Amy "Deplorável" Winehouse
Calculei que a actuação de baladíssima Amy Winehouse no Rock In Rio não fosse boa, mas ainda tive alguma esperança. Como ia passar na Sic Radical, sentei-me em frente à tv para ver o que me esperava, a mim e aos milhares que estavam no Parque da Bela Vista, uma grande maioria que pagou para ver a "Heroin Girl" do momento, cujos dois muito bons álbuns vendem aos milhões, sobretudo após a vitória nos Grammy's.
Depois de um algo angustiante atraso em que já se pensava que a senhorita não surgisse, em que os apresentadores e comentadores inventavam conversa sobre as últimas proezas da mulher (encontrada a pedir cigarros numa autoestrada, a deambular pela Oxford Street dizendo que tinha fantasmas no quarto...) e seu marido presidiário, eis que ela aparece com o seu look habitual. Vestidinho colorido, cabelo imenso com madeixa oxigenada à frente, coração de plástico na cabeça, várias tatuagens, dentes em falta, uma mancha vermelha (ematoma?) no pescoço, um corte no braço e um olhar completamente desnorteado.
Aos primeiros segundos percebeu-se logo que ia haver desgraça e da grande. Não pensei, ainda assim, que fosse tanta. Visivelmente enbriagada ou drogada, Amy "Casa dos Vinhos" fez jus ao nome e bebeu vinho; cambaleou constantemente; caiu; perdeu um sapato; tropeçou nas próprias esqueléticas pernas; comeu chocolate enquanto cantava (ou não); chorou; riu; tentou mover-se minimamente; pegou, mais do que uma vez, numa guitarra que não usou e lá ia um assistente nervoso tirá-la; viu-se, várias vezes, rodeada de assistentes que, com sorriso trémulo, a tentaram ajudar a levantar, a colocar o microfone; parou de cantar para falar com os elementos do coro que tentavam aguentar o espectáculo da melhor forma possível; falou a meio de músicas num inglês totalmente imperceptível, calou-se a meio de outras; não parou de tirar e de encaixar o microfone; saiu e voltou ao palco sem motivo aparente dando corridinhas parvas; e, pelo meio de tudo isto, cantou, diria melhor, tentou cantar alguma coisa. E o pouco que tentou foi muito, muito mau.
Justificou-se dizendo que estava sem voz e que deveria ter cancelado o concerto. Ok, tudo bem. Mas será que não percebeu que o problema não foi só a voz que não saía? Tudo ali foram problemas atrás de problemas. Mesmo que nos brindasse com a boa e peculiar voz que a caracteriza nos álbuns, o que assisti seria abaixo do deprimente, profundamente decadente e lamentável. Um episódio da melhor sitcom britânica a gozar com esta senhora nunca seria tão absurdo quanto o que ali se passou em menos de 1 hora. Caso para dizer que qualquer imitação desta senhora nunca será tão perfeita quanto o que se assistiu.
Chegou de avião particular ao anoitecer e antes da meia noite já voava para o hotel onde vive em Londres. Em menos de 6 horas em Portugal, em cerca de 1 hora de concerto (nem sei se assim sequer se pode chamar) veio arrecadar, diz-se, mais de 4 milhões de euros. Inacreditável!
Gosto muito dos álbuns, gosto muito da voz (quando a tem), gosto muito do look, gosto muito do género outsider (propositado ou não), mas há mínimos e isto foi abaixo do concebivel. Vergonhoso e triste. Sim, triste. Durante a primeira meia hora dei comigo enervado, constrangido, envergonhado e com pena, muita pena daquela rapariga, mas sobretudo daqueles homens que deram o litro para aguentar com alguma dignidade o que em palco se passou. Depois a pena foi substituída por incredulidade e até algum desprezo. Como é possível fazer-se isto perante 90 mil pessoas? Que respeito tem esta mulher pelo público? Pelo caché que lhe pagaram? Provavelmente muitos acham-lhe graça assim, fazem destas atitudes um culto. Eu não. O que assisti não tem valor algum, é mau e desrespeitador a todos os níveis, até pela banda que teve uma postura bestial.
O público português que pagou para ver a louca inglesa que enche as revistas, como sempre, teve uma postura única. Muito outro público, noutros países, não teria. Por um lado, perante tal situação ridícula, assobiou aquando do final de cada música, por outro, apoiou a lástima humana que tropeçava pelo palco, cantanto, batendo palmas e gritando por ela. Eu, confesso, não o faria. Inicialmente talvez, depois não. Dela espera-se o pior mas não pensei que o pior chegasse a este ponto. Há um limite do que pode de mau acontecer num palco e o que assisti foi abaixo desse limite.
Palmas à banda, palmas ao coro notável que não cedeu e assobios, muitos assobios a si, senhora Amy Winehouse.
Perante as apostas que se faziam de quanto tempo aguentaria em palco, eu preferia quem a ele não tivesse subido.
Senhora Amy, no avião, esqueça as palmas e veja o ponto a que chegou. Talvez sejam as palmas que ajudarão ao fim trágico que a sua vida pode ter.
Depois de um algo angustiante atraso em que já se pensava que a senhorita não surgisse, em que os apresentadores e comentadores inventavam conversa sobre as últimas proezas da mulher (encontrada a pedir cigarros numa autoestrada, a deambular pela Oxford Street dizendo que tinha fantasmas no quarto...) e seu marido presidiário, eis que ela aparece com o seu look habitual. Vestidinho colorido, cabelo imenso com madeixa oxigenada à frente, coração de plástico na cabeça, várias tatuagens, dentes em falta, uma mancha vermelha (ematoma?) no pescoço, um corte no braço e um olhar completamente desnorteado.
Aos primeiros segundos percebeu-se logo que ia haver desgraça e da grande. Não pensei, ainda assim, que fosse tanta. Visivelmente enbriagada ou drogada, Amy "Casa dos Vinhos" fez jus ao nome e bebeu vinho; cambaleou constantemente; caiu; perdeu um sapato; tropeçou nas próprias esqueléticas pernas; comeu chocolate enquanto cantava (ou não); chorou; riu; tentou mover-se minimamente; pegou, mais do que uma vez, numa guitarra que não usou e lá ia um assistente nervoso tirá-la; viu-se, várias vezes, rodeada de assistentes que, com sorriso trémulo, a tentaram ajudar a levantar, a colocar o microfone; parou de cantar para falar com os elementos do coro que tentavam aguentar o espectáculo da melhor forma possível; falou a meio de músicas num inglês totalmente imperceptível, calou-se a meio de outras; não parou de tirar e de encaixar o microfone; saiu e voltou ao palco sem motivo aparente dando corridinhas parvas; e, pelo meio de tudo isto, cantou, diria melhor, tentou cantar alguma coisa. E o pouco que tentou foi muito, muito mau.
Justificou-se dizendo que estava sem voz e que deveria ter cancelado o concerto. Ok, tudo bem. Mas será que não percebeu que o problema não foi só a voz que não saía? Tudo ali foram problemas atrás de problemas. Mesmo que nos brindasse com a boa e peculiar voz que a caracteriza nos álbuns, o que assisti seria abaixo do deprimente, profundamente decadente e lamentável. Um episódio da melhor sitcom britânica a gozar com esta senhora nunca seria tão absurdo quanto o que ali se passou em menos de 1 hora. Caso para dizer que qualquer imitação desta senhora nunca será tão perfeita quanto o que se assistiu.
Chegou de avião particular ao anoitecer e antes da meia noite já voava para o hotel onde vive em Londres. Em menos de 6 horas em Portugal, em cerca de 1 hora de concerto (nem sei se assim sequer se pode chamar) veio arrecadar, diz-se, mais de 4 milhões de euros. Inacreditável!
Gosto muito dos álbuns, gosto muito da voz (quando a tem), gosto muito do look, gosto muito do género outsider (propositado ou não), mas há mínimos e isto foi abaixo do concebivel. Vergonhoso e triste. Sim, triste. Durante a primeira meia hora dei comigo enervado, constrangido, envergonhado e com pena, muita pena daquela rapariga, mas sobretudo daqueles homens que deram o litro para aguentar com alguma dignidade o que em palco se passou. Depois a pena foi substituída por incredulidade e até algum desprezo. Como é possível fazer-se isto perante 90 mil pessoas? Que respeito tem esta mulher pelo público? Pelo caché que lhe pagaram? Provavelmente muitos acham-lhe graça assim, fazem destas atitudes um culto. Eu não. O que assisti não tem valor algum, é mau e desrespeitador a todos os níveis, até pela banda que teve uma postura bestial.
O público português que pagou para ver a louca inglesa que enche as revistas, como sempre, teve uma postura única. Muito outro público, noutros países, não teria. Por um lado, perante tal situação ridícula, assobiou aquando do final de cada música, por outro, apoiou a lástima humana que tropeçava pelo palco, cantanto, batendo palmas e gritando por ela. Eu, confesso, não o faria. Inicialmente talvez, depois não. Dela espera-se o pior mas não pensei que o pior chegasse a este ponto. Há um limite do que pode de mau acontecer num palco e o que assisti foi abaixo desse limite.
Palmas à banda, palmas ao coro notável que não cedeu e assobios, muitos assobios a si, senhora Amy Winehouse.
Perante as apostas que se faziam de quanto tempo aguentaria em palco, eu preferia quem a ele não tivesse subido.
Senhora Amy, no avião, esqueça as palmas e veja o ponto a que chegou. Talvez sejam as palmas que ajudarão ao fim trágico que a sua vida pode ter.
Melanina
10.25 h
- Olha!
- O que foi?
- Tu não tinhas isso.
- O quê?
- No período passado não tinhas esses cabelos brancos todos.
- Já tinha muitos mas como pintei... Agora já voltou a cor de lado, porque cortei, e já se notam outra vez.
- Nã, nã, nã. Tu não pintaste assim há tanto tempo e antes disso não tinhas tantos, lembro-me bem até de pensar: "Tem 34 anos e meia dúzia de cabelitos brancos". Mas agora tens muitos mais.
- Pois, é da idade.
- Mas ficam-te bem.
- Achas? Não acho nada.
-Acho. Tens cara de miúdo e com cabelos brancos tem graça, faz um contrate engraçado.
- Dispenso bem contrastes desses, mas não posso fazer nada.
17.15 h
Olhou-se ao espelho. Ultimamente andava muito desleixado e o espelho só estava à sua frente para fazer a barba, lavar os dentes e pentear-se. Nunca tinha tido o hábito de ficar muito tempo a observar cada marca, cada sinal, pormenor da sua cara, e ultimamente muito menos. Andava pouco preocupado com o seu aspecto. O espelho reflectia-o, claramente.
Olhou-se ao espelho e percebeu que estava, efectivamente, a ficar velho. Mais do que isso, não estava velho mas tinha envelhecido rapidamente. Sempre lhe disseram parecer mais novo do que a efectiva idade, agora essa estava estampada em si. A pele já não tinha a limpidez e elasticidade de outrora. Já tinha um sinal aqui ou ali. As rugas da testa, que sempre teve, estavam ainda mais vincadas e os "pés de galinha" surgiam ao mínimo movimento dos lábios. Debaixo de cada olho, cada um mais descaído do que há uns tempos, uma semi-bolsa cinzenta a dar um ar mais carregado. O couro cabeludo bem menos preenchido por um cabelo bem menos farto, grosso e volumoso. A testa estendeu, prolongando-se por umas entradas bem visíveis. E lá estavam os cabelos brancos. Do lado direito não meia dúzia como há meses, mesmo semanas, antes de pintar o cabelo, mas muitas meias dúzias.
Ao menos que fossem aparecendo lentamente. Ao menos que fossem "bem semeados". Agora assim tantos e tão de repente? E tamanha diferença entre os dois lados da cabeça? O lado direito parecia ter levado uma pincelada de tinta branca.
Agora estava como os amigos da sua idade. Ele que sempre teve muitos menos cabelos brancos do que eles. E apareceram tão depressa... Será que ela tinha razão?
10.30 h
- Isso só pode ser das preocupações.
- O quê?
- Sim, não sabes o que os velhos dizem? Velhos e não só.
- O quê?
- Que as preocupações, o stress, as depressões fazem cabelos brancos. Assim tão rápido só pode ser isso.
- Não é nada, que disparate. Acontece, aconteceu... é da idade.
- Assim tão de repente? Hum, estranho.
- Devem ser os miúdos, o trabalho, pronto. Os putos fazem-nos velhos.
- Hum, nã, nã. Assim de repente? Tá tudo bem contigo?
- Tudo óptimo, tirando os cabelos brancos.
- Deixa lá, ficam-te bem. Um homem de cabelos brancos fica mais charmoso.
- Talvez, nos outros. Eu dispenso, ainda por cima distribuídos assim. E nem tive tempo para me habituar.
- As pessoas habituam-se a tudo. As mudanças fazem parte da vida.
- Pois, eu sei.
- E é nesse processo de habituação à mudança que nascem mais cabelos brancos.
- Então é bom que me habitue rapidamente porque senão daqui a pouco pareço o Pai Natal.
- Goza, goza. Olha, a minha mãe, depois da morte do meu pai, ficou com o cabelinho todo branco.
- Mas nota-se assim tanto?
- Sim, desculpa, nota. Não me digas que não tens espelhos em casa. Mas tás giro. Para 34 anos não estás nada mal de brancas.
- Olha!
- O que foi?
- Tu não tinhas isso.
- O quê?
- No período passado não tinhas esses cabelos brancos todos.
- Já tinha muitos mas como pintei... Agora já voltou a cor de lado, porque cortei, e já se notam outra vez.
- Nã, nã, nã. Tu não pintaste assim há tanto tempo e antes disso não tinhas tantos, lembro-me bem até de pensar: "Tem 34 anos e meia dúzia de cabelitos brancos". Mas agora tens muitos mais.
- Pois, é da idade.
- Mas ficam-te bem.
- Achas? Não acho nada.
-Acho. Tens cara de miúdo e com cabelos brancos tem graça, faz um contrate engraçado.
- Dispenso bem contrastes desses, mas não posso fazer nada.
17.15 h
Olhou-se ao espelho. Ultimamente andava muito desleixado e o espelho só estava à sua frente para fazer a barba, lavar os dentes e pentear-se. Nunca tinha tido o hábito de ficar muito tempo a observar cada marca, cada sinal, pormenor da sua cara, e ultimamente muito menos. Andava pouco preocupado com o seu aspecto. O espelho reflectia-o, claramente.
Olhou-se ao espelho e percebeu que estava, efectivamente, a ficar velho. Mais do que isso, não estava velho mas tinha envelhecido rapidamente. Sempre lhe disseram parecer mais novo do que a efectiva idade, agora essa estava estampada em si. A pele já não tinha a limpidez e elasticidade de outrora. Já tinha um sinal aqui ou ali. As rugas da testa, que sempre teve, estavam ainda mais vincadas e os "pés de galinha" surgiam ao mínimo movimento dos lábios. Debaixo de cada olho, cada um mais descaído do que há uns tempos, uma semi-bolsa cinzenta a dar um ar mais carregado. O couro cabeludo bem menos preenchido por um cabelo bem menos farto, grosso e volumoso. A testa estendeu, prolongando-se por umas entradas bem visíveis. E lá estavam os cabelos brancos. Do lado direito não meia dúzia como há meses, mesmo semanas, antes de pintar o cabelo, mas muitas meias dúzias.
Ao menos que fossem aparecendo lentamente. Ao menos que fossem "bem semeados". Agora assim tantos e tão de repente? E tamanha diferença entre os dois lados da cabeça? O lado direito parecia ter levado uma pincelada de tinta branca.
Agora estava como os amigos da sua idade. Ele que sempre teve muitos menos cabelos brancos do que eles. E apareceram tão depressa... Será que ela tinha razão?
10.30 h
- Isso só pode ser das preocupações.
- O quê?
- Sim, não sabes o que os velhos dizem? Velhos e não só.
- O quê?
- Que as preocupações, o stress, as depressões fazem cabelos brancos. Assim tão rápido só pode ser isso.
- Não é nada, que disparate. Acontece, aconteceu... é da idade.
- Assim tão de repente? Hum, estranho.
- Devem ser os miúdos, o trabalho, pronto. Os putos fazem-nos velhos.
- Hum, nã, nã. Assim de repente? Tá tudo bem contigo?
- Tudo óptimo, tirando os cabelos brancos.
- Deixa lá, ficam-te bem. Um homem de cabelos brancos fica mais charmoso.
- Talvez, nos outros. Eu dispenso, ainda por cima distribuídos assim. E nem tive tempo para me habituar.
- As pessoas habituam-se a tudo. As mudanças fazem parte da vida.
- Pois, eu sei.
- E é nesse processo de habituação à mudança que nascem mais cabelos brancos.
- Então é bom que me habitue rapidamente porque senão daqui a pouco pareço o Pai Natal.
- Goza, goza. Olha, a minha mãe, depois da morte do meu pai, ficou com o cabelinho todo branco.
- Mas nota-se assim tanto?
- Sim, desculpa, nota. Não me digas que não tens espelhos em casa. Mas tás giro. Para 34 anos não estás nada mal de brancas.
4 depois de 2004 = 4 vezes.
Ainda nem nos encontrámos em Amesterdão e Ela já marcou uma visita comigo para 12 dias depois.
Dia 14 de Setembro, precisamente 4 anos depois de nos encontrarmos, em 2004, duas noites seguidas no Pavilhão Atlântico, Ela resolveu voltar ao nosso país.
Se das duas vezes anteriores apareceram mais uns 30 000 ao nosso encontro, agora serão mais do dobro e tudo só numa noite. Além de mim, mais 74 999 intrusos vão querer estar presentes no "Biggest Show on Earth".
Só não me agrada muito o local. Parque da Bela Vista. Vai ser lindo, milhares ao molho, no meio dos montes de terra, erva e arvoredo, todos a quererem ficar à frente, muitos algumas centenas de metros afastados de onde tudo vai acontecer.
E, como é hábito, o que vai acontecer vai ser grande, muito grande!
Dia 14 de Setembro, precisamente 4 anos depois de nos encontrarmos, em 2004, duas noites seguidas no Pavilhão Atlântico, Ela resolveu voltar ao nosso país.
Se das duas vezes anteriores apareceram mais uns 30 000 ao nosso encontro, agora serão mais do dobro e tudo só numa noite. Além de mim, mais 74 999 intrusos vão querer estar presentes no "Biggest Show on Earth".
Só não me agrada muito o local. Parque da Bela Vista. Vai ser lindo, milhares ao molho, no meio dos montes de terra, erva e arvoredo, todos a quererem ficar à frente, muitos algumas centenas de metros afastados de onde tudo vai acontecer.
E, como é hábito, o que vai acontecer vai ser grande, muito grande!
Pena que só se aceite depois da morte.
A propósito da "minha querida" Grey's Anatomy, vi este episódio ontem e hoje encontro estas mesmas cenas no blog do Pinguim. Não digo, como ele, que é talvez a mais comovente cena da série porque é-me difícil escolher. Sucedem-se umas atrás das outras ao ponto de, por vezes, me fazerem suster a respiração, pegar no telecomando e fazer "pausa" para ficar a pensar, a reter, a absorver informação. Chego a ver a mesma cena mais do que uma vez. Os diálogos, os silêncios, os olhares... É uma série de uma sensibilidade, força, fraqueza e franqueza imensas. Às vezes parece que uma faca salta do ecrã e se me espeta direitinha no peito. Mas vale a pena. Por isto vale a pena.
(Season 4, episode 14)
(Season 4, episode 14)
Bruises and Scars
Há dias em que algo me puxa, com tanta força, para ouvir esta música.
Evito, mas ainda não consigo não me deixar puxar.
Um dia talvez a ouça sem chorar. Hoje não foi ainda esse dia.
(As imagens não interessam)
I will disappoint you
...
I belong to those who got shattered, battered,
Bruises and scars that I've hidden, you could never heal
This grey house where I come from
Some great love will tear it down
...
(Haunted Home - David Fonseca)
Evito, mas ainda não consigo não me deixar puxar.
Um dia talvez a ouça sem chorar. Hoje não foi ainda esse dia.
(As imagens não interessam)
I will disappoint you
...
I belong to those who got shattered, battered,
Bruises and scars that I've hidden, you could never heal
This grey house where I come from
Some great love will tear it down
...
(Haunted Home - David Fonseca)
Se fosse tão linear
Me and My Madgesty
Homecoming
Não gosto de Rap. Não gosto da maioria do Hip-Hop. Mas gosto da sonoridade bem disposta desta música destes dois queridinhos da Madonna. Kanye West (o rapper compositor preferido dos supostos intelectuais), que trabalhou com Ela neste último álbum. Chris Martin (vocalista dos Coldplay), marido da sua melhor amiga, Gwyneth Paltrow.
Aquando da sua estadia em Londres para as gravações de "Hard Candy", o primeiro juntou-se ao segundo e o resultado é este "Homecoming".
Aquando da sua estadia em Londres para as gravações de "Hard Candy", o primeiro juntou-se ao segundo e o resultado é este "Homecoming".
Is just sex what you want?
3 Days.
Há dias que são mesmo para esquecer. E quando esses dias se sucedem parece-nos incrível, azar, praga, o que for.
1º Dia:
Chego a casa e, mais uma vez, deparo-me com a deliciosa situação de não ter cabo. Sim, tv cabo, net cabo e telefone. Ligo para a TVCabo, música, atendem, música, passam a outro. Ficam de ligar dali a minutos. Vou corrigindo testes. Ligam 2 horas depois, depois de eu lhes ter ligado, novamente. Só ameaçados por uma rescisão de contrato é que lá resolvem mandar um piquete a casa. Um piquete que chegou quase à meia-noite, pois que sim. Um dos homens já me conhecia e desatou logo a rir. Tal como previsto, era a mesma situação de há 2 semanas atrás. O douto técnico em vez de cortar o cabo dos vizinhos do lado que deixaram a casa, cortou o meu cabo precioso. E desta vez fez o mesmo. Competências!
2º Dia
Saio de casa a caminho do trabalho. Engarrafamento logo à entrada da auto-estrada. Boa! Passou depressa? Não mesmo. Estive dentro do carro das 7 às 10.20 horas. Mais de 3 horas para percorrer 50 km. Faltei aos dois primeiros tempos lectivos e... ia dar teste de avaliação a uma turma. Agora este dito fica quase "em cima" do próximo. Ali dentro do carro a ver o tempo passar. Ali no carro com a música em alto som para distrair e rejeitar o stress. Mas mais de 3 horas? Não há stress que não teime em colar-se. Saí do carro, entrei, saí, entrei, meti conversa com uma e outra pessoa que por ali andavam qual video "Everybody Hurts" dos REM. Um convívio animador, claro. E nem um único cigarrinho para fumar, nem um. Pois, contava ir ao café perto da escola antes do toque de entrada. Quando achava que ia chegar lá para as 9.15 horas, uma cereja, outro engarrafamento. Desta vez na 2ª circular. Nunca vi tanto avião a passar por cima de mim. Mais música e nem um cigarro. A calma que se me tinha instalado ao fim de hora e meia foi, ali mesmo, substituída por uma camada de nervos maior que os km já feitos. "Vá, calma, calma. Isto passa. Agora é chegar à escola. Vamos lá ouvir uma musiquinha divertida".
Nem café bebi e lá fui dar aula. Mesmo em cima do toque. Entrei pela escola a correr. Área de Projecto. Qual quê? "Computadores avariados, quase todos eles. Este tem vírus, este liga e desliga, este já não liga, este nem sei bem, professor", dizia a senhora da biblioteca. Lá fui para a aula inventar coisas porque levar os computadores para os alunos fazerem gráficos com os dados recolhidos junto da comunidade escolar, estava fora de questão.
Almoço, finalmente. Qual quê? Funcionária do bar doente. "Não temos pessoal para assegurar os lugares todos. E quando abrir o pavilhão desportivo vai ser lindo", dizia uma colega. Sempre a mesma conversa que logo levou aos habituais consequentes "cortes e costuras" sobre a Ministra, o Ministério e Governo. Não havia tempo de ir almoçar fora. Corrigir testes até ao período da tarde.
Mais um bloco de aulas. Um miúdo para a rua. O catraio ousou atirar com o livro a uma colega. Aulas dadas e agora era esperar 2 horas por uma reunião de departamento. Coisa linda ao fim do dia! Correu ainda pior do que as anteriores. O coordenador a falar como se de uma missa se tratasse, papéis para a esquerda e para a direita. Um colega a falar exaltado com umas veias do pescoço quase a explodir, uma colega a gritar esganiçada, outras duas aos segredos, uns a rirem por causa daquele espectáculo, um a falar por cima do outro numa luta para ver quem mais se consegue ouvir, dedos no ar, telemóveis a tocar, aprovações disto, reprovações daquilo, uma colega que sai da sala irritada, a acta assim, a acta assado... Desisti. Desenhei. Uma sala de loucos, que é aquilo em que os professores se estão a transformar. Nem as piores turmas se comportam assim.
Não, não ia dormir a casa. Aceitei ficar pela margem sul. Até porque algo me dizia que no dia seguinte teria outro divino engarrafamento. Uma chuvada imensa durante todo o percurso bem mais curto.
3º Dia
Saio de uma casa que não é minha mas que já não me é estranha e lá vou. Hoje ia chegar cedo, muito cedo até. Iria ao café tomar um bom pequeno almoço. Ah pois que sim. Um percurso que demora no máximo 15 minutos foi percorrido numa hora e inteirinha. Boa! Mais um dia a chegar atrasado. Mais um acidente na estrada. Mais uma falta sem que a culpa fosse minha. Ontem no sentido Norte-Sul, hoje no sentido inverso. "Será que o arcanjo dos engarrafamentos me segui para a margem sul do rio?"
Escola. Mais uma vez sem café e lá vou à pressa, escada acima, para dar aula. Lá estavam os quase 30 pirralhos com a colega substituta. "Olha já assinei o livro e a funcionária disse-me para te vir substituir porque já tens falta. Que chatice!" "Deixa, não faz mal. A culpa não é tua nem dela. Apanhei um engarrafamento. Sim outro, imagina! Tenho falta mas dou aula na mesma. Não me posso atrasar no que planeei. Estou cá e dou aula. Prefiro." Erro. Mais uma alminha para a rua e carradas de faltas de material.
Hora de atendimento aos encarregados de educação. 2 atendidos e mais 3 ao telefone. Desculpas para aqui, desculpas para ali. "Já lhe ligo, desculpe, estou a reunir também com uma mãe e depois tenho um pai". Mais de 2 horas a ouvir queixas sobre o tão falado professor de Educação Física que é injusto, que grita, que chama nomes aos alunos, que não dá matéria, que atende o telemóvel nas aulas, que manda sms constantemente, que é stripper, que falta quase sempre, que não explica nada, que ameaça os alunos, que as notas de final do ano não sejam com tantas negativas quanto as do segundo período, que vão haver queixas directas à Drel se eu ou o Conselho Executivo não resolvermos a situação. Subo escadas, desço escadas, vou ao Executivo, volto, escrevo, assino, discuto com o tal de Educação Física e... mais uma vez sem almoço.
"E quem me manda a mim marcar uma reunião com um pai ao fim do dia!? Ele que viesse na hora de atendimento. Sou mesmo estúpido também!"
Finalmente o regresso a casa. Que belíssimo regresso. Pois claro, novos engarrafamentos. Sim, plural. 2 engarrafamentos. Um à saída da ponte, outro à saída a auto-estrada. Entro no elevador, abro uma das cartas do correio e deparo-me com mais uma cereja suculenta. 360 euros de electricidade para pagar. Sim, isso tudo. Como não vivi na casa durante muito tempo, agora os acertos de uma mensalidade fixa diminuta, deram nesta quantia astronómica. A duas semanas de receber o ordenado vem mesmo a calhar. Pronto, cartão de crédito, que remédio.
Entro em casa. Empurro a porta com as costas e deslizo a sentar-me no chão. Antes mesmo da aproximação dos dois felinos e depois de um grito bem gritado, desato-me a rir. O que fazer!?
Aguardo ansiosamente pela chegada do fim de semana. Em duas casas, nenhuma minha, darei asas a um dos meus maiores prazeres. Vou mostrar o trabalho de fotografias que fiz para a minha sister, comprar molduras para tornear uma cada vez maior, mas ainda muito básica, prática de photoshop e escolher bem o local onde colocar a coisa. Na outra casa vou pintar uma parede ao meu gosto, talvez montar móveis a comprar aqui ou ali, vou projectar o espaço interior e exterior, tirar daqui, arrastar para ali, mudar isto, mudar aquilo. Ajudar na decoração de uma casa. Ah como eu gosto disto!
Mas se amanhã apanhar outro engarrafamento... PASSO-ME!
Quem me manda a mim ter concorrido para a margem sul!?
1º Dia:
Chego a casa e, mais uma vez, deparo-me com a deliciosa situação de não ter cabo. Sim, tv cabo, net cabo e telefone. Ligo para a TVCabo, música, atendem, música, passam a outro. Ficam de ligar dali a minutos. Vou corrigindo testes. Ligam 2 horas depois, depois de eu lhes ter ligado, novamente. Só ameaçados por uma rescisão de contrato é que lá resolvem mandar um piquete a casa. Um piquete que chegou quase à meia-noite, pois que sim. Um dos homens já me conhecia e desatou logo a rir. Tal como previsto, era a mesma situação de há 2 semanas atrás. O douto técnico em vez de cortar o cabo dos vizinhos do lado que deixaram a casa, cortou o meu cabo precioso. E desta vez fez o mesmo. Competências!
2º Dia
Saio de casa a caminho do trabalho. Engarrafamento logo à entrada da auto-estrada. Boa! Passou depressa? Não mesmo. Estive dentro do carro das 7 às 10.20 horas. Mais de 3 horas para percorrer 50 km. Faltei aos dois primeiros tempos lectivos e... ia dar teste de avaliação a uma turma. Agora este dito fica quase "em cima" do próximo. Ali dentro do carro a ver o tempo passar. Ali no carro com a música em alto som para distrair e rejeitar o stress. Mas mais de 3 horas? Não há stress que não teime em colar-se. Saí do carro, entrei, saí, entrei, meti conversa com uma e outra pessoa que por ali andavam qual video "Everybody Hurts" dos REM. Um convívio animador, claro. E nem um único cigarrinho para fumar, nem um. Pois, contava ir ao café perto da escola antes do toque de entrada. Quando achava que ia chegar lá para as 9.15 horas, uma cereja, outro engarrafamento. Desta vez na 2ª circular. Nunca vi tanto avião a passar por cima de mim. Mais música e nem um cigarro. A calma que se me tinha instalado ao fim de hora e meia foi, ali mesmo, substituída por uma camada de nervos maior que os km já feitos. "Vá, calma, calma. Isto passa. Agora é chegar à escola. Vamos lá ouvir uma musiquinha divertida".
Nem café bebi e lá fui dar aula. Mesmo em cima do toque. Entrei pela escola a correr. Área de Projecto. Qual quê? "Computadores avariados, quase todos eles. Este tem vírus, este liga e desliga, este já não liga, este nem sei bem, professor", dizia a senhora da biblioteca. Lá fui para a aula inventar coisas porque levar os computadores para os alunos fazerem gráficos com os dados recolhidos junto da comunidade escolar, estava fora de questão.
Almoço, finalmente. Qual quê? Funcionária do bar doente. "Não temos pessoal para assegurar os lugares todos. E quando abrir o pavilhão desportivo vai ser lindo", dizia uma colega. Sempre a mesma conversa que logo levou aos habituais consequentes "cortes e costuras" sobre a Ministra, o Ministério e Governo. Não havia tempo de ir almoçar fora. Corrigir testes até ao período da tarde.
Mais um bloco de aulas. Um miúdo para a rua. O catraio ousou atirar com o livro a uma colega. Aulas dadas e agora era esperar 2 horas por uma reunião de departamento. Coisa linda ao fim do dia! Correu ainda pior do que as anteriores. O coordenador a falar como se de uma missa se tratasse, papéis para a esquerda e para a direita. Um colega a falar exaltado com umas veias do pescoço quase a explodir, uma colega a gritar esganiçada, outras duas aos segredos, uns a rirem por causa daquele espectáculo, um a falar por cima do outro numa luta para ver quem mais se consegue ouvir, dedos no ar, telemóveis a tocar, aprovações disto, reprovações daquilo, uma colega que sai da sala irritada, a acta assim, a acta assado... Desisti. Desenhei. Uma sala de loucos, que é aquilo em que os professores se estão a transformar. Nem as piores turmas se comportam assim.
Não, não ia dormir a casa. Aceitei ficar pela margem sul. Até porque algo me dizia que no dia seguinte teria outro divino engarrafamento. Uma chuvada imensa durante todo o percurso bem mais curto.
3º Dia
Saio de uma casa que não é minha mas que já não me é estranha e lá vou. Hoje ia chegar cedo, muito cedo até. Iria ao café tomar um bom pequeno almoço. Ah pois que sim. Um percurso que demora no máximo 15 minutos foi percorrido numa hora e inteirinha. Boa! Mais um dia a chegar atrasado. Mais um acidente na estrada. Mais uma falta sem que a culpa fosse minha. Ontem no sentido Norte-Sul, hoje no sentido inverso. "Será que o arcanjo dos engarrafamentos me segui para a margem sul do rio?"
Escola. Mais uma vez sem café e lá vou à pressa, escada acima, para dar aula. Lá estavam os quase 30 pirralhos com a colega substituta. "Olha já assinei o livro e a funcionária disse-me para te vir substituir porque já tens falta. Que chatice!" "Deixa, não faz mal. A culpa não é tua nem dela. Apanhei um engarrafamento. Sim outro, imagina! Tenho falta mas dou aula na mesma. Não me posso atrasar no que planeei. Estou cá e dou aula. Prefiro." Erro. Mais uma alminha para a rua e carradas de faltas de material.
Hora de atendimento aos encarregados de educação. 2 atendidos e mais 3 ao telefone. Desculpas para aqui, desculpas para ali. "Já lhe ligo, desculpe, estou a reunir também com uma mãe e depois tenho um pai". Mais de 2 horas a ouvir queixas sobre o tão falado professor de Educação Física que é injusto, que grita, que chama nomes aos alunos, que não dá matéria, que atende o telemóvel nas aulas, que manda sms constantemente, que é stripper, que falta quase sempre, que não explica nada, que ameaça os alunos, que as notas de final do ano não sejam com tantas negativas quanto as do segundo período, que vão haver queixas directas à Drel se eu ou o Conselho Executivo não resolvermos a situação. Subo escadas, desço escadas, vou ao Executivo, volto, escrevo, assino, discuto com o tal de Educação Física e... mais uma vez sem almoço.
"E quem me manda a mim marcar uma reunião com um pai ao fim do dia!? Ele que viesse na hora de atendimento. Sou mesmo estúpido também!"
Finalmente o regresso a casa. Que belíssimo regresso. Pois claro, novos engarrafamentos. Sim, plural. 2 engarrafamentos. Um à saída da ponte, outro à saída a auto-estrada. Entro no elevador, abro uma das cartas do correio e deparo-me com mais uma cereja suculenta. 360 euros de electricidade para pagar. Sim, isso tudo. Como não vivi na casa durante muito tempo, agora os acertos de uma mensalidade fixa diminuta, deram nesta quantia astronómica. A duas semanas de receber o ordenado vem mesmo a calhar. Pronto, cartão de crédito, que remédio.
Entro em casa. Empurro a porta com as costas e deslizo a sentar-me no chão. Antes mesmo da aproximação dos dois felinos e depois de um grito bem gritado, desato-me a rir. O que fazer!?
Aguardo ansiosamente pela chegada do fim de semana. Em duas casas, nenhuma minha, darei asas a um dos meus maiores prazeres. Vou mostrar o trabalho de fotografias que fiz para a minha sister, comprar molduras para tornear uma cada vez maior, mas ainda muito básica, prática de photoshop e escolher bem o local onde colocar a coisa. Na outra casa vou pintar uma parede ao meu gosto, talvez montar móveis a comprar aqui ou ali, vou projectar o espaço interior e exterior, tirar daqui, arrastar para ali, mudar isto, mudar aquilo. Ajudar na decoração de uma casa. Ah como eu gosto disto!
Mas se amanhã apanhar outro engarrafamento... PASSO-ME!
Quem me manda a mim ter concorrido para a margem sul!?
Strange cat
Bruno, que sempre foste um gatinho branco estranho, sempre o soube. Mas esta agora tua é demais! Então vês-te sem "tintins" e perante o período "cioso" de Miss Camila que fazes tu? Não era suposto ignorá-la? Voltar a olhar com espanto para as actividades femininas de "roça-roça"? Dirigires-te ao quentinho da cama enquanto a princesa faz valer os seus dotes vocais? Não devia ser assim?
Em vez disso saltas-lhe para cima em jeito de prática sexual habitual? Tu foste castrado, homem! Não é suposto.
Devem ser ainda restícios de testosterona, só pode.
Ao menos a moça já não engravida, isso é certo.
És estranho, Bruno. Vá, anda dormir.
Some more ESC 2008
À medida que os Eurovision Song Contest se aproxima começo a gostar de cada vez mais músicas, sim, sim.
(Azerbeijão - Day After Day)
(Noruega - Hold On, Be Strong)
(Georgia - Peace Will Come)
(Israel - Ke'ilo Kan)
(França - Divine)
(Azerbeijão - Day After Day)
(Noruega - Hold On, Be Strong)
(Georgia - Peace Will Come)
(Israel - Ke'ilo Kan)
(França - Divine)
Marketing
O marketing pessoal é uma forma aguda de solidão. É quando substituímos o "outro", o interlocutor, por nós mesmos.
Falamos, ou talvez pior, escrevemos, para nosso deleite, para nos convencermos que somos tudo aquilo mesmo. Claro que com medo de que ninguém dê ouvidos ao que dizemos ou escrevemos, asneiras quiçá, colocamo-nos diante de nós com os ouvidos atentos e os olhos abertos, prontos para receber a carga de mensagens absolutamente verdadeiras que vêm dos factos sem contestação. Assim mesmo, desconfiamos que o truque poderá dar certo. Queremos que dê.
Então chegamos a pintar um elefante de amarelo canário, vamos ao céu e descemos, enchemo-nos de lantejoulas e sorrisos, fazemos um travelling em close up na nossa fuça e colocamos ao fundo uma peça magistral de música. O cenário está montado.
Ficamos então na medida certa para o consumo.
A amizade verdadeira, ou sua divindade, o amor, passam ao largo do marketing pessoal. São sentimentos alheios à suposta perfeição e, por isso, até se alimentam dos erros.
Errar é suportavelmente humano quando admiramos ou amamos alguém que nos retribui.
1, 2, 3 Goldfrapp
- Não gosto nada dos Goldfrapp!
- De quais?
- Não conheces?
- Conheço. Mas de quais estás a falar?
- Então mas há mais do que uns?
- A mim parece-me que sim. 3.
- Então?
- Estás a falar daquela senhora meio cheinha, vestida com tayeur e boina, com ar de detective dos anos 50, que tinha músicas ao jeito dos Portishead e cantava com muitos arrajos computorizados? Estás a falar daquela moça magra e esbelta vestida qual stripper de cabaret, meio desnuda, que cantava pop-electro com guitarradas? Ou estás a falar de uma outra recente que usa umas vestes cândidas e canta baladas com voz suave?
- Pois, por acaso eles mudaram muito.
- A cada álbum é uma banda diferente.
- E tu gostas de Goldfrapp?
- Volto a perguntar... de qual das bandas?
- Oh, mas há muitas bandas e cantores a mudar de estilo. Olha os U2, a Aguilera, por exemplo.
- Sim, claro. Felizmente para uns, infelizmente para outros. Mas os Goldfrapp não mudam, são sempre outros.
- Pois, por acaso parece.
- Então e não gostas de quais, afinal?
- Boa pergunta.
(Goldfrapp - A&E)
- De quais?
- Não conheces?
- Conheço. Mas de quais estás a falar?
- Então mas há mais do que uns?
- A mim parece-me que sim. 3.
- Então?
- Estás a falar daquela senhora meio cheinha, vestida com tayeur e boina, com ar de detective dos anos 50, que tinha músicas ao jeito dos Portishead e cantava com muitos arrajos computorizados? Estás a falar daquela moça magra e esbelta vestida qual stripper de cabaret, meio desnuda, que cantava pop-electro com guitarradas? Ou estás a falar de uma outra recente que usa umas vestes cândidas e canta baladas com voz suave?
- Pois, por acaso eles mudaram muito.
- A cada álbum é uma banda diferente.
- E tu gostas de Goldfrapp?
- Volto a perguntar... de qual das bandas?
- Oh, mas há muitas bandas e cantores a mudar de estilo. Olha os U2, a Aguilera, por exemplo.
- Sim, claro. Felizmente para uns, infelizmente para outros. Mas os Goldfrapp não mudam, são sempre outros.
- Pois, por acaso parece.
- Então e não gostas de quais, afinal?
- Boa pergunta.
(Goldfrapp - A&E)
O Clube dos Anti-Coldplay
Todas as bandas têm o seu querido clubezinho dos adoradores e o seu queridinho clube dos que nutrem pela mesma um Total-ódio-absolutamente-profundo-e-visceral. É até frequente do primeiro passarem para o segundo clubinho de nariz empinado, como se isso significasse serem seres mais iluminados, cultos, de "bom gosto", como que "cresci, deixei de gostar, obviamente", fazendo questão de humilhar quem ao outro clube pertença, não deixando sequer margem para os indecisos.
Os Coldplay são dos exemplos máximos disso mesmo. Quando surgiram, por terem uma sonoridade diferente do que então se fazia, eram adorados pela maioria. Desde os consumistas pop, aos do rock, aos alternativos, aos que não ouvem música estrangeira, aos que nem dão grande importância à música... A qualidade da banda de Chris Martin fazia com que fosse daquelas bandas que toda a gente gostava minimamente, pelo menos.
Assim foi durante o primeiro álbum e mesmo durante o segundo. Ao terceiro já o queridinho clube dos Odiadores-de-morte contemplava uma imensidão de sócios. "Coldplay? Odeio. Que nojo. Que seca. Que porcaria. Ainda ouves isso?"
Passou a ser das bandas mais odiadas dos últimos anos, senão das últimas décadas.
Sim, são algo monocórdicos, sim, o terceiro álbum é algo repetitivo, sim, é um cantar algo arrastado, mas eu gosto, continuo a gostar. Não ouço muito, nunca ouvi, dificilmente ouço um álbum, várias vezes seguidas, do início ao fim, mas gosto. Gosto muito.
Agora, depois de se falar que iriam terminar, chega (ainda só à net) o single de abertura do próximo álbum, o quarto.
"Viva La Vida Or Death And All His Friends", o nome do álbum.
"Violet Hill", o nome do single, que tem ali muitos, muitos e muitos pozinhos de Oasis. Por mim, this is a very good perlude!
Was a long and dark December
From the rooftops i remember
There was snow
White snow
Clearly i remember
From the windows they were watching
While we froze down below
When the future's architectured
By a carnival of idiots on show
You'd better lie low
If you love me
Won't you let me know?
Was a long and dark December
When the banks became cathedrals
And the fog
Became God
Priests clutched onto bibles
And went out to fit their rifles
And the cross was held aloft
Bury me in honor
When i'm dead and hit the ground
A love back home unfolds
If you love me
Won't you let me know?
I don't want to be a soldier
With the captain of some sinking ship
With snow, far below
So if you love me
Why'd you let me go?
I took my love down to violet hill
There we sat in snow
All that time she was silent still
So if you love me
Won't you let me know?
If you love me,
Won't you let me know?
(Coldplay - Violet Hill)
Os Coldplay são dos exemplos máximos disso mesmo. Quando surgiram, por terem uma sonoridade diferente do que então se fazia, eram adorados pela maioria. Desde os consumistas pop, aos do rock, aos alternativos, aos que não ouvem música estrangeira, aos que nem dão grande importância à música... A qualidade da banda de Chris Martin fazia com que fosse daquelas bandas que toda a gente gostava minimamente, pelo menos.
Assim foi durante o primeiro álbum e mesmo durante o segundo. Ao terceiro já o queridinho clube dos Odiadores-de-morte contemplava uma imensidão de sócios. "Coldplay? Odeio. Que nojo. Que seca. Que porcaria. Ainda ouves isso?"
Passou a ser das bandas mais odiadas dos últimos anos, senão das últimas décadas.
Sim, são algo monocórdicos, sim, o terceiro álbum é algo repetitivo, sim, é um cantar algo arrastado, mas eu gosto, continuo a gostar. Não ouço muito, nunca ouvi, dificilmente ouço um álbum, várias vezes seguidas, do início ao fim, mas gosto. Gosto muito.
Agora, depois de se falar que iriam terminar, chega (ainda só à net) o single de abertura do próximo álbum, o quarto.
"Viva La Vida Or Death And All His Friends", o nome do álbum.
"Violet Hill", o nome do single, que tem ali muitos, muitos e muitos pozinhos de Oasis. Por mim, this is a very good perlude!
Was a long and dark December
From the rooftops i remember
There was snow
White snow
Clearly i remember
From the windows they were watching
While we froze down below
When the future's architectured
By a carnival of idiots on show
You'd better lie low
If you love me
Won't you let me know?
Was a long and dark December
When the banks became cathedrals
And the fog
Became God
Priests clutched onto bibles
And went out to fit their rifles
And the cross was held aloft
Bury me in honor
When i'm dead and hit the ground
A love back home unfolds
If you love me
Won't you let me know?
I don't want to be a soldier
With the captain of some sinking ship
With snow, far below
So if you love me
Why'd you let me go?
I took my love down to violet hill
There we sat in snow
All that time she was silent still
So if you love me
Won't you let me know?
If you love me,
Won't you let me know?
(Coldplay - Violet Hill)
An angel called Dolores
Dolores O'Riordan. Há quem deteste a voz desta senhora. Eu adoro, simplesmente, adoro. Faz-me sorrir, chorar, arrepiar, enternecer, rir, cantar, gritar, dá-me serenidade, força, calma, energia, garra, tantas coisas a cada tema. Desde aqueles que todos conhecem e que se tornaram já marcos na música, vendendo milhões, aos bem menos conhecidos, preciosidades em cada álbum dos The Cranberries e no seu a solo.
É, para mim, das mais belas vozes, além de ser uma das melhores compositoras e, ao que consta, um extraordinário ser humano.
Como diz my best friend: "She is an angel".
Como questiono eu: "How is it possible that some don't like this!?"
(Zombie)
(Ordinary Day)
(Linger)
(Loser)
(Angel Fire)
É, para mim, das mais belas vozes, além de ser uma das melhores compositoras e, ao que consta, um extraordinário ser humano.
Como diz my best friend: "She is an angel".
Como questiono eu: "How is it possible that some don't like this!?"
(Zombie)
(Ordinary Day)
(Linger)
(Loser)
(Angel Fire)
Be aware... he's coming.
Be aware... this weekend my best friend is coming to see Diamanda and i'll see him.
13 anos no Século XXI
- Posso entrar, stôr?
- Sim. Então o que é que aconteceu? Tu nunca chegas tarde. Adormeceste, não? Ai, ai, ai.
Mas percebeu, assim que aquela porta se abriu, que não era isso. Era grave, certamente grave. O Tiago nunca chegava tarde, nunca. Era mesmo dos primeiros a entrar e a sentar-se, abrindo logo o caderno para escrever o sumário. Os outros, enquanto entravam, falavam, perguntavam se podiam mudar de lugar, deitavam pastilhas fora, acabavam uma ou outra sms nos telemóveis, riam, metiam-se uns com os outros, mas o Tiago deixava essas coisas lá fora. O tipico aluno que encara uma aula como aula logo desde que o professor entra na sala.
- Vá, então senta-te lá. Então a mochila? Ficou no cacifo?
Percebeu, mesmo antes de perguntar, que não. A mochila não estava no cacifo. Algo se passava e era grave. Os olhos do Tiago, o ar meio atarantado, mostravam isso.
- Não tenho aqui, stôr. A mala... é que ficou em casa... e vim e... não tenho.
- Pronto, deixa lá. No final da aula falamos. Não te preocupes. Quem é que empresta uma folha e uma caneta ao Tiago?
Imediatamente vários colegas de turma se aprontaram a emprestar-lhe todo o material de que precisasse. Até alguns rapazes que não se davam muito com o Tiago. Todos perceberam que algo se passava. O Tiago nunca tinha aquele tipo de comportamento e estava com um ar tristíssimo, perdido, desesperado.
- Tiago, queres ir lá fora um bocadinho?
- Não stôr, não é preciso.
- Eu não marco falta, vai lá, rapaz.
- Não é preciso, a sério.
- Eu vou com ele, stôr.
- Não é preciso. Eu estou bem. Pode continuar, stôr.
A aula decorreu como habitualmente naquela turma agitada. Como habitualmente mas sem a participação do Tiago que colocava, constantemente, o dedo no ar, para raiva de alguns colegas, sobretudo rapazes que o achavam muito "certinho", muito "marrão", muito "amigo das raparigas". O Tiago estava ausente, disso não havia dúvidas.
Quando o toque soou deu-se a algazarra do costume. Cadeiras a arrastar, alunos a levantarem-se e a saírem da sala à pressa. Mais de uma hora depois já se tinham esquecido do Tiago. Interessava era ir a correr para o bar, ver as sms dos telemóveis, ir ter com este e aquele, a amiga e a outra.
- Tiago.
- Sim, stôr!?
- Vem aqui só um bocadinho.
- Stôr... tenho de ir ao bar... desculpe ter chegado atrasado. A mochila eu...
- Esquece isso, homem. Uma vez não é norma, ora essa! Tiago, não me quero meter e nem tens de falar mas... bem, passa-se alguma coisa chata, não passa?
Tiago fica imóvel junto à porta, baixa a cabeça e, alguns segundos depois, dirige-se ao professor que, na sua secretária, arrumava as coisas.
- Sim.
- E queres falar ou nem por isso.
As lágrimas começam a cair dos olhos daquele miúdo de 13 anos.
- Eu não dormi.
- Então? Algum problema em casa?
- Sou eu. O meu pai bateu-me.
- E porquê? Fizeste alguma coisa que não devias?
- Não fiz, acho que não fiz. Sou eu o problema.
- Então?
- O problema em casa sou eu.
- Mas porque dizes isso?
- Eu... eu contei à minha mãe uma coisa.
- Queres dizer o quê?
- Contei que... acho que... acho que gosto de rapazes, de um rapaz... e o meu pai descobriu.
- E bateu-te?
- Sim, ele não entende, mas nem eu entendo porque sou assim. Ele não tem culpa... e a minha mãe também não. E agora diz que me vai bater todos os dias até eu aprender. E também bateu na minha mãe.
- Porquê?
- Porque diz que a culpa é dela, mas não é, stôr.
- Culpa dela? Como assim?
- Porque ela deixa-me ajudá-la em casa. E uma vez pus um avental e outra vez... vesti uma bata dela.
- E o teu pai acha que isso é coisa de meninas, é isso não é?
- E não é pois não, stôr?
- Claro que não.
- Mas os rapazes não usam batas, só os gays.
- Achas isso? E tu achas que és...
- Gay?
- Sim.
- Agora já não vou ser.
- E achas que isso é assim, Tiago?
- Sim, tem de ser. Assim o meu pai não me bate, não bate à minha mãe e eu já não chego mais atrasado às aulas.
- Tiago, as coisas não são assim. Temos de conversar... olha...
- Deixe stôr, não é preciso. Eu vou ser normal, eu consigo.
- Espera, não te vás embora assim, rapaz.
- É isso, pode crer. Rapaz... eu sou um rapaz, não sou gay, sou rapaz. Stôr, vou ao bar... olhe, não conte nada a ninguém, tá bem? Eu já não chego tarde à sua aula, prometo.
Estúpidos
Pontualidade
- Sempre a mesma coisa. Irra, porque é que que chegas sempre atrasado?
- Oh, já sabes como eu sou. Atraso-me, pronto. Ponho-me a fazer coisas e depois quando dou por isso já saio depois do previsto e atraso-me.
- E que tal mudares isso, não? Estou há mais de 35 minutos à espera. Isto enjoa, sabes?
- Vá, o menino não sabe que é super chique chegar-se atrasado? Marca presença, faz parte, é um estilo, tá?
- Então marca esse estilo quando não marcares nada comigo ou com outras pessoas, ok? Chega atrasado quando marcares algo contigo mesmo.
- Credo, que exagero. Foram assim tantas vezes?
- Vezes a mais. A pontualidade é a arte de não desperdiçar o tempo alheio.
- Estás a dizer que é um desperdício esperar por mim.
- É a espera que é um desperdício.
- Ah, mas pronto, depois eu chego.
- Sim, e aí já estou irritado.
- Oh, já sabes como eu sou. Atraso-me, pronto. Ponho-me a fazer coisas e depois quando dou por isso já saio depois do previsto e atraso-me.
- E que tal mudares isso, não? Estou há mais de 35 minutos à espera. Isto enjoa, sabes?
- Vá, o menino não sabe que é super chique chegar-se atrasado? Marca presença, faz parte, é um estilo, tá?
- Então marca esse estilo quando não marcares nada comigo ou com outras pessoas, ok? Chega atrasado quando marcares algo contigo mesmo.
- Credo, que exagero. Foram assim tantas vezes?
- Vezes a mais. A pontualidade é a arte de não desperdiçar o tempo alheio.
- Estás a dizer que é um desperdício esperar por mim.
- É a espera que é um desperdício.
- Ah, mas pronto, depois eu chego.
- Sim, e aí já estou irritado.
Alguma coisa.
- Quanto mais se aprende, mais se sabe. Quanto mais se sabe, mais se esquece. Quanto mais se esquece, menos se sabe. Então para quê aprender?
- Porque andando nesse ciclo vai-se ficando com alguma coisa.
- Ou não.
- Ou sim. Sabe-se e esquece-se, mas fica sempre alguma coisa.
- Ou não.
- Fica. Logo vale a pena aprender, sempre. É um ciclo. Como esta conversa.
- E leva-nos ao quê?
- Olha, rimos, já é alguma coisa.
- Porque andando nesse ciclo vai-se ficando com alguma coisa.
- Ou não.
- Ou sim. Sabe-se e esquece-se, mas fica sempre alguma coisa.
- Ou não.
- Fica. Logo vale a pena aprender, sempre. É um ciclo. Como esta conversa.
- E leva-nos ao quê?
- Olha, rimos, já é alguma coisa.
She always punch me in the stomac
She star it dressing like me,
And talking like me,
It freak me out
She start calling you up in the middle of night
What that all about...
I just wanna be there when you discover
You wake up in the morning
Next to your new lover
She might cock you breakfast
And love you in the shower
The flavor of the moment
Couse she don't have what's ours
She's not me
She doesn't have my name
She'll never have what I have
It wont be the same
(You wont be the same)
Oh, devoted for life
Make your beautiful wife
She's not me
If you spend some more time
I guaranty you'll find
She's not me
I know I can do it better
Never let you forget
She's not me
She's not me
And she never will be
(Madonna - She's Not Me)
I just woke up from a fuzzy dream
You never would believe those things that I had seen
I looked in the mirror and I saw your face
You looked right through me, you were miles away
All my dreams they fade away
I'll never be the same
If you could see me the way you see yourself
I can't pretend to be someone else
You always love me more, miles away
I hear it in your voice, we're miles away
You're not afraid to tell me, miles away
I guess we're at our best when we're miles away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
When no one's around then I have you here
I begin to see the picture, it becomes so clear
You always have the biggest heart,
When we're six thousand miles apart
Too much of no sound
Uncomfortable silence can be so loud
Those three words are never enough
When it's long distance love
I'm alright, don't be sorry, but it's true
When I'm gone you'll realize
That I'm the best thing that happened to you
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
(Madonna - Miles Away)
As quiet as it is tonight
you'd almost think you were safe
your eyes, are full of surprises
they cannot predict my fate
waiting underneath the stars
there something you should know
the angels they surround my heart
telling me to let you go
i barely couldn't
i barely couldn't recognize
but i played right into it
who am i to criticise
somehow i'll get through it
and you won't even realize
falling through your own disguise
it's like over and over
you're pushing me right down to the floor
i should just walk away
over and over
i keep on coming back for more
i play into your fantasy
now that it's over
you can lie to me right through your smile
i see behind your eyes
now i'm sober, no more intoxicating my mind
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do, i do, i do
you almost fooled yourself this time
that all the saints be praised
you hide your sadness behind your smile
and you keep your lost heartbreaks
the steps that edge along the ledge
it's much higher than it seems
but i've been on that ledge before
you can't hide yourself from me
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do, i do, i do
(Madonna - Devil Wouldn't Recognize You)
And talking like me,
It freak me out
She start calling you up in the middle of night
What that all about...
I just wanna be there when you discover
You wake up in the morning
Next to your new lover
She might cock you breakfast
And love you in the shower
The flavor of the moment
Couse she don't have what's ours
She's not me
She doesn't have my name
She'll never have what I have
It wont be the same
(You wont be the same)
Oh, devoted for life
Make your beautiful wife
She's not me
If you spend some more time
I guaranty you'll find
She's not me
I know I can do it better
Never let you forget
She's not me
She's not me
And she never will be
(Madonna - She's Not Me)
I just woke up from a fuzzy dream
You never would believe those things that I had seen
I looked in the mirror and I saw your face
You looked right through me, you were miles away
All my dreams they fade away
I'll never be the same
If you could see me the way you see yourself
I can't pretend to be someone else
You always love me more, miles away
I hear it in your voice, we're miles away
You're not afraid to tell me, miles away
I guess we're at our best when we're miles away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
When no one's around then I have you here
I begin to see the picture, it becomes so clear
You always have the biggest heart,
When we're six thousand miles apart
Too much of no sound
Uncomfortable silence can be so loud
Those three words are never enough
When it's long distance love
I'm alright, don't be sorry, but it's true
When I'm gone you'll realize
That I'm the best thing that happened to you
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
So far away
(Madonna - Miles Away)
As quiet as it is tonight
you'd almost think you were safe
your eyes, are full of surprises
they cannot predict my fate
waiting underneath the stars
there something you should know
the angels they surround my heart
telling me to let you go
i barely couldn't
i barely couldn't recognize
but i played right into it
who am i to criticise
somehow i'll get through it
and you won't even realize
falling through your own disguise
it's like over and over
you're pushing me right down to the floor
i should just walk away
over and over
i keep on coming back for more
i play into your fantasy
now that it's over
you can lie to me right through your smile
i see behind your eyes
now i'm sober, no more intoxicating my mind
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do, i do, i do
you almost fooled yourself this time
that all the saints be praised
you hide your sadness behind your smile
and you keep your lost heartbreaks
the steps that edge along the ledge
it's much higher than it seems
but i've been on that ledge before
you can't hide yourself from me
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do
even the devil wouldn't recognize you
i do, i do, i do
(Madonna - Devil Wouldn't Recognize You)
All good things
Não gosto da Nelly Furtado. Já gostei, em tempos dos dois primeiros álbuns. Nem entendo o aparato que rodeou este último álbum que, tirando alguns temas, não me move em nada e é bem pior que os antecessores. Não gosto nada da voz. Não gosto do ar de tontinha sorridente que ri e ri e ri e diz coisas vazias nas entrevistas. Não gosto da sua adesão à causa "Agora também sou boazona, ando desnuda, mexo-me de forma sexy e provocante, digo vulgaridades chiques e faço videos com muitas luzes e cores em discotecas com gente fashion suada". Não gosto da atitude mulher-teen.
Este fim-de-semana, em jeito de acaso, ouvi um tema que, tal como o resto do mundo, já conheço há largos meses nas suas várias versões (a solo, com o Chris Martin que o compôs, com um italiano, em espanhol...), um tema que sempre achei muito bonito e, tal como já fez muitos pensar e sentir uma certa dor, também me fez o mesmo. E eu que sempre defendi que as coisas boas não têm necessariamente de ter um fim. Not original, not new, but...
(Nelly Furtado - All good things come to an end)
Este fim-de-semana, em jeito de acaso, ouvi um tema que, tal como o resto do mundo, já conheço há largos meses nas suas várias versões (a solo, com o Chris Martin que o compôs, com um italiano, em espanhol...), um tema que sempre achei muito bonito e, tal como já fez muitos pensar e sentir uma certa dor, também me fez o mesmo. E eu que sempre defendi que as coisas boas não têm necessariamente de ter um fim. Not original, not new, but...
(Nelly Furtado - All good things come to an end)
Foi bom.
Foi bom terem-me escolhido, entre tantos, para apresentar o meu produto final.
Foi bom chegar-me à frente, subir aquele palanque e sentar-me em frente ao computador.
Foi bom estar em frente aos 30 formandos, 30 colegas de profissão e escola.
Foi bom apresentar, em grande ecrã, para um auditório, o trabalho desenvolvido ao logo de semanas.
Foi bom ver os colegas atentos, interessados, surpreendidos e até espantados.
Foi bom mostrar os materiais produzidos.
Foi bom mostrar a organização e aspecto estético da minha página web da "Plataforma Moodle".
Foi bom levantar-me com elogios e palmas.
Foi bom sorrirem quando me sentei no meu lugar.
Foi bom quando me afagaram o ombro.
Foi bom quando me pediram ajuda para melhorarem as suas páginas e pediram dicas para trabalhos.
Não estava à espera, não me dediquei à acção como podia.
Foi muito bom terminar assim a oficina de formação.
A casa ao lado da tua.
- Vou comprar a casa ao lado da tua.
- O quê? Qual casa?
- Aquela mesmo ao lado.
- O quê? Estás parvo?
- Estou parvo por ti. Vou comprar. Não está à venda?
- Sim, isso está.
- Pronto, então se está à venda é porque se pode comprar. E sou eu que a vou comprar.
- Mas o que é que te deu?
- Deu-me que é isso mesmo. Vou comprar.
- Espera lá, calminha.
- Vou. E depois fazemos uma abertura e as duas casas ficam juntas. E fica uma casa só.
- Eh, espera lá. Calma com isso. Quem te disse a ti que quero viver contigo ou com alguém? Já te disse que não.
- Não queres mas vais querer. E nessa altura já estou ali ao lado e é só abrir um buraco. Feito!
- Mas isso é assim?
- Claro. E depois ficamos com uma casa graaaaaande. Ajudas-me logo a decorar a minha e assim quando as juntarmos já fica a decoração como se quer. É só depois fazer umas alterações e já está.
- Ah claro, claro. Poupa-me. E depois quando acabarmos a relação, como é que vai ser?
- Acabar o quê? Eu nunca vou acabar nada. Nem sei o que isso é.
- Deixa-me rir. E quem te disse a ti que não vou eu acabar, hã?
- Não, não vais. Mas sim, se acabar és tu, eu não. E se acabares é simples.
- Oh, muito simples, claro. Vê-se mesmo que não sabes do que falas.
- Claro que é simples. Fecha-se o buraco e voltam a ser duas casas.
- E achas tudo isso muito simples e normal? Achas que é assim, fecha-se a abertura e já está resolvido.
- Claro, fecha-se até abri-la outra vez.
- Tu não existes.
- Existo, existo e vou comprar a casa ao lado da tua. Pensa assim, ficas com uma casa com o dobro do tamanho, pronto.
- Quanto maior a casa, mais confusão, mais stress, mais pó para limpar. E eu não quero limpar mais pó. Agora só o meu.
- Então e limpamos os dois. Ora tu, ora eu, ora os dois. Limpamos o teu e o meu. É o nosso pó e vamos limpá-lo. Mas primeiro compro a casa ao lado da tua. Estás a ver, tu é que tens de ter calma. Não stresses.
- O quê? Qual casa?
- Aquela mesmo ao lado.
- O quê? Estás parvo?
- Estou parvo por ti. Vou comprar. Não está à venda?
- Sim, isso está.
- Pronto, então se está à venda é porque se pode comprar. E sou eu que a vou comprar.
- Mas o que é que te deu?
- Deu-me que é isso mesmo. Vou comprar.
- Espera lá, calminha.
- Vou. E depois fazemos uma abertura e as duas casas ficam juntas. E fica uma casa só.
- Eh, espera lá. Calma com isso. Quem te disse a ti que quero viver contigo ou com alguém? Já te disse que não.
- Não queres mas vais querer. E nessa altura já estou ali ao lado e é só abrir um buraco. Feito!
- Mas isso é assim?
- Claro. E depois ficamos com uma casa graaaaaande. Ajudas-me logo a decorar a minha e assim quando as juntarmos já fica a decoração como se quer. É só depois fazer umas alterações e já está.
- Ah claro, claro. Poupa-me. E depois quando acabarmos a relação, como é que vai ser?
- Acabar o quê? Eu nunca vou acabar nada. Nem sei o que isso é.
- Deixa-me rir. E quem te disse a ti que não vou eu acabar, hã?
- Não, não vais. Mas sim, se acabar és tu, eu não. E se acabares é simples.
- Oh, muito simples, claro. Vê-se mesmo que não sabes do que falas.
- Claro que é simples. Fecha-se o buraco e voltam a ser duas casas.
- E achas tudo isso muito simples e normal? Achas que é assim, fecha-se a abertura e já está resolvido.
- Claro, fecha-se até abri-la outra vez.
- Tu não existes.
- Existo, existo e vou comprar a casa ao lado da tua. Pensa assim, ficas com uma casa com o dobro do tamanho, pronto.
- Quanto maior a casa, mais confusão, mais stress, mais pó para limpar. E eu não quero limpar mais pó. Agora só o meu.
- Então e limpamos os dois. Ora tu, ora eu, ora os dois. Limpamos o teu e o meu. É o nosso pó e vamos limpá-lo. Mas primeiro compro a casa ao lado da tua. Estás a ver, tu é que tens de ter calma. Não stresses.
Prazos
Uma - Olha, já está. Feito!
Outra - O quê?
Uma - Já tenho namorado?
Outra - A sério? Mas... assim? Desde quando?
Uma - Foi ontem. Aceitei ontem. Começámos a namorar ontem. Fomos jantar e eu disse que sim, que aceitava.
Outra - Mas assim? Tão depressa? Tens a certeza que fizeste bem?
Uma - Sim, acho que sim. Mas queria saber a tua opinião, é verdade.
Outra - Bem, tu é que sabes, ora.
Uma - Oh pá, ele é impecável. Trata-me tão bem, adora-me, faz tudo para me agradar, é um querido, a sério.
Outra - E isso chega?
Uma - Pronto, é bom na cama. (risos)
Outra - Não é só isso... Tens mesmo a certeza?
Uma - Eu não te disse que arranjava namorado até ao Verão? Disse, não disse? Se acreditarmos muito numa coisa, ela acaba por acontecer... e aconteceu, eu sabia.
Outra - O problema é mesmo esse.
Uma - O quê?
Outra - É que nem tudo o que queremos pode resultar em algo de bom.
Uma - Pronto, eu já sabia. És sempre a mesma coisa.
Outra - Então não querias a minha opinião? Ou queres a opinião que te interessa ouvir? Eu estou feliz por estares feliz, mas acho isso do prazo... enfim.
Uma - O quê?
Outra - Eu acho é que a tua vontade em ter alguém é tanta, a tua vontade de encontrar alguém até esse prazo do Verão é tanta que foste vendo o tempo a passar e achaste que tinhas mesmo de atingir esse objectivo, essa crença.
Uma - Sim, até podia ser isso, mas não foi. Além do mais eu não ia aceitar namorar com qualquer um.
Outra - Pois, mas já te disse que, muitas vezes, a vontade é tal, a solidão pode ser tal, o querer ter alguém é de tal ordem que as pessoas podem trocar os sentimentos todos, ficarem fascinadas por carência.
Uma - Achas mesmo isso?
Outra - Acho.
Uma - Mas em relação a mim, achas mesmo isso?
Outra - Não sei. Espero que não. Espero que não seja o caso. Mas quando se começa assim...
Uma - (Risos) Tu tens é inveja. Bem, vou lá para dentro. Até já. Logo vou jantar com ele outra vez.
Outra (olhando para quem estava ao lado) - Espero enganar-me mas... ela está meio cega, acha que estabelece um prazo e pronto. Sem dar por isso, o prazo ganhou demasiada importância e agora, espero que não, quem se vai dar mal é o tal sujeito.
Quem estava ao lado (baixando a cabeça, enquanto apagava o cigarro com a sola do sapato) - Pode ser que não.
Outra - Pois...
Quem estava ao lado - Pode ser que venha a amá-lo.
Outra - E sejam felizes, para sempre, um com o outro.
Quem estava ao lado - Isso já é outra coisa.
Outra - O quê?
Uma - Já tenho namorado?
Outra - A sério? Mas... assim? Desde quando?
Uma - Foi ontem. Aceitei ontem. Começámos a namorar ontem. Fomos jantar e eu disse que sim, que aceitava.
Outra - Mas assim? Tão depressa? Tens a certeza que fizeste bem?
Uma - Sim, acho que sim. Mas queria saber a tua opinião, é verdade.
Outra - Bem, tu é que sabes, ora.
Uma - Oh pá, ele é impecável. Trata-me tão bem, adora-me, faz tudo para me agradar, é um querido, a sério.
Outra - E isso chega?
Uma - Pronto, é bom na cama. (risos)
Outra - Não é só isso... Tens mesmo a certeza?
Uma - Eu não te disse que arranjava namorado até ao Verão? Disse, não disse? Se acreditarmos muito numa coisa, ela acaba por acontecer... e aconteceu, eu sabia.
Outra - O problema é mesmo esse.
Uma - O quê?
Outra - É que nem tudo o que queremos pode resultar em algo de bom.
Uma - Pronto, eu já sabia. És sempre a mesma coisa.
Outra - Então não querias a minha opinião? Ou queres a opinião que te interessa ouvir? Eu estou feliz por estares feliz, mas acho isso do prazo... enfim.
Uma - O quê?
Outra - Eu acho é que a tua vontade em ter alguém é tanta, a tua vontade de encontrar alguém até esse prazo do Verão é tanta que foste vendo o tempo a passar e achaste que tinhas mesmo de atingir esse objectivo, essa crença.
Uma - Sim, até podia ser isso, mas não foi. Além do mais eu não ia aceitar namorar com qualquer um.
Outra - Pois, mas já te disse que, muitas vezes, a vontade é tal, a solidão pode ser tal, o querer ter alguém é de tal ordem que as pessoas podem trocar os sentimentos todos, ficarem fascinadas por carência.
Uma - Achas mesmo isso?
Outra - Acho.
Uma - Mas em relação a mim, achas mesmo isso?
Outra - Não sei. Espero que não. Espero que não seja o caso. Mas quando se começa assim...
Uma - (Risos) Tu tens é inveja. Bem, vou lá para dentro. Até já. Logo vou jantar com ele outra vez.
Outra (olhando para quem estava ao lado) - Espero enganar-me mas... ela está meio cega, acha que estabelece um prazo e pronto. Sem dar por isso, o prazo ganhou demasiada importância e agora, espero que não, quem se vai dar mal é o tal sujeito.
Quem estava ao lado (baixando a cabeça, enquanto apagava o cigarro com a sola do sapato) - Pode ser que não.
Outra - Pois...
Quem estava ao lado - Pode ser que venha a amá-lo.
Outra - E sejam felizes, para sempre, um com o outro.
Quem estava ao lado - Isso já é outra coisa.
Como em alguns filmes...
Estava farto, cansado. Não podia, não queria continuar assim. Precisava de fazer algo. Tinha de começar por algum lado. Tinha tomado uma decisão. Entrou em casa e nem para o seu cão, que o esperava abanando a cauda junto à porta, olhou. Atirou o boné para o chão, a mala e as cartas do correio. Dirigiu-se à gaveta, tirou a máquina e atravessou o hall. Ficou parado em frente ao espelho e, enquanto arrancava todas as peças de roupa, continuou a cantar, baixinho, a música que o acompanhava há horas. Completamente nu, olhou-se e sabia que tinha de fazer algo, algo que lhe tirasse aquele ar acinzentado da pele logo abaixo dos olhos. Ao som de "Make It Rain" ligou a máquina à corrente e começou. Não hesitou nem um segundo. Estava decidido. Começou pelo lado esquerdo, depois passou ao direito. Para trás, para a frente, para um lado, para o outro, não importava a direcção. Foi rápido. Ficou-lhe mal mas não se importou. Ficou feio, mas não se importou. Tal como nos filmes, rapou o cabelo. Tal como em alguns desses filmes, resultou.
Agora era deixar crescer, começar do zero, começar tudo de novo. Muito antes de chegar ao comprimento a tocar os ombros, voltaria a ser feliz. Sorriu e cantou alto, bem alto. Estendeu-se no chão do hall e ali, nu, fez então as merecidas festas ao seu cão.
Uma estátua
Se fosse contar a alguém metade do que já viveste, facilmente se perceberia porque é que digo que mereces uma estátua (não por ser "Dia da Mãe", não por seres minha mãe, não por ser bonito dizê-lo).
És o melhor ser humano que conheço.
Uma pele jovem, lisa, luzidia e uma face rosada de quem sempre teve muitos anos menos, em poucos meses, deram lugar às imensas rugas, à pele flácida e baça, aos olhos tristes (mas ainda assim a deixarem perceber o brilho da extrema bondade), ao cabelo cada vez mais branco, a uma magreza aflitiva. Agora o aspecto, de quem tem mais 20 anos do que efectivamente tem, mostra que cedeste, que não aguentaste mais, que foste muito além de um limite físico e emocional. Mostra o tanto que viveste e o muito mais daquilo que não viveste... e merecias tanto, tanto, tanto. Aguentaste e fizeste tanto e durante tanto, tanto e tanto tempo. O corpo, a mente e a alma não aguentaram mais. Era impossível. A meio desse caminho a grande maioria teria caído. Tu caíste muito depois. Agora não é fácil, nada fácil, levantares-te.
Desculpa se não estive lá sempre. Desculpa se não obriguei o pai, o mano e outros a estarem lá sempre. Tu sempre estiveste por nós e por muitos mais. Fizemos, mas muito menos do que tu sempre fizeste e farás.
Desculpa, no "Dia da Mãe", ter chorado quando, sentada no sofá, falavas e sorrias para mim. Dei uma desculpa qualquer mas foi por ti que chorei. Uma árvore de troncos envelhecidos que nunca teve o ar, o sol, a terra, a água, que mais merecia. Uma árvore que assim ficou para que outros pudessem respirar mais um e outro dia. Dói-me tanto ver-te assim, minha mãe. És tão bonita.
Quero sempre retribuir-te o sorriso que sempre me deste.
És o melhor ser humano que conheço.
Uma pele jovem, lisa, luzidia e uma face rosada de quem sempre teve muitos anos menos, em poucos meses, deram lugar às imensas rugas, à pele flácida e baça, aos olhos tristes (mas ainda assim a deixarem perceber o brilho da extrema bondade), ao cabelo cada vez mais branco, a uma magreza aflitiva. Agora o aspecto, de quem tem mais 20 anos do que efectivamente tem, mostra que cedeste, que não aguentaste mais, que foste muito além de um limite físico e emocional. Mostra o tanto que viveste e o muito mais daquilo que não viveste... e merecias tanto, tanto, tanto. Aguentaste e fizeste tanto e durante tanto, tanto e tanto tempo. O corpo, a mente e a alma não aguentaram mais. Era impossível. A meio desse caminho a grande maioria teria caído. Tu caíste muito depois. Agora não é fácil, nada fácil, levantares-te.
Desculpa se não estive lá sempre. Desculpa se não obriguei o pai, o mano e outros a estarem lá sempre. Tu sempre estiveste por nós e por muitos mais. Fizemos, mas muito menos do que tu sempre fizeste e farás.
Desculpa, no "Dia da Mãe", ter chorado quando, sentada no sofá, falavas e sorrias para mim. Dei uma desculpa qualquer mas foi por ti que chorei. Uma árvore de troncos envelhecidos que nunca teve o ar, o sol, a terra, a água, que mais merecia. Uma árvore que assim ficou para que outros pudessem respirar mais um e outro dia. Dói-me tanto ver-te assim, minha mãe. És tão bonita.
Quero sempre retribuir-te o sorriso que sempre me deste.
Cena, que cena, essa cena.
- O que é que tens? Estás ausente, nem me estás a ouvir. Estou para aqui a falar sozinha...
- Ela está doente.
- A sério? Mas é grave?
- Não, é uma alergia.
- Oh, que estúpida. Alergia é alergia. Tomam-se umas porcarias da farmácia e passa.
- Sim, mas demora dias. E ela está lá sozinha.
- Sim, e queres fazer o quê? Não podes fazer nada. Aquilo passa. Não sei porque é que estás assim, sinceramente. Não me digas que queres lá ir.
- Queria.
- Fazer o quê? Aquilo ainda se pega.
- Pois.
- Mas olha, se é para estares assim toda preocupadinha, então vai lá. Não são amigas?
- Sim, acho que sim.
- Então vai.
- Só que às amigas não apetece dar miminhos, fazer festinhas, dar abracinhos e deitar ao lado.
- Claro que apetece. Eu faço isso, sabes bem. Os amigos fazem essas coisas. São miminhos que se dão às pessoas de quem gostamos, ora. Ainda no outro dia a Teresa esteve doente e eu até chá e torradinhas lhe fiz. Deitei-me ao lado dela, abracei-a. As pessoas doentes precisam de mimos e conforto.
- Sim, eu sei disso.
- Então qual é a cena?
- A cena é que a cena não ia ser essa cena.
- O quê?
- A cena é que não ia ser uma cena de amiguinhas.
- Então é melhor não ires. Sê racional.
- Sim, eu sei. Tem de ser. Mas custa-me sabê-la doente e eu aqui sem fazer nada.
- Fazes sim, conversas comigo porque tenho estado aqui a falar sozinha. Também quero miminhos e sou tua amiga, parva.
- Vá, diz lá.
- Ela está doente.
- A sério? Mas é grave?
- Não, é uma alergia.
- Oh, que estúpida. Alergia é alergia. Tomam-se umas porcarias da farmácia e passa.
- Sim, mas demora dias. E ela está lá sozinha.
- Sim, e queres fazer o quê? Não podes fazer nada. Aquilo passa. Não sei porque é que estás assim, sinceramente. Não me digas que queres lá ir.
- Queria.
- Fazer o quê? Aquilo ainda se pega.
- Pois.
- Mas olha, se é para estares assim toda preocupadinha, então vai lá. Não são amigas?
- Sim, acho que sim.
- Então vai.
- Só que às amigas não apetece dar miminhos, fazer festinhas, dar abracinhos e deitar ao lado.
- Claro que apetece. Eu faço isso, sabes bem. Os amigos fazem essas coisas. São miminhos que se dão às pessoas de quem gostamos, ora. Ainda no outro dia a Teresa esteve doente e eu até chá e torradinhas lhe fiz. Deitei-me ao lado dela, abracei-a. As pessoas doentes precisam de mimos e conforto.
- Sim, eu sei disso.
- Então qual é a cena?
- A cena é que a cena não ia ser essa cena.
- O quê?
- A cena é que não ia ser uma cena de amiguinhas.
- Então é melhor não ires. Sê racional.
- Sim, eu sei. Tem de ser. Mas custa-me sabê-la doente e eu aqui sem fazer nada.
- Fazes sim, conversas comigo porque tenho estado aqui a falar sozinha. Também quero miminhos e sou tua amiga, parva.
- Vá, diz lá.
Ser Animal
- O ser humano é mau por natureza. É a sociedade, são os valores, as leis, as normas vigentes, as morais, as culturas, as religiões,... que nos fazem tentar ser melhores pessoas, crescer e caminhar num caminho de bondade. Umas pessoas conseguem ser muito boas, outras muito más, outras mais ou menos. Mas, na base, na raiz, nascemos com propensão a sermos maus. Desde pequenos que nos tentam ensinar o certo e o errado, o que devemos e não devemos ser. Somos maus mas aprendemos a ser bons. Tentamos ser educados, cordiais, simpáticos, trabalhadores, correctos, verdadeiros, honestos, bons amigos, bons amantes, bons companheiros, bons filhos, bons pais, bons. Mas na base somos animais, umas bestas. Quando nos contrariam, quando as coisas não são como nós queremos, lutamos, caçamos, devoramos, maltratamos. Vamos lá ao fundo buscar o bicho e, assustadoramente, ele está mesmo ali tão perto. Olha as guerras. Os povos não se entendem e portam-se quais animais ferozes. Na base somos bestas, bichos, somos animais. É assim o ser humano, em última instância.
- Ser humano é evitar essa última instância. É isso que nos distingue dos animais. E isso faz uma grande diferença.
- Ser humano é evitar essa última instância. É isso que nos distingue dos animais. E isso faz uma grande diferença.
Outra conversa mais ou menos ridícula
- A sério? Estás a falar a sério?
- Sim. Não confio em ninguém.
- Mas porquê? Em ninguém, ninguém?
- Sim, não confio em ninguém na sua plenitude, a 100%.
- Mas isso é mau.
- Não sei se é. A queda é menor.
- Não digo que se confie em toda a gente, claro que não, mas em algumas pessoas eu confio plenamente.
- Eu já não.
- Mas já confiaste, certo?
- Sim. Depois ganhei juízo.
- Ai que parvo. Como é que consegues?
- E tu? Como é que consegues confiar? O que me espanta é o facto das pessoas ainda confiarem umas nas outras.
- Simples. Confio em ti, por exemplo.
- Não confies.
- Tu não confias em mim, já vi.
- Não, desculpa mas não confio. Numas pessoas confio bastante, quase na totalidade, mas não na totalidade.
- Podes confiar em mim, sabes?
- Não, não sei. Desculpa mas não sei.
- Acredita. A sério, acredita. Podes confiar.
- Rapaz, eu nem em mim confio, quanto mais nos outros.
- Faz-me confusão. Tu dizes que não confias em ninguém com um certo orgulho.
- Não é orgulho. Até acho triste. É consciência, só isso. Vou disfarçar porquê? Só porque é bonito dizer que se acredita e confia nas pessoas, em alguém? Não.
- Entendo, mas a verdade é que temos sempre de confiar em alguém.
- As verdades de hoje são as mentiras de amanhã.
- Sim. Não confio em ninguém.
- Mas porquê? Em ninguém, ninguém?
- Sim, não confio em ninguém na sua plenitude, a 100%.
- Mas isso é mau.
- Não sei se é. A queda é menor.
- Não digo que se confie em toda a gente, claro que não, mas em algumas pessoas eu confio plenamente.
- Eu já não.
- Mas já confiaste, certo?
- Sim. Depois ganhei juízo.
- Ai que parvo. Como é que consegues?
- E tu? Como é que consegues confiar? O que me espanta é o facto das pessoas ainda confiarem umas nas outras.
- Simples. Confio em ti, por exemplo.
- Não confies.
- Tu não confias em mim, já vi.
- Não, desculpa mas não confio. Numas pessoas confio bastante, quase na totalidade, mas não na totalidade.
- Podes confiar em mim, sabes?
- Não, não sei. Desculpa mas não sei.
- Acredita. A sério, acredita. Podes confiar.
- Rapaz, eu nem em mim confio, quanto mais nos outros.
- Faz-me confusão. Tu dizes que não confias em ninguém com um certo orgulho.
- Não é orgulho. Até acho triste. É consciência, só isso. Vou disfarçar porquê? Só porque é bonito dizer que se acredita e confia nas pessoas, em alguém? Não.
- Entendo, mas a verdade é que temos sempre de confiar em alguém.
- As verdades de hoje são as mentiras de amanhã.
Conversa mais ou menos ridícula
- Gostava de te ter conhecido há uns tempos.
- Ai é?
- Sim. Agora também gosto e muito, mas acho que ainda iria gostar mais há uns tempos.
- Porquê?
- Porque devias ser uma pessoa mais bonita.
- Sim, tinha menos rugas.
- (Risos) Parvo, não é isso. De certeza que eras uma melhor pessoa.
- Não sei sequer o que é isso de ser melhor ou pior pessoa.
- Claro que sabes. E tu de certeza que eras ainda melhor pessoa.
- Ainda melhor? (Risos) Não sei se era.
- Eu sei que eras, vê-se.
- Vê-se?
- Sim, vê-se que agora estás muito desgostoso com a vida. Tens pouca esperança.
- Tenho esperança, mas uma esperança realista. Mais realista, isso de certeza.Vai-se vivendo e vai-se aprendendo.
- Mas eu não te vejo pessimista, apesar de tudo o que dizes, até te acho uma pessoa muito positiva.
- Sim, não sei se sou pessimista.
- Então qual é a diferença?
- A diferença?
- Sim, tu não tens pinga de maldade nos ossos, mas tenho a certeza que dantes eras ainda melhor. O que é que mudou? As pessoas continuam as mesmas.
- Que exagero. Todos temos uma pinga ou uma avalanche de maldade. Eu tenho muita ou pouco conforme as situações.
- Não acho.
- Pois, tu acreditas em príncipes encantados, eu já não.
- Mas já acreditaste?
- Acho que sim.
- Eu acredito, claro. Sempre acreditei e cada vez mais.
- Cada vez mais porquê?
- Porque estás aqui à minha frente.
- (Risos) Por favor, que exagero. Não digas essas coisas... Estás a ver? Vives num mundo de fascínio que não corresponde à realidade. Fascinas-te facilmente. Vê lá não te dês mal.
- Deixa-me estar fascinado. Qual é o mal?
- O mal é que te arriscas a dar um trambolhão.
- Xiu. És um príncipe e só não és mais encantado porque... mas já foste e vais voltar a ser.
- Vou? Enganas-te. Não acredito já em histórias de fadas, duendes, faunos e gnomos. E é nelas o lugar dos príncipes e princesas dos reinos encantados.
- Mas essas histórias existem na realidade.
- Existem nos livros, não na realidade. E por isso é que são fascinantes e nos fazem sonhar. Se fossem reais não tinham graça, não tinham encanto, não eram especiais, não nos fariam sonhar.
- Olha, tu és um príncipe encantado mas desencantado.
- (Risos)
- É verdade. E eu vou fazer-te ser só encantado.
- Vais?
- Claro.
- E quem te disse que eu quero ser isso? Quem te disse que quero ser tal coisa?
- Não queres?
- Não.
- Porquê?
- Porque não vivo nesse mundo das fadas. É um mundo bonito, mas é outra realidade, a dos contos, não esta.
- Tu não sonhas?
- Todos os dias e muito.
- Mas quem te ouve falar, não parece.
- Sonhar é tão bom. Às vezes é o que me safa.
- Então porque não tentar atingir esses sonhos?
- Uns são possíveis de atingir, outros, quando os atingimos, deixam de ser sonhos, logo, deixam de ter aquele fascínio. Se os trazemos à realidade, deixam de ser o que são. Sonhos são sonhos, não são realidade. É essa a definição.
- Ai, tu estragas tudo.
- Sim, estás a ver, é a tal pinga de maldade nos ossos.
- Ai é?
- Sim. Agora também gosto e muito, mas acho que ainda iria gostar mais há uns tempos.
- Porquê?
- Porque devias ser uma pessoa mais bonita.
- Sim, tinha menos rugas.
- (Risos) Parvo, não é isso. De certeza que eras uma melhor pessoa.
- Não sei sequer o que é isso de ser melhor ou pior pessoa.
- Claro que sabes. E tu de certeza que eras ainda melhor pessoa.
- Ainda melhor? (Risos) Não sei se era.
- Eu sei que eras, vê-se.
- Vê-se?
- Sim, vê-se que agora estás muito desgostoso com a vida. Tens pouca esperança.
- Tenho esperança, mas uma esperança realista. Mais realista, isso de certeza.Vai-se vivendo e vai-se aprendendo.
- Mas eu não te vejo pessimista, apesar de tudo o que dizes, até te acho uma pessoa muito positiva.
- Sim, não sei se sou pessimista.
- Então qual é a diferença?
- A diferença?
- Sim, tu não tens pinga de maldade nos ossos, mas tenho a certeza que dantes eras ainda melhor. O que é que mudou? As pessoas continuam as mesmas.
- Que exagero. Todos temos uma pinga ou uma avalanche de maldade. Eu tenho muita ou pouco conforme as situações.
- Não acho.
- Pois, tu acreditas em príncipes encantados, eu já não.
- Mas já acreditaste?
- Acho que sim.
- Eu acredito, claro. Sempre acreditei e cada vez mais.
- Cada vez mais porquê?
- Porque estás aqui à minha frente.
- (Risos) Por favor, que exagero. Não digas essas coisas... Estás a ver? Vives num mundo de fascínio que não corresponde à realidade. Fascinas-te facilmente. Vê lá não te dês mal.
- Deixa-me estar fascinado. Qual é o mal?
- O mal é que te arriscas a dar um trambolhão.
- Xiu. És um príncipe e só não és mais encantado porque... mas já foste e vais voltar a ser.
- Vou? Enganas-te. Não acredito já em histórias de fadas, duendes, faunos e gnomos. E é nelas o lugar dos príncipes e princesas dos reinos encantados.
- Mas essas histórias existem na realidade.
- Existem nos livros, não na realidade. E por isso é que são fascinantes e nos fazem sonhar. Se fossem reais não tinham graça, não tinham encanto, não eram especiais, não nos fariam sonhar.
- Olha, tu és um príncipe encantado mas desencantado.
- (Risos)
- É verdade. E eu vou fazer-te ser só encantado.
- Vais?
- Claro.
- E quem te disse que eu quero ser isso? Quem te disse que quero ser tal coisa?
- Não queres?
- Não.
- Porquê?
- Porque não vivo nesse mundo das fadas. É um mundo bonito, mas é outra realidade, a dos contos, não esta.
- Tu não sonhas?
- Todos os dias e muito.
- Mas quem te ouve falar, não parece.
- Sonhar é tão bom. Às vezes é o que me safa.
- Então porque não tentar atingir esses sonhos?
- Uns são possíveis de atingir, outros, quando os atingimos, deixam de ser sonhos, logo, deixam de ter aquele fascínio. Se os trazemos à realidade, deixam de ser o que são. Sonhos são sonhos, não são realidade. É essa a definição.
- Ai, tu estragas tudo.
- Sim, estás a ver, é a tal pinga de maldade nos ossos.
Promo
Não pára! Tal como vem sendo hábito, aquando do lançamento de um novo álbum, meses antes de uma nova grandiosa tour mundial, Madonna faz uma promo tour de apresentação do novo material, em alguns espaços mais pequenos de algumas capitais do mundo. Aproveitando a ida aos States para participar em festivais de cinema que receberam o seu filme-documentário "I Am What We Are" com excelentes críticas, Madonna actuou ontem no Roseland Ballroom de Nova Iorque, para uma plateia algo restrita e diminuta, tendo o pequeno espectáculo sido transmitido pelo MSN e para alguns muito rápidos inscritos no site da Vodafone. Depois deste seguem-se Londres e talvez Paris. Depois é esperar pela grande tour mundial.
Enquanto tento "sacar" o espectáculo na integra e em boa qualidade sonora e visual (algo muito difícil porque a adesão ao file é tal que está tudo congestionado), aqui ficam algumas imagens do que ontem foi o pequenito show.
(Candy Shop)
(Give It 2 Me)
(Miles Away)
(Hung Up - Versão Rock)
(4 Minutes)
(Music - Versão Remix)
Enquanto tento "sacar" o espectáculo na integra e em boa qualidade sonora e visual (algo muito difícil porque a adesão ao file é tal que está tudo congestionado), aqui ficam algumas imagens do que ontem foi o pequenito show.
(Candy Shop)
(Give It 2 Me)
(Miles Away)
(Hung Up - Versão Rock)
(4 Minutes)
(Music - Versão Remix)
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