Rápidos segundos
Ardem-me as mãos. Dormentes os pés de caminhar por caminhos errados cheios de um chão de cardos e rosas murchas e abandonadas. São rosas, ninguém quer saber. Estão murchas. São velhas. Caminhos de alcatrão escaldante, negro plástico, que se cola e queima. Caminhos desfeitos em mil pedaços de pedras duras e cortantes. A cabeça é mas não é a mesma. Entrou em órbita, encheu-se de uma via láctea vazia de opiniões, de certezas, de saberes. Ainda assim, cheia disso mesmo e cada vez mais. Olho à volta e vejo o que não quero ver. Ouço o que grita aos ouvidos. Sinto que está tudo a ficar louco. Mas ninguém quer saber. O coração, esse está cá. Quais são os significados das palavras? Das mais idolatradas, belas, das mais rudes e odiadas? Onde estão os sentimentos que outrora via neste e naquele? É tudo rápido. Tudo se faz, tudo se diz, nada se faz, nada se diz. E o que se sente? Os rostos, as palavras, os olhares escondem-se nas máscaras que preferia não ver. Queria ser mais ignorante, o caminho custava menos assim. Gosto de montanhas russas. Cansam-me as de segundos, quando olho este e aquele e vejo o que não queria ver. é isto, é aquilo. Acha-se isto, acha-se aquilo. Tenho fome da verdade, do sonhado, do que é real. Mas o que é real agora, deixa de o ser em segundos. E os sonhos para onde vão? O mundo não pára, mas nós temos essa capacidade. Vomito as pessoas de agora. Cuspo na estupidez dos inteligentes. Estou farto dos adjectivos e nomes nos quais o mundo insiste em viver. Sei, já há muito que aprendi esta linguagem que se alastra por aí. Conheço-a. Uso-a, que remédio. Mas não faço dela condão.
Gaga... is this the same Lady?
Está na moda, dá nas vistas, vende que se farta e parece que veio para ficar. Dizem que a miúda tem talento, que canta e dança bem, que tem um vozeirão, que é uma lufada de ar fresco, diferente do que por aí anda, que tem um look espectacular e inovador, que se cansou de compor para outras celebridades e agora compõe para ela mesma, que isto e aquilo.
A mim, inicialmente, perante os videos, irritou-me um bocado e achei tudo muito chungoso, barato e fácil. Aquelas roupas de uma piroseira incrível, os acessórios e maquilhagem altamente exagerados, o visual medonho de quenga reles... Uma mocita feiosa, com cara de rata deslavada, com ar de miúdo traveca, ordinária, vulgar, carnavalesca até à quinta casa, etc e tal...
Calhou depois ver uns excertos de umas entrevistas e, além de algumas roupas de uma originalidade absolutamente fantástica, achei a moça simpática, uma miúda com uma simplicidade, timidez e até humildade que nada têm a ver com o aspecto exageradíssimo que pretende passar.
Entretanto ouvi estas versões dos seus popularuchos temas e gostei. Não esperava mesmo. A moça surpreendeu-me.
A mim, inicialmente, perante os videos, irritou-me um bocado e achei tudo muito chungoso, barato e fácil. Aquelas roupas de uma piroseira incrível, os acessórios e maquilhagem altamente exagerados, o visual medonho de quenga reles... Uma mocita feiosa, com cara de rata deslavada, com ar de miúdo traveca, ordinária, vulgar, carnavalesca até à quinta casa, etc e tal...
Calhou depois ver uns excertos de umas entrevistas e, além de algumas roupas de uma originalidade absolutamente fantástica, achei a moça simpática, uma miúda com uma simplicidade, timidez e até humildade que nada têm a ver com o aspecto exageradíssimo que pretende passar.
Entretanto ouvi estas versões dos seus popularuchos temas e gostei. Não esperava mesmo. A moça surpreendeu-me.
Dancing, singing, smiling
Depois da dança na Liverpool Street Station, agora foi a cantoria em Trafalgar Square.
O que se faz para um anúncio de tv. E ainda bem!
O que se faz para um anúncio de tv. E ainda bem!
Pina Bausch
Jamais esquecerei a noite no CCB em que, na fila da frente, assisti e até participei num espectáculo da Pina Bausch.
Rest in peace, Pina. Thank you for that night. Thank you for all you've done.
The Queen about the King
E (re)começou a loucura da "velhota" e seus seguidores!
No O2, em Londres, onde Michael Jackson iria dar os seus concertos em breve, Madonna começou a segunda parte da sua Sticky & Sweet Tour, que terminará, daqui a meses, em Israel.
Há alterações, pois claro. Mudam umas imagens nos ecrãs. Mudam umas roupinhas aqui e ali. Sai a versão guitarrada do "Borderline" e entra o ainda mais guitarrado "Dress you up". Sai o "Heartbeat", com uma coreografia em que Ela goza com a sua própria provecta idade, e entra um alterado "Holiday". E, na parte final, hiper energética, forte e animada sai (para infelicidade de muitos), o "Hung Up" em versão roqueira e entra, imagine-se, o "Frozen", numa versão poderosa, misturado com o "Open your heart". Sim, isso mesmo.
Pensa-se: Ela tira o animadíssimo e popularíssimo "Hung up" que resulta sempre bem em palco e puxa pelo público até mais não e mete a calma, delicadeza, serenidade e misticismo de um "Frozen" no final do concerto? E ainda por cima misturado com o velhinho (e nada a ver com o género) "Open your heart"? Passou-se! Só se for para descansar um pouco, reabastecer energias para os pulos finais do concerto. Mas não, não mesmo. Deixou a guitarra de parte mas toca a dançar. Pronto, lá continua Ela com as versões e misturas mais improváveis. E, pelo que já vi e ouvi, não é que resultou e mesmo bem?
E, claro, a introdução de uma homenagem ao rei.
No O2, em Londres, onde Michael Jackson iria dar os seus concertos em breve, Madonna começou a segunda parte da sua Sticky & Sweet Tour, que terminará, daqui a meses, em Israel.
Há alterações, pois claro. Mudam umas imagens nos ecrãs. Mudam umas roupinhas aqui e ali. Sai a versão guitarrada do "Borderline" e entra o ainda mais guitarrado "Dress you up". Sai o "Heartbeat", com uma coreografia em que Ela goza com a sua própria provecta idade, e entra um alterado "Holiday". E, na parte final, hiper energética, forte e animada sai (para infelicidade de muitos), o "Hung Up" em versão roqueira e entra, imagine-se, o "Frozen", numa versão poderosa, misturado com o "Open your heart". Sim, isso mesmo.
Pensa-se: Ela tira o animadíssimo e popularíssimo "Hung up" que resulta sempre bem em palco e puxa pelo público até mais não e mete a calma, delicadeza, serenidade e misticismo de um "Frozen" no final do concerto? E ainda por cima misturado com o velhinho (e nada a ver com o género) "Open your heart"? Passou-se! Só se for para descansar um pouco, reabastecer energias para os pulos finais do concerto. Mas não, não mesmo. Deixou a guitarra de parte mas toca a dançar. Pronto, lá continua Ela com as versões e misturas mais improváveis. E, pelo que já vi e ouvi, não é que resultou e mesmo bem?
E, claro, a introdução de uma homenagem ao rei.
Parte 2
Depois de ser a pessoa que mais lucrou no mundo da música de Junho de 2008 a Junho de 2009 (a módica quantia de 110 milhões de dólares), é já amanhã, dia 4, que começará a segunda parte da Sticky & Sweet Tour. Consta que terá novidades. Entram umas músicas para substituir outras, uma delas será um novo tema, mudam alguns cenários, guarda-roupa... a ver vamos...
O DVD da primeira parte da Tour, gravado em Buenos Aires, sairá em breve e amanhã, no exacto momento em que a segunda parte arranca em Londres, o canal Sky1 irá passar o DVD.
Aqui fica um excerto.
O DVD da primeira parte da Tour, gravado em Buenos Aires, sairá em breve e amanhã, no exacto momento em que a segunda parte arranca em Londres, o canal Sky1 irá passar o DVD.
Aqui fica um excerto.
M. Jackson
Nunca fui graaaaaaaaande fã mas quando era miúdo/adolescente gostava do Michael Jackson, gostava imenso de algumas músicas e vídeos.
Depois, confesso, comecei a fartar-me do estilo. Os anos iam passando e era sempre tudo muito igual. As músicas com os seus típicos guinchos (hi...hi), as expressões habituais (shamon... ou lá o que era) pelo meio, as meias brancas, os sapatinhos e calças pretas, os casacos de chumaços e lantejoulas, o chapéu, aquele cabelo a cair num dos lados da cara, a mesma forma de dançar, sempre os mesmos passos de dança... As grandes mudanças eram físicas, não artisticamente. Aí era sempre muito do mesmo. Nunca o achei nada versátil.
Pelo menos manteve-se fiel a um estilo, dirão muitos. Isso é certo. Um estilo que o tornou num icon. Uma marca que ficará para sempre.
A verdade é que mesmo antes de atingir os 40 anos já o homem estava em baixo. Na sua última tour já caía cansado em palco, chegou a desmaiar, a cancelar concertos, etc... Sempre duvidei que fosse agora aos 50 que conseguisse regressar em força. Acho mesmo que os concertos agendados iam ser embaraçosos para ele, para muitos que compraram os bilhetes. Talvez o fim desastroso da sua carreira. Ficará sempre essa dúvida...
Tivémos a saga Lady Diana, agora a saga Lady MJ. Demais mesmo! Entrevista-se tudo e todos, sobre tudo e todos os que o rodeavam... ou não. A pele estava assim, o nariz assado, o pai era isto, as irmãs aquilo, os filhos são dele, depois não são, ele estava bem, agora estava muito mal, era maluco, era uma criança adulta porque não o foi quando pequeno, era isto e aquilo e mais não sei o quê...
E isso entranha-se. E a comunicação social é perita nisso. Os miúdos que não ligavam nenhuma ao homem, que o viam como uma figura estranha do passado, porque ele era "do tempo dos seus pais" e há anos que mal aparecia, agora esgotam os álbuns nas lojas para ouvirem muitas músicas que nem sequer sabiam existir. Gritam em frente à tv, lado a lado com os que o veneram, como se o MJ tivesse sido a coisa mais importante das suas vidas, como se fosse assim tão estranha a sua morte, como se ninguém esperasse tal coisa, como se ele fosse a Britney que os acompanha desde a escola primária... Onde é que estavam há uns anitos poucos quando o último álbum do MJ saíu? Na altura falava-se do seu regresso e foi um fiasco, ninguém ligou, mal vendeu, ninguém comprou e muitos nem deram por ele. E agora compram tudo o que tenha o seu nome.
Tirando um ou outro escândalo a propósito dos filhos, das suas taras, dos casos em tribunal, nos últimos anos mal se ouvia falar do homem, nem se sabia bem onde pairava, e agora depois de morto...
É triste a sua morte.
É triste o escarafunchar exageradíssimo da comunicação social.
É triste que agora se lembrem dele quando desde há uma década quase ninguém lhe ligava.
É triste que tenha sido preciso morrer para voltar a ter sucesso.
É triste que tenha sido preciso morrer para voltar a nascer.
Depois, confesso, comecei a fartar-me do estilo. Os anos iam passando e era sempre tudo muito igual. As músicas com os seus típicos guinchos (hi...hi), as expressões habituais (shamon... ou lá o que era) pelo meio, as meias brancas, os sapatinhos e calças pretas, os casacos de chumaços e lantejoulas, o chapéu, aquele cabelo a cair num dos lados da cara, a mesma forma de dançar, sempre os mesmos passos de dança... As grandes mudanças eram físicas, não artisticamente. Aí era sempre muito do mesmo. Nunca o achei nada versátil.
Pelo menos manteve-se fiel a um estilo, dirão muitos. Isso é certo. Um estilo que o tornou num icon. Uma marca que ficará para sempre.
A verdade é que mesmo antes de atingir os 40 anos já o homem estava em baixo. Na sua última tour já caía cansado em palco, chegou a desmaiar, a cancelar concertos, etc... Sempre duvidei que fosse agora aos 50 que conseguisse regressar em força. Acho mesmo que os concertos agendados iam ser embaraçosos para ele, para muitos que compraram os bilhetes. Talvez o fim desastroso da sua carreira. Ficará sempre essa dúvida...
Tivémos a saga Lady Diana, agora a saga Lady MJ. Demais mesmo! Entrevista-se tudo e todos, sobre tudo e todos os que o rodeavam... ou não. A pele estava assim, o nariz assado, o pai era isto, as irmãs aquilo, os filhos são dele, depois não são, ele estava bem, agora estava muito mal, era maluco, era uma criança adulta porque não o foi quando pequeno, era isto e aquilo e mais não sei o quê...
E isso entranha-se. E a comunicação social é perita nisso. Os miúdos que não ligavam nenhuma ao homem, que o viam como uma figura estranha do passado, porque ele era "do tempo dos seus pais" e há anos que mal aparecia, agora esgotam os álbuns nas lojas para ouvirem muitas músicas que nem sequer sabiam existir. Gritam em frente à tv, lado a lado com os que o veneram, como se o MJ tivesse sido a coisa mais importante das suas vidas, como se fosse assim tão estranha a sua morte, como se ninguém esperasse tal coisa, como se ele fosse a Britney que os acompanha desde a escola primária... Onde é que estavam há uns anitos poucos quando o último álbum do MJ saíu? Na altura falava-se do seu regresso e foi um fiasco, ninguém ligou, mal vendeu, ninguém comprou e muitos nem deram por ele. E agora compram tudo o que tenha o seu nome.
Tirando um ou outro escândalo a propósito dos filhos, das suas taras, dos casos em tribunal, nos últimos anos mal se ouvia falar do homem, nem se sabia bem onde pairava, e agora depois de morto...
É triste a sua morte.
É triste o escarafunchar exageradíssimo da comunicação social.
É triste que agora se lembrem dele quando desde há uma década quase ninguém lhe ligava.
É triste que tenha sido preciso morrer para voltar a ter sucesso.
É triste que tenha sido preciso morrer para voltar a nascer.
Despedidas (ou egocentrismo puro)
- Então stôr, não diz nada?
- O quê? Que foi?
- Então não vê? Estamos todos vestidos de preto.
Ali estava a explicação pela qual ele, naquele último dia de aulas, no último tempo lectivo, com a sua direcção de turma de há 2 anos, ao chegar à porta da sala de aula achou que alguma coisa estranha se passava, mas não percebia o quê. Em segundos, depois da primeira troca de palavras, percebeu.
- Então, estão de luto? Vão a algum funeral?
- Não, claro que não estamos de luto. Viemos assim porque é a sua cor preferida. Veio a turma toda assim, já viu? (risos)
- Sim stôr, estamos de luto.
- Então, estão de luto ou não?
- Sim, de luto porque o stôr se vai embora e não o vamos ter mais a ralhar connosco e a mandar vir e a explicar as cenas.
- Não acredito nisto, agora todos de preto. Odeio preto! Vá, vamos lá entrar.
- Não odeio nada, agente sabe.
Sentou-se na secretária. Eles nas suas mesas. Olhavam para ele. Olhavam uns para os outros. Ele não levantava a cabeça demorando uns 10 minutos a escrever um sumário de uma frase.
Olhou-os de relance sem saber bem para qual deles olhar.
- Então, hoje é sexta-feira, último tempo, vésperas de fim-de-semana. Não é suposto a salganhada do costume? Todos divertidinhos, agitados, com risotas parvas sem quererem saber o que é que aqui o chato está a dizer? O que é que se passa? Ai!
Continuavam em silêncio, olhavam-no e entreolhavam-se de soslaio, mostrando um ou outro sorriso embaraçado.
- Então, vá lá meninos. É o último tempo do último dia de aulas. Estão quase, quase de férias. Deviam-me era ter trazido um belo bolo por vos ter aturado 2 anos, uns sumos e coisas que vocês gostam para fazermos uma festa.
- Stôr, festa? isso não é original. A Nídia e o Apolo queriam mas o resto não quis.
- Ya, não queremos festa nenhuma! Posso sair? O stôr marca falta? Posso?
- Então, que se passa miúdo? Que irritação é essa? Mas sim ok, pode. Não, não marco falta hoje. Pode ir.
- Ricardo, senta-te! Então vais-te embora para quê? Senta-te.
- Não quero ficar aqui... não... não gosto de despedidas. Stôr, desculpe lá, vou-me embora, posso, não posso? Deixe-me lá sair. Stôr, até para o ano, vou sair.
- Oh estúpido, não sabes que o stôr não deve cá ficar paras o ano.
- É que eu não gosto disto, desta cena... isto é bué... stôr, bom fim-de-semana, boas férias e até Setembro. Fica cá para o ano, sim. Não percebo porque é que eles quiseram fazer esta cena se o stôr vai ficar connosco.
- Ok meninos, não vamos deixar o Ricardo sair sozinho. Vá, vamos todos. Já conversámos na aula passada. Já disse mal de vocês todos, um por um, seus insuportáveis desgraçadas. (risos) Hoje era mesmo para assinar o livro de ponto, despedirmo-nos e pronto. Vá, vamos lá todos embora. Não há cá despedidas, adeus e coisas assim. O Ricardo tem razão. Vocês são novos, vá vão lá para fora mais cedo aproveitar que ainda está sol.
Levantaram-se. Dirigiram-se à terceira mesa junto à janela. tiraram uma algo de um saco e, como se uma bandeja se tratasse, dirigiram-se à secretária do professor. Aqueles 4 ou 5 segundos pareceram uma procissão. Todos à volta da aluna que caminhava segurando, de forma quase solene, o objecto. Um caminhar, de segundos, alegre e, ao mesmo tempo, triste. Um cenário tão estranho, aquelas duas dezenas de miúdos vestidos de preto.
- Stôr, isto é nosso. Fizemos para si.
- ...
- ...
- Está a ver, tem a assinatura de todos.
- O desenho é uma linha, percebeu?
- Vá, leia alto o que a gente escreveu ao lado do desenho.
Rodeado dos alunos, leu baixo, só para si. Eles acompanharam tudo com o olhar. O Ricardo ficou em pé, muito vermelho, sozinho ao fundo, junto à porta da sala. Olhava para os pés que batiam um no outro como se uma bola de futebol estive a driblar.
(Quem quiser contribuir para o meu egocentrismo pode clicar para ler o texto)
- O quê? Que foi?
- Então não vê? Estamos todos vestidos de preto.
Ali estava a explicação pela qual ele, naquele último dia de aulas, no último tempo lectivo, com a sua direcção de turma de há 2 anos, ao chegar à porta da sala de aula achou que alguma coisa estranha se passava, mas não percebia o quê. Em segundos, depois da primeira troca de palavras, percebeu.
- Então, estão de luto? Vão a algum funeral?
- Não, claro que não estamos de luto. Viemos assim porque é a sua cor preferida. Veio a turma toda assim, já viu? (risos)
- Sim stôr, estamos de luto.
- Então, estão de luto ou não?
- Sim, de luto porque o stôr se vai embora e não o vamos ter mais a ralhar connosco e a mandar vir e a explicar as cenas.
- Não acredito nisto, agora todos de preto. Odeio preto! Vá, vamos lá entrar.
- Não odeio nada, agente sabe.
Sentou-se na secretária. Eles nas suas mesas. Olhavam para ele. Olhavam uns para os outros. Ele não levantava a cabeça demorando uns 10 minutos a escrever um sumário de uma frase.
Olhou-os de relance sem saber bem para qual deles olhar.
- Então, hoje é sexta-feira, último tempo, vésperas de fim-de-semana. Não é suposto a salganhada do costume? Todos divertidinhos, agitados, com risotas parvas sem quererem saber o que é que aqui o chato está a dizer? O que é que se passa? Ai!
Continuavam em silêncio, olhavam-no e entreolhavam-se de soslaio, mostrando um ou outro sorriso embaraçado.
- Então, vá lá meninos. É o último tempo do último dia de aulas. Estão quase, quase de férias. Deviam-me era ter trazido um belo bolo por vos ter aturado 2 anos, uns sumos e coisas que vocês gostam para fazermos uma festa.
- Stôr, festa? isso não é original. A Nídia e o Apolo queriam mas o resto não quis.
- Ya, não queremos festa nenhuma! Posso sair? O stôr marca falta? Posso?
- Então, que se passa miúdo? Que irritação é essa? Mas sim ok, pode. Não, não marco falta hoje. Pode ir.
- Ricardo, senta-te! Então vais-te embora para quê? Senta-te.
- Não quero ficar aqui... não... não gosto de despedidas. Stôr, desculpe lá, vou-me embora, posso, não posso? Deixe-me lá sair. Stôr, até para o ano, vou sair.
- Oh estúpido, não sabes que o stôr não deve cá ficar paras o ano.
- É que eu não gosto disto, desta cena... isto é bué... stôr, bom fim-de-semana, boas férias e até Setembro. Fica cá para o ano, sim. Não percebo porque é que eles quiseram fazer esta cena se o stôr vai ficar connosco.
- Ok meninos, não vamos deixar o Ricardo sair sozinho. Vá, vamos todos. Já conversámos na aula passada. Já disse mal de vocês todos, um por um, seus insuportáveis desgraçadas. (risos) Hoje era mesmo para assinar o livro de ponto, despedirmo-nos e pronto. Vá, vamos lá todos embora. Não há cá despedidas, adeus e coisas assim. O Ricardo tem razão. Vocês são novos, vá vão lá para fora mais cedo aproveitar que ainda está sol.
Levantaram-se. Dirigiram-se à terceira mesa junto à janela. tiraram uma algo de um saco e, como se uma bandeja se tratasse, dirigiram-se à secretária do professor. Aqueles 4 ou 5 segundos pareceram uma procissão. Todos à volta da aluna que caminhava segurando, de forma quase solene, o objecto. Um caminhar, de segundos, alegre e, ao mesmo tempo, triste. Um cenário tão estranho, aquelas duas dezenas de miúdos vestidos de preto.
- Stôr, isto é nosso. Fizemos para si.
- ...
- ...
- Está a ver, tem a assinatura de todos.
- O desenho é uma linha, percebeu?
- Vá, leia alto o que a gente escreveu ao lado do desenho.
Rodeado dos alunos, leu baixo, só para si. Eles acompanharam tudo com o olhar. O Ricardo ficou em pé, muito vermelho, sozinho ao fundo, junto à porta da sala. Olhava para os pés que batiam um no outro como se uma bola de futebol estive a driblar.
(Quem quiser contribuir para o meu egocentrismo pode clicar para ler o texto)
Fique.
Num virar de esquina que faço quase de olhos fechados, aproximei-me de carro. O que era aquilo? Não estava a acreditar no que via a uns 100 metros, abaixo daquela rampa. Será que estava a ver bem? Umas várias dezenas de miúdos, que rapidamente reconheci, à entrada da escola. Seria o que eu estava a pensar? Teriam mesmo eles tido a coragem? Comecei a tremer com o coração ao saltos. Seria mesmo? Nem queria olhar. Estacionei. Inspirei fundo, abri a porta e saí do carro enquanto o ar me saía dos pulmões de forma descompassada tal era o nervosismo.
As pernas tremiam mas lá fui. Tinha de ser. Desci a rampa e a umas dezenas de metros lá estavam.
– Stôooooor!
– Eh, stor... a gente não disse que ia fazer isto?
E gritavam uns, chamavam outros, riam uns, pulavam outros. Por ali estavam uns quantos colegas professores no canto dos fumadores habitual, outros professores que não fumam, dois ou três funcionários e uns quantos alunos curiosos que não os meus. Os funcionários sorriam divertidos, uma estava visivelmente emocionada pela atitude dos miúdos. Os colegas segredavam, sorriam e olhavam para ver a minha reacção. Qual reacção? O coração acelerava, as pernas pareciam de elástico, as mãos acompanhavam-nas no mesmo. Já rodeado de uns quantos, não conseguia dizer nada a não ser “vocês são loucos! Eu não acredito!”
Uns tocavam-me, outros tentavam abraçar, uns fotografavam, uns riam e outros gritavam eufóricos. Todos esperavam que eu reagisse. Eu estava estático.
– Stôr, veja o que fizemos.
- Gosta dos cartazes?
- Vá veja lá.
- Eu a a Mafalda fizemos este, gosta?
– Aquele ali que o Rodrigo tem foi ele e o Nuno, ah e o Rui, que fizeram.
– Vá stôrzinho, fique cá, não se vá embora.
– Stôr, fique, por favor, fique.
– Fique, fique, fique – gritavam cada vez mais alunos.
– Zé, Estás a ver o que eles fizeram? Eu já lhes expliquei que não depende de ti mas eles já foram entregar um abaixo assinado ao conselho executivo e tudo. Sabias?
– Eu já lhes tinha dito isso, eles entenderam que não depende de mim... Não acredito!
– Stôr, fique lá, agente gosta tanto de si.
- Fique!
Eu estava atónito. Havia miúdos com lágrimas nos olhos, duas alunas choravam abraçadas a outras duas de outra turma. Riam, saltavam, gritavam, uma confusão.
– Vá, vamos lá, já chega... que recepção esta. Estas criaturas são malucas! Que exagero, vá... vá lá. Olhem que vergonha que vocês me fazem passar!
– Oh Zé, eles adoram-te e quiseram fazer isto...
- É stôr, é, é, ouviu a stôra.
- E o stôr diz que não, mas adora-nos e vai ter saudades nossas.
– Vai, não vai? Diga que sim.
- Vai ter saudades minhas, não vai? De eu chateá-lo sempre nas aulas e de me chamar criaturinha...
– Claro que não vou. Vocês são péssimos, umas alminhas péssimas, uns chatos de primeira. Vai ser um alivio na sexta ver-me livre de vocês. Dois anos a aturar estes chatos!
– Ehhhh, o stôr ‘tá sempre a gozar. O stôr adora agente, não quer é dizer.
– Trata-nos mal mas agente adora!
- Stôr dê-me um beijinho, mas não é de despedida, não se vá embora.
- Olhe, fale com a ministra, diga a ela para o deixar ficar cá, não pode?
- Olhe, fiz-lhe uma prenda.
– Eu também.
– E vamos fazer um jantar da nossa turma e o stôr vai. Vão todos os stores do 8ºD e o stor tem que ir.
– Stôr, vou dançar consigo, vou, vou!
– Pronto, estragou tudo. Agora é que me deu um motivo para não ir. Dançar? No way! Eu detesto música, só barulho organizado, e detesto dançar.
– Vai dançar, vai. Agente obriga, né pessoal? A Catarina obriga-o!
- Oh Rute, anda tirar uma foto com o stôr!
- Fiz-lhe uma dedicatória, mas é só para o stôr ler, mais ninguém.
– Stôr, dê-me o seu número!
– Oh stôr, a sério, fique lá na escola pró ano. Não se vá embora.
– E na sexta-feira, na última aula do ano, o 8ºA vai-lhe fazer uma surpresa, sabia?
– Cala-te, parva, já estás a estragar tudo, não era para o stôr saber.
- Surpresa? Eu detesto surpresas, já vos disse. Qual surpresa, qual quê!
– Vai, vai... Vão, não vão, Berta?
– O stôr vai ver, vai ser ao último tempo.
– Stôr, podemos ir lá à sala ter consigo nessa hora?
– Não vão nada, somos só nós, a surpresa é da nossa turma. O stôr não é vosso DT, é nosso.
– Stôr, diga lá se não gosta dos cartazes que fizemos? Aquele da Débora, da Nádia e do João Pedro é o mais giro, não é?
– É tão giro, já leu?
– Leu?
– Vá, venha ver o nosso, a Carolina colou um pau bué grande e tudo para ficar mais alto.
– Fique, fique, fique... Gritavam novamente.
Atordoado, nervoso, olhava para eles, olhava para os meus colegas, para os funcionários e só pensava “Vou mesmo ter muitas saudades de várias destas pessoas, desta escola. Vou mesmo ter muitas saudades destes miúdos que acompanho há dois anos. Não acredito que eles fizeram mesmo isto!” A custo, engoli em seco. “Não acredito que me vou embora!”
– Stôr, vai chorar?
– Eu? Poupe-me, menina! Claro que não. Eu não choro!
– Oh stôr, claro que chora. Toda a gente chora. Eu quando vi o seu carro chegar já chorei. E olhe, o Bruno quase chorou que o Miguel bem viu, e é rapaz, veja lá.
- Vá, chega! Vamos para dentro. Que é lá isto, meninos menores de idade fora da escola. Vá, tudo para dentro!
– Oh, o porteiro deixou e a stôra de Francês disse que não fazia mal.
– O stôr ‘tá é a disfarçar para não chorar.
– Vá stôr, então vá, ria. Agente ri sempre tanto consigo.
- Lá 'tá o stôr. Vá, não faça essa cara de mau que não nos engana.
- Stôr, quer ficar com os cartazes que agente fez? Assim lembra-se de nós.
- Sim claro, e vou decorar as paredes da minha casa com todos, claro.
- Oh stôr guarde em algum lado. Quer que agente ajude?
– Mas gostou, não gostou?
– 'Tava à espera, 'tava?
– Vá stôr, agente vai consigo até à sala de professores.
– Yaaaa, bora lá todos com o stôoooor.
- Stôra, venha também.
– Stôr, agora a sério, fique cá para o ano, fique. Agente fez isto para si. Fique.
As pernas tremiam mas lá fui. Tinha de ser. Desci a rampa e a umas dezenas de metros lá estavam.
– Stôooooor!
– Eh, stor... a gente não disse que ia fazer isto?
E gritavam uns, chamavam outros, riam uns, pulavam outros. Por ali estavam uns quantos colegas professores no canto dos fumadores habitual, outros professores que não fumam, dois ou três funcionários e uns quantos alunos curiosos que não os meus. Os funcionários sorriam divertidos, uma estava visivelmente emocionada pela atitude dos miúdos. Os colegas segredavam, sorriam e olhavam para ver a minha reacção. Qual reacção? O coração acelerava, as pernas pareciam de elástico, as mãos acompanhavam-nas no mesmo. Já rodeado de uns quantos, não conseguia dizer nada a não ser “vocês são loucos! Eu não acredito!”
Uns tocavam-me, outros tentavam abraçar, uns fotografavam, uns riam e outros gritavam eufóricos. Todos esperavam que eu reagisse. Eu estava estático.
– Stôr, veja o que fizemos.
- Gosta dos cartazes?
- Vá veja lá.
- Eu a a Mafalda fizemos este, gosta?
– Aquele ali que o Rodrigo tem foi ele e o Nuno, ah e o Rui, que fizeram.
– Vá stôrzinho, fique cá, não se vá embora.
– Stôr, fique, por favor, fique.
– Fique, fique, fique – gritavam cada vez mais alunos.
– Zé, Estás a ver o que eles fizeram? Eu já lhes expliquei que não depende de ti mas eles já foram entregar um abaixo assinado ao conselho executivo e tudo. Sabias?
– Eu já lhes tinha dito isso, eles entenderam que não depende de mim... Não acredito!
– Stôr, fique lá, agente gosta tanto de si.
- Fique!
Eu estava atónito. Havia miúdos com lágrimas nos olhos, duas alunas choravam abraçadas a outras duas de outra turma. Riam, saltavam, gritavam, uma confusão.
– Vá, vamos lá, já chega... que recepção esta. Estas criaturas são malucas! Que exagero, vá... vá lá. Olhem que vergonha que vocês me fazem passar!
– Oh Zé, eles adoram-te e quiseram fazer isto...
- É stôr, é, é, ouviu a stôra.
- E o stôr diz que não, mas adora-nos e vai ter saudades nossas.
– Vai, não vai? Diga que sim.
- Vai ter saudades minhas, não vai? De eu chateá-lo sempre nas aulas e de me chamar criaturinha...
– Claro que não vou. Vocês são péssimos, umas alminhas péssimas, uns chatos de primeira. Vai ser um alivio na sexta ver-me livre de vocês. Dois anos a aturar estes chatos!
– Ehhhh, o stôr ‘tá sempre a gozar. O stôr adora agente, não quer é dizer.
– Trata-nos mal mas agente adora!
- Stôr dê-me um beijinho, mas não é de despedida, não se vá embora.
- Olhe, fale com a ministra, diga a ela para o deixar ficar cá, não pode?
- Olhe, fiz-lhe uma prenda.
– Eu também.
– E vamos fazer um jantar da nossa turma e o stôr vai. Vão todos os stores do 8ºD e o stor tem que ir.
– Stôr, vou dançar consigo, vou, vou!
– Pronto, estragou tudo. Agora é que me deu um motivo para não ir. Dançar? No way! Eu detesto música, só barulho organizado, e detesto dançar.
– Vai dançar, vai. Agente obriga, né pessoal? A Catarina obriga-o!
- Oh Rute, anda tirar uma foto com o stôr!
- Fiz-lhe uma dedicatória, mas é só para o stôr ler, mais ninguém.
– Stôr, dê-me o seu número!
– Oh stôr, a sério, fique lá na escola pró ano. Não se vá embora.
– E na sexta-feira, na última aula do ano, o 8ºA vai-lhe fazer uma surpresa, sabia?
– Cala-te, parva, já estás a estragar tudo, não era para o stôr saber.
- Surpresa? Eu detesto surpresas, já vos disse. Qual surpresa, qual quê!
– Vai, vai... Vão, não vão, Berta?
– O stôr vai ver, vai ser ao último tempo.
– Stôr, podemos ir lá à sala ter consigo nessa hora?
– Não vão nada, somos só nós, a surpresa é da nossa turma. O stôr não é vosso DT, é nosso.
– Stôr, diga lá se não gosta dos cartazes que fizemos? Aquele da Débora, da Nádia e do João Pedro é o mais giro, não é?
– É tão giro, já leu?
– Leu?
– Vá, venha ver o nosso, a Carolina colou um pau bué grande e tudo para ficar mais alto.
– Fique, fique, fique... Gritavam novamente.
Atordoado, nervoso, olhava para eles, olhava para os meus colegas, para os funcionários e só pensava “Vou mesmo ter muitas saudades de várias destas pessoas, desta escola. Vou mesmo ter muitas saudades destes miúdos que acompanho há dois anos. Não acredito que eles fizeram mesmo isto!” A custo, engoli em seco. “Não acredito que me vou embora!”
– Stôr, vai chorar?
– Eu? Poupe-me, menina! Claro que não. Eu não choro!
– Oh stôr, claro que chora. Toda a gente chora. Eu quando vi o seu carro chegar já chorei. E olhe, o Bruno quase chorou que o Miguel bem viu, e é rapaz, veja lá.
- Vá, chega! Vamos para dentro. Que é lá isto, meninos menores de idade fora da escola. Vá, tudo para dentro!
– Oh, o porteiro deixou e a stôra de Francês disse que não fazia mal.
– O stôr ‘tá é a disfarçar para não chorar.
– Vá stôr, então vá, ria. Agente ri sempre tanto consigo.
- Lá 'tá o stôr. Vá, não faça essa cara de mau que não nos engana.
- Stôr, quer ficar com os cartazes que agente fez? Assim lembra-se de nós.
- Sim claro, e vou decorar as paredes da minha casa com todos, claro.
- Oh stôr guarde em algum lado. Quer que agente ajude?
– Mas gostou, não gostou?
– 'Tava à espera, 'tava?
– Vá stôr, agente vai consigo até à sala de professores.
– Yaaaa, bora lá todos com o stôoooor.
- Stôra, venha também.
– Stôr, agora a sério, fique cá para o ano, fique. Agente fez isto para si. Fique.
Placebo always make me come undone
Buy a ticket for the train
Hide in a suitcase if you have to
This ain't no singing in the rain
This is a twister that will destroy you
You can run but you can't hide
Because no one here gets out alive
Find a friend in whom you can confide
Julien, you're a slow motion suicide
Fallen angels in the night
And every one is far from heaven
Just one more hit to make it right
But every one turns into seven
Now that's it's snowing in your brain
Even ten will not placate you
This ain't no cure for the pain
This avalanche will suffocate you
(Julien)
You don't know how you're coming across
You don't know what you're coming across
You don't know who you're coming across
You don't know how you're coming across
So you come undone
You don't know how you're coming across
Acting like you don't give a toss
Waking around like you're on some kind of cross
And its a shame on you the irony's lost
When you come undone
You come undone
You know, you come undone
You know, you know, you know
(Come Undone)
R.E.M.
Uma das melhores bandas de sempre. E, além destes, têm tantos temas perfeitos.
(Nightswimming)
(Parakeet)
(The Apologist)
(I'll take the rain)
(Nightswimming)
(Parakeet)
(The Apologist)
(I'll take the rain)
Now comes the night time after time
(Rob Thomas - Time after time)
(Rob Thomas - Now comes the night)
Perto
Não me digas nada. Não posso, não quero saber, não sei o que dizer. Se calhar sei, sei lá. Se calhar sei mas não faz sentido. Ou não sei, sei lá. Não pode ser. Não me digas nada.
"Eu não sabia que te ia encontrar aqui. Eu sei quem tu és. Gosto da tua cicatriz, gosto de tudo o que tem a ver contigo e isso faz doer."
(Closer)
"Eu não sabia que te ia encontrar aqui. Eu sei quem tu és. Gosto da tua cicatriz, gosto de tudo o que tem a ver contigo e isso faz doer."
(Closer)
Miles Away (Official)
Ninguém sabe explicar porque é que esta canção apenas chegou a algumas muito poucas rádios do mundo.
Ninguém sabe explicar porque é que este vídeo oficial (que só agora surgiu completo na net) nunca foi lançado.
Ela lá deverá saber.
Mas é pena.
Ninguém sabe explicar porque é que este vídeo oficial (que só agora surgiu completo na net) nunca foi lançado.
Ela lá deverá saber.
Mas é pena.
Hard Times
Depois de "Vulture", o primeiro single extraído do álbum "The Bachelor", surge "Hard Times", o segundo. Tal como o primeiro, este também não é o melhor tema do álbum, mas aqui fica:
(Patrick Wolf - Hard Times)
(Patrick Wolf - Hard Times)
Ursos
- Consegue ter um ar querido, tão bonito e ternurento, mas dizem que é o mamífero mais perigoso e feroz do planeta. Engana muito bem. Sabias?
- ...
- O urso polar.
- Pensei que te estavas a referir ao ser humano.
- ...
- O urso polar.
- Pensei que te estavas a referir ao ser humano.
S&S some funny and embarrassing moments
E agora que vem aí a segunda parte da "Sticky And Sweet Tour", parte essa que já vendeu 1 milhão de bilhetes e rendeu 100 milhões de dólares, ficam alguns dos vários momentos cómicos, divertidos, stressantes e embaraçosos da primeira parte. São alguns entre outros que por aí andam registados na net. Afinal, a perfeição não existe e Ela é, claro, humana.
RIT
Faz hoje 5 anos que arrancou a suposta última tournée de Madonna, Re-Invention Tour, que terminou em Portugal. E eu estive lá... duas vezes. Lembro-me tão bem do nervosismo para comprar os bilhetes, do stress, da alegria quando foram comprados.
Ela já tinha 46 anos, Ela vinha a Portugal, era o final de uma carreira em palco, eu tinha de lá estar. Depois disso já houve mais duas, a última quase, quase a iniciar a sua segunda parte.
Tal como aconteceu com a Blond Ambition Tour de 1990, não foi lançado DVD da tournée, mas sim o filme/documentário "I'm Going To Tell You a Secret". Consta que um dia será lançado e que será um dos dois concertos gravados no Pavilhão Atlântico... hope so, i was there!
(Burning Up)
(Die Another Day)
Bachelor
Está a ser tão bom, tão bom, que ainda não passei do meio do álbum. Ouço e volto atrás para ouvir outra vez. E quando decido não mexer no ipod, quando decido deixar o álbum correr, passar para as músicas seguintes... "Vá, agora é até ao fim", volto atrás para ouvir o que já ouvi e ouvi e ouvi.
Um álbum a dar continuidade à excelência anteriormente demonstrada... Este rapaz é mesmo um génio!
(Bachelor)
(Damaris - ao vivo no Heaven)
Um álbum a dar continuidade à excelência anteriormente demonstrada... Este rapaz é mesmo um génio!
(Bachelor)
(Damaris - ao vivo no Heaven)
Battle For The Sun
O anterior álbum "Meds" é um álbum negro, cláustrofóbico, neurótico - diz Brian Molko nas entrevistas.
Agora, neste "Battle For The Sun", quisemos fazer algo mais positivo, optimista, com cores - diz ele.
Sai dia 6 de Junho na Europa. Vamos lá ver as cores...
(Battle for the sun)
(For what it's worth)
Agora, neste "Battle For The Sun", quisemos fazer algo mais positivo, optimista, com cores - diz ele.
Sai dia 6 de Junho na Europa. Vamos lá ver as cores...
(Battle for the sun)
(For what it's worth)
Amália Hoje
"Amália Hoje" é um álbum que conta com a participação de elementos dos The Gift (Sónia Tavares e Nuno Gonçalves), dos Moonspell (Fernando Ribeiro) e Paulo Praça (Plaza).
"Amália Hoje" é polémico, claro. Uns acham excelente, outros abaixo da crítica. Só a ideia de tocar no intocável fado os arrepia. Ousado é com toda a certeza!
Pegar no fado, na figura máxima do fado, e fazer alterações para um estilo pop não é para todos e do agrado de todos. Poucos o conseguem, muitos o rejeitam.
Eu não gosto de fado, nunca gostei, mas gosto muito dos The Gift, sempre gostei. Por isso, estou curioso. Não sei se vou gostar do álbum, o pouco que já ouvi no site oficial não me impressionou, mas deste tema, já lançado, gosto.
(Gaivota)
Cérebro vazio
Cérebro vazio é a oficina do Diabo... E cérebro vazio é também oficina da Igreja...
Porque é que me soa ao mesmo?
Porque é que me soa ao mesmo?
No, you didn't.
- You didn't lose me. I did't lose you.
- Yes you did. I'm so sorry.
- No, i didn't lose you.
- I'm telling you... you did.
- That's what you're telling me. I don't care what you're saying. Those are your words, just words.
- So?
- Words, just that. Simple words. And you know... i'm an eyes guy.
- Yes you did. I'm so sorry.
- No, i didn't lose you.
- I'm telling you... you did.
- That's what you're telling me. I don't care what you're saying. Those are your words, just words.
- So?
- Words, just that. Simple words. And you know... i'm an eyes guy.
25 - 40
- Eu não funciono assim.
- Assim como?
- Eu não sei responder a isso assim.
- Então, mas é uma pergunta simples.
- Achas? Honestamente, acho mesmo que é uma pergunta muito complicada e com uma resposta ainda mais complicada.
- Então?
- Perguntas-me se quero que sejamos amigos. As amizades criam-se, cimentam-se, desenvolvem-se... não é decidir se duas pessoas começam a ser amigas e pronto.
- Mas eu disse-te que procuro amizades verdadeiras. É por isso que tenho páginas em vários sites da net.
- Sim, mas as pessoas não começam a falar e, de repente, decidem se vão ou não ser amigas. Não é como provar uma peça de fruta e decidir se se gosta ou não. Até isso, às vezes, não é assim fácil quanto mais duas pessoas que mal falaram. Nem na escola primária eu ia nessas cantigas do "queres ser meu amigo?" vindo de muito pouco.
- Sim, mas gostei de ti, da tua onda.
- Sabes lá tu como é a minha onda, em que onda estou no momento, se amanhã a minha onda é esta ou apanho outra...
- Oh pá mas há um feeling... e pareces mesmo ser boa onda.
- Pareço, mas não sabes isso assim. Além disso daqui a uns meses não podíamos mais ser amigos.
- Então porquê?
- Simples. No teu perfil dizes que procuras amizades, sexo e sexo em grupo com pessoas entre os 25 e os 40 anos.
- Tu tens 40, por isso...
- Sim, mas daqui a meses faço 41. Portanto deixo de interessar, já sairei desse limite. Agora interesso, depois já não.
- Oh, aquilo está lá por estar. É que não gosto muito de velhos e de putos novos.
- Isso é ridículo, desculpa. Há pessoas com 20 anos que são bem mais interessantes a vários níveis do que pessoas com 35 anos. E há pessoas com 50 anos que são bem mais fascinantes do que gente de 30. Desculpa mas acho isso dos limites de idades uma parvoíce.
- Oh pá, no fundo não ligo muito a isso das idades. E estava também a pensar na questão do sexo.
- Pior ainda. Então pessoas com 25, 30, 35, 40 anos podem ser atraentes e com 20, 23, 42 ou 50 já não são? Com um gajo de 39 ou 40 anos vais para a cama, com um de 42 já não? E em grupo... um deles tem menos de 25 e já não te interessa?
- Oh pá, pus lá aquelas idades por pôr. Não ligo mas acho que devemos estabelecer limites.
- Ah e a idade é o padrão de referência para a selecção de pessoas para se ter sexo, para amizades, o que for? Já pensaste que se me viesses a conhecer daqui a meses... eu já teria ultrapassado esse limite? Será que seria assim tão diferente do que sou hoje? Provavelmente nem te terias metido comigo por eu ter mais de 40 anos. E sabes, um dia depois, após a meia-noite, supostamente, já temos outra idade. Aí já não interessava. Escolher pessoas por limites de idades é diferente de escolher uma casa entre t1 e t3.
- Pois... oh pá, tu és muito complicado.
- Sim, talvez.
- Complicas muito.
- Sim, e então? Já não vamos ser amigos, é?
- Não queres?
- Oh rapaz, já te disse que não funciono assim. Podemos vir a ser amigos ou não.
- Pois... não sei... Eu procuro gente descontraída, que vive a vida na boa, descomplicada, sem paranóias na cabeça. Quero é curtir a vida sem pensar muito nas cenas.
- E querias tu ser meu amigo?
- Não és assim, não é?
- Umas vezes sim, outras não. Tens 37 anos, certo?
- Sim. Porquê?
- Porque aqui o complicado, quase de idade ultrapassada, acabou de provar o que te disse anteriormente.
- Não percebi...
- Que a idade das pessoas não passa de uma mera referência. As excepções são muitas e interessarmo-nos por pessoas entre X e X idade, para sexo, amizades, o que for, enfim... Já pensaste que esses teus pontos de vista há muita gente com 20 anos que os tem, outros com 45, outros com a tua idade os acham ridículos. Já pensaste que querer amizades à pressão, mal conhecendo as pessoas, e usar um critério de idades pode ser algo um bocado infantil, sem grande sentido?
- E és um bocado convencido, não és?
- Sim, sim, sou muito. Já o era aos 20, aos 30, agora aos 40. Pode ser que aos 41 já não seja. Depende da onda. Mas aí já sou cota, já não te interesso.
- És mesmo parvo, livra!
- Pronto!
- Amigos?
- Logo se vê.
- Sexo?
- Não.
- Então o quê?
- Não entendeste nada.
- Assim como?
- Eu não sei responder a isso assim.
- Então, mas é uma pergunta simples.
- Achas? Honestamente, acho mesmo que é uma pergunta muito complicada e com uma resposta ainda mais complicada.
- Então?
- Perguntas-me se quero que sejamos amigos. As amizades criam-se, cimentam-se, desenvolvem-se... não é decidir se duas pessoas começam a ser amigas e pronto.
- Mas eu disse-te que procuro amizades verdadeiras. É por isso que tenho páginas em vários sites da net.
- Sim, mas as pessoas não começam a falar e, de repente, decidem se vão ou não ser amigas. Não é como provar uma peça de fruta e decidir se se gosta ou não. Até isso, às vezes, não é assim fácil quanto mais duas pessoas que mal falaram. Nem na escola primária eu ia nessas cantigas do "queres ser meu amigo?" vindo de muito pouco.
- Sim, mas gostei de ti, da tua onda.
- Sabes lá tu como é a minha onda, em que onda estou no momento, se amanhã a minha onda é esta ou apanho outra...
- Oh pá mas há um feeling... e pareces mesmo ser boa onda.
- Pareço, mas não sabes isso assim. Além disso daqui a uns meses não podíamos mais ser amigos.
- Então porquê?
- Simples. No teu perfil dizes que procuras amizades, sexo e sexo em grupo com pessoas entre os 25 e os 40 anos.
- Tu tens 40, por isso...
- Sim, mas daqui a meses faço 41. Portanto deixo de interessar, já sairei desse limite. Agora interesso, depois já não.
- Oh, aquilo está lá por estar. É que não gosto muito de velhos e de putos novos.
- Isso é ridículo, desculpa. Há pessoas com 20 anos que são bem mais interessantes a vários níveis do que pessoas com 35 anos. E há pessoas com 50 anos que são bem mais fascinantes do que gente de 30. Desculpa mas acho isso dos limites de idades uma parvoíce.
- Oh pá, no fundo não ligo muito a isso das idades. E estava também a pensar na questão do sexo.
- Pior ainda. Então pessoas com 25, 30, 35, 40 anos podem ser atraentes e com 20, 23, 42 ou 50 já não são? Com um gajo de 39 ou 40 anos vais para a cama, com um de 42 já não? E em grupo... um deles tem menos de 25 e já não te interessa?
- Oh pá, pus lá aquelas idades por pôr. Não ligo mas acho que devemos estabelecer limites.
- Ah e a idade é o padrão de referência para a selecção de pessoas para se ter sexo, para amizades, o que for? Já pensaste que se me viesses a conhecer daqui a meses... eu já teria ultrapassado esse limite? Será que seria assim tão diferente do que sou hoje? Provavelmente nem te terias metido comigo por eu ter mais de 40 anos. E sabes, um dia depois, após a meia-noite, supostamente, já temos outra idade. Aí já não interessava. Escolher pessoas por limites de idades é diferente de escolher uma casa entre t1 e t3.
- Pois... oh pá, tu és muito complicado.
- Sim, talvez.
- Complicas muito.
- Sim, e então? Já não vamos ser amigos, é?
- Não queres?
- Oh rapaz, já te disse que não funciono assim. Podemos vir a ser amigos ou não.
- Pois... não sei... Eu procuro gente descontraída, que vive a vida na boa, descomplicada, sem paranóias na cabeça. Quero é curtir a vida sem pensar muito nas cenas.
- E querias tu ser meu amigo?
- Não és assim, não é?
- Umas vezes sim, outras não. Tens 37 anos, certo?
- Sim. Porquê?
- Porque aqui o complicado, quase de idade ultrapassada, acabou de provar o que te disse anteriormente.
- Não percebi...
- Que a idade das pessoas não passa de uma mera referência. As excepções são muitas e interessarmo-nos por pessoas entre X e X idade, para sexo, amizades, o que for, enfim... Já pensaste que esses teus pontos de vista há muita gente com 20 anos que os tem, outros com 45, outros com a tua idade os acham ridículos. Já pensaste que querer amizades à pressão, mal conhecendo as pessoas, e usar um critério de idades pode ser algo um bocado infantil, sem grande sentido?
- E és um bocado convencido, não és?
- Sim, sim, sou muito. Já o era aos 20, aos 30, agora aos 40. Pode ser que aos 41 já não seja. Depende da onda. Mas aí já sou cota, já não te interesso.
- És mesmo parvo, livra!
- Pronto!
- Amigos?
- Logo se vê.
- Sexo?
- Não.
- Então o quê?
- Não entendeste nada.
Gathering Storm???
Estou quase, quase, quase a concordar com o meu Brama quando diz que era metê-los todos encostadinhos a uma parede e zás. Adeus!
(Vídeos de uma tal National For Marriage Organization)
(Vídeos de uma tal National For Marriage Organization)
Little Miss Brainless
Mais do que este tipo de concursos, o discurso desta menina é absolutamente ridículo de início ao fim. Começa de uma fora e acaba de outra, nada tem a ver com nada e ainda recebe aplausos.
Pelos comentários que li no Youtube, a mocita tem muitos apoiantes. "...foi sincera, não disse o que ficaria bonito dizer, não deu uma resposta politicamente correcta, mostrou que tem personalidade, valores, que é inteligente, que merecia vencer por dizer o que, efectivamente, pensa, uma grande mulher..."
Felizmente, há quem tenha mais neurónios que ela e seus apoiantes e se indigne com a hipótese desta alma representar um estado, até um país.
Não sei se venceu, espero que não.
Prefiro que estas mocinhas misses-plástico-artificiais, como habitualmente, tenham as tipicas respostas politicamente correctas, do que isto. Prefiro que tenham respostas nada politicamente correctas mas que tenham lógica, respostas baseadas em discursos articulados e argumentativos. Agora isto? Isto é ser-se bonitinha na embalagem mas limitada, pequenina, acerebrada e estupidazinha no conteúdo.
Foi sincera? Tem personalidade e valores? Uau! Que espectáculo! Bravo, bravo! Pois, é assustador e triste que alguém tão novo pense, efectivamente, assim.
Coitada, ela só deu a sua opinião, não foi como as outras que dizem sempre o mesmo. Coitada mesmo. E coitados daqueles que acham o mesmo.
Grande mulher? Se este discurso mostra que esta alminha é uma grande mulher, então as mulheres que pensam um bocadinho são o quê?
A criatura explica que foi educada assim. Que linda que ela é, tadinha! A família educou-a para pensar assim e então a menina vai pensar assim para o resto da vida? Muito querida, tão ligada à família, um amor de menina. Grande personalidade a sua, sim senhora. Usa muito bem a massa cinzenta.
É inteligente? Segundo qual dicionário? Imensamente inteligente, um colosso de inteligência, na realidade. "Ainda bem que vivo num país onde as pessoas podem casar, onde há liberdade para poderem casar pessoas com pessoas do mesmo género... mas eu acho que não, acho que o casamento é entre um homem e uma mulher, fui educada assim" Tem toda a lógica. Um discurso articulado, inteligente, de valores humanos de alto nível. Uma personalidade vincada, forte, uma mulher com capacidade argumentativa e discurso perfeitamente coerente. Uma estátua já para a moça! É a prova de que estas meninas misses podem ser inteligentes para além dos sorrisos pepsodent.
Será que ela, na realidade, tem apenas 5 anos de idade e os imensos que a apoiam são os coleguinhas do parque infantil? Era bom que sim.
Cada um com o seu teclado
O Hi5 e seus similares já passaram à história, some say. Aquilo que, para milhões, era o máxima, agora é uma porcaria de uma chatice pegada. Previsível!
Agora são o Twitter e o Facebook! Esses sim, os supra-mais-que-sumos do que agora interessa... Já move milhões de almas diariamente. É o uber no mundo da internet, a pérola maior da nova forma de comunicar. O diamante internauta. E quem não tem é info-excluído e quase olhado de lado, como se de um pseudo-intelectual se tratasse.
Falamos para ninguém e, ao mesmo tempo, para todos. Falamos de nós, das coisas que nos são mais importantes, e de coisas como "estou a assoar-me a um lenço de papel com a Hello Kitty, cheguei a casa, vou passear o cão, têm 10 minutos para me dizerem que roupa devo vestir para sair, estou a ouvir esta música, tenho sono, não tenho sono, vou ao Colombo, acordei agora, toma lá uma prendinha para a quinta, fertilizem os meus campos, digam que sou lindo, inteligente, que me adoram, etc e tal." Uma animação! E os joguinhos, a quintinha, o aquário, o cafézito e outros que tais?! Uma loucura em catadupa diária! "Eu estou no nível 30. Uau, que espectáculo, bora lá tentar passar! Vá, temos de vender galinhas, comprar terrenos, fazer qualquer coisa... já!"
Claro que, de tanto ouvir falar, dá vontade de espreitar, claro que dá vontade de saber como a coisa funciona, ver o aspecto das páginas, tentar encontrar uma lógica naquilo e... esperar, ver se interessa, se faz sentido, se em vício se torna ou não.
Curiosidade é ou não abraçar um novo estilo de vida, deixar-se ir com a maré ou não. Espreita-se, fica-se a conhecer e depois entra-se naquele mundo... ou não.
Tenho Hi5 mas mal ligo ao dito. Vou lá quando tenho um convite para amizade de uma qualquer brasileira que desconheço, daquelas que têm para cima de 2659 amigos e acha que eu posso ser mais um a acrescentar à lista, mais um que lá está e com o qual nunca irá falar, mas pronto, é giro! Está lá, faz parte da lista imensa, que bom! Vou lá, olho para a página inicial, rejeito a amizade estranha e saio. Gosto de ter o meu blog (ao qual, confesso, dou cada vez menos e menos importância), de visitar alguns blogs, gosto de, muito de quando em vez, ir ao messenger e chega-me. Tem-me chegado, pronto. Mas parecem-me ser coisas bem diferente e, por isso, hei-de espreitar o face coiso ou o twitterzinho. Também quero ler e ser lido, sentir e ser sentido, gostar e ser gostado e ter montes de amigos todos os dias a meu lado.
Entendo o tsunami do Twitter, o tornado do Facebook e de outros que estarão, obviamente, para chegar. Numa sociedade que caminha neste sentido... entende-se bem. É a velocidade da informação, a falta de (vontade de ter) tempo para estar, efectivamente, com os outros, a pressa resolvida com um punhado de teclas, o individualismo que não se quer mas que se tem, o querer estar em tudo e com todos, o não querer perder quase pitada do que se passa com os outros, o querermos sentir-nos importantes para os outros, o querermos sentir que a nossa vida é importante, o querermos acreditar que temos muitos que de nós gostam e por nós muito se interessam. Afinal, a nossa vida é importante para nós, porque não a esperança de sê-lo para os outros? E não desistimos. Diáriamente, ou quase, lá vamos nós espreitar, escrever qualquer coisa. Eu levo com vocês, vocês levam comigo! Colocamos uma música na ansiedade que todos, ou quase todos, a ouçam e sintam o que nós sentimos. Jogamos na farmville e lançamos um "pfff" altivo a quem dela se fartou pouco tempo depois (é o meu caso), como se fosse um idiota snob e arrogante que não entende como aquilo é "tão giro, calmante e interessante!". Colocamos umas fotografias e desejamos que sejam comentadas por muitos. Vai mais um link para um blog, pode ser que alguém lá vá e lhe dê a importância que nele vi. E o mural das páginas é tingido de notícias, posts, blogs, sites, prendas, piadas, fotos... de tudo e mais alguma coisa, à velocidade relâmpago. Queremos ser ouvidos, queremos estar presentes, presentes nos outros, presentes em nós. Falamos para os outros, mas falamos para nós. Faz bem ao ego. E quantos mais amigos tivermos, mais a chances de ter feedback.
Então e a conversa face to face? E o contactar as pessoas por telemóvel? Também se faz, claro. Mas menos, afinal, o "Face" serve para isso. "Tomar café? Mas ainda há bocado falámos no Twitter! Queres falar comigo? Liga-te ao Twitter."
Então e temos de contar ao mundo, ao mundo dos supostos amigos, a que horas fomos à casa-de-banho, o que estamos a fazer num dado momento? O que vamos jantar, se couves ou batatas? O que vamos fazer no fim-de-semana? Sim, parece que sim. Para provocar alegria, inveja, tristeza, raiva, o que for... temos de fazê-lo. "A minha vida é fantástica, não é? Tenho uma vida social muito activa, não tenho? E agora vou fazer ainda mais isto enquanto vos deixo esta música e mais este link para o trailer de um filme que vou ver mais logo enquanto teclo no Facebook."
Cusquice pura, solidão de quem se quer achar acompanhado, muito acompanhado, de falta de verdadeiras amizades, dirão uns, o que for... mas quem tem, tem, quem não tem, passa a ter. E não será que aquilo que é criado como mais uma forma de comunicação, no fundo, nos torna muito menos comunicativos? Sentamo-nos ao computador, ligamo-nos à net, entramos no mundo Twitter ou no universo Facebook e é com eles que contamos e contactamos. São mais um amigo. E sentimo-nos aliviados quando pensamos "é mais uma forma de comunicação, de estar com as pessoas."
Cada um na sua casa, cada um no seu quarto, cada um no seu local de trabalho, cada um na sua esplanada, cada um com o seu teclado, cada um via telemóvel... e assim achamos que estamos rodeados de amigos. Talvez estejamos, ou nem por isso. Vou a uma festa e agarro-me ao Facebook para relatá-la. Vou a um concerto e, em vez de apreciá-lo, fotografo-o para lançar ao Twitter. Chego a casa e vou fertilizar as quintas de todos e despachar patos, vacas, coelhos, vedações... para os mesmos. Almoço à pressa já a pensar no que vou meter nos ditos coisos. Somos Twitters, somos sociais, somos sociáveis, somos queridos por este e aquele, somos amigos, temos montanhas de amigos, acompanhamos os seus dias, eles acompanham os nossos e somos felizes muito por isso. Estamos vivos e a nossa vida é o máximo! E o mundo tem de saber disso!
Agora são o Twitter e o Facebook! Esses sim, os supra-mais-que-sumos do que agora interessa... Já move milhões de almas diariamente. É o uber no mundo da internet, a pérola maior da nova forma de comunicar. O diamante internauta. E quem não tem é info-excluído e quase olhado de lado, como se de um pseudo-intelectual se tratasse.
Falamos para ninguém e, ao mesmo tempo, para todos. Falamos de nós, das coisas que nos são mais importantes, e de coisas como "estou a assoar-me a um lenço de papel com a Hello Kitty, cheguei a casa, vou passear o cão, têm 10 minutos para me dizerem que roupa devo vestir para sair, estou a ouvir esta música, tenho sono, não tenho sono, vou ao Colombo, acordei agora, toma lá uma prendinha para a quinta, fertilizem os meus campos, digam que sou lindo, inteligente, que me adoram, etc e tal." Uma animação! E os joguinhos, a quintinha, o aquário, o cafézito e outros que tais?! Uma loucura em catadupa diária! "Eu estou no nível 30. Uau, que espectáculo, bora lá tentar passar! Vá, temos de vender galinhas, comprar terrenos, fazer qualquer coisa... já!"
Claro que, de tanto ouvir falar, dá vontade de espreitar, claro que dá vontade de saber como a coisa funciona, ver o aspecto das páginas, tentar encontrar uma lógica naquilo e... esperar, ver se interessa, se faz sentido, se em vício se torna ou não.
Curiosidade é ou não abraçar um novo estilo de vida, deixar-se ir com a maré ou não. Espreita-se, fica-se a conhecer e depois entra-se naquele mundo... ou não.
Tenho Hi5 mas mal ligo ao dito. Vou lá quando tenho um convite para amizade de uma qualquer brasileira que desconheço, daquelas que têm para cima de 2659 amigos e acha que eu posso ser mais um a acrescentar à lista, mais um que lá está e com o qual nunca irá falar, mas pronto, é giro! Está lá, faz parte da lista imensa, que bom! Vou lá, olho para a página inicial, rejeito a amizade estranha e saio. Gosto de ter o meu blog (ao qual, confesso, dou cada vez menos e menos importância), de visitar alguns blogs, gosto de, muito de quando em vez, ir ao messenger e chega-me. Tem-me chegado, pronto. Mas parecem-me ser coisas bem diferente e, por isso, hei-de espreitar o face coiso ou o twitterzinho. Também quero ler e ser lido, sentir e ser sentido, gostar e ser gostado e ter montes de amigos todos os dias a meu lado.
Entendo o tsunami do Twitter, o tornado do Facebook e de outros que estarão, obviamente, para chegar. Numa sociedade que caminha neste sentido... entende-se bem. É a velocidade da informação, a falta de (vontade de ter) tempo para estar, efectivamente, com os outros, a pressa resolvida com um punhado de teclas, o individualismo que não se quer mas que se tem, o querer estar em tudo e com todos, o não querer perder quase pitada do que se passa com os outros, o querermos sentir-nos importantes para os outros, o querermos sentir que a nossa vida é importante, o querermos acreditar que temos muitos que de nós gostam e por nós muito se interessam. Afinal, a nossa vida é importante para nós, porque não a esperança de sê-lo para os outros? E não desistimos. Diáriamente, ou quase, lá vamos nós espreitar, escrever qualquer coisa. Eu levo com vocês, vocês levam comigo! Colocamos uma música na ansiedade que todos, ou quase todos, a ouçam e sintam o que nós sentimos. Jogamos na farmville e lançamos um "pfff" altivo a quem dela se fartou pouco tempo depois (é o meu caso), como se fosse um idiota snob e arrogante que não entende como aquilo é "tão giro, calmante e interessante!". Colocamos umas fotografias e desejamos que sejam comentadas por muitos. Vai mais um link para um blog, pode ser que alguém lá vá e lhe dê a importância que nele vi. E o mural das páginas é tingido de notícias, posts, blogs, sites, prendas, piadas, fotos... de tudo e mais alguma coisa, à velocidade relâmpago. Queremos ser ouvidos, queremos estar presentes, presentes nos outros, presentes em nós. Falamos para os outros, mas falamos para nós. Faz bem ao ego. E quantos mais amigos tivermos, mais a chances de ter feedback.
Então e a conversa face to face? E o contactar as pessoas por telemóvel? Também se faz, claro. Mas menos, afinal, o "Face" serve para isso. "Tomar café? Mas ainda há bocado falámos no Twitter! Queres falar comigo? Liga-te ao Twitter."
Então e temos de contar ao mundo, ao mundo dos supostos amigos, a que horas fomos à casa-de-banho, o que estamos a fazer num dado momento? O que vamos jantar, se couves ou batatas? O que vamos fazer no fim-de-semana? Sim, parece que sim. Para provocar alegria, inveja, tristeza, raiva, o que for... temos de fazê-lo. "A minha vida é fantástica, não é? Tenho uma vida social muito activa, não tenho? E agora vou fazer ainda mais isto enquanto vos deixo esta música e mais este link para o trailer de um filme que vou ver mais logo enquanto teclo no Facebook."
Cusquice pura, solidão de quem se quer achar acompanhado, muito acompanhado, de falta de verdadeiras amizades, dirão uns, o que for... mas quem tem, tem, quem não tem, passa a ter. E não será que aquilo que é criado como mais uma forma de comunicação, no fundo, nos torna muito menos comunicativos? Sentamo-nos ao computador, ligamo-nos à net, entramos no mundo Twitter ou no universo Facebook e é com eles que contamos e contactamos. São mais um amigo. E sentimo-nos aliviados quando pensamos "é mais uma forma de comunicação, de estar com as pessoas."
Cada um na sua casa, cada um no seu quarto, cada um no seu local de trabalho, cada um na sua esplanada, cada um com o seu teclado, cada um via telemóvel... e assim achamos que estamos rodeados de amigos. Talvez estejamos, ou nem por isso. Vou a uma festa e agarro-me ao Facebook para relatá-la. Vou a um concerto e, em vez de apreciá-lo, fotografo-o para lançar ao Twitter. Chego a casa e vou fertilizar as quintas de todos e despachar patos, vacas, coelhos, vedações... para os mesmos. Almoço à pressa já a pensar no que vou meter nos ditos coisos. Somos Twitters, somos sociais, somos sociáveis, somos queridos por este e aquele, somos amigos, temos montanhas de amigos, acompanhamos os seus dias, eles acompanham os nossos e somos felizes muito por isso. Estamos vivos e a nossa vida é o máximo! E o mundo tem de saber disso!
Welcome to England
Acabadinho de se mostrar pela primeira vez, o vídeo de “Welcome to England”, o single de apresentação do novo álbum de Tori Amos, a ser lançado no mês de Maio.
"Abnormally Attracted To Sin" sucede a "American Doll Posse", de 2007 e traz 17 novos temas (mais um na edição britânica, vá-se lá saber porquê), obviamente, produzidos pela própria Tori.
A edição especial do novo álbum inclui um DVD com vídeos para cada uma das canções, filmados em HD e Super 8.
O primeiro vídeo mostra Tori Amos perdida por Londres com o seu macacão bandeira dos EUA. Supostamente, a “doll” Isabel (uma das várias personagens criadas por Tori no anterior álbum) também anda por lá.
Vamos lá ver as sonoridades que o álbum desta extraordinária compositora e interprete nos reserva. Melhor e mais belo do que já fez é quase humanamente impossível.
"Abnormally Attracted To Sin" sucede a "American Doll Posse", de 2007 e traz 17 novos temas (mais um na edição britânica, vá-se lá saber porquê), obviamente, produzidos pela própria Tori.
A edição especial do novo álbum inclui um DVD com vídeos para cada uma das canções, filmados em HD e Super 8.
O primeiro vídeo mostra Tori Amos perdida por Londres com o seu macacão bandeira dos EUA. Supostamente, a “doll” Isabel (uma das várias personagens criadas por Tori no anterior álbum) também anda por lá.
Vamos lá ver as sonoridades que o álbum desta extraordinária compositora e interprete nos reserva. Melhor e mais belo do que já fez é quase humanamente impossível.
Esferográfica
13.40h. Estrada do recinto escolar. Ela, sempre muito corada, meio a correr, interceptou o professor que se dirigia para o interior do estabelecimento.
M - Stôooor... Stô-ôr...
P - Oh rapariga, agora não posso, está quase a tocar. Não tem aula a seguir?
M - Stôr, espere. Tenho, tenho mas ainda não tocou.
P - Mas está quase. Vá, falamos depois, pode ser?
M - Stôr, desculpe, eu sei... é que... bem, queria dar-lhe uma coisa...
P - O quê? Justificação de alguma falta? Ontem faltou ao primeiro tempo.
M - Sim, eu sei. Não, não é isso... Tenho uma prenda para si.
P - Uma prenda? A propósito de quê?
M - Fiz-lhe esta caneta no fim-de-semana... por causa do que me tem ajudado...
P - Eu?
M - Sim, na sexta... foi muito bom falar outra vez consigo... e quis-lhe agradecer. Obrigado por tudo, stôr.
P - Sim, mas aquilo foi uma noite sem exemplo, você não pode chegar a casa tão tarde, não tem idade para isso e os seus pais podem não gostar.
M - Oh stôr, eu disse-lhe que podia falar com a minha mãe ao telefone, ela sabe que eu fiquei a falar consigo e não se importa.
P - Sim, eu sei mas não é suposto a menina sair da escola às 9 e 30, já era de noite.
M - Pois, e o stôr mora longe, eu sei... desculpe.
P - Não tem nada que pedir desculpas mas depois não quero os seus pais a reclamar.
M - Oh... eles? Eles querem lá saber de mim. Mas gosta da caneta? A corda com cores... fui eu que escolhi, fui comprar e fiz. e esta parte aqui dá para porta-chaves, vê? Gosta?
P - Sim, gosto, muito obrigado M. Está muito gira. (Ele não gostava nada, mas há alturas em que não se pode deixar de mentir).
Ela sorriu, corou e baixou os olhos.
M - Ainda bem.
P - Mas não era preciso, rapariga. Sou vosso director de turma, já sabem que podem falar comigo. Também é para isso que servimos.
M - Mas é diferente, o stôr ouve-nos, ouve os nossos problemas, as cenas... e eu ando muito...
P - Sim, eu sei, M. E as coisas estão melhores?
M - Mais ou menos. Eu agora ignoro-os.
P- Boa. Força com essa auto-estima!
M - O stôr devia era ser meu pai.
P- Sou assim tão velho, rapariga? (riu-se)
M - É um bocadinho cota, é. (riu-se) Senão até me casava consigo daqui a uns anos. Mas sou feia e gorda... e tenho este cabelo com este problema... e eles não entendem e estão sempre...
P - Pronto, pronto... já sabemos isso. E o champoo tem resultado?
M - Sim, já estou melhor. Mas ainda tenho aqui um bocado de alergia, não se vê?
P - Quase nada, rapariga.
M - O stôr salvou-me.
P - Oh, pronto, o exagero típico da vossa idade. Que coisa! Não salvei nada, deixe-se lá de dramas e exageros. A vida continua, bola para a frente. O champoo foi barato. Foi só ir à farmácia, não me custou nada. Está melhor é o que interessa.
M - Não é isso... O stôr salvou-me.
Timidamente, mas com uma força incrível, abraçou-se a ele, ali no recinto escolar, despertando a curiosidade de muitos que ali estavam.
P - Pronto, então M, vá lá.
M - Desculpe... O stôr salvou-me. Naquele dia, a seguir às aulas... eu... eu ia matar-me (sussurrou).
P - O quê? Por causa do cabelo, rapariga? Que exagero!
M - E porque sou feia e gorda e tenho sempre a cara vermelha deste problema meu e visto roupas que eles gozam e não tenho amigos... estou muito sozinha... e os meus pais...
P - Sim, eu sei. Mas já falámos no que se pode fazer, nas formas de mudar isso, não falámos? Está mais animada é o que interessa.
M - Sim... Não diga a ninguém, por favor, a ninguém. A minha mãe e o meu pai não podem saber. E a turma também não, senão ainda me gozam mais.
P - Mas está a falar a sério?
M - Sim, já não aguentava mais, eu disse-lhe.
P - Sim, mas...
M - Ia matar-me mesmo. Ia mandar uma mensagem à minha mãe de depois ia pós comboios.
P - Oh rapariga...
M - Mas já tou bem, o stôr salvou-me.
P - Pronto, um exagero mas então ainda bem.
M - Oh stôr... pronto, o stõr nunca vai perceber mas salvou-me mesmo e, por isso, fiz-lhe esta caneta. Gostou mesmo?
P - Sim M, muito.
M - E vai usá-la?
P - Não. Depois começa a estragar-se. Vou colocá-la numa gaveta.
M - Ah, ainda bem, fixe.
P - Pronto, gosto de vê-la mais animada. Assim é que é. Vá, já tocou. Vamos lá para a aula. E obrigado, M.
M - De nada, eu queria dar-lhe uma cena mais cara e melhor mas não tinha dinheiro, já sabe... a caneta é daquelas de plástico, eu é que enfeitei...
P - Sim, eu sei. O que conta é a intenção. Gostei muito.
M - Desculpe ser tão chata e ter abraçado o stôr, desculpe stôr.
Ela sorriu tímida, envergonhada e afastou-se.
P- E já sabe, quando precisar de conversar... mas nos intervalos... isso de ficar horas e horas não tem jeito nenhum, ok?
M - Ok, stôr, ok.
P- Ah... e não é uma caneta, é uma esferográfica, M.
Ela correu, atabalhoada, para a porta de entrada dos alunos, puxando a blusa para disfarçar o corpo de que tem tanta vergonha. Ele ficou ali parado, com a caneta, pendurada não mão, sem saber o que pensar.
D - Olá L, tás bom? Pensativo, hã? Tá tudo bem?
P - Sim, tudo.
D - Já te arreliaste com algum miúdo, não? Eles andam impossíveis e nós é que temos de aturá-los.
P - ...
D - Já ficaste com a caneta de um, não? Os pais gastam dinheiro com eles, oferecem tudo aos meninos e eles não gostam de nada e deitam tudo para o chão. Estes miúdos já não dão valor a nada.
P - É uma esferográfica.
Porquê partilhar com o mundo, senhor?
Inevitável! Não consegui deixar de colocar isto aqui. Isto, o que é isto?
É certo e sabido que o bixedo adora, adora, adora protagonismo. É certo e sabido que o bixedo adora fazer as coreografias das suas divas. Nada de mal nisso, pois então. É certo que ultimamente têm a mania de fazê-lo, gravá-lo e, através da net, espalhar ao mundo os seus bixedos mais ou menos assumidos, pronto, ok. Mas há casos e casos, não?
Ou o senhor estava quase em coma alcoólico quando resolveu partilhar isto com o mundo... ou algum amiguinho querido pegou na gravação e, simpaticamente, partilhou por ele... ou tem um fetiche escabroso de ser gozado... ou levou uma grandessíssima cachaporrada na cabeça... ou foi ameaçado de morte para gravar isto... ou um qualquer garanhão lhe prometeu sexo... ou é absolutamente retardado... ou acha que fez aqui um trabalho muito bom e não tem mesmo qualquer pinga de noção do ridículo.
Independentemente da amplitude física do senhor (se fosse magrito, não faria melhor figura), não sei se tenho mais vontade de rir ou de lhe espetar uma chapada na cara rosada, dizendo "Porquê? Porquê, homem de deus?"
A total falta de ritmo, a roupinha justa absurda, os passos, os gestos, as expressões faciais... tudo, tudo tão mau.
Senhor, faça isso em casa, no quarto, apenas com as paredes como testemunhas, coitadas... Porquê partilhar isto com o mundo?
É certo e sabido que o bixedo adora, adora, adora protagonismo. É certo e sabido que o bixedo adora fazer as coreografias das suas divas. Nada de mal nisso, pois então. É certo que ultimamente têm a mania de fazê-lo, gravá-lo e, através da net, espalhar ao mundo os seus bixedos mais ou menos assumidos, pronto, ok. Mas há casos e casos, não?
Ou o senhor estava quase em coma alcoólico quando resolveu partilhar isto com o mundo... ou algum amiguinho querido pegou na gravação e, simpaticamente, partilhou por ele... ou tem um fetiche escabroso de ser gozado... ou levou uma grandessíssima cachaporrada na cabeça... ou foi ameaçado de morte para gravar isto... ou um qualquer garanhão lhe prometeu sexo... ou é absolutamente retardado... ou acha que fez aqui um trabalho muito bom e não tem mesmo qualquer pinga de noção do ridículo.
Independentemente da amplitude física do senhor (se fosse magrito, não faria melhor figura), não sei se tenho mais vontade de rir ou de lhe espetar uma chapada na cara rosada, dizendo "Porquê? Porquê, homem de deus?"
A total falta de ritmo, a roupinha justa absurda, os passos, os gestos, as expressões faciais... tudo, tudo tão mau.
Senhor, faça isso em casa, no quarto, apenas com as paredes como testemunhas, coitadas... Porquê partilhar isto com o mundo?
Benfiiica... Spooorting...!!!
"Fomos roubados... vocês não jogaram nada... foi injusto... aquilo foi o quê?... Aquele gajo merecia levar mas era um tiro na cabeça... o não sei quê não fez nada... o homem não presta para nada... Benficaaaaaaaa... vocês nem sabem tocar numa bola... cada frango... uma vergonha vocês... pó caralho, seu filho da puta... Já te esqueceste do último? Vocês foram enrabados à força toda... Spoooooorting..... O Leão é o rei da selva, nós somos os maiores, a águia é o quê?... A água voa cada vez mais alto e vocês já estão a mijar-se todos, o leão pia mansinho agora, né?... Paneleiros dos lampiões!... Vocês lagartos deviam ter vergonha, vão-se matar mas é... lampiões de merda... Vocês tiveram foi sorte, mas vão ver... Toma!..."
Riem, choram, irritam-se, gritam, sorriem ironicamente, ofendem-se, chamam os piores nomes, os olhos brilham de gozo, faíscam de puro ódio e raiva...
Disse a uns colegas que me estou completamente a cagar para o jogo de sábado e para o futebol. Avisei 2 turmas que a próxima alma que pronunciasse mais uma palavra relacionada com o jogo ia imediatamente para a rua.
Uma coisa é gostar-se, idolatrar-se até. Uma coisa é ficar-se muito feliz ou muito triste e revoltado. Mas isto? As pessoas ficam cegas, agridem-se, gozam e ficam horas e horas a dizer mal do outro, dos outros, a mandar bocas, porque lhes dá prazer, por maldade, por gostar de irritar, de humilhar, de maltratar, porque é suposto, porque sim. Porque o Benfica é o maior, porque o Sporting é que é. Sabem que o outro não vai mudar de clube, sabem que o outro continua a defender o seu com garras e dentes, sabem que não leva a lado nenhum, que tudo continuará na mesma, mas continuam. Agora bato eu, agora bates tu e dali a dias outro jogo chama ao mesmo. Dali a dias continuam no mesmo. Dali a dias vem a vingança e é outro a rir mais, a gozar mais, a gritar mais alto. "Ah, mas não esperam pela demora... depois nós é que vamos ver!" Há mínimos!
A próxima pessoa que, à minha frente, abrir a boca para sequer sussurrar o que for sobre o tal jogo de futebol passado, sobre o desgraçado do árbitro, arrisca-se a levar uma valente murraça nos cornos.
Riem, choram, irritam-se, gritam, sorriem ironicamente, ofendem-se, chamam os piores nomes, os olhos brilham de gozo, faíscam de puro ódio e raiva...
Disse a uns colegas que me estou completamente a cagar para o jogo de sábado e para o futebol. Avisei 2 turmas que a próxima alma que pronunciasse mais uma palavra relacionada com o jogo ia imediatamente para a rua.
Uma coisa é gostar-se, idolatrar-se até. Uma coisa é ficar-se muito feliz ou muito triste e revoltado. Mas isto? As pessoas ficam cegas, agridem-se, gozam e ficam horas e horas a dizer mal do outro, dos outros, a mandar bocas, porque lhes dá prazer, por maldade, por gostar de irritar, de humilhar, de maltratar, porque é suposto, porque sim. Porque o Benfica é o maior, porque o Sporting é que é. Sabem que o outro não vai mudar de clube, sabem que o outro continua a defender o seu com garras e dentes, sabem que não leva a lado nenhum, que tudo continuará na mesma, mas continuam. Agora bato eu, agora bates tu e dali a dias outro jogo chama ao mesmo. Dali a dias continuam no mesmo. Dali a dias vem a vingança e é outro a rir mais, a gozar mais, a gritar mais alto. "Ah, mas não esperam pela demora... depois nós é que vamos ver!" Há mínimos!
A próxima pessoa que, à minha frente, abrir a boca para sequer sussurrar o que for sobre o tal jogo de futebol passado, sobre o desgraçado do árbitro, arrisca-se a levar uma valente murraça nos cornos.
News from the Brits
Os já senhores de "culto", Patrick Wolf e Brian Molko com os seus Placebo, estão quase, quase de volta com novos álbuns. O do Wolf está na calha, o dos Placebo daqui a alguns meses.
Eis as primeiras amostras do que aí nos trazem. Do tema dos Placebo, uma decepção para muitos, gostei logo, logo. Do tema do Patrick não sei ainda o que dizer.
(Placebo - Battle For The Sun)
(Patrick Wolf - Vulture)
Eis as primeiras amostras do que aí nos trazem. Do tema dos Placebo, uma decepção para muitos, gostei logo, logo. Do tema do Patrick não sei ainda o que dizer.
(Placebo - Battle For The Sun)
(Patrick Wolf - Vulture)
O QUE É ISTO???
O Papa Bento XVI, em visita a África, o continente com maior percentagem de pessoas doentes com Sida, diz que a divulgação de preservativos não é solução para este problema. A solução é a elevação do espírito a um estádio superior, a amizade, a fé e a abstinência sexual da população.
O QUE É ISTO??? Isto é a palavra de Deus? Isto é preocupação com a sociedade, com as pessoas? Isto é a real percepção do que se passa? Isto reflecte um mínimo entendimento do que são aquelas pessoas, onde vivem, como vivem, a cultura e informação a que têm acesso? Isto é ajuda, solidariedade, tentar fazer alguma coisa, minimamente lógica, por milhões de pessoas?
O QUE É ISTO??? Isto é crime. As palavras deste senhor são criminosas. Estamos a falar de pessoas que vivem na mais profunda das misérias humanas a todos os níveis. Vamos dizer-lhes que elevem o espírito? Que sejam amigos? Que tenham fé? Que não tenham sexo?
O QUE É ISTO???
Mais uma prova de que a Igreja Católica,com representação máxima neste senhor, ou é de uma teimosia a toda a prova, ou continua mesmo num mundo muito, muito distante, um mundo que não é, certamente, este.
Senhor, se tivesse um mínimo de bom senso, um mínimo de conhecimento do que se passa, teria vergonha de colocar o primeiro pé em África. É preferível que fique sossegado no seu pedestal em vez de tentar, desta forma, espalhar bondade pelo mundo. Isto não é bondade em lado nenhum e em África não é certamente.
A imagem do Papa sorridente rodeado daquelas gentes felizes por tê-lo ali, por verem jornalistas, câmaras de filmar, não merece qualquer comentário.
O QUE É ISTO??? Isto é a palavra de Deus? Isto é preocupação com a sociedade, com as pessoas? Isto é a real percepção do que se passa? Isto reflecte um mínimo entendimento do que são aquelas pessoas, onde vivem, como vivem, a cultura e informação a que têm acesso? Isto é ajuda, solidariedade, tentar fazer alguma coisa, minimamente lógica, por milhões de pessoas?
O QUE É ISTO??? Isto é crime. As palavras deste senhor são criminosas. Estamos a falar de pessoas que vivem na mais profunda das misérias humanas a todos os níveis. Vamos dizer-lhes que elevem o espírito? Que sejam amigos? Que tenham fé? Que não tenham sexo?
O QUE É ISTO???
Mais uma prova de que a Igreja Católica,com representação máxima neste senhor, ou é de uma teimosia a toda a prova, ou continua mesmo num mundo muito, muito distante, um mundo que não é, certamente, este.
Senhor, se tivesse um mínimo de bom senso, um mínimo de conhecimento do que se passa, teria vergonha de colocar o primeiro pé em África. É preferível que fique sossegado no seu pedestal em vez de tentar, desta forma, espalhar bondade pelo mundo. Isto não é bondade em lado nenhum e em África não é certamente.
A imagem do Papa sorridente rodeado daquelas gentes felizes por tê-lo ali, por verem jornalistas, câmaras de filmar, não merece qualquer comentário.
Lars and the real girl
Uma leve e, ao mesmo tempo, dolorosa e inspiradora história sobre a dor da solidão e a dor de a romper. É a sinceridade subjacente a “Lars and the Real Girl” que, mais do que o acreditar numa surreal situação, nos faz, de certo modo, torcer por ela.
Lars é um homem muito tímido de uma pequena cidade americana, que vive na garagem do seu irmão e cunhada e que, apesar dos esforços de ambos, foge a qualquer interacção social. É quando Bianca chega a sua casa que a vida de Lars muda. Bianca é uma boneca "insuflável" que Lars encomendou pela Internet. Mas, longe de um interesse sexual, Lars procura o amor. Sob aconselhamento da médica local, irmão e cunhada não contradizem Lars, aceitando Bianca como a sua namorada. O mesmo acontece com toda a comunidade. Bianca começa a assistir à missa, a participar em actividades sociais e até arranja emprego. Aparentemente isto parece uma anedota, um argumento de muito mau gosto. Mas não é. Este surrealismo é tratado com muita capacidade.
O argumento de Nancy Oliver (uma das argumentistas da fabulosa série "Six Feet Under") está longe de olhar para a sua personagem principal com a condescendência com que se olha para um doente. Percebemos que Lars se retirou para dentro de si mesmo (e daquela garagem) em virtude da morte da mãe e pela vida silenciosa que teve com o seu pai viúvo. É com uma suavidade quase tão desconcertante como a naturalidade com que Bianca entra na vida de todos, que Lars vai enfrentando os seus medos, soltando-se da dor física que sente quando é tocado e abraçado por outras pessoas.
Há, em todo o filme e, sobretudo, em Lars, um difícil equilíbrio entre estranheza e normalidade, entre transparência e opacidade, entre o normal e anormal.
Entre o humor negro e os sentimentos mais tocantes, a irrealidade de “Lars and the Real Girl” serve o propósito de mostrar a que ponto uma família, amigos e habitantes podem chegar, onde a preocupação com o indivíduo é mais relevante do que a preocupação com o que sociedade pensa acerca desse mesmo indivíduo.
Um chegar até ao outro e deixá-lo chegar até nós. Na realidade, talvez sejamos tão irreais uns para os outros como esta boneca de silicone.
Planeta Terror
Ou se adora, ou se odeia. "Planeta Terror" é a parte realizada por Robert Rodriguez do projecto "Grindhouse", co-assinado por Quentin Tarantino que realizou a outra parte "À Prova de Morte", o qual não gostei.
Este "Planeta Terror" é uma homenagem aos filmes de série Z e às salas de cinema que os exibiam e em que na versão original trailers de filmes imaginários uniam os dois filmes. E, tal como no filme de Tarantino, voltam os riscos na cópia, as falhas de som, o queimar da fita, as cores, as desfocagens, as supostas más representações e tudo o que um filme série Z tem direito.
Misturando actores muito conhecidos com outros meros desconhecidos, zombies, sangue, muito sangue, cenas hilariantes, cómicas, deprimentes, ridículas, horríveis, anedóticas, duas gémeas parvas, um mulher de mãos tortas, uma outra voluptuosa com uma arma em vez de uma das pernas, um herói meio puto patético-machão, o filme tem de tudo um pouco aquilo que dele se pode esperar... ou não. Um filme (considerado de culto logo à partida) absolutamente exagerado e estúpido. Por isso, genial para uns, muito mau para outros. Eu adorei!
Rain on your parade
A voz desta moça tem um timbre diferente, sem que, por isso, me agrade particularmente. Não consigo ouvir mais do que um ou dois temas seguidos cantados por esta vencedora de muitos dos prémios musicais do ano. Há ali qualquer coisa, um vibrato que me irrita mesmo.
Mas além do já muito cansativo e já inaudível "Mercy", gosto muito deste tema novo que podia, perfeitamente, ser tema principal da banda sonora do 007.
(Duffy - Rain in your parade)
Mas além do já muito cansativo e já inaudível "Mercy", gosto muito deste tema novo que podia, perfeitamente, ser tema principal da banda sonora do 007.
(Duffy - Rain in your parade)
Give it 2 me one more time!?
Diz que sim, diz, diz. Andam por aí boatos de que Ela pode voltar a Portugal. Será?
Ainda estão a ser calendarizadas datas para a "Sticky & Sweet Tour - Part II" e soam por aí um sururus de que há a possibilidade de se encaixar novamente uma passagem por Portugal, desta vez no Pavilhão Atlântico. Será?
Uma coisa é certa, a tour que, só na primeira e suposta única parte, já bateu todos os records de rentabilidade ainda não terminou. Por este andar a segunda parte vai ter tantos ou mais concertos do que a primeira. Eram para ser apenas 3 ou 4 pela Europa e depois lá para os lados do Japão e Austrália e Já estão 27 concertos confirmados. E, claro, mal os bilhetes são postos à venda... zás, esgotam num ápice. Quase não há canto europeu onde a mulher não vá. Volta a dar uns em Londres, mais um em Paris e por outras tantas cidades onde ainda não havia ido. Nos países do leste europeu onde Ela nunca foi há filas de espera de dias e dias e dias e mais dias.
Ou a mulher é doida, ou quer-se matar de cansaço, ou quer dinheiro e mais dinheiro, ou está a esgotar os últimos cartuchos, está numa de se despedir dos palcos, ou adora mesmo, em demasia, fazer o que faz. Desta vez chega mesmo ao exagero de marcar datas seguidinhas em países diferentes. É dar um concerto, dormir um pouco e voar para outro país para dar outro concerto horas depois. E no dia seguinte o mesmo.
Diz que a segunda parte será exactamente igual, diz que terá roupas diferentes, diz que mudarão os cenários, diz que serão mudadas algumas músicas, diz que isto, diz que aquilo.
É esperar para ver... como sempre.
(Eddie Amador House Lovers Remix)
Há, sem exagero, milhares de remixes de temas da Madonna, feitos por profissionais, dj's, amadores, fãs... Uns são fracotes, outros excelentes. Uns muito idênticos ao original, outros completamente diferentes, com sonoridades de um canto ao outro do mundo.
Tirando alguns que considero excelentes, não sou grande fã de remixes e este é mais um. Mas gosto do video, demasiado eléctrico e psicadélico.
Ainda estão a ser calendarizadas datas para a "Sticky & Sweet Tour - Part II" e soam por aí um sururus de que há a possibilidade de se encaixar novamente uma passagem por Portugal, desta vez no Pavilhão Atlântico. Será?
Uma coisa é certa, a tour que, só na primeira e suposta única parte, já bateu todos os records de rentabilidade ainda não terminou. Por este andar a segunda parte vai ter tantos ou mais concertos do que a primeira. Eram para ser apenas 3 ou 4 pela Europa e depois lá para os lados do Japão e Austrália e Já estão 27 concertos confirmados. E, claro, mal os bilhetes são postos à venda... zás, esgotam num ápice. Quase não há canto europeu onde a mulher não vá. Volta a dar uns em Londres, mais um em Paris e por outras tantas cidades onde ainda não havia ido. Nos países do leste europeu onde Ela nunca foi há filas de espera de dias e dias e dias e mais dias.
Ou a mulher é doida, ou quer-se matar de cansaço, ou quer dinheiro e mais dinheiro, ou está a esgotar os últimos cartuchos, está numa de se despedir dos palcos, ou adora mesmo, em demasia, fazer o que faz. Desta vez chega mesmo ao exagero de marcar datas seguidinhas em países diferentes. É dar um concerto, dormir um pouco e voar para outro país para dar outro concerto horas depois. E no dia seguinte o mesmo.
Diz que a segunda parte será exactamente igual, diz que terá roupas diferentes, diz que mudarão os cenários, diz que serão mudadas algumas músicas, diz que isto, diz que aquilo.
É esperar para ver... como sempre.
(Eddie Amador House Lovers Remix)
Há, sem exagero, milhares de remixes de temas da Madonna, feitos por profissionais, dj's, amadores, fãs... Uns são fracotes, outros excelentes. Uns muito idênticos ao original, outros completamente diferentes, com sonoridades de um canto ao outro do mundo.
Tirando alguns que considero excelentes, não sou grande fã de remixes e este é mais um. Mas gosto do video, demasiado eléctrico e psicadélico.
ESC - Alma portuguesa!?
(Portugal - Flor de Lis - Todas as ruas do amor)
Se as votações do Eurovision Song Contest fossem verdadeiramente justas, se se votasse nas canções preferidas, nas melhores canções e não nos países vizinhos, nas roupas mais cómicas ou fantásticas, nos mais mascarados, nos cantores ou cantoras mais sexys, nas maiores palhaçadas, este ano Portugal tinha possibilidades de ficar bem classificado, até mesmo nos 10 primeiros lugares. Sim, acho isso mesmo.
Não que considere o tema por aí além, nada disso. Nada que se compare a temas de outros tempos, a uma "Lusitana Paixão", a uma "Senhora do Mar", por exemplo. Acho-o porque, tendo ouvido, já várias vezes, a grande maioria das músicas concorrentes, parece-me que este ano o Eurofestival está mais pobrezinho, no geral. Sempre houve temas maus e temas bons, muito bons até, mas este ano os bons e muito bons contam-se pelos dedos das duas mãos. Já não é mau, dirão alguns... eu acho que é. Se são escolhidas cerca de 40 canções entre umas quantas dezenas mais, se são escolhidas as supostas melhores de cada país, então a grande maioria deveria estar acima do razoável ou satisfatório.
Perante o que tenho andado a ouvir, acho que o tema português é até dos melhorzinhos. Há temas diversos, diversificados, baladas, rock, sons tradicionais, canções a solo, a pares, em grupos, por bandas, etc... mas poucos são excelentes, poucos. E não me venham com histórias de que por ser festival as músicas não têm de ser excelentes, têm é de ficar no ouvido. Ficar no ouvido, ser facilmente cantarolada, não faz uma música ser boa e, muito menos, merecer vencer.
Claro que as prestações em palco vão contar, as luzes, os cenários, as cores, as roupas, o aspecto dos protagonistas, etc... mas, acima de tudo, é um concurso de temas musicais, não de aspectos, e aí o tema de Portugal, este ano, não sendo o seu melhor ano, merece passar à final e ficar bem colocado.
Pode ser que sim, nunca se sabe. Poucos davam alguma coisa pelo tema da Lúcia Moniz e este ficou na melhor colocação de sempre até hoje. 6º lugar. O tema de 2009, honestamente, acho-o muito na mesma onda. A mocita, as roupinhas, os instrumentos, a sonoridade, a fórmula idêntica. A ver vamos!
Mas gosto do tema português? Sim e não. Gosto e irrita-me.
- Começa logo com o nome da banda, ou da rapariga, nem sei (claro que isto nada tem a ver com a qualidade da música, é apenas uma apreciação). Mal ouvi o nome, sem ter ouvido a música, vi logo que só podia ser algo do género do que é. Tudo muito campestre, muito leve, muito esvoaçante, sem grande sabor. Imaginei logo uma música tipo "Amor de água fresca" da Dina, ranchos folclóricos ou o tema da Lúcia Moniz. Pois, só podia.
- O visual em palco: se for como foi a apresentação em Portugal, não gosto. Tudo com um ar muito pobrezinho. Parece que pai, mãe, tio, vizinhos, rafeiro e ovelha foram de excursão em autocarro da aldeia, com as cestas e lancheiras, o garrafãozito de vinho, e os meteram ali caídos no palco para tocar umas modas lá da terra. Simplicidade não é sinónimo de aspecto pobre simplório. A rapariga muito cândido-rural com florinhas, fitinhas e coizinhas no cabelo, os acompanhantes a dar um monocórdico pezinho para a esquerda e para a direita, de camisinhas e calças banais. Parecemos os desgraçadinhos do canto da Europa, os pobretanas da União Europeia. Sei que o visual tem a ver com a música, que um tema destes não pede plumas e lantejoulas, nem gente vestida para receber um óscar. O tema requer simplicidade nas vestimentas, mas aquilo parece quase um ensaio para a festarola da aldeia.
- A letra da música irrita-me. Parece que andamos há anos (excepções à parte) a levar a mesma letra. Flores, campos verdes, cereais, frutas, céu azul, mar, saudade, velas, lua, marés, chuva, estrelas de encantar, sol... Eu sou tua, tu és meu, tu és isto, eu sou aquilo, tu és assim e eu assado... Credo! Um chorrilho de metáforas em catadupa. Só falta vir a Dina com a cesta e dissertar sobre todas as frutas! Não digo que o poema seja mau, mas caramba, é sempre tudo à volta do mesmo fado.
Já várias vezes li que este tema representa a alma portuguesa. Desde quando? Parece que Portugal ainda se caracteriza por ser um país de gente que vive nas aldeias, que vai à fonte, que namora à janela, que escreve cartas de amor, que olha o mar com saudade, que passa as noites a admirar as estrelas... Ainda anda tudo na esturreira do sol de burro e charrete, não? Já há muito que não é assim. Já há muito que formam os Descobrimentos. As caravelas já afundaram. As mulheres já não choram os maridos à beira mar! Não admira que os europeus nos vejam ainda como vêem. Sim, somos todos muito ingénuos, muito puros, muito simples, singelos, muito gente do campo sorridente e melancólica, tudo boas almas aqui ao canto plantadas, blá, blá, blá... Para ser uma boa música não tem de retratar os hábitos e costumes de um país, até porque o nosso país já pouco tem a ver com este tipo de letras e melodias. Não retrata o país, mas também não tem de retratar. Quando os turcos lá vão, vão de turbante ou vestes árabes? Os espanhóis vão de castanholas em punho? Até gosto quando os países levam sonoridades que os caracterizam, mas esta música caracteriza o nosso país? Acho que não, mesmo.
Apesar disso, apesar de não considerar ser uma música actual, de ser uma música que caracteriza um povo de outrora, gosto do tema. Irrita-me, pelo que escrevi, mas gosto da flauta, do acordeão, dos batuques ali pelo meio. Soa-me agradável e, de forma justa, em comparação aos outros temas, deveria ficar bem colocado na final.
Eurovision 2009
Andei a ouvir a maioria das músicas que, este ano, vão concorrer no Eurovision Song Contest. Inicialmente, como é costume, quase não gosto de nenhuma e acho-as banalíssimas, depois começo a ouvir mais e a gostar mais e mais. Vamos lá ver este ano como vai ser. Por agora, aqui ficam aquelas em que reparei mais, independentemente de ter gostado ou nem por isso.
(Noruega - Fairytale)
Esta é, para muitos, a favorita. É das melhores, sem dúvida. Se não vencer ficará, certamente, muito bem classificada.
(Bulgária - Illusion)
A voz do mocito tem parecenças com a do Jimmy Summerville. Não desgosto da música, bem elaborada a vários níveis, mas ao vivo acho-a um bocado desastrosa.
(Grécia - This is our night)
Pronto, cá está este Sakis Rouvas outra vez. O homem é um sucesso na Grécia e agora na Turquia onde passou a viver. Já participou há uns anos no festival com um tema hiper pobrezinho mas, por ser mexido (ao jeito do Ricky Martin, na altura muito em voga), por ter muito bom aspecto (foi, recentemente, considerado o mais bonito homem do mundo, enfim...) e mostrar o corpinho na coreografia, ficou nos primeiros lugares. As miúdas e graúdas, os gays e demais, tudo com a pita aos saltos, a correr dar pontos ao moço. Desta vez acho que não será diferente.
(Dinamarca - Believe again)
Gosto da voz deste rapaz, muito à Ronan Keating.
(Eslovénia - Love Symphony)
Parece que a senhora se esqueceu de cantar. Violinos, violinos e mais violinos e lá começa ela. Gosto mais quando ela está calada, mas para ser canção, ela teria de dizer umas coisinhas. Vale pelos violinos.
(Alemanha - Miss Kiss Kiss, Bang, Bang)
Gosto desta. Meio cabaret, meio blues. A lembrar outra anterior também da Alemanha. Mas é Alemanha, fica para o fim na classificação.
(Reino Unido - My time)
A juntar à Alemanha, lá vão o Reino Unido e a França para os últimos lugares, outra vez. Esta parece uma canção da Disney e, dentro desse género, não está nada, nada mal. A rapariga canta muito bem e tem uma muito bonita voz. É um género que chateia a muitos, mas é bonita.
(Moldavia - Hora din Moldova)
E pois que o Eurofestival continua numa de sonoridades orientais, as quais não aprecio particularmente mas que costumam ficar muito bem classificadas. Esta é gira, tem piada, é divertida, em jeito de Kusturica.
(Israel - There must be another way)
A fórmula, supostamente, foi juntar uma israelita e uma árabe e, através de uma canção, mostrar o sofrimento que se vive naquelas paragens, onde esta junção já causa polémicas, claro. Uma das senhoras é a Noa, cantora com algum sucesso mundial.
(Turquia - Dum tek tek)
Típica música para vencer. A Turquia e a Grécia adoram este género. Mistura-se a música árabe ou ritmos latinos com batidas pop, uma cantora a mostrar o pernil ou um cantor a mostrar a barriga tonificada e já está. A mim não me aquece nem arrefece. Acho-a desinteressante, previsível, mais do mesmo. Este ano a Espanha resolveu fazer do mesmo e, claro, tal como esta e a grega, também é uma das favoritas.
(Arménia - Jan Jan)
Não gosto do refrão mas não me desagrada o resto. Uma das senhoras parece que quer bater em alguém.
(Rússia - Mamo)
O país anfitrião que nos habituou a boas músicas, sempre das melhores de cada ano, que há anos fica nos primeiros lugares, este ano presenteia-nos com isto. Não sei o que dizer da música, da senhora... O fim então...
(Roménia - The Balkan Girls)
Um país que tem, desde há vários anos, das minhas músicas preferidas. A Roménia tem estado sempre no meu top 3. Este ano leva estas mocitas sweet-pussycat-barbie-dolls. A música tem alguma gracita mas nada de nada comparada com as de anteriores anos, nada.
(Suíça - The highest hights)
É uma óptima música pop/rock. Muito bem conseguida. Gosto mesmo. Infelizmente, não creio que fique bem classificada. Não é um registo habitual no Eurovision. Não é um rock pesado ao género escandinavo, nem um pop ligeiro. Se chegar à final deve ser uma sorte.
(Noruega - Fairytale)
Esta é, para muitos, a favorita. É das melhores, sem dúvida. Se não vencer ficará, certamente, muito bem classificada.
(Bulgária - Illusion)
A voz do mocito tem parecenças com a do Jimmy Summerville. Não desgosto da música, bem elaborada a vários níveis, mas ao vivo acho-a um bocado desastrosa.
(Grécia - This is our night)
Pronto, cá está este Sakis Rouvas outra vez. O homem é um sucesso na Grécia e agora na Turquia onde passou a viver. Já participou há uns anos no festival com um tema hiper pobrezinho mas, por ser mexido (ao jeito do Ricky Martin, na altura muito em voga), por ter muito bom aspecto (foi, recentemente, considerado o mais bonito homem do mundo, enfim...) e mostrar o corpinho na coreografia, ficou nos primeiros lugares. As miúdas e graúdas, os gays e demais, tudo com a pita aos saltos, a correr dar pontos ao moço. Desta vez acho que não será diferente.
(Dinamarca - Believe again)
Gosto da voz deste rapaz, muito à Ronan Keating.
(Eslovénia - Love Symphony)
Parece que a senhora se esqueceu de cantar. Violinos, violinos e mais violinos e lá começa ela. Gosto mais quando ela está calada, mas para ser canção, ela teria de dizer umas coisinhas. Vale pelos violinos.
(Alemanha - Miss Kiss Kiss, Bang, Bang)
Gosto desta. Meio cabaret, meio blues. A lembrar outra anterior também da Alemanha. Mas é Alemanha, fica para o fim na classificação.
(Reino Unido - My time)
A juntar à Alemanha, lá vão o Reino Unido e a França para os últimos lugares, outra vez. Esta parece uma canção da Disney e, dentro desse género, não está nada, nada mal. A rapariga canta muito bem e tem uma muito bonita voz. É um género que chateia a muitos, mas é bonita.
(Moldavia - Hora din Moldova)
E pois que o Eurofestival continua numa de sonoridades orientais, as quais não aprecio particularmente mas que costumam ficar muito bem classificadas. Esta é gira, tem piada, é divertida, em jeito de Kusturica.
(Israel - There must be another way)
A fórmula, supostamente, foi juntar uma israelita e uma árabe e, através de uma canção, mostrar o sofrimento que se vive naquelas paragens, onde esta junção já causa polémicas, claro. Uma das senhoras é a Noa, cantora com algum sucesso mundial.
(Turquia - Dum tek tek)
Típica música para vencer. A Turquia e a Grécia adoram este género. Mistura-se a música árabe ou ritmos latinos com batidas pop, uma cantora a mostrar o pernil ou um cantor a mostrar a barriga tonificada e já está. A mim não me aquece nem arrefece. Acho-a desinteressante, previsível, mais do mesmo. Este ano a Espanha resolveu fazer do mesmo e, claro, tal como esta e a grega, também é uma das favoritas.
(Arménia - Jan Jan)
Não gosto do refrão mas não me desagrada o resto. Uma das senhoras parece que quer bater em alguém.
(Rússia - Mamo)
O país anfitrião que nos habituou a boas músicas, sempre das melhores de cada ano, que há anos fica nos primeiros lugares, este ano presenteia-nos com isto. Não sei o que dizer da música, da senhora... O fim então...
(Roménia - The Balkan Girls)
Um país que tem, desde há vários anos, das minhas músicas preferidas. A Roménia tem estado sempre no meu top 3. Este ano leva estas mocitas sweet-pussycat-barbie-dolls. A música tem alguma gracita mas nada de nada comparada com as de anteriores anos, nada.
(Suíça - The highest hights)
É uma óptima música pop/rock. Muito bem conseguida. Gosto mesmo. Infelizmente, não creio que fique bem classificada. Não é um registo habitual no Eurovision. Não é um rock pesado ao género escandinavo, nem um pop ligeiro. Se chegar à final deve ser uma sorte.
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