Obrigado.

Tu aí! Sim, tu aí. Sabes bem que és tu.
Obrigadinho. Muito obrigado pelo momento da última noite de Julho.
Não vou perder-me num longo texto a explicar o que aconteceu, não, nada disso. Desgasta-me, corrói-me a alma, destrói-me. Seria perder tempo e, depois do sucedido, já desabafei, já chorei, já dormi mal. Não o farei mais. Não, por tua culpa, sacana.
Sim tu, és tu. É contigo mesmo, crápula.
Tanto charme para cima de mim, tanto savoir faire, tanto estilo, tanto olhar apaixonado, tantas palavras bonitas e encantadas e eu, se não fossem certas barreiras, ia-me deixando levar. Quase caí na tua cantiga, estupor. Soubeste fazê-lo mas, guess what, a mentira tem perna curta. Esta, infelizmente, não foi tão curta assim. Mas foste descoberto, apanhado. Ainda bem que, ontem, resolvi sair de casa. Ainda bem que decidi ir ao cinema. E eis que lá estavas tu. Todo nervosinho, todo atarantado. Agora já não soubeste para onde olhar e como olhar, pois não? Acompanhado de um aperto triste no estômago, estava comigo uma vontade de rir, de levar a ironia às últimas. Não o fiz. Ali estavas tu desorientado. Tu e outro. Outro a "apanhar bonés", sem perceber nada.
Foste apanhado! Apanhadinho de gema com o teu namorado. Coitado dele! Mal sabe que tem ao lado quem procura melhor. Mal sabe que é o substituto para quem há-de vir. E quase que seria eu. Já pensaste como seria? Já te passou pela tua cabeça "intelectual" como ficaria ele? Como ficaria eu?
A jogar em duas frentes, hã? Sim, senhor, muito bonito.
Sim, és giro. Sim, tens estilo. Sim, tens charme. Sim, sabes envolver com as tuas frases e opiniões. Sabes fazer a coisa, idiota mentiroso!
E mesmo que não mentisses, sempre soubeste que não terias nada comigo além de amizade. Ainda assim insististe, de forma mais ou menos subtil. E eu, que deixei de acreditar nas pessoas, quase vi uma luz ao fundo do túnel. Por agora não dava, não te queria, sempre te disse, mas um dia, um dia talvez. Se não fosse contigo, havia uma luz que me suspirava a sensação ténue de que poderia ser com alguém, um dia com alguém.
Aparentavas ser tão parecido comigo, termos tanto em comum, vermos a vida da mesmo forma, as relações nos mesmos moldes. "Afinal, ainda há gente confiável na sua plenitude. Afinal, talvez valha a pena acreditar e, aos poucos, ir destruindo obstáculos de que me comecei e aprendi a rodear", cheguei e pensar. Bull shit! Thank you!
Sabes, podemos ser parecidos em muitas coisas mas somos, certamente, muito diferentes no que toca à forma como nos ligamos aos outros. O que fizeste comigo não se faz. O que fizeste ou estás a fazer ao teu companheiro não se faz.
Um dia disseste-me que, se ficassemos juntos, nunca me irias fazer sofrer. Irónica a vida. Fizeste-o antes de teres o que querias. Se sou tudo aquilo que dizes, então deves fazer uma pálida ideia de como me sinto.
Até posso acreditar nos teus sentimentos por mim mas e então? Eu joguei com todas as cartas, tu não. Nunca te disse estar interessado em ti, sempre te disse que o meu amor é outro. Insistias. Insistias mas tinhas outra vida, alguém a teu lado há mais de um ano. Coitado! Alguém a jeito de levar um valente pontapé no traseiro assim que eu dissesse "sim". Ainda bem que não o disse. E depois, comos seria? ias estar comigo à espera de melhor, como fazes com este? E como achas que eu ia reagir quando soubesse a verdade? Tanta inteligência e sensibilidade para isto? Please!
A tua luz foi-se de vez. Agora nem a amizade fica. Estás contente? Eu não. Triste, é como me sinto. Triste, desiludido, enganado. E sabes, estou farto, farto até à ponta mais longa de um cabelo. Odeio mentiras, odeio joguinhos destes e calha-me um na rifa. Um de quem não esperava e de quem não esperava. Obrigadinho!
Obrigado por me mostrares que ainda consigo ser enganado.
Obrigado por me ajudares a cimentar, cada vez mais, que não posso mesmo acreditar, totalmente, em ninguém.
Obrigado por me fazeres enterrar, novamente, os pés no chão, em vez de me atrever a certos sonhos e esperanças.
Obrigado por contribuíres para a minha glaciação.
Obrigado por te teres cruzado comigo, seu c....... de m.......
Não penses que me destruíste, não.
Não penses que vou chorar mais, não.
Ensinaste-me foi mais um pouco.
Obrigado, cobarde.
Obrigado.

10 comentários:

Anónimo disse...

Bem, forte. Mas deve ser mesmo merecido e pelo que te conheço até devi ser mais.

Anónimo disse...

Que mauzinho.

Anónimo disse...

Xiiiiiii...

Anónimo disse...

Venho aqui e é isto que encontro...vou mas é já fugir de ti.

Anónimo disse...

Que cena! Mas merecido. Estes gajos são sempre os mesmos.
Mas não deixes de confiar em algumas pessoas. Há pessoas em quem sabes que podes confiar.
Tu és um excelente tipo e não podes deixar de acreditar, se fosse comigo esse gajo ainda ouvia mais e bem fortes.

Anónimo disse...

Glaciação? tu? Tu és dos maiores corações de manteiga que já conheci.
Ai se fosse eu a história aí seria outra mas sabes bem que o que não falta aí são peças dessas aos pontapés. São todos mto amorosos mas depois descobrem-se os podres. Não te deixes enganar mas não deixes de sonhar.

Anónimo disse...

I'M SORRY
SO SORRY
SO SORRY
SO SORRY
SO SORRY
SO SORRY
SO, SO SORRY

:(

Tu és só a pessoa mais bonita que alguma vez conheci.

SO SORRY

Anónimo disse...

Pois ... infelizmente as pessoas "más" são em maior número que as "boas", mas não deixes de acreditar. Por favor. Ainda há pessoas que valem a pena. A sério. Beijinhos Muito Grandes!

Anónimo disse...

O problema é que eu realmente já não sei mesmo o que vale ou não a pena ... é tudo um absurdo acaso, e nas relações humanas nos moldes em que estão e com a complexidade de que se revestem ... esse aspecto é ainda mais aleatório ... a vida é uma roleta definitivamente ... o problema é que eu odeio jogar e jogos ...
no fundo já não sei se as pessoas são boas ou más, parece-me mais que ando todas ou quase todas um pouco perdidas e os pés bem assentes como teu, meu lindo, são muito poucos ...
O mundo sofre de aquecimento, mas as relações humanas revestem-se de uma cada vez maior "glaciação".

Anónimo disse...

O teu ultimo dia de julho, o meu primeiro dia de Agosto. O que mais me dói é que a nem sempre há consiência da amoralidade dessea actos. "Não te queria magoar, mas". Palavras estúpidas desculpando gestos calculados, ou de um egoísmo sem par. Iludimo-nos por gestos, palavras, e pela nossa solidão claro. É a chamada pescadinha de rabo na boca. Estou demasiado sozinho para pensar racionalmente sobre quem me interessa e quem se interessa, e preciso de alguém para que consiga recuperar a minha segurança. Eu cedi, após a terceira cerveja já pensava fazê-lo. E que saudades tinha dos beijos, só tendo sabido após ter sido beijado, passo dado pelo outro que não tinha o medo que eu tenho... parte de férias, deixa-me fisicamente só, acompanha-me com mensagens de carinho, de saudades da nossa noite, da vontade de, numa tarde de solidão,repetir os carinho de uma conversa que havia durado até ás 6 da manhã. E no dia seguinte a estas palavras, diz não pensar voltar, querer partir para longe, algo que vem ponderando há muito muito tempo,e como consequência, deseja a minha "amizade". Neguei-lha. Odiei-me e odiei-o a ele, mas mais a mim, por ser enrolável por palavras ocas, por saber ter sido um plano B, a segurança de quem volta, alimentado durante um mês a expectativas destinadas a segurar-me ao sonho de ter feito um pleno: ele, capaz de ser sério, de brincar e palavras e gestos de carinho que me desarmavam por completo. Recupero de dia para dia, até receber uma mensagem, na véspera das minhas férias em que diz ter pena da minha recusa, por ter muitas saudades minhas.Não é justo,não foi justo. As férias dele foram boas, fui eu que lhas alimentei. As minhas foram uma merda...