cúmplice.
Parabéns.
Precisaste de uma delas para ajudar no embrulho.
Abro-o, como sempre com uma abissal falta de jeito para abrir embrulhos e desato a rir.
Ainda te lembras. Ainda te lembras daquela conversa.
Nunca ninguém me tinha oferecido nada parecido.
Nunca ninguém me tinha oferecido sushi.
O meu tenho-o ali prestes a deliciar-me. O teu... Nunca tinha sequer imaginado alguém a comer sushi no escuro do cinema.
Comecei o filme a sorrir.
Adorei. Eu adorei a surpresa. Eu, um desastre no oferecer de prendas. Eu, que quanto mais me empenho e entusiasmo no processo de oferecer uma prenda, mais decepciono quem a recebe.
Obrigado, meu querido.
Um dia, quando descobrir onde se vendem os ingredientes, vou aprender a arte de um dos manjares de que mais gosto.
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10 comentários:
Ás vezes mais vale seguir o instinto do que pensar muito na prenda a oferecer... Mas a que recebeste foi, de facto, original!! E ainda bem que o menino gostou!! Quanto a mim, aqui vão os Parabéns atrasados! Eu lembrei-me, mas como estavas no estrangeiro não quis estar a dizer nada! Beijinhos!
Tenho uma prendinha para ti também e acho que vais gostar muito. eheheheh
E porque é que não fazes festa de anos, hã hã?
Eu que tinhas um discurso tão lindo para fazer. Mas não te livras dele ai não, não.
O sushi está com um óptimo aspecto e achei uma prenda mto original.
Tu um desastre a oferecer prendas? Decepcionas quem as recebe? Tu...?
Mas quem é que não gosta de receber prendas? Quem é que não gostou de alguma prenda que tu deste? E disse-te que não gostou? Grande estupido, sim senhor. Isso não se faz.
Bem, o que interessa é que gostaste muito desta que até me dá água na boca.
Não gosto de sushi e comida crua. O aspecto é fantástico, os pratos são lindos mas o sabor não é para mim.
O que é que leva alguém a oferecer sushi a alguém?
Cheira-me que há aí coisa.
E o sushi estava bom? Eu sou expert em japonese food. Não sabia que gostavas.
Quando é que me dás o prazer da tua visita para preparar umas maravilhas? estás convidado.
Que coisa mais absurda oferecer sushi a alguém e comer no cinema.
Comer pipocas e beber no cinema já tinha visto e mtas vezes, agora comer sushi é inédito para mim. eh eh eh
Pois ... pelo menos original foi ... tudo o resto é discutível. Se gostaste é o que interessa.
Quanto ao comentario sobre o facto de comer sushi no cinema, de facto admito que a pessoa em causa (eu) nao o devia ter feito, pois podia incomodar alguem. Tambem ha quem nao goste de ouvir as pipocas e as bebidas a serem consumidas durante o cinema. So que eu estava cheio de fome e por causa da surpresa tao tive tempo para jantar antes.
Quanto a prenda, sim eu sabia que o aniversariante ia gostar... e foi apenas um miminho. Portanto nao acho ridiculo oferecer nada a ninguem, desde que se saiba que a pessoa goste e que esta fique agradavelmente surpreendida.
Va, beijinho bom.
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